sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Capítulo 24

  • O capítulo a seguir contém cenas de sexo, transa, fuck fuck, brincadeira de médico, papai e mamãe, acasalamento, reprodução da espécie... Enfim, é hot, e eu sei que vocês vão ler né :p Beijos, boa leitura! 

-Vinho, ou champanhe? – Pergunta ele com as duas garrafas que havia pego na adega da cozinha.
-Que indecisão. – Dramatizei.
-Oh, e agora? – Bruno dramatiza também, e ri.
-Bobo. – Reclamei. Ele vem na minha direção. – Vinho. – Disse por último.
-Opa, que safra? – Ele pergunta dando meia volta e voltando para o cortejo de vinhos diversificados.
-A que achar melhor. – Disse com a voz rouca e pigarreie.
-Melhorou totalmente da gripe? – Pergunta aleatoriamente, ainda escolhendo o vinho.
-Acho que sim. – Dei de ombros e desci da banqueta para pegar as taças.
-Ia pedir para você pegar elas... Lendo pensamentos? – Pergunta ele com o vinho em mãos.
-Sempre li. – Dei de ombros novamente, com um sorriso amarelado.
-Oh! Tenho que me cuidar. – Ele coloca a mão na boca. – O que estou pensando agora? – Pergunta ele assim que vou me aproximando da banqueta que estava sentada, e ele sentado ao meu lado.
-Em safadezas. – Dei a reta e ele gargalha.
-Não estava pensando nisso... – Olhei para ele seriamente que começa a rir mais ainda. – Okay, eu estava.
-Viu.
-Mas não tem como não pensar em nada do gênero com você. – Ponto fraco.
-Quem sabe nós não deixamos a bebida de lado. – Empurrei levemente a garrafa para um pouco mais distante e ele sorri sem mostrar os dentes.
-Leu meus pensamentos novamente. – Tirando um pouco seu corpo do banco, e sentando bem na pontinha, ele esticasse até meu rosto e aproxima eles, puxando-o com sua mão.
Senti o calor da sua boca perto da minha, e sua respiração calma. O silêncio daquela cena, fazia com que minha cabeça rodasse uma música que eu pensei muito nela no Brasil, e que também é praticamente tudo o que eu desejo a ele. (Escute Dear God).
-Meu anjo. – Ele diz perto do meu ouvido. Meus lábios se formaram num grande sorriso, e me senti corada. Anjo... ninguém tem noção do quanto me senti importante aquela hora, o quanto me senti amada, o quão a vida me propôs esse dia lindo, cercado de tantos outros que passaram, ruins.

Fomos nos levantando, sem quebrar o beijo. Não me importei de deixar o vinho, meu celular e meu blazer sobre a bancada da cozinha. Seu quarto parecia do outro lado do mundo, enquanto queríamos chegar nele de uma vez. Bruno abriu a porta e esticou a mão para que eu entrasse, assim fiz. Ele parou na porta e ficou me olhando. Abri o fecho lateral do meu vestido e ele caiu, deixando a mostra meu corpo. Os olhos dele foram tão fixos no meu corpo, que fiquei com muita vergonha. Andando em minha direção com passos calmos, ele umedece seus lábios vermelhos e fixa seus olhos nos meus. Por Deus, o quanto eu amo esse homem!
-Minha noite está perfeita. – Disse assim que ele entrelaça minha cintura.
-Vai ficar mais perfeita ainda. – Ele me empurra delicadamente com seu corpo para a cama, e caindo ao meu lado, ele continua me beijando, deixando sua mão sobre a minha barriga. Senti borboletas no estômago.
Com o maior cuidado do mundo, ele fica sobre mim, cuidando cada movimento, como se algo fosse fora do planejado, eu quebrasse. Passou a mão sobre meus peitos, e deu uma leve apertada, junto com uma fisgada nos lábios. Tentei puxar a sua camisa pra cima, não consegui, mas logo ele fez isso por mim, puxando-a pra cima, e tocando no chão do quarto.

Levantando do meu colo, Bruno passa as mãos desde meus peitos, percorrendo meu corpo todo, até chegar aos pés. Ele delicadamente tira meus sapatos, e trilhando um caminho de beijos dos meus pés, até minha virilha, ele puxa a barra da calcinha para baixo. O que deu a ele a visão do meu corpo nu estirado sobre sua cama. Abrindo o cinto da sua calça, pude ver sua boxer cinza, estourando. E pensar que eu vi ele criança, que nunca imaginei estarmos em uma cama transando. Eu tinha certeza que era dele que eu precisava, agora e sempre. Delicadamente, subindo sobre mim, me fez gemer quando seu membro rígido passou sobre minha intimidade, me proporcionando uma sensação de quero mais, agora.   Puxei seus cachinhos, e beijei sua boca com vontade, agora quem estava com pressa era eu. Levei uma das minhas mãos até sua boxer, e tirei seu membro de lá, com uma certa dificuldade.
Bruno passou seu dedo em mim, e logo colocou-se dentro de mim. Gemi na hora, bem alto. Ele me silencia com um beijo calmo, e preciso.
Entrelaçamos nossos dedos, fechando nossas mãos, logo acima da minha cabeça. Bruno investia em estocadas fortes e constantes, deixando tudo mais prazeroso. Sentir ele dentro de mim era incrível, meus olhos se reviravam de prazer. Seus lábios boquiabertos, perto dos meus, e sua boca trabalhando junto do seu sistema respiratório para melhor ele respirar. Aquilo tudo fazia com que meu colo se contorcesse, estava quase chegando no orgasmo, logo de inicio. Foi quando senti meu ventre explodir, e soltar sobre ele o resultado do prazer que ele estava me proporcionando.
Arranhei fortemente suas costas, mostrando pra ele o quanto tinha gostado. Ele sorri.

Bruno deitou-se ao meu lado, e eu sentei-me ao seu colo. Repousei meu tronco sobre o dele, e senti seu peito com batidas rápidas, e sua respiração bem forte. Mexi meu quadril da forma que mais o instigasse, queria leva-lo ao ápice de seu prazer, preenchendo sua vontade de amor, carinho, e prazer. Não demorou muito para que o resultado da nossa noite juntos chegasse, senti-me preenchida por seu orgasmo, e nossos corpos caem para o lado. Seu rosto satisfeito me faz sorrir.
Ficamos no pleno silêncio. A lua que iluminava o quarto fazia aquele momento mais lindo do que já era. A visão ampla do seu rosto belo me fazia feliz. Minha mão repousou sobre seu peito nu, e por instantes brinquei com meu dedo nele. Sua mão acaricia minha cabeça, mexendo no meu cabelo, e colocando uma pequena mecha que caíra no meu rosto, para trás da orelha. Como isso estava tão perfeito.
-Vamos tomar um banho de banheira? – Pergunta ele com a voz rouca. Sexy!
-Vamos. – Concordei.
-Vou ir na cozinha, e você vai preparando o banho. Tem sais no armário do banheiro. – Ele ergue seu corpo, e senta na cama, logo se levanta e põe o lençol sobre seu corpo.
Levantei da cama, com o sorriso aberto. Abri a porta do banheiro, e procurei no armário os sais, achei. Vidrinhos pequenos e rotulados, vários deles. Derrubei um pouco do de morango, e do de erva doce. Misturei na água, e senti mãos quentes na minha cintura.
-Trouxe algo para nós. – Virei-me e vi o carrinho, quase igual esses de hotéis chiques, com vinho e duas taças.
-Perfeito. – Dei um selinho nele.
Assim que entramos na banheira eu lembrei das meninas.
-Eu não avisei pra ninguém que iria dormir aqui. – Pus a mão na testa.
-Acho que elas devem ter desconfiado não é? – Ele dá de ombros. Talvez seja isso mesmo, elas devem ter desconfiado que eu não voltei.
Sentei-me ao lado oposto dele, quando vi suas mãos esticadas.
-Senta aqui. – Ele gesticula o seu lado.
Me aconcheguei ao seu lado, escorando a cabeça no seu peito, enquanto ele brincava com minha mão.

-Isso é um sonho? – Perguntei esticando a mão para pegar a taça.
-Não quero acordar. – Ouvi o Peter... Será que eu estou no caminho certo? Resgatando os sentimentos do Peter, e fazendo com que ele não seja somente um espírito de vingança?
-Que cheirinho bom. – Digo assim que ele passa a mão no meu ombro, vindo o cheiro de morango, dos sais de banho.
-Nós devemos ser as únicas pessoas no mundo a estarem tomando banho de banheira, á uma da manhã. – Bruno diz entre um riso.
-O mundo é tão grande, não acreditaria nisso. – Passei a mão pela espuma da água.
-O que acontece se tiver espuma no seu rosto. – Assim que fechei os olhos rapidamente, sinto ele passar a mão molhada sobre minha bochecha e gargalhar.
-Filho da mãeeee. – Toquei um pouco de água nele.
-É legal. – Ele passa espuma dessa vez no meu braço.
-Legal nada. – Disse entre risos.
-Então para de rir, se não é legal. – Bruno fingi estar indignado comigo, comecei a rir mais ainda.
-Me obriga. – Disse pausadamente.
Bruno se apoiou na borda da piscina, e aproximando nossos corpos e nossos rostos, ele me beija, delicadamente.
-Consegui. – Vitorioso ele se vangloria.
-Idiota. – Joguei um pouco de água nele, que se senta ao lado oposto do meu. Entrelaçamos nossas pernas por debaixo d’água, formando uma espécie de tesoura.
+++++
Deitamos na cama dele depois do banho. Bruno estava tão diferente, tão radiante, sorridente, e eu não preciso nem falar meu estado de espírito, de longe percebem o jeito que eu estava, completamente feliz, realizada.
Deitei ao seu lado, porém ele fez sinal para que eu colocasse a cabeça no seu braço, que me envolvia pelo pescoço. Ficamos olhando para o teto, por longos segundos ou minutos... Já perdi a noção de tempo quando estou ao lado dele.
-Estou com sono. – Disse esfregando os olhos.
-Dorme. – Baixinho ele diz.
-Não consigo. – Resmunguei, depois de tentar fechar os olhos e dormir.
-Eu canto pra você. – Ele pigarreia. – Fecha os olhos...
-Okay. – Disse com um sorriso sem mostrar os dentes, formado. (Ouça, Amelia!)
I think about you every single day
(Eu penso em você todo dia)
And every time i see your face
(E toda hora eu vejo seu rosto)
I wake and it brings me to tears
(Eu acordo e isso me leva às lágrimas)
We hadn't spoken in years
(Nós não temos nos falado em anos)
We were close when we were young and naive
(Estávamos perto quando éramos jovens e ingênuos)
We grew up and we learned other things
(Nós crescemos e aprendemos outras coisas)
You'll always be sweet 16
(Você sempre terá doces 16 anos)
-You’ll always be sweet 16. – Ele repete o último verso. Acho que estava cansada demais para conseguir ouvir o resto da música.
Ficando tudo preto, eu adormeci, com o canto de um anjo em meu ouvido, cantando para dormir. Isso só pode ser um sonho.
Perdida eu acordei com o despertar do meu celular, lembrei que tinha que ir trabalhar. Olhei para o Bruno atirado na cama, dormindo tranquilamente, sua respiração calma me acalmou também, sem me movimentar muito, virei-me na cama, e catei minhas roupas. Odiei ter que sair daquele jeito, mas eu não poderia faltar no serviço, estou a recém três meses trabalhando lá.
+++++
Não me perguntei como cheguei no serviço. Atrasada! Isso é fato. Mas além da forte resistência que eu tive de ficar com o Bruno na casa dele, dormindo com ele, fui para casa e parecia que minha cama me puxava, uma espécie de macumba.
-Noite agitada? – Pergunta Tina assim que entrei no escritório.
-Demais. – Bufei.
Durante todo o momento que eu e ela nos encontramos hoje no serviço, ela me olhava torto, e com um sorrisinho, como se quisesse perguntar algo e não tivesse coragem o suficiente. No almoço foi pior, ela dava uma garfada da sua comida, e me encarava, era como se eu tivesse feito algo suspeito. Comecei a achar estranho.
Peguei meu metrô de sempre para voltar. Desci na minha estação de sempre, e caminhei até o apartamento. De longe eu avisto Bruno escorado no carro, de óculos escuros, camisa cinza, jaqueta, chapéu, tênis, e calça jeans. Ao ver aquela visão dele ali, só me restou sorrisos.

-Oi. – Disse com um sorriso chegando na sua frente, ele me olhou sério. 

  • Oiii, tô aqui no final de novo! ndosiandoisa' Gente, só pra lembrar, eu preciso de comentários para postar mais, minha criatividade não depende só de mim, depende do estimulo de vocês. E aí, o que acharam do capítulo? O que acham que vai acontecer? ... Essas coisas vocês podem comentar, tá? <3 Beijos! Aguardo vocês no próximo.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Capítulo 23

Já é quarta feira. Acordei com receio, não deveria ter aceitado a ideia de que o Bruno viesse me buscar para irmos no teatro. Bom, na verdade ele não vai buscar, mas mesmo assim, não deveria ter aceito o fato dele me levar, essa é a questão.
-Acho que essa música é idiota. – Zoe discutia com a Anne sobre uma música.
-Eu não acho, ela é eletrizante. – Ela da pause na música. – Não acha, Mich?
-Oi? – Eu estava viajando, sentada, pensando. Ontem o dia passou, eu não falei nem com o Bruno, e nem com o Leo. Ele disse que me ligaria após o enterro, mas acabou não ligando. Minhas pernas estavam doendo um pouco, pois o treino na academia ontem foi de coxas, isso me matou.
-Estamos falando da música. – Zoe explica.
-Por mim, tanto faz. – Dei de ombros.
-Hoje ela está aérea porque vai no teatro com o Brunitão. – Anne sorri enquanto largava o celular sobre a mesa.
-Não é por isso. – Falei, bem aérea.
-Então é porque? – Pergunta Zoe.
-É porque eu não sei o que fazer. – Arqueio levemente as sobrancelhas, e elas se entreolham.
-Sobre? – Pergunta as duas, quase ao mesmo tempo. Peguei uma cadeira e me sentei perto delas.
-Sobre tudo... Eu beijei o Leo, eu transei com o Bruno, e á noite irei para um teatro com o Bruno... Minha mente ta uma confusão. – Pus a mão na cabeça, não querendo dramatizar, mas era verdade.
-Calma ai... Vamos por parte. – Anne começa, se ajeita na cadeira. – O beijo com o Leo, significou algo?
-Claro! – Respondi de imediato.
-O que?
-Não sei. – Respondi fitando o chão, e voltando o olhar pra ela. – Acho que ajudou a piorar a situação.
-E agora, pretende ficar com ele ou com o Bruno? – Pergunta Anne.
-Acho que está mais que visível que o Leo gosta de você. – Zoe metralha as palavras que atingem meu peito como se fossem balas.
-Calma. – Peço por um pouquinho de calma, eu precisava um pouquinho de silêncio. – Eu vou ver o que vai acontecer hoje com o Bruno. – Falei e Anne revira os olhos.
-Vai esperar por isso mesmo? – Pergunta Zoe indignada.
-O que eu posso fazer se eu gosto dele? Ignorar isso que estou sentindo? Deixar de lado a pessoa que eu amo? Caramba! – Me irritei, e alteradamente falei. Levantei da cadeira onde estava sentada, e elas me olharam com os olhos esbugalhados.
Segui pelo corredor até meu quarto. Separei a roupa que usarei essa noite. Um vestido florido, um sapato preto e um blazer preto por cima. Ainda não decidi o que fazer com o cabelo. Peguei meu celular e marcavam dez para as duas. Deitei meu corpo na cama, e encarando o teto pensei nas milhões de possibilidades que eu tinha de me dar mal. Entrei 0 á 10, 0,2 por cento, são as chances que eu tenho de me dar bem nessa de arriscar o coração. Mas no fundo, algo me diz que eu vou me dar mal, e que vou acabar ficando só. Levantei e escorei a porta, abri minha carteira e tirei dali duas fotos três por quatro, uma da minha mãe e outra do meu pai. Por estarem velhas, elas estão amareladas, feias aparentemente, mas com um valor muito grande. É uma das coisas que me deixa mais próximas deles.
E se eles não tivessem ido? E se eu morasse no Havaí durante esses dez anos que morei no Brasil? Será que mudaria algo em relação a mim e ao Bruno? Será que iríamos ficar juntos, quando ainda ele era o Peter doce e romântico?!
-Mich. – Escuto uma batida na porta, seguido da voz da Anne.
-Podem me deixar sozinha, por favor! – Pedi encarecidamente.
-Não, nós erramos em julgar você. – Ouço a voz da Zoe. Eu estava prestes a chorar, eu sei.
-Eu só quero dormir. – Menti e não ouvi mais nada, ao não ser os passos delas para outra direção.
Deitei na cama novamente.
-DROGA! – Falei assim que acordei e olhei para a tela do celular. Estava atrasada para me arrumar.
Ligeiramente fui para o banho, e voltei para o quarto. Pus minhas roupas intimas lembrando do Bruno, não sei porque, mas depois que acordei,parece que eu estava mais romântica, ou alguma coisa assim. Coloquei meu vestido,  e minha maquiagem de leve. Calcei meus sapatos, e coloquei o blazer preto sobre o vestido. Meu cabelo eu estava indecisa, então resolvi apostar num penteado menos casual.

-Está pronta cinderela? – Pergunta Anne chegando na porta do quarto, e Zoe atrás dela, erguendo o pescoço para tentar me ver.
-Prontíssima. – Sorridente, eu disse. Minha ‘raiva’ momentânea tinha passado, não queria brigar com elas, não iria brigar com as pessoas que mais me apoiam, e que estão ao meu lado.
-Ficou linda assim. – Anne passa a mão no meu vestido, sorrio em aprovação.
-Bruno vai babar por você. – Zoe completa. Sorri novamente.
-Obrigada. – Agradeci. – Meninas, que horas são? – Perguntei arrumando meu vestido na barra.
-Vinte pras nove. – Anne contorce os lábios. – Está quase atrasada né?
-Quase! – Falei me lamentando. – Vou ter que pegar um táxi. – Peguei minha bolsa de mão sobre a cama. – Vejo vocês na volta. – Dei um beijo no rosto de cada uma.
-Se cuida. – Diz Zoe.
-Qualquer coisa nos liga. – Anne da um sorriso amoroso.
-Amo vocês! – Digo apressadamente.
Sai do meu andar, descendo as escadas, procurando no celular o número de um ponto de táxi. Mas não achei. Assim que passei pela porta do prédio, ainda olhando para o celular, ouço uma voz conhecida.
-Mais linda seria impossível. – Olhei pra frente, e meus olhos se encontraram com o dele. Deus, como ele está lindo. Cachos soltos, o cabelo livre para respirar, uma calça preta social, um mocassins preto, camisa branca social.
-Bruno. – Disse num suspiro.
-Boa noite. – Ele abre a porta do carro, oferecendo para que eu entrasse.
-Eu vou de táxi, estou esperando ele. – Sou murrinha, menti.
-Nós dois sabemos que não tem táxi nenhum. – Ele sorri, olho pra ele ainda séria.
-Vamos logo. – Concordei em ir com ele. Não queria perder a peça, de jeito nenhum.
-Comprei nossas entradas. – Ele diz apontando para o porta luvas assim que senta no seu banco do motorista.
-Legal. – Não quero demonstrar emoção nenhuma.
-Mich, por favor, me perdoa por aquele dia. – Ele bate levemente na direção.
-Está tudo bem Bruno, agora vamos logo pro teatro antes que nos atrasemos. – Disse secamente.
Bruno bufa e dá a ré com o carro. Cantando pneu saímos da minha rua, e fomos indo rapidamente para o teatro. Sem nenhuma palavra. Nada, não falamos o caminho todo, ele não tentou conversar, nem eu. Ainda estava magoada, apesar de querer beijá-lo, e fazê-lo mudar, dizendo que eu o amo, mas a coragem não cabe a mim no momento, preciso ser mais forte que isso.
Anne Pov’s
Depois que a Mich saiu, ficamos cuidando para que ela saísse com o Bruno.
-É tão ruim ter que fazer as escondidas isso. – Leo bufa sentando-se no sofá.
-Então porque está fazendo? Porque eu acho que você gosta dela, não é?
-Gosto, gosto demais, mas eu sei que ela ama o Bruno, e que prefere ele sempre. – Leonel sorri. Eu vejo que ele gosta dela, mas acima de tudo, ele é amigo dela, e quer ver a felicidade dela.
-Linda sua atitude. – Sorri, Zoe.
-Obrigada. – Leo também sorri.
Michelle Pov’s
-Eu falei que chegaríamos atrasados. – Bufei assim que passamos pela entrada do teatro.
-Acalma. – Bruno estava tão paciente. Essa foi a primeira palavra que demos desde o caminho da minha casa, até a chegada aqui.
Subimos as enormes escadas, Bruno ao meu lado, uma certa distância entre nós. Passamos pela grande placa que anunciava o espetáculo. Entramos no salão principal, ainda não tinha começado o espetáculo, mas as luzes estavam apagadas, apenas a platéia iluminada por pequenas luzes que tinham.
-Tem cadeiras ali. – Bruno fala baixinho, perto do meu ouvido, apontando para o meio.
-Acho que vou ficar nessas. – Falei apontando para o lado.
-Aqui só tem uma. – Lamenta ele.
-Claro, por isso mesmo. – Sentei-me na cadeira. – Bom espetáculo. – Disse sorrindo, aconchegando-me na cadeira.
-Moço, pode sentar-se aqui, vou sentar ali no meio. – Uma simpática senhora que estava sentada ao meu lado falou para o Bruno, que sorrio diretamente pra mim.
-Droga. – Disse baixinho, num sorriso.
-Obrigada senhora, muito obrigada. – Ele sorria gratificante, passando por mim, e sentando ao meu lado.
-Satisfeito? – Perguntei revirando os olhos.
-Mich, deixa eu te proporcionar uma noite legal... – Ele diz. Olhei nos seus olhos, não há quem resista. Ficamos nos encarando por um breve tempo, ouvi a música começar, e as luzes se apagarem de vez, somente iluminado pela luz do palco.
-Vai começar. – Disse me virando totalmente pra frente.  (se quiserem escutar essa música da peça, agradecerei)
“Para mim, é impossível continuar a viver assim, no fundo da terra, num buraco, como uma toupeira! Don Juan triunfante está terminado, agora eu quero viver como toda gente.
Você está chorando? Tem medo de mim?
No fundo, entretanto, eu não sou mau! Ame-me e verá! Só me faltou ser amado para ser bom! Se você me amasse, eu seria doce como um cordeiro e você faria de mim o que quisesse!"
Christine já não estava mais chorando... só eu estava chorando... daroga, daroga... Se Christine cumprir o juramento, voltará logo!"
Preciso dizer que essas horas não há mais lágrimas para chorar? Não há mesmo. Estou em perfeita sincronia dá grande peça que á anos cobiço assisti-la. Agora aqui, presente em Los Angeles, berço do teatro e cinema, vendo a grande peça que li quando ainda era adolescente. Meu coração palpitará por diversas vezes.
Olhei para o Bruno de canto de olho, e vi seus olhos marejados, achei lindo isso. O coração dele não é de pedra, e não há quem resista as lágrimas escassas quando se assisti a essa peça emocionante. Uma salva de palmas se fez em coral pela enorme platéia emocionada, meu coração acelerou assim que as cortinas se fecharam. Pessoas com os sentimentos a flor da pele dentro daquele vasto teatro. Pessoas que estão assistindo pela primeira vez, pessoas que conheceram a peça hoje, pessoas que já tem o hábito de vir ao teatro, e pessoas que estão cansadas de assistir, mas mesmo assim ainda assistem, pelo simples fato de que é linda a história.
-Chorou? – Perguntou Bruno com um sorriso lindo. Limpei o restinho de vestígio que tinha no meu rosto, das lágrimas que caíram.
-Tem alguma forma de não chorar? – Perguntei rindo.
-É extremamente linda essa peça. – Ele diz, acompanhando-me ao lado, pela saída.
-É perfeita. – Ficamos em silêncio depois do meu comentário.
-Achei que o fantasma era do mau. – Ele diz entre risos assim que chegamos ao lado de fora do teatro.
-Erik é fantástico. Ele tem um amor verdadeiro pela Christine, um amor épico. – Disse entre sorrisos, observando o céu.
-Verdade. – Concorda Bruno, parando ao meu lado. – Mas no inicio, confessa que quando ele raptou ela você pensou que ele era do mau?! – Comecei a rir, e assenti positivamente.
-Ele era um gênio! Um gênio que teve que se esconder e aplicar golpes pra exercer seu grande talento, tudo isso apenas porque era feio, deformado. – Lamentei. Bruno fica pensativo.
-Por ser assim, e fica muito tempo se escondendo, acho que isso passou o papel dele ser o vilão da história bem no inicio. – Bruno diz, logo respira fundo, inalando o ar puro da rua. – Só faltava um amor na sua vida.
Vi o Bruno na situação. Ele não era desfigurado como o Erik, mas ele é sem amor. Ele se esconde atrás da fama, talvez com medo de amar e sofrer. Acho que descobri o que o Bruno teme. Apesar de ter gostado de alguém um dia, e ter sofrido, agora ele acha que todo e qualquer relacionamento que envolva sentimentos, ele irá sofrer. Bruno só precisa de amor.
-O que me deixa triste é que ela tem compaixão por ele, não amor... – Comentei tristemente.
-Ela ama o Raoul, não é? – Bruno pergunta, vindo a olhar pra mim.
-Ela ama ele de verdade, mas por ter esse sentimento com o Erik, compaixão e tudo mais, ela se vê na obrigação de salvar todos da Ópera de Paris, assim aceitando casar-se com o Erik.
-Mas depois quando ela deixa ele beijar a testa dele, ele se sente uma pessoa normal, comum, assim como todos, e seu coração amolece. – Completa Bruno.
-Isso. – Falei empolgada. – Mas logo que ela casa com o Raoul e foge, o fantasma morre três semanas depois. – Completei.
-E quando encontram o esqueleto dele? Quase chorei na hora. – Diz Bruno com um sorriso, sem mostrar os dentes.
-Eles veem o anel de ouro que ele deu á ela, vendo que ela cumpriu com a sua promessa, de enterra-lo quando ele viesse á morrer. – Falei sentindo um aperto no peito.
É uma das histórias mais emocionantes que existem, um amor verdadeiro, uma amizade, compaixão. Perfeitamente perfeito essa obra.
-Uma história imortal. – Diz Bruno olhando para o longe.
Fiquei encarando o horizonte também. Meu emocional estava totalmente aflorado. Respirei fundo, e o encarei.
-Deus, como eu quero lhe beijar. – Ele diz, ainda sem olhar pra mim. Meu aperto no peito novamente se refaz.
Me aproximei dele, e passando a mão por sua nuca, o abracei, recostando minha cabeça no seu peito. Ele pega meu queixo delicadamente, e aproxima nossos rostos, assim dando um terno selinho na minha boca, e logo depois nos olhando, olhos nos olhos. Nos beijamos, entreabrindo nossas bocas, mostrando a necessidade que estávamos um do outro. Sentia nossas línguas descompassadas, entrelinhando um amor que só eu cultivava. Eu precisava tanto dele. O beijo estava tão romântico, e o melhor de tudo, era em público, estávamos na rua, nos beijando, e ele não se importou com isso. Novamente a chama no meu coração se acende.

Recostando novamente minha cabeça no seu peito, ele me afaga com um abraço delicado.
-Eu te amo. – Digo sem emitir som nas palavras. – Muito. – Completo baixinho.
Estar ali abraçada com ele, tão perto dele, tão perto do seu coração, ouvindo seus batimentos, sentindo sua respiração, parecia um sonho, e com os olhos fechados, fiquei com medo de abri-los novamente e ver que era realmente um sonho. Depois de uma peça dessas, que mechem com o seu emocional, e prendem seus sentimentos a beira de um abismo, obriga você a senti-los. Isso é intenso, isso que eu sinto é amor.

Eu gosto tanto dele. Gosto daqueles olhos grandes e expressivos, olhos que contam histórias. Gosto daqueles sorrisos ora  ingênuos ora safados, sorrisos verdadeiros. Gosto das covinhas na bochecha dele que aparecem sempre, principalmente quando ele fala “Mich”. Eu gosto tanto dele, de verdade.
-Me sinto tão bem contigo. – Ele diz me aproximando mais do seu corpo.
Deus sabe como é bom pra mim ouvir isso dele.
-Eu também me sinto bem com você.
Bruno Pov’s
Eu não conseguia pensar em mais nada naquele momento. Eu tinha lhe dado um beijo na rua, em público. Estava me sentindo bem, completo ao lado dela. Aqueles olhos castanhos escuros, aquela boca, com sabor de hortelã, aquela pele perfeita, tudo nela era tão lindo.
Depois que o Leonel foi lá em casa, e falou que eu deveria levá-la no teatro, e disse muitas coisas, eu me conscientizei que talvez estivesse colocando a única amiga de anos e anos, que viveu comigo, que me entende, e sempre me entendeu, fora. Fiquei com medo disso, e quando fui ao serviço dela, que ela me tratou com indiferença, eu pirei mais ainda.
-Me sinto tão bem contigo. – Abracei ela mais forte, deixando seu corpo grudado com o meu.
Não havia mais ninguém no estacionamento, apenas eu e ela ali. Respirei o cheiro doce do seu perfume.
-Eu também me sinto bem com você. – Diz ela, e após respira fundo.
Acho que errei na noite da festa, mas eu não tenho culpa, não sou movido por sentimentos. Hoje a noite eu me senti tão especial, tão eu mesmo, e vi que eu poderia chorar na frente de todos, por causa da peça que assistimos. E quando eu vi as lágrimas rolarem pelos olhos dela, só eu sei como me senti culpado, por lembrar-me que ela chorava assim na noite da festa. Eu estraguei muita coisa.
-Eu poderia ficar anos abraçada em você. – Diz ela baixinho, acho que pensou que provavelmente eu não iria ouvir.
-Podemos ficar aqui o tempo que quiser. – Disse dando um beijo na sua cabeça.
-Amanhã eu trabalho. – Ela ergue a cabeça me olhando.
-E se você faltasse? – Olha que ideia a minha, querendo que ela falte pra ficar comigo, mas é que pela primeira vez eu me sinto vivo.
-Eu não sei se posso. – Mich torce os lábios.
-Mas pode chegar um pouco depois, um pouquinho atrasada não é?
-Posso, eu acho... – Ela respondeu com a voz medrosa.
-Então vem comigo, vamos pra minha casa, vamos ficar juntos o resto da noite. – Olhei nos seus olhos.
-Bruno... – Ela queria recusar, mas algo fez com que ela sorrisse sem mostrar os dentes, e lindamente assente com a cabeça.
Michelle Pov’s

Estavamos no carro, indo para a casa do Bruno. Ele foi um perfeito cavalheiro, e está me deixando no céu. Foi tão amoroso, gentil, comigo. Por momentos eu pensei que consegui resgatar o Peter, de verdade, e seus sentimentos verdadeiros.