segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Capítulo 55

Bruno estava cansado, tomamos um banho separadamente e fomos dormir. Eu estava pensativa, olhando para todos os cantos do quarto enquanto o Bruno dormia tão tranquilamente. Meu celular acendeu a luz de mensagem, já que estava no silencioso, não imagino quem me mandaria uma mensagem á essa hora. Desbloqueie o celular, tapando a luz com a coberta para não acordar o Bruno.

“Estou com saudades. Do irmão que te ama muito.”

Não controlei as lágrimas da saudade que meu coração espremeu. Acho que acabei pegando no sono assim mesmo, com lágrimas postas. Quando acordei as bolsas dos meus olhos estavam um pouco inchadas, olhei para o espelho e meus olhos estavam um pouco vermelhos. Lavei meu rosto e senti um pouco mais de sono. Voltei a dormir mesmo estando de manhã.

++++

Trabalhei pela parte da manhã hoje, a tarde vou buscar minha tia e meu irmão, estou tão feliz que eu não sei parar de sorrir, dá até um certo nervosismo. Passei praticamente a semana toda com o Bruno, eu passei mal dois dias seguidos, com muita cólica. Nós transamos uma vez nessa semana, e fiquei tão bem depois disso que até sonhar com isso eu sonhei.

-Onde é que você estava? – Repreendi a Anne que chegava afobada.

-Perdi o metrô, precisei ir em muitos lugares para chegar aqui a tempo de me arrumar. – Ela revira os olhos.

-Ok,vá tomar seu banho para irmos de uma vez. – Disse nervosamente.

-Tudo bem mãe. – Ela brinca correndo para o seu quarto.

Liguei para o Leonel, ele disse que iria nos levar ao aeroporto, mas assim que chamou um vez eu desliguei, ele não é nosso chofer, não vou fazê-lo nos levar lá. Mas acho que ele viu a ligação e a retornou. Atendi e ele disse que estava saindo da porta da casa dele, e quando prolongamos o assunto por um minuto, ele toca a campainha.

-Ah, claro. – Dei um sorriso e ele beijou meu rosto. – Vou ter que me acostumar a ter você como vizinho.

-Ainda não se acostumou? – Sua mão foi ao peito com uma cara de assustado. – Se acostume. – Dei passagem para ele entrar e seus olhos percorreram rapidamente a casa.

-A Anne está no banho. – Disse fechando a porta.

-Como sabia que eu perguntaria dela? – Ele semicerra os olhos para me ver e eu solto uma gargalhada.

-Você é previsível.

-Pensei que fosse irônico. – Ele franze a testa.

-Também.

Ofereci à ele uma bebida, nada demais e nem de álcool. Ele quis água. Combinamos que à noite vamos fazer uma janta aqui. Convidei Zoe e Phred, Bruno com certeza virá, convidei os meninos, mas nenhum deles virá, ao não ser os dois. Leonel se depôs a fazer a comida, achei lindo da parte dele, e ele cozinha bem, então aceitei porque eu e Anne somos um zero à esquerda quando se trata de comida e cozinha. Anne chegou pronta, eu peguei minha bolsa verifiquei o horário e saímos apressados para o aeroporto, deixei Anne ir na frente. Leo dirigiu rápido até, meu celular vibra com uma mensagem.

“Cancelei um ensaio com a banda para ir no jantar, então se o Theo me bater você terá que me recompensar com uma noite maravilhosa. :p”

Bruno e suas safadices, comecei a rir da mensagem e quando pensei em responder o celular anuncia a bateria fraca.

-Ai que droga! – Bufei.

Entramos no aeroporto e subimos para o saguão de cima, o de desembarque. Sentamos em três cadeiras que faziam parte de uma fileira com sete cadeiras. Eu prestava atenção nos mínimos detalhes porque estava nervosa. Minha perna balançava para cima e para baixo, enquanto Anne e Leo conversavam. Ás vezes eu notava a mão dele encostar na coxa dela, mas não de uma maneira safada, e ela sorrindo pra ele, e quando um dos dois falava o outro prestava atenção nos detalhes do seu rosto e nos seus olhos. Ver um casal apaixonado é tão legal, pena que o meu não é assim.

Não posso lamentar, essa foi uma escolha que eu fiz. Eu escolhi estar com o Bruno, eu escolhi amar ele – mesmo não escolhendo -, e eu sei que ele não me ama com a mesma intensidade que eu o amo, ou pode ser com intensidade nenhuma também. Não quero pensar nessas coisas que me fazem chorar e ficar mais apreensiva, quero pensar em coisas alegres que fazem meus olhos se espremerem de tanto eu ri ao invés de tanto chorar.

(Escute essa música) Vejo um motim de pessoas chegando, pessoas de tudo quanto é tipo. É a chegada de um voo, talvez o voo do Brasil. Ouço o auto falante anunciar mais uma partida de voo e a aglomeração de pessoas diminui um pouco. Quando olho para Anne que havia me cutucado, Leo dá um sorriso para frente e então acompanhamos o seu olhar. Minha tia estava ao lado de Theo. Meu sorriso era impossível se desfazer e meus olhos estavam brilhantes por estar vendo-os perto de mim e por estarem marejados de lágrimas. Levantei sem nem pensar e corri pra frente deles, Theo abriu os braços pra mim e nos encontramos. Ele quase me girou no ar, um abraço forte. Iria fazer um ano que eu não o via e era impressionante o quanto ele estava mais lindo a cada dia que passava. Fechei bem meus olhos já sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Inalei seu perfume com cheiro amadeirado e ouço os soluços da Anne ao meu lado. 


-Para de chorar, senão eu volto. – Diz ele dando dois tapinhas nas minhas costas.

-Não vou parar e você não vai voltar. – Disse e ele riu. Que saudades dessa risada. Eu senti algo tão forte vindo dele, como se fosse um abraço do meu pai. E realmente, suas feições e cor de pele o lembram e meu avô.

Depois que me desvencilhei do seu abraço, corri para o abraço da minha tia que ainda estava sendo esmagada pela Anne. Quando eu pude tocar nela, sentir o seu abraço foi como se eu estivesse vendo minha mãe novamente, foi algo forte, meu choro já me fazia soluçar e eu não estava nem ai para o que estava na minha volta e se estavam olhando para nós dando gargalhadas. Eu não ligo! Abri os olhos, ainda nos seus braços e reparei que seu cabelo estava um pouco mais comprido e que Theo estava com um corte novo e mais moderno. Foi tanta choradeira.

-Eu quero conhecer meu genro, minha filha. – Minha tia e seu humor que faz qualquer um sorrir.

-Mãe! – Anne repreende ela.

-O que foi? – Pergunta Savanna. Ela olha para o Leo assim que terminamos nosso quase eterno abraço. – Você não é meu genro?

-E-eu nã-não sei. – Leo começou a gaguejar.

-Lindo, mas gago! – Minha tia bufa.

-Não liga pra ela. – Theo estica a mão para ele e eles se cumprimentam falando seus nomes.

-Ele não é nada parecido com você. – Diz Leo ao meu lado tentando disfarçar.

-Eu sei, ele puxou meu pai. – Dei um sorriso.

Pegamos as malas deles, não era tanta coisa assim, porque o resto de suas roupas e outras coisas que minha tia queria ter aqui, eles pagaram um serviço que trás as bagagens internacionais, então chegariam semana que vem. Leo sentou no banco do motorista, ao seu lado foi o Theo. Anne sentou no banco de trás, logo atrás do Leo, minha tia no meio e eu atrás do Theo. Estava um pouco apertado, não tanto, mas estava. A gente chorava, ria, e falava, a loucura só estava começando. Nada estragará meu dia, minha semana, minha vida. Não em relação à minha família.

-E o seu namorado? – Pergunta minha tia.

-Ele... Ele está bem. – Respondi.

-O Bruno Mars esta ótimo. – Anne ironizou.

-Seu namorado é diretor de séries de televisão, ex ator, e nem por isso eu estou falando nele. – Me inclinei um pouco para frente para vê-la e ela ri.

-Ele não é meu namorado. – Isso soou um pouco “não é, mas queria que fosse”.

-O que está faltando pra ser? – Theo, o intrometido.

-Theo. – Minha tia diz.

-Desculpa, não resisti.

Leo e Anne ficaram vermelhos, nós mudamos de assunto para não constranger ninguém. Minha tia falou que o Theo trocou número com uma garota que conheceu no avião. Ela é natural dos Estados Unidos e estava passando as férias no Brasil. Começamos a rir disso e ele disse que ela é linda e legal, minha tia concordou, só quero ver essa menina. O nome dela é Blair. Peguei no pé dele dizendo que esse era nome de bruxa e ele e xingou. Era tão bom rir com eles. Quando chegamos na casa, minha tia ficou babando logo na entrada, dizendo que já tinha gostado, Theo disse que é chique demais pra ele, eu acho nossa casa até simples. Quando entramos, mostramos todos os cômodos para minha tia e meu irmão. Mostrei seus respectivos quartos de agora em diante, e eles gostaram, ainda bem. O assunto não acabava nunca, Theo disse que um cara que morava próximo a nossa antiga casa, lá no Brasil, estava se oferecendo para o lado da minha tia. Era tanta risada, tanta alegria, tanta euforia, que eu esqueci de por meu celular para carregar.

-É pra você. – Disse Anne entregando-me seu celular. Logo imaginei.

-Alô. – Disse.

-Michelle, o que aconteceu com o seu celular? – A voz do Bruno saiu seca.

-Olha o jeito que fala comigo. – O repreendi com autoridade na voz e me desviando da família para ir pra longe deles. – Ele está descarregado.

-Fiquei preocupado com ele desligado.

-Eu esqueci de por pra carregar. Eu estava matando a saudades da minha família, tudo bem? – Minha voz saiu tão egocentrica que ele não respondeu mais nada e desligou.

Ele não vai desligar na minha cara e ficar por essas mesmo. Desbloquiei o celular da Anne e retornei a ligação.

-Alô. – Diz ele sem vontade logo no primeiro toque.

-Nunca mais desliga na minha cara. – Já vi que meu humor estava indo por água a baixo.

-Desculpa. – Ele diz e permanecemos em silêncio. – Desculpa, eu só me irritei, desculpa.

-Tudo bem Bruno. – Revirei os olhos e suspirei bem fundo. – Que horas irá vir pra cá?

-Que horas quer que eu vá?

-Por mim tanto faz.

-Vou passar para pegar o Phred mais tarde e daqui a pouco estou ai.

-Mas a Zoe irá vir junto com ele.

-Então posso ir ai agora?

-Pode sim. – Meu coração já tinha se acalmado. Eu sei que briguinhas são normais, mas as nossas estão indo para um caminho não muito legal, é quase sempre essas brigas.

-Estou ai no máximo em uma hora e meia.

-Estou te esperando.

-Beijos.

Não respondi, já não estava mais “brava” com ele, mas não quis responder. Bloqueei o celular dela e fui a encontro de todos. Estavam todos na sala.

-Acho que esse papel de parede teria que ser um verde fraco. – Minha tia dizia apontando para a parede atrás da televisão.

-Eu acho que não, por que ficaria muito colorido. – Meu irmão faz uma cara de nojo.

-Eu achei essa cor linda, porque combina com as almofadas. – Disse Anne. Nosso sofá é branco, as almofadas são vermelho sangue e o papel de parede é vermelho também, realmente combina com as coisas.

-Falou com o Bruno? – Pergunta Anne enquanto eles falavam algumas coisas.

-Você quis dizer se eu discuti com ele, discuti! – Cruzei os braços, mas continuei com a minha expressão facial a mesma.

-Mas vocês sempre brigam, credo. – Anne revira os olhos.

-Ele me irrita ás vezes.

++++

Leonel foi pra cozinha enquanto eu arrumava a mesa para o jantar e Anne conversava com meu irmão e minha tia. Uma felicidade de ver todos assim, a casa não estava mais silenciosa, havia vida nela, havia amor. Tinha ate música tocando. Ouvi a campainha e corri para atender. Abri a porta dando de cara com o Bruno com um buquê de flores, rosas brancas e tulipas vermelhas, e na outra mão uma sacola de papel com duas garrafas e mais alguma coisa que eu não sabia o que era. Ele vestia uma jaqueta de couro – agora já estava começando a esfriar em Los Angeles, mas muito pouco -, uma calça jeans e uma blusa branca. Ele deixou o afro do jeito que eu gosto e percebi que ele tinha cortado um pouco do cabelo – que já estava mais do que na hora.

-Eu estacionei o carro na entrada da garagem, só não coloquei ele lá dentro. – Ele dá um sorriso. – Oi.

Eu dei um sorriso bobo só pelo seu oi com um sorriso enorme.

-Oi. – Me aproximei dele e lhe dei um selinho. 


-Antes de entrarmos. – Ele tenta segurar meu braço assim que eu me viro para dar passagem pra ele passar. – Isso é pra você. – Ele me entrega o buquê.

-Que lindas. – Peguei-o na mão e olhei para ele, logo depois para as flores, das quais saía um cheiro maravilhoso. – Obrigada.

-De nada, achei que você iria gostar.

-E achou certo. – O puxei pela mão livre.

-Trouxe essa garrafas para quebrar na cabeça do seu irmão caso ele queira bater em mim. – Olhei para ele de olhos arregalados e soltei uma gargalhada altíssima. – Brincadeira, trouxe dois vinhos de uma ótima safra, e alguns petiscos para a sobremesa.

-Você não existe. – O parei logo atrás da porta que tinha acabado de fechar. Segurei o buquê com a mão direita e com a esquerda o puxei pelo casaco para lhe dar um beijo.

Seguimos primeiramente para o meu quarto, larguei o buquê sobre a mesa do computador e me virei para ele, agora com as mãos livres. Segurei no seu cabelo e invadi sua boca com a minha língua. Não consigo sentir raiva dele.

-Você me deixa maluco. – Ele revira os olhos.

-Você também.

-Posso dormir aqui hoje? – Pergunta ele assim que saímos do quarto.

-Safado. – Disse e ele riu. – Pode.

-Ok.

Fomos de mãos dadas para a cozinha. Um arrepio que percorria pelo meu corpo se concentrou nas mãos quando a primeira coisa que o Theo viu em nós dois, foi as mãos.

-Você não cresce nunca? – Theo chegou perto do Bruno e ele o olhou assustado. Eles deram as mãos em um cumprimento e um alívio se fez no meu peito.

-Acho que não. – Bruno disse rindo.

-Bruno, oi. – Minha tia chega perto dele e ele a abraça e dá um beijo no seu rosto. – Se fosse dá minha idade e tivesse solteiro eu dava em cima.

-Mãe! – Anne gritou e colocou a mão no rosto, Bruno sorrio timidamente.

  • Boooom! Mais alguns capítulos - chutamos, uns 7, e finalmente irá sair desse flashback e vocês iram descobrir o desfecho da famosa discussão do inicio. *u* 
  • Gente, eu preciso que vocês comentem! Esse capítulo tá grande :p  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Capítulo 54

Eu me virava, não conseguia parar quieta. Dormi ao lado da Anne porque nós duas estávamos cansadas demais para montar as coisas. Colocamos um colchão no chão, e nos instalamos ali. Certa altura da noite eu acordei com um barulho de trovão, mas não estava chovendo. Para não acordar a Anne, levantei da cama provisória e fui andar pela casa.

A briga que eu tive com o Bruno, uma breve briga, ficou na minha cabeça, e acho que será um pouco impossível nós não brigarmos, pois ontem logo antes dele ir embora, nós discutimos mais uma vez, quando ele tentou apagar a mensagem do Jake. Não que eu quisesse o número dele, mas se o Bruno disse que confia em mim porque ele iria apagar o número do menino se eu disse que não irei ligar nem nada. Resultado é que ele ficou bravo comigo por causa disso, mas eu sei que os casais brigam, não posso pedir um conto de fadas enquanto nós não somos os mocinhos, nós dois erramos.

++++

Duas semanas, coisas prontas! A casa já está completamente arrumada, com muito esforço e com a ajuda do Leo e do seu primo. Eu, ele, Leo e Anne organizamos a casa inteira. Semana passada sai para conversar com o Phil, ele me deu conselhos ótimos em relação a mim e ao Bruno. Segunda feira passada foi ao médico e tirei meu dio. Agora vou começar a tomar a injeção de três em três meses. A viagem já está confirmada para daqui três semanas, e a vinda da Tia e do Theo está programada para semana que vem, a cada dia fico mais ansiosa. Vi o Bruno poucas vezes essa semana por isso agora estou no metrô indo pra casa dele. Anne já disse que não poderá ir conosco na viajem por causa da rádio que não liberou ela, e por milagre o Alejandro me liberou, porém me deu algumas coisas para eu fazer, como se fossem tarefas para casa. Zoe está vendo se poderá ir ainda, porque o doutor que ela trabalha não sabe se pode liberá-la ou não.

Meu celular tocou freneticamente umas duas vezes, até eu consegui acha-lo na minha bolsa sendo que eu estava em pé no metrô foi difícil. Peguei-o e vi um número que eu não conhecia, ele começa a tocar novamente.

-Alô. – Atendi tranquilamente.

-Oi, é a Michelle? – Pergunta uma voz masculina, eu diria que até um pouco fina.

-Sim. – Respondi desconfiada.

-Oi, é o Jake. – Ai, que droga. – Tudo bem?

-Tudo bem, e com você?

-Tudo ótimo. – Ele parecia empolgado, e eu apreensiva, com medo até. – Desculpa te ligar assim, mas você não respondeu minha mensagem aquela vez, e passou esse tempinho, mas eu estava empenhado com alguns problemas pessoais.

-Capaz, está tudo bem. – Não queria explicações vindas dele, afinal ele, coitado, nem tinha o porquê se explicar.

-Fazendo o que agora?

-Indo – pigarreiei pensando no que eu responderia, será que eu falo que estou indo para a casa do meu namorado passar o final de semana com ele, ou simplesmente digo que estou saindo? Não sei o que fazer. – Estou indo pra casa do meu namorado. – Fechei os olhos momentaneamente.

-Namorado?

-É, me desculpa, mas aquele dia eu sai da boate sem nem falar com você justamente por que ele me encontrou lá, e acabamos voltando. – Meu jeito me entregava, até minha voz estava mais embargada. Te controla, Michelle.

-Ah, desculpa, eu não sabia. – A decepção transparecia na sua voz, e parecia que ele não queria disfarçar. – Eu até tenho que pedir desculpas por estar te ligando.

-Mas não precisa pedir desculpas, você não sabia, e certa parte a culpa foi minha. – Me aproximei da porta do vagão para descer na próxima estação que era a minha.

-Eu deveria ter me tocado. – Ele dá uma risada sem graça e eu contraio meus lábios.

-Nós podemos ser amigos. – Tentei arranjar alguma solução.

-Tudo bem.

Mais um pouquinho de conversa e eu me despedi dele. E me senti mal por isso.

Não é que eu tenha gostado dele, ele parece ser um cara interessante, mas é ai que eu estou me dando de conta que primeiramente foi o Leo, que virou meu amigo e tentou se aproximar de mim, e eu dei um fora nele, agora é o Jake. Tudo isso por causa do Bruno. Mas tem alguma coisa diferente, parece que agora nessa vez em que voltamos lá na boate, eu voltei com mais vigor, eu estou decidida de que se não der certo eu não irei mais tentar. E também não me sinto mal quando brigo com ele, não sinto vontade de chorar.

Acho que estou melhorando. 


35, 36, 37, 38, 39, 40, 41... Contando os passos que dá desde a entrada do condomínio até a casa do Bruno, fui tentando não pensar em bobagens, somente contar. Me concentrar. E de qualquer forma a lembrança da noite do baile de mascaras me veio na cabeça. Quando eu bati na porta e vi ele com outra mulher. Balancei a cabeça e passei as mãos sobre as minhas calças jeans. Respirei fundo antes de bater.

-Bom dia princesa. – Ele dá um selinho seco na minha boca.

-Oi Bruno. – Ele foi afastando o corpo para que eu passasse.

-O que foi? – Sua testa se franziu junto com as sobrancelhas. – Parece pensativa.

-E estou. – Respirei fundo e fui em direção do quarto dele. Pude ouvir os passos apresados dele atrás de mim.

-Eu estava pensando em irmos jantar essa noite.

-Onde? – Perguntei largando minha bolsa sobre a cama e sentando, ele parou na porta e ficou me olhando.

-Em algum restaurante, sei lá, queria fazer algo diferente. – Bruno foi caminhando ao meu encontro. – Achou facilmente o caminho da sua nova casa até aqui?

-Achei. – Respondi e passei a língua pelos lábios para dar um selinho nele novamente. – mas acho que quero tirar minha carteira logo. – Dei de ombros me apoiando com as mãos para trás.

-Posso te ajudar com isso.

-Já disse que eu não quero ajuda de custo financeiro nenhuma. – Minha voz saiu ríspida apesar de eu não querer falar rispidamente.

-Desculpa. – Ele senta ao meu lado e fica da mesma forma que eu. – O que aconteceu pra estar quieta assim?

-Nada. – Suspirei fortemente.

-Nada não. – Acho que ele mudou de posição. – Está acontecendo sim. Quero que fale pra mim.

-Insegurança, talvez pensativa demais.

-Porque?

-Eu não quero que dê errado, mas se der, eu estou prometendo pra mim que nunca mais tentarei ficar com você. – Olhei para ele ainda na posição que estava e ele ficou com os olhos fixos pra mim.

-Michelle, eu disse que não quero errar, eu quero tentar certo dessa vez.

-Então me diz o que você sente por mim?! – Pedi agora ficando de frente para ele, ainda sentada na cama. – De verdade.

-Sinto amizade, uma forte amizade, uma atração física. – Ele diz e pigarreia. Eu sabia que era só isso, ai que droga. – E é estranho, porque quando eu não estou com você parece que fica um pedaço mais vazio.

Eu não esperava ouvir isso. Arregalei meus olhos por alguns segundos e senti meu coração bombardear fortemente e logo se estabilizar. Fiquei boquiaberta, pensando nisso olhando para o nada. Encarei seu rosto e a única atitude que eu tive foi de beija-lo. Subi sob seu corpo e segurei seu rosto com as suas mãos, o beijei fortemente, sentindo meu coração palpitar bastante, e meu corpo já começando a dar seus indícios de que eu queria tê-lo. Bruno parou o beijo para a minha surpresa.

-Porque perguntou isso?

-Curiosidade. – Falei e ele me encarou, que resposta não convincente Michelle. – Ok, eu estou meio estranha, acho que é tpm sei lá, por isso falei isso, mas me ignora. – Dei um selinho nele.

-Bem que eu queria continuar com isso, mas daqui a pouco o Ryan vem trazer o Gege e eu não quero que ele atrapalhe nada.

-Então continuamos depois. – Sai do seu colo e peguei minha bolsa. Tirei meu pijama que estava ali, e abri o closet do Bruno onde ele pôs duas blusas minhas que ficaram aqui mais o biquíni que está aqui desde que tomei banho na piscina com as meninas.

-Onde podemos ir á noite? – Pergunta ele. Tive uma ideia maravilhosa.

-Que tal uma janta de casais? – Perguntei animada.

-Como assim?

-Eu e você, Phred e Zoe, Phil e Urbana, se quiser chamar os meninos que tem namoradas também, ou a Anne com o Leo.

-Ótima ideia. – Olhei para ele que deu um sorriso. – E acho melhor só os três casais.

-Não vai convidar nem o seu irmão? – Perguntei.

-Pode chamar ele de cunhado, ok.

-Não, que vergonha. – Minha teoria é que cunhado, sogro, sogra, é para casais casados, e não para namorados. Acho que chega a ficar muito “íntimo” e pega um pouco mau.

-Ok. – Bruno diz e pega um dos celulares sobre a mesinha de canto. – Vou ligar para o Phil e para o Phred. Avisa a Zoe.

Peguei meu celular e disquei o número dela que já estava anexado a um dos números da discagem rápida. Chamou e ninguém atendeu. Quando estava escrevendo a mensagem, ela retorna a ligação. Falei pra ela que poderíamos ir a um restaurante, mas ela disse que estava sem dinheiro, e pensando bem eu também estou, o dinheiro agora lá em casa não é algo que prevalece, principalmente que terça feira vamos fazer compras para receber a família. Disse que iria ligar mais tarde e quando Bruno saiu do telefone, eu fiz sinal para falar com ele.

-Zoe está sem dinheiro, e eu também estou, não acha melhor fazermos uma janta de casais aqui? – Perguntei esperando uma resposta negativa.

-Que boa ideia. – Ele sorri, que bom que ele gostou da ideia. – Mas quem irá cozinhar?

-Boa pergunta. – Estiquei os lábios.

-A Urbana pode ajudar, e você e a Zoe auxiliam ela na cozinha.

-Ótimo, vou avisar para a Zoe. – Dei um sorriso pegando o celular novamente.

Avisei para ela e já pedi que ela chegasse um pouco mais cedo do que o horário que combinamos. Estava com saudades dela, não nos vimos direito essa semana, nem semana passada, na realidade nem nos vimos, somente conversamos por mensagens e essas coisas. Bruno disse que precisaria ligar para a Meredith para que pedisse pra ela fazer as compras pra ele, não sei como ela tem tanta disposição de sair da casa dela para ir na casa dele fazer as compras para ele,achei isso incrível.

++++

-Me alcança o tempero pronto, sem pimenta. - Pede Urbana para qualquer uma de nós duas, eu ou Zoe. Prontifiquei-me para pegar e entreguei na mão dela, que mexia na panela deixando um cheirinho tão gostoso no ar. - Como eu ia falando, não gosto de algumas atitudes do Phil.

-Mas o Phil é um ótimo cara, uma pessoa maravilhosa. - Defendi-o.

-Pois ai é que está. - Ela pega um pouco do que esta cozinhando e coloca um pouquinho na mão e prova. - Ele é legal, mas ele não sabe quando parar de brincar.

-Não pensei que ele fosse assim. - Zoe se pronuncia.

-Todos temos defeitos. - Urb da de ombros.

-É.

Olhei de soslaio para a sala de jantar, onde Phil, Phred e Bruno estavam, e já estavam saindo. Phred deu um sorrisinho assim que passou por mim, Phil me atirou um beijo bobalhão, e Bruno segurou minha mão rapidamente enquanto os três saiam para fora, direto para o estúdio.

Bruno Pov's

Sentei no banco da bateria e brinquei com as baquetas enquanto esperava Phil ver algumas coisas no celular, estávamos no silêncio, o que é milagre. Olhei através da grande janela e vi Mich rindo de algo que provavelmente Urbana falou. Dei um sorriso.

-Vai acertar dessa vez? - Phil pergunta pra mim.

-Que papo é esse?

-Não vai pisar na bola com ela novamente, não é? - Dessa vez Phred perguntou. Phil guardava o celular no bolso.

-Não vai. - Diz Phil. - Dessa vez ele está apaixonado.

-Mentira. - Rebati. - Eu apenas quero fazer as coisas certas, afinal acima de tudo ela é minha amiga. - Falei pensando no que realmente estava acontecendo.

-Finalmente. - Comenta Phred.

-Ah, nem vem falar de mim, você está ai todo apaixonadinho.

-Mas eu admito que gosto dela, nunca me senti assim. - Nunca tinha reparado no brilho dos olhos dele quando fala nela.

-Isso é amor. - Phil afirma e Phred sorri.

-O que sente por ela? - Somente curiosidade que estou sentindo.

-Vontade de estar com ela o tempo todo, de falar sobre ela, de ver seu sorriso, seu cabelo louro, seus olhos, sua voz. Eu me sinto meio impotente quando não estou com ela.

Eu fiquei calado, como nos tribunais tudo o que eu dissesse poderia ser usado contra mim. Eu não entendo sentimentos, não sei como eles funcionam, nem o porque sentimos, mas eu também não sei explicar o que eu.sinto por ela, é uma espécie de afeto, ela é minha amiga desde pequena, desde pequenos compartilhamos as coisas um com o outro, e agora estamos assim, nos relacionando. E eu também sinto, ás vezes, vontade de estar com ela, só com ela.

-Vamos mudar de assunto? - Phil bate a palma das mãos para tirar o silêncio que estava entre nós.

-A turnê ta chegando. - Phred comenta tão rapidamente que quase nem escuto.

-É, daqui dois meses começamos. - Complemento.

-Meses longe dos meus pequenos. - Phil lamenta por ficar longe das crianças.

-Vamos parar de sofrer antecipadamente. - Disse.

Michelle Pov's

-O jantar está pronto. - Falei chegando na porta do estúdio.

-Comida. - Grita Phil bem bobão passando por mim como um furacão.

-O que deu nele? - Perguntei entre risos.

-É a fome. - Phred sai correndo também.

Bruno se arrumava lentamente para sair dali, fiquei olhando para ele e virei as costas para voltar a casa.

-Vem aqui. - A voz tão doce diz bem baixinho, sorri antes de mostrar pra ele que estava sorrindo, voltei a olhá-lo normalmente.

-Sabe que não podemos demorar. – Disse marrenta indo ao seu encontro.

-Eu sei. – Ele me envolve num abraço aconchegante. – Mas quero ficar um pouquinho assim com você.

-Temos a noite toda. – Disse no pé do seu ouvido e ele dá um sorriso.

-Você é maravilhosa. – Desviei um pouco do seu corpo e fiquei de frente para ele, nossos olhares se fundiram, e ele colocou meu cabelo para trás da orelha.

-Eu amo você. – Eu sei que não ganharia um eu te amo de volta, mas eu vou conquistar isso aos poucos, eu quero que isso aconteça delicadamente e do jeito certo.

Ele não respondeu, mas sorriu, isso pelo menos me deixou um pouco mais confortável, tirando o incomodo que senti no peito. Entrelaçamos nossos dedos e ele fechou a porta do estúdio, e partimos caminhando no silêncio pelo jardim até entrar em casa. Bruno foi à frente para entrar na sala de jantar e eu fiquei olhando para o nada na cozinha, abri a porta da geladeira e fiquei olhando para o nada pensando em nada. De uma coisa eu tenho certeza, eu não estava triste por ele não dizer que me amava apenas me sinto culpada de falar isso e não ser correspondida.

-Vamos jantar? – Pergunta Phred parado na entrada da cozinha.

-Ah. – Fecho a porta da geladeira e olho pra ele dando um sorriso fraco.- Vamos.

Estávamos todos sentados a mesa, os três casais. Conversávamos e comíamos, felizes, aparentemente. Ainda tinha coisas pra acontecer, eu sinto isso, me sinto insegura. Talvez pode ser a maior bobagem entre pensamentos meus.

  • Preciso dizer que estou com a história da próxima fic gravada, devido a leitura de um livro que eu fiz que me acrescentou muitas ideias :p Mas não se preocupem, essa fic ainda tem uma boa quantidade de capítulos - ainda não definidos. 
  • Postarei na segunda porque esse final de semana tenho uma festa - ZOA, vou postar segunda porque preciso escrever o próximo e amanhã tenho umas coisas pra fazer e preciso ler meus livros u.u 
  • Comentem bastante... tipo, o que vocês querem ver? o que estão achando? essas coisas! Obrigada princesas <3