segunda-feira, 31 de março de 2014

Capítulo 103


Aloha Hawaii.

Desci do avião sentindo como se fosse a primeira vez que eu pisasse em solo havaiano. Realizada, com sorriso no rosto, percorri até a esteira de bagagens e peguei minhas duas malas grandes. Estalei bem meu pescoço sentindo uma dor terrível que aquela poltrona me deu. Ok, foi primeira classe, mas a dor permanecia. Imagine ficar seis horas em um avião? É chato, eu sei.

Por estar de noite, quando saí até a porta do aeroporto, não consegui ver tanta coisa assim, ao não ser muitas pessoas apressadas, outras vestidas a caráter, alguns com nossos famosos leis - os popularmente conhecidos como "colares havaianos" - e eu, que estava contemplando a vista não tão linda daquele ponto, mas o ar pouco poluído, o ambiente, a sonoridade.

-Moça, vai pegar esse táxi? - Pergunta uma mulher acompanhada de um homem.

-Eu posso esperar o próximo. - Respondo dando um sorriso gentil.

-Mahalo nui loa. - Muito obrigada, diz o homem que a acompanha.

Fico esperando como próxima da fila. O povo havaiano é receptivo, e muito, mas não se enganem que somos aqueles que dão sorrisos por tudo e que relevam tudo. Aí, nosso povo, lembro muito bem que a gente na escola tinha um pouco de "preconceito" com os outros estados americanos, porque apesar de sermos americanos, nos consideramos um pouco menos americanos que eles.. Enfim, é uma grande história, mas ainda bem que eu pareço um pouco havaiana e ainda sei falar algumas coisas, não me esqueci de muitas. 

Um homem de cabelos grisalhos dirigiu seu táxi para o próximo da fila, que era eu. 

-Boa noite. - Digo enquanto dou meu sorriso simpático, que na verdade eu nem tinha tirado do rosto. 

-Boa noite. - Ele abre o porta malas e me ajuda com as malas. - Turista? - Pergunta ele. 

-Não, somente estou morando fora, mas sou daqui. Waikiki. - Respondo a ele. 

-Que ótimo. - Ele da-me um sorriso contemplante. 

Entrei no táxi enquanto ia conversando com ele, já havia comunicado o endereço para ele, e então batíamos papo fora. Enquanto ele me falava que tinha dois filhos mais ou menos da minha idade, na verdade um casal. Eu sorria para o homem simpático e ele ria dizendo que o filho dele não acreditava mais em amor - sabe aquelas pessoas que falam da vida abertamente sem restrições? Então, ele é uma - e eu disse à ele que também havia acreditado um dia, mas a vida me mostrou que nada é tão fácil, até ele me dizer que tudo tem seu tempo para acontecer.


Enquanto ele me contava uma história curiosa que o ser humano na verdade começou com duas cabeças, quatro pernas, e quatro braços, resumindo, tudo o que temos, teríamos em dobro, e que um dia fomos separados para sermos destinados a encontrarmos nossa outra metade. Ele ia falando isso e eu pegando meu celular, mas que acabei esquecendo que estava sem bateria, então não tinha como avisar. 

Do aeroporto até a casa do Bruno deu quase meia hora de carro. Waikiki é uma ilha que não é necessária usar carro, podemos muito bem andarmos a pé que vimos tudo com mais detalhes e sem se cansar, mas era impossível ir a pé com aquelas malas. 

Quando chegamos, eu fechei os olhos lembrando de como era aquela rua e como ela está modernizada agora. Não eramos a melhor rua de Waikiki, mas agora ela está comparável com as ruas mais belas que existem. A frente da casa do Bruno mudou, e como! Antes ela tinha somente um andar, agora tem dois, um portão grande... tá tudo diferente. 

Pergunto quanto deu e ele responde-me dizendo que faria um desconto por eu ter sido tão simpática e por não ser turista. Eu ri disso, mas paguei pra ele a quantia certa, ele com muita insistência devolveu-me uma parte. Agradeci a ele e tiramos nossas malas. Dei tchau e ele arrancou com o carro. Na minha bolsa peguei o controle do alarme e acionei, depois apertei a senha e ele fez um barulho, acho que liberou.

Com uma das melhores sensações, o portão abriu quando eu cliquei no botão do controle. Senti um grande arrepio em minha espinha, e uma sensação de tudo ficando melhor, sabe, as peças se ajeitando, isso é bom. Arrumei as malas de forma que eu pudesse andar com elas para dentro da casa e assim que entrei e fechei o portão, observei um belo jardim bem cuidado, uma grande piscina com uma menor ao lado para as crianças, cadeiras de praia que estavam ao seu redor. Um belo parquinho - simples - para as crianças, e por fim uma área com a entrada para a casa.

Abro a porta depois da terceira chave que tento usar, um cheiro que invade minha narina... um cheiro conhecido, eu passei anos sem vir aqui e como dona Bernie já faleceu, achei que tivesse mudado, mas ainda há aquele aroma agradável de lavanda com lírio.

++++

Finalmente achei a casa. Estar aqui novamente me faz pensar em mil e uma coisas ao mesmo tempo, mas também não pensar em nada. Me faz querer tocar a campainha e perguntar coisas sobre os atuais donos, perguntar se estão cuidando da casa, o que sabem sobre quem morava aqui antes, se havia muitas mudanças lá dentro, se eu poderia dar uma olhada rápida em tudo. Coisas que parecem ser idiotas, mas que para mim significam demais.


Passei minha mão em meu vestidinho preto básico de passeio e depois passei sobre meu cabelo. Qualquer pessoa que me visse naquele momento iria achar que eu estou louca e que vou assaltar a casa.

Percorri meus olhos até o interfone e apertei a campainha. Um barulho aconteceu e uma voz feminina falou comigo.

-Olá, no que posso ajudar? - Como isso está chique, na minha época tínhamos que bater palmas aqui na frente.

Não respondi, travei. Eu não tinha argumentos para falar. Pensando bem a mulher chamaria a polícia pra mim que estou tentando saber da sua vida e da casa. Afasto-me do portão e caminho um pouco mais na extensão da rua pensando no que fazer. Tentei por várias vezes olhar entre os arbustos que estavam na cerca, somente ver como está lá dentro, mas não foi possível.

Parei-me novamente na frente da casa, até uma mulher com três sacolas plásticas de super mercado aparece com as chaves para abrir. Ela olha-me dos pés a cabeça e eu sorrio pra ela.

-Pois não? - Pergunta sua voz um pouco enjoada.

-Olá, você mora nessa casa? - Passo a palma da minha mão direita discretamente no vestido para secar o suor gélido que saia freneticamente.

-Sim, eu sou...Algum problema?

-Não, nenhum...Mora a muito tempo aqui? - Pergunto e ela franze a testa em desconfiança de minhas perguntas. Forço um sorriso. - Não pense que eu sou louca. - Rio de mim mesma. - Sou Michelle, eu morava nessa casa há uns 12 anos atrás. - Digo e ela abre um sorriso.

-Prazer Michelle, sou Laina. - Ela abre um sorriso, não totalmente simpático, mas ela tenta. - Eu moro nessa casa há mais ou menos esse tempo.

-É, eu morava aqui com meus pais antes deles...

-Morrerem, não é? Eu sinto muito. -Ela torce os lábios, pelo menos ela pareceu sincera.

-Obrigada... me desculpa por essa invasão, mas só queria dar uma breve olhada. Eu já vou indo embora. - Dou um sorriso triste sentindo no fundo uma faísca de esperança que ela me convidasse para rever a casa, mas ela não falou isso.

-Tudo bem então, foi um prazer.

Agradeci a ela e segui meu rumo caminhando para a casa do Bruno novamente. Minha próxima parada seria minha antiga escola. Mesmo que eu desejasse rever alguém daquela época, era quase impossível alguém lembrar de mim. Não tinha uma ligação tão forte com as outras pessoas quanto eu tive com o Bruno e sua família, por isso eu não esperava tanto assim do Havaí.

Comprei em um quiosque uma água e fui bebericando ela até chegar na porta de casa.

-Então Michelle... que tal uma tour pela casa? - Perguntei a mim mesma em voz alta.

Ontem a noite devido ao cansaço e também por ser tarde demais e eu ter um pouquinho - talvez muito - medo de escuro quando estou sozinha, eu só vi a sala, as escadas e o quarto. Nem o banheiro eu usei, só usei hoje durante a manhã.

Observei cada canto da casa atenciosamente, tentando me lembrar de onde era as coisas antes. Fui para o andar de cima, o quarto que eu estava era o quarto onde Pres dorme quando vem pra cá, há uma cama de casal ao invés de solteiro, já que ela tem namorado. Passei pelo quarto com a porta mais bela, uns detalhes em dourado me chamaram a atenção e sua maçaneta estilo antiga me lembra muito o gosto que Bernie tinha. Passei a mão pela porta, mas não me vi no direito de abri-la.

Próxima porta: quarto da Jaime. Uma cama de casal, quase como o quarto da Pres, porém com um toque mais rústico, logo saí do quarto e passei para a próxima porta. Eu estava em dúvida se era da Tiara ou da Tahiti, mas assim que vi o nome da Tiara em um painel com fotos dela e das meninas e de uma outra menina, não sabia ao certo quem era, mas havia uma foto dela, do Bruno e da Tiara juntos, Bruno estava bem próximo dela. Será que essa é a ex dele? A que o tanto machucou?

Na hora o estalo bateu na minha cabeça... Por isso que a Tiara é a que menos está próxima de mim? Porque eu havia "roubado" seu irmão da outra mulher que largou ele, mas que na verdade é uma possível amiga dela? Ok, até eu estou confusa, mas o que eu quero por na minha mente é que talvez a Tiara não goste tanto de mim agora pois ela prefere a outra mulher... Não vejo mais motivos para ela me tratar estranhamente então, pois agora eu não tenho mais nada com seu irmão.

Uma confissão: essa foto mexeu comigo.

Fechei a porta do quarto e abri a que eu pensei que fosse da Tahiti, mas era dos meninos. Haviam quatro camas de solteiros, ou melhor, dois beliches. O quarto está na cor azul e tudo é no tom entre azul e verde. O lustre do quarto é de um personagem de desenho também. Mais uma vez fechei o quarto e fui para o outro lado do corredor. O primeiro quarto que eu abro me deparo com uma foto do Eric e da Ci num quadro, ela ainda estava grávida do Liam, que lindos.

Agora sim eu abri o quarto da Tahiti, e era bem parecido com o da Jaime, porém os tons de rosa retrô prevaleciam mais do que no da Jai. E por penúltimo, o quarto do Bruno. Ao abrir senti uma vibração. O quarto estava num tom claro, ao contrário do que eu pensaria que estaria. Uma cama de casal bem arrumada, uma foto da família na mesinha da cabeceira. Entrei para perto do guarda roupa normal, ao lado uma sapateira e perto da sapateira uma mesa com um porta-lápis. Folhas empilhadas num canto e um caderno. Na parede do lado da porta tem um poster do Elvis, embaixo escrito com a letra do Bruno "My inspiration".

Olhei para o guarda roupa por diversas vezes até tomar coragem de abri-lo. Assim que eu abri senti o cheiro de suas roupas, não estavam cheirando a guardadas, e sim com um perfume tão bom. Não haviam muitas peças, somente algumas coisinhas, uma lá que outra, mas muito bem guardadas. Passei a mão respirando fundo, senti como se ele estivesse ali perto. Por lado seria bom ele estar ali, mas por outro não. Bruno é minha droga, eu fui viciada, hoje eu me recuperei, mas eu ainda sinto um medo, bem lá no fundo, de cair em tentação e acabar me viciando de novo.

Fechei meus olhos fortemente e ouvi um barulho do andar de baixo. Firmei minhas pernas no chão e não consegui mover meus pés, mas ouço novamente mais atenta e com cuidado, o barulho é a campainha da casa. Menos mal... Mas se não havia ninguém na casa, porque alguém estaria batendo aqui?

Fechei as coisas e desci as escadas desconfiada. Chego no interfone e aperto o botão para falar com a pessoa. Eu travei e também não sabia o que falar.

-Pois não? - A única coisa que saiu da minha cabeça.

-Olha que interessante, eu consegui um táxi que o cara já sabia o endereço daqui e me mencionou que trouxe uma moça muito linda ontem à noite, logo me veio a mente que outra pessoa veio pra cá.

Bruno? A voz que me fez ao mesmo tempo sorrir, me assustou. Apertei o botão para abrir o portão e corro para a porta da casa para espera-lo. O que esse maluco está fazendo aqui? Vejo ele entrar com uma mala não muito grande, vestido com calça jeans Levi's, uma camisa preta e um boné de Los Angeles.

-Eu ainda estou tentando processar o que você está fazendo aqui? - Pergunto enquanto ele se aproxima mais.

-Agora eu não posso vir na minha própria casa? - Bruno arque as sobrancelhas e solta um riso.

-É que... bom, claro que pode, mas... aí, não sei de mais nada. - Desisto de tentar pensar. Eu estava pensando nele há dois minutos atrás, em como seria bom ele estar aqui, e agora ele está e eu não consigo crer nisso.

-Ok, o cara do táxi foi bem legal comigo. - Ele deu um sorriso largando a mala na área. - Espero que já tenha aproveitado a parte da manhã! - Bruno abraça-me e eu dou um beijo no seu rosto.

-Sim, é, aproveitei. - Pigarreei e fechei a porta assim que ele passou por mim. - Hã,eu não fazia ideia que iria vir, não fiz comida... - Torci os lábios e ele sorriu.

-Eu não queria avisar, mas imaginei que precisaria de uma companhia, aí preferi vir assim mesmo. - Diz ele dando de ombros. - Está no quarto de quem?

-No da Pres, foi a única coisa que consegui ver ontem, estava cansada. - Desabafo com ele que ri de mim.

-Cansa andar de avião né? - Bruno foi caminhando até a beira da escada e faz um sinal para que eu acompanhe ele.

-Não entendo como você não se enjoa e nem fica com dores. - Digo e ajudo ele a pegar a mala. - Apesar de que no seu jatinho, ou sei lá o que é aquilo, tem cama confortável e bla bla bla. - Debocho dele que gargalha alto.

-Acha que mesmo assim não cansa? Olha, nada melhor do que dormir na sua própria cama, usar suas próprias toalhas, suas roupas... - Ele pareceu ser sincero.

Deve cansar mesmo fazer tudo isso, ir em tantos lugares, fusos horários confusos, é deve de ser. Bruno colocou a mala no seu quarto e abriu a cortina que tapava a janela. A luz do sol iluminou tudo e eu me escorei na porta vendo ele olhando pela janela. Tive vontade de abraça-lo, deve ser difícil pra ele também voltar aqui nessa casa e ver tudo por onde ele viveu e sua mãe não estando mais aqui.

Me aproximei dele devagar e o cutuquei com meus dedos em seus ombros. Virando para minha frente, ele me abraça, e nos seus olhos vejo a saudade de tudo.



  • Meninaaaaas, olha a surpresa que ela teve, o Bruno foi até o Havaí pra ficar junto dela. Acho que alguém tá amando de verdade? Será? :p Comentem, próximo capítulo na quarta feira <3 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Capítulo 102

Levantei tão feliz e ao mesmo tempo com aquele frio na barriga pensando que tudo pode dar certo, mas que também pode dar errado. Primeiro pensamento que me veio a cabeça quando o despertador tocou foi que: hoje eu irei rever meu Havaí.

Abro a cortina do quarto e seguido abro a janela, uma onda de calor invade todo ele, fico comparando o calor da Califórnia com o do Havaí. Sei que agora o tempo lá não é a mesma coisa que era antes, afinal tudo muda, o aquecimento global também. Mas enfim, eu não sou nenhuma ativista do Greenpeace, então não me preocuparei com isso agora. Dobrei o lençol no qual me tapei e arrumei toda minha cama, já que só voltarei daqui a uma semana, quase duas.

As malas eu arrumei ontem a noite, coloquei tudo o que eu acho que irei precisar, deu duas malas. Uma é bem grande onde está meus sapatos e roupas, e a outra é pequena, somente para minhas maquiagens, carregador de celular e essas pequenas coisas. Na minha bolsa somente está meu dinheiro - não é pouco, já que ontem minha tia me deu uma quantia e misteriosamente Bruno conseguiu por um cheque junto com a chave. Nós brigamos por isso, eu disse a ele que não é necessário, já que ele me deu toda a viagem, pra que me dar mais dinheiro para gastar lá?

A roupa para a viagem eu também separei, meu voo saí as 19:10, e pelo que estou contando irei chegar lá ás dez horas da noite e que aqui em Los Angeles será uma hora da manhã, minha roupa está apropriada para o horário. Apesar de que é difícil fazer alguma noite fria em Honolulu.

Peguei meu celular e liguei para o Bruno, preciso saber direitinho o que fazer quando chegar lá.

Ele atende no segundo toque.

-Alô. - Digo ouvindo sua respiração.

-Que horas são? - Pergunta ele sonolento.

-Bruno, são dez da manhã! - Digo rapidamente. - Pensei que já estaria acordado, você tinha dentista hoje. - Protesto e ouço o suspiro dele.

-Que droga! - Ele fala um pouco mais alto e ouço um barulho, deve estar se levantando. - Meu dentista é em meia hora, impossível chegar lá. Eu já ligo pra você, vou primeiro ligar pra lá e remarcar para um pouquinho mais tarde. - Diz ele desligando o telefone.

-Ta bem. - Toco o telefone sobre a cama e abro a porta do quarto, e sinto aquele cheirinho de bolo vindo da cozinha.

Desço as escadas e vejo Anne sentada com Leo na sala.

-Não se trabalha mais. - Mexo com os dois que me olham na mesma hora. Anne coloca a língua pra mim.

-Tirei o dia de folga...Bem, na verdade eu tirei o dia de folga sem avisar ninguém lá da rádio. - Anne dá de ombros.

-Eu entrei em férias, esqueceu? - Verdade, Leo havia me dito no inicio da semana que entraria em férias por duas semanas.

-Estou morrendo com esse cheirinho. - Vou da sala para a cozinha onde minha tia estava mexendo uma panela.

-Fazendo nosso almoço. - Alerta ela.

-Aí que delícia. - Mordo os lábios e meu estômago se rói de fome dentro de mim. - Mas que milagre estarem acordados. - Me atiro no sofá pegando o controle de cima da mesinha de centro.

-É que a mãe nos tirou da cama cedo. - Anne bufa. - Culpa sua. - Ela atira-me uma almofada.

-Culpa minha nada. - Atiro-a de volta.

-A que horas é o seu voo? - Pergunta Leo mudando nosso assunto.

-É as sete e dez. - Respondo passando os canais chatos da televisão.

-Nós vamos levar você. - Avisa Anne.

-Pessoal, o almoço está servido. - Minha tia diz e quando eu olho sobre o sofá ela está colocando uma linda mesa para nós.

-Aí, assim eu nem vou viajar mais. - Coloco a língua para fora, pulando do sofá e indo para a mesa.

-Não mocinha. - Minha tia põe a mão impedindo que eu sentasse. - Vão lavar as mãos antes. - Ela protesta.

-Ok. - Dei de ombros subindo para ir no banheiro, e Anne lavou na pia da cozinha mesmo.

Passo pelo meu quarto ouvindo o barulho do meu celular. Corro até ele e atendo a ligação do Bruno.

-Oi. - Digo afobada.

-Finalmente! - Diz ele. - Liguei quatro vezes.

-É que eu estava lá na sala olhando televisão e agora vim lavar as mãos para almoçar. - Explico.

-Ah sim. O que queria antes quando me ligou?

-Queria saber o que exatamente tenho que fazer quando chegar lá. - Pedi.

-Você vai sair do aeroporto e pegar um táxi... ainda lembra do endereço lá de casa, ou da sua antiga casa?

-Hm. - Penso um pouquinho, mas não sei se consigo lembrar. - Acho que só lembrarei se olhar a rua e tal. - Coloco a mão desocupada na cabeça.

-Eu mando o endereço por mensagem, agora irei tomar um banho pra ir no dentista. - Bruno avisa. - Beijos, te ligo mais tarde para dar uma boa viagem.

-Pensei que iria no aeroporto. - Fiz beicinho de criança manhosa.

-Tenho um compromisso inadiável.

-Ah, ok! - Um compromisso, aham! Que compromisso é esse ás sete da noite? O que ele tem é preguiça, isso sim!

Desligamos o telefone e eu fui para o banheiro lavar minhas mãos, aproveitei para passar uma água no rosto que estava cansado.

Bruno Pov's

-Alô. - Atendi não reconhecendo o número.

-Cara, pensei em irmos numa festa amanhã. - Diz a voz de Kam.

-Não estou bem no clima. - Não estava, Mich vai para o Havaí e eu aqui. Lembrei que tenho que ligar pra ela ver o que ela queria mais cedo.

-Ah para. - Ouvi um barulho que fez ele parar de falar. - Não faz isso, não! - Diz ele pra alguém, alguém que não é eu. - Como eu ia dizendo... Vamos!

-Vão vocês, aproveitem porque temos somente o resto desse mês de férias, depois voltaremos ao batente novamente. - Digo e ele ri.

-Ok, vou convidar os caras.

-De quem é esse número? - Pergunto a Kam.

-Da minha irmã.

++++ 

Saí do dentista com a ideia em mente, precisava chegar o quanto antes em casa. Apressei minha direção pelas ruas de Los Angeles, e procurei atalhos para ir mais rápido.

Michelle Pov's 

Tomei meu banho mais ansiosa que nunca, parecia que as horas não passavam agora que eu estava a ponto de ir para minha viagem. Peguei meu short sobre a cama e vesti por cima da minha lingerie rosa. Calcei minhas sapatilhas vermelhas e coloquei um cinto para prender o short - boa notícia é que eu emagreci um pouco - e me sentei na frente da minha penteadeira para me maquiar um pouco. Uma leve camada de rímel cobriam meus cílios deixando-os curvados e longos, passei um leve lápis de olho em minha linha d'água e penteei meus cabelos fazendo um coque despojado quase no alto da cabeça.

Pela janela vi o sol lindo que fazia lá fora. Forcei-a para ver se estava bem fechada e fechei a cortina. Voltando para o banheiro trajando na pate de cima apenas um sutiã, escovei meus dentes pela segunda vez e guardei minhas coisas que não usaria na mala. Vesti minha blusa branca estilo Maria-João, e coloquei um brinco pequeno para aumentar o look. Minha bolsa preta atravessada no corpo complementava tudo.


-Falta uma coisa. - Anne diz parada na minha porta.

-Oi. - Digo. - O que?

-Espera que eu vou pegar. - Ela dá meia volta até seu quarto e lá de baixo ouço o barulho do Theo chegando com a Blair (eles não se desgrudavam mais? o bom é que ela está fazendo bem à ele).

-Aqui. - Ela espicha um colar grande pra mim. - Agora vai ficar lindo. Onde está seu rayban?

-Na cômoda. - Respondo colocando o colar e depois colocando a bolsa novamente.

-Toma, coloca. - Ela entrega-me o óculos na caixinha. - Está nervosa?

-Um pouco talvez muito. - Respondo e ela ri.

-Um dia eu voltarei lá também.

-Vamos voltar juntas um dia. - Respondo e ela me abraça.

-Cadê o perfume? - Me lembrei que não havia passado.

Dei uma borrifada do perfume que iria deixar em casa e abracei Anne novamente. Ela chamou Leo para me ajudar com as malas no carro. Dei um beijo no Theo me despedindo dele e um na Blair.

Pegamos o carro no tráfego de Los Angeles em direção ao aeroporto internacional. Já perdi a conta de quantas vezes eu chequei minha bolsa para ver meus documentos, o passaporte, as passagens, a chave da casa do Bruno, o papel com as senhas dos alarmes, o papel com o endereço direitinho. Olhei para as ruas movimentadas e mais ansiedade me dava, minha barriga ficava agitada, aquele friozinho constante.

++++

Sentada nas cadeiras de espera ouvindo a oração da minha tia do que fazer e do que não fazer.

-Tia, a senhora acha que eu tenho que idade mesmo? - Pergunto e ela faz cara duvidosa. 

-Eu sei que tem 28 anos, mas eu ainda tenho medo.

-Não se preocupe, nada vai acontecer... Eu diria até que estou com um bom pressentimento. - Aviso e Anne ri. 

-Traga algo pra mim! - Avisa ela.

-Trarei, também quer Leo? - Pergunto vendo ele meio distante. 

-Hã? - Pergunta ele. Repeti a pergunta e ele ri. - Se quiser, tudo bem. 

Esfregando minhas mãos eu não conseguia deixar de disfarçar meu nervosismo presente. A palma delas suavam gelado, e eu me sentia bem, livre, mas ansiosa demais. Sofro de ansiedade e esse é uma das coisas que eu não desejo que ninguém sofra. Ouço John Mayer no meu celular cantando alguma música que fala sobre um jovem que saiu de sua cidade no interior para tentar uma vida melhor na capital, pego meu celular que só pus esse toque porque é legal. 

-Alô. - Falo para a chamada do Bruno. 

-Consegui ligar somente agora, desculpa.- Diz ele adobado. - Já está no aeroporto? 

-Sim, falta quinze minutos somente. - Aviso-o. 

-É uma pena eu não poder ir aí me despedir de você, mas saiba que eu desejo que essa viagem seja tão especial para você. 

-Obrigada, você sabe que ela não seria possível se não fosse por você. - Apertei meus olhos. - Obrigada por esse presente. 

-De nada, você merece. - Ficamos num breve silêncio. 

"Passageiros do voo 157G, destino Honolulu/Havaí, embarque no portão 4. Primeira chamada." 

-É meu voo. - Comento, mas não para o Bruno, comento quase que para mim mesmo, quase me auto beliscando dizendo que é real e eu irei voltar pra lá. 

-Eu ouvi, vai lá então. Mantemos contato! Aproveite. 

-Obrigada, beijos. 

-Beijos. 

Desligamos o telefone e eu me levanto e minha tia levanta junto comigo. Nos olhamos e abraçamo-nos fortemente. Eu queria poder levar alguém comigo, queria poder carrega-los comigo nessa viagem, mas vai ser legal por um lado ir sozinha. Eu poderei ter meus momentos de reflexão, ter minhas pausas para choros intensos lembrando do tempo que vivi ali naquele lugar. Respirei fundo no seu pescoço.

-Se cuida. 

-Me cuidarei. - Respondo dando um sorriso e logo em seguida um beijo em sua orelha. 

Abracei Anne que soluça em meu ombro.


-Hey, isso não é nenhuma despedida, eu voltarei daqui a uma semana e meia. - Digo afagando seus cabelos. - Somente 10 dias.

-É muito, não vai. - Ela fala entre meu pescoço e meu ombro. - Se comporte lá mocinha! 

-Pode deixar. - Dou dois tapinhas em suas costas. 

Leo abraçou-me também e desejou felicidades na minha viagem. Peguei minhas malas e dei o check in e carimbei meu passaporte. É isso, a partir do momento que essa fila andar e chegar a minha vez de passar no detector de metais e fazer a identificação das malas para depois pega-las, eu estarei sobrevoando os Estados Unidos indo em busca de uma liberdade lá no Havaí, afim de tirar da minha mente coisas bobas e superar meus medos e anseios. 

Fiz todo o processo de checagem, minhas malas foram mandadas para o bagageiro e eu guardei os papeis para depois pega-las.Quando atravessei a ponte aérea para entrar e subi as escadas do avião, olhei pra trás e respirei fundo. 

Procurei minha poltrona H-13, uma fileira tripla, meu assento na janela. Pedi licença a uma senhora que estava na ponta e aconcheguei-me na minha poltrona. Primeira classe é ótimo. Primeira vez que viajo de primeira classe, pois as outras foram de segunda. Fiquei um tempo olhando para a tela do celular com o papel de parede da festa da Zoe, estávamos tão lindos. De repente aquele dia me veio na cabeça, aquilo que o Bruno queria me falar e acabou não falando. De certo ele acabou desistindo de dizer isso, seja lá o que ele iria falar.

-Senhores passageiros, pedimos que aconcheguem-se em suas poltronas e se possível desliguem seus celulares por enquanto. O piloto dará a partida dentro de três minutos. Obrigada, à todos uma boa viagem. 

É agora que estamos indo. Passou-se os três minutos rapidamente e o avião decolou. Olhei para baixo e vi toda a extensão de Los Angeles, mas o que me interessa agora é o Havaí, meu Havaí. 


  • Hey, finalmente chegamos nessa viagem, não é?! Próximo capítulo na segunda feira. Comentem e se divirtam. <3 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Capítulo 101

Bruno Pov's 

Eu só queria ter tido a chance de falar pra ela tudo o que estava sentindo, mas tudo trancou na minha garganta quando fui falar, e quando eu a toquei e ela esquivou, eu percebi que não deveria estar falando aquilo. Talvez eu esteja pensando em alguma bobagem, talvez ela não queira mais nada comigo e eu tenha perdido ela pra sempre. 

Desejei felicidades ao novo casal e sentei-me excluído de todos na festa. Mich voltou para a pista de dança e aproveitou bem, enquanto eu nem sabia o que fazer nos próximos dois minutos. Eu havia dito para o Phil que não era a melhor ideia, mas ele e Theo me convenceram de que ela sentia algo por mim ainda e que eu deveria tentar.

Bobagem! 

Michelle está na defensiva, se já se passou quase um ano desde que terminamos e ela ainda não quer falar disso comigo, muito menos quer que eu a toque enquanto digo o que sinto, é porque ela não quer mais isso pra ela. Ela não me quer mais e eu tenho que aceitar isso. Minha vida não é essa, minha vida é ser mulherengo, é pegar várias meninas numa noite, é transar sem ao menos saber o nome da pessoa no outro dia, é ir pra balada e beber todas, é não pensar em mulher para ser mãe dos meus filhos, pra ser minha companheira, pra ser aquela que eu vou chegar em casa a noite e contar todas as novidades. 

Fecho os olhos e os abro novamente após um tempinho, estava tocando alguma música chata, até que Phil faz um sinal com os dedos para irmos pra fora do salão. Não sei se eu quero ir, mas mesmo assim levanto da cadeira e caminho para fora dali. 

Vi ele descendo as escadas e quando me aproximo mais vejo que na verdade ele sentou nos degraus. 

-Oi. - Digo sem vontade. 

-Te devo todas as desculpas do mundo. - Phil começa. - Mas ao mesmo tempo não devo nada. 

-Claro que deve, eu estava quase dizendo quando você nos chamou. 

-E ela estava ouvindo bem? - Phil arqueou uma única sobrancelha. 

Pigarreei. - Ouviu, estava ouvindo, prestando atenção. - Digo pensando na cena. 

-Engraçado, você não sabe nem mentir. - Ele ri um pouco. 

-É, ela estava apreensiva. - Balanço a cabeça, agora levando meu olhar para frente.

-Eu sabia, Bruno! - Sabia de que? Que eu iria levar um fora mesmo não levando ele? Bufo e Phil ri. 

-Você mesmo disse que era para eu arriscar, e eu arrisquei. 

-Eu disse pra você arriscar, mas você tem que dizer isso quando estiver preparado. 

-E quando eu vou saber que estou pronto pra falar dos meus sentimentos por ela? 

-Quando eles não couberem somente no coração. Você tem tempo, mas ao mesmo tempo não tem! 

-Como assim? - Pergunto duvidoso. 

-Bruno, Michelle está ficando com um cara há meio ano praticamente, acha que um dia isso não pode virar algo sério? - Nunca tinha pensado nisso, mas ela não teria coragem, ela disse para mim que esse tal de Chucky só queria diversão, e eu sei que ela também só quer isso com ele. - Então se você demorar muito o coração dela pode estar ocupado por outro. Mas também não pode ir com sede ao pote.. - Eu o interrompo. 

-Não entendo! Eu não estou indo com sede ao pote, estou esperando pra falar isso há um ano. - Reclamo aumentando o tom de voz. 

-Claro, eu sei que está, mas mesmo depois de um ano ainda não está preparado. 

-Quer que eu faça um curso preparatório de amor? "Como saber quando é a hora certa de se declarar!" É o nome do curso ou do livro que eu vou ler de auto ajuda. - Tiro sarro e ele até ri. 

-Bruno me escuta! - Phil chama minha atenção, eu o olho e ele começa. - Você vai ir pra casa depois da festa e vai pensar sobre o que aconteceu hoje, se quiser pratica a fala pra ela na frente do espelho, ou para uma foto dela que eu sei que você tem muitas em seu celular! Depois você vai me ligar e dizer se está preparado e vai me dizer o dia que irá conversar com ela. É só isso. 

-Estou me sentindo criança com dever de casa. - Retruco. - Mas obrigada cara, nenhum outro faria o que você faz por mim. - Eu o abraço de lado. 

-Nenhum mesmo.- Brinca ele. - É que todos nós merecemos amar e sermos amados, e eu sei que ela é seu amor, eu sinto química em vocês mesmo quando vocês não estão perto um do outro. E, dá pra ver de longe, que ela conseguiu resgatar o antigo Brunão! - Ele bate nas minhas costas com tapinhas amigáveis.

++++

Não demorou muito tempo depois da minha conversa com o Phil para que a festa começasse a ficar tão animada. Animada que eu digo: pessoas bêbadas. Pessoas bêbadas eu digo: Anne! Ela estava sentada na cadeira bebendo um copo enorme que diz Blair que era vodca com alguma coisa, mas na verdade eu acho que era vodca pura, porque não é possível.

Anne foi para o meio da pista e puxou Leo para dançar com ela, que no inicio levou na esportiva, mas depois ele começou a ver que ela estava passando dos limites. Bom, eu não acho grande coisa passar dos limites afinal não tinha quase ninguém mais no salão. Haviam os meninos da banda, uma parte da família da Zoe (mãe, pai, duas irmãs e seus dois namorados), as amigas da Zoe (Mich, Anne, Blair, Savanah, Theo, Leo), e algumas pessoas (poucas também) da família do Phred. Eu sei que isso não justifica, mas deixem a menina ser feliz.

Me descontraí com os pensamentos idiotas quando Ryan bem alegre me puxa pelo braço para irmos dançar. Eu ainda estava com uma certa apreensão de estar perto da Michelle, parecia que cada vez que eu olhava para ela, ou nossos olhares se cruzavam, eu me sentia melhor, e isso não está certo.

-Eu não gostava de você. - Ih, chegou a encrenca da Anne para o meu lado.

-Mudou de opinião? - Sempre me disseram para não dar trela para bêbados, mas eu não costumo obedecer alguns conselhos.

-Não, continuo não gostando. Você é lindo, mas virou muito chato... - Ela soluçou e eu ri colocando as costas da mão na frente. - e eu não gosto de você. - Repete ela encostando com o indicador no meu peito.


Dou risada da cena quando ela vira de costas pra mim. Anne vira-se de novo pra mim, me encara seriamente e por alguns segundos pensei que ela iria bater em mim, mas ao invés disso ela ri alto e continua andando/cambaleando!

A pior coisa que eu fiz foi ficar balançando meu corpo conforme o ritmo da música, porque dessa forma eu fiquei mais atento as pessoas e mais atento a Michelle que dançava na pista de dança. Os meninos da banda dançavam com ela, quer dizer, Kam! Não que eu estivesse com ciúmes - ou sim também -, mas ele sempre disse que ela era bonita e agora eu estou olhando os dois dançando numa distância razoável, mas ainda sim me dá vontade de correr lá e dizer pra ele largar dela que ela é minha!


Michelle Pov's 

A única coisa que me vem a mente é: minha viagem! Após passar o casamento da Zoe, há mais ou menos duas semanas atrás, eu parei para fazer uma reflexão sobre o tempo, e vi que ele está passando rápido demais pra mim. Eu nem senti esse quase um ano passando desde o meu aniversário, desde a viagem a Praga, como se eu tivesse simplesmente dormindo. Irá fazer seis meses que estou desempregada, e parece que foi ontem que o Alejandro me chamou na sala dele.

Mas o tempo é assim, ele voa!

Falando em tempo, desde uns dias antes do aniversário eu não vejo o Chucky! Ele está trabalhando e o momento que ele fica em casa, ele saí com os amigos. É, talvez nós nem tenhamos que ficar, afinal, nós éramos somente o "tapa buraco" um do outro.

Arrastei meus pés para descer pela escada, e sentada na poltrona de couro está minha tia, que pegou no sono com uma xícara de chá na mão esquerda e a televisão ligada. Me aproximei dela e toquei levemente seu braço.

-Tia, vai pra sua cama. - Digo e vejo ela abrindo os olhos e fechando novamente.

-Hã. - Ela abre novamente e olha perdida. - Já vou. - Os fecha novamente, eu rio da situação.

Vou até a cozinha e abro a geladeira para tirar um pedaço da torta de chocolate que Leo trouxe. Enquanto vou servindo em um pires um pedaço pra mim, Sa levanta da poltrona meio cambaleante e vem até a cozinha.

-Isso é que dá ficar velha. - Ela ri e eu também.

-Velha? -Pergunto arqueando uma sobrancelha só.

-Claro, já tenho meus 38 anos. - Diz ela.

-47. - Corrijo-a e ela ri.

-Viu, então, estou velha e não me deprima falando minha idade. - Ela ri e pendura a caneca que lavou no gancho e deu um beijo na minha testa. - Boa noite princesa da tia.

-Boa noite. - Digo e volto a comer minha torta.

Subo de volta para o quarto e atiro-me na cama novamente. Lembrei que antes de apagar no sono eu estava conversando com o Bruno através de mensagens.

Abrindo uma breve pausa nessa história! O dia do casamento ainda não saí da minha cabeça, eu nunca tive tanta curiosidade de saber algo, mas ao mesmo tempo tanto medo de saber o que poderia vir daquela boca. Bruno é o tipo imprevisível, você nunca sabe o que vai vir, a hora que vai vir e porque isso virá.

Abro a caixa de mensagem do celular e há mais duas mensagens não lidas, dele.

"Sabe que eu concordo que é assim que funciona, mas eu não posso falar nada porque paparazzis, de uma forma estranha e conturbadora, me ajudam na fama. E sabe que minha fama em primeiro lugar :p mentira, tem outras coisas muito mais importantes." 

Comecei a rir da mensagem. Estávamos falando dos paparazzis idiotas que futricam a vida toda das pessoas famosas, que as deixam sem privacidade.

"Uma hora depois e não tem mensagem de resposta. Três coisas: 1. acabou os créditos? (pobre) 2. foi dormir? (preguiça, hein?) 3. está me ignorando e isso não é legal! (isso não é legal mesmo, ok, não faça isso, seja minha amiguinha hahaha)" 

Como não dar gargalhadas com isso meu Deus. Comecei a rir sem parar e pus o travesseiro no rosto para não acordar ninguém com a minha gargalhada espalhafatosa.

"Estou rindo sem parar, e a culpa é sua. Três coisas: 1. por incrível que pareça eu ainda estou com créditos (e sou pobre sim) 2. peguei no sono, desculpa (não devo desculpas, mas sou uma pessoa extremamente educada :p) 3. Vá se ferrar! hahaha. Boa noite, Bruno, beijos" 


  • Hey :p eu sei que tá menorzinho, mas estou zero criatividade (podem ver que o capítulo está uma bostinha dsuadnioasndsa) comentem pra me ajudar com o próximo... Já irei dar spoiler: Próximo será o inicio da viagem <3 Beijos! 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Capítulo 100

Uma confusão para entrar no salão de festas. Eram quase nove da noite, o casamento começou ás seis e quarenta. Cerimônias assim demoram mesmo para iniciar e se prolongam até não querer mais. Ao lado da Blair e Anne, ficamos cumprimentando alguns parentes e amigos que iam entrando no salão todo decorado. A decoração estava impecável.


-Nossos vestidos estão separados a onde? – Pergunta Anne baixinho.

-Estão numa sala que tem lá na cozinha, é onde vamos nos trocar. – Responde Blair.

-Já to ficando cansada e com muito calor desse vestido. – Bufa Anne. Demos risada e esperamos todos entrarem.

Zoe e Phred estavam no lado de dentro, passando de mesa em mesa para cumprimentar e tirar algumas fotos – apesar que teriam mais fotos na hora de cortar o bolo, mas daí é muita gente. Numa mesa reservada estava nossos nomes, os nomes dos padrinhos, e em outra estava Leo, Theo, e minha tia.

Cumprimentei os outros meninos da banda, dei oi para Urbana com as crianças.

Posamos para uma foto de padrinhos, onde eu fiquei ao lado de Phil, e ao meu outro lado ficou o Bruno acompanhando a Anne e Blair com Kam. Assim que batemos a foto, assinamos um lindo bookphoto onde havia espaço para nossa foto que tiramos no casamento.

-Tudo tão chique. – Comenta Anne animada.

-Estou tão feliz por eles. – Phil os olha.

-Eu também estou, é bom saber que o verdadeiro amor existe. – Fechei os olhos quando sorri.

Quem abriu o buffet primeiramente foi os noivos, logo após os pais dos noivos, e depois nós padrinhos, depois todo mundo pode ir se servir. Coloquei um prato razoável, o cheiro da comida estava me deixando com mais fome, então enquanto todos faziam boquinha, eu ataquei meu prato e minha taça de água, porque somente após que comermos a comida, podemos tomar o vinho.

Fiquei prestando atenção nos detalhes da festa. Uma mesa enorme para o buffet que toda a hora passava um garçom repondo tudo, uma linda mesa de doces que as crianças já olhavam afobadas, e um mesa exclusiva para o bolo, toda enfeitada e linda, e uma pequena mesa com as lembranças do casamento. Num painel de fotos tinha algumas reveladas que até nós aparecemos, um telão com slide e uma música calma e baixinho. 


Três fotógrafos, e duas câmeras gravando tudo. A pista de dança montada.

-Oi gente. – Zoe chega na mesa e todos falam juntos com uma mistura de palavras que confundiu ela. – Assim, vamos dar um tempo de mais ou menos uma hora, para todos comerem, tirarem fotos e essas coisas, daí eu e Phred vamos cortar o bolo e estourar o champanhe. E enquanto os meninos vão se arrumando, eu atirarei o buquê. Depois vamos direto para a sala nos arrumar. Tudo bem?

-Mas qual é o preconceito que eu não posso pegar o buquê? – Bruno imita perfeitamente a voz de um gay e todos nós rimos. Pasmem! Até a Anne riu.

-Não que eu seja contra o homossexualismo, longe disso, mas temos que seguir a tradição para deixar as meninas pegarem, mas depois eu arranco uma flor e te dou. – Zoe atirou um beijo pra ele que sorriu e começou a rir.

-Tudo bem, vou colocar ela no nosso buquê, amor. – Bruno diz diretamente para Phil que manda um beijo pra ele também e faz algumas piscadinhas “sexys”.

Nós demos muitas risadas, e eu fiquei impressionada pela Anne estar falando normalmente com o Bruno, claro que eu continuo achando que é só pra não ficar um clima chato na mesa, mas eu espero que ela tenha superado tudo aquilo assim como eu já nem dou mais bola para isso. Coisas ruins só me acumulam rugas para quando ficar mais velha.

O palco para os meninos cantarem mais tarde estava sendo montado, e nossa conversa fluindo.

-Vocês sabem todos os passos direitinhos, não é? – Pergunta Blair para eles.

-Pode deixar com nós, ensaiamos direitinho, praticamente todos os dias para não nos esquecermos de nada. – Responde Phil.

O dj pediu que chegássemos perto da mesa, pois os noivos iriam partir o bolo e estourar o champanhe. Nos localizamos bem próximo da mesa e a mãe de Zoe estava com os olhos inchados de tanto chorar, eu ri disso, mas ao mesmo tempo achei tão lindo. e por um momento chato eu pensei que quando ter uma festa de casamento um dia, minha mãe não irá ficar chorando assim, porque ela nem estará lá.

Ok, tenho que parar de pensar essas coisas agora, não posso chorar e nem borrar a maquiagem linda que estava.

A música Viva La Vida começou alta o bastante para percebermos que tínhamos que calar a nossa boca. Zoe pegou na espátula e Phred pegou sobre sua mão, quase tapando a dela. Ouvimos um coralzinho de “own” e mais choro vindo da sua mãe. Flash sobre nós que estávamos assistindo, e sobre os noivos. O bolo foi partido e Phred pegou no corpo da noiva de bonequinha e Zoe pegou no corpo do noivo de boneco e eles tiraram juntos. Enquanto nós nos virávamos para o lado onde eles iam estourar o champanhe na frente da mesa do bolo, alguns garçons já iam se preparando para cortar as fatias do bolo. O champanhe foi estourado e nós batemos palmas. Phred serviu para ele e para ela em taças e eles cruzaram seus braços para dar o primeiro gole. Mais uma vez nós batemos palmas.

Nos viramos para a nossa surpresa no telão. O dj pediu que todos olhassem, inclusive Zoe e Phred. E eu peguei a mão da Blair e Blair pegou a mão da Anne.

A Thousand Years começou a tocar e passou fotos da Zoe comigo, com a Anne, com a Blair, nós quatro juntas. Foram umas dez fotos e logo apareceu eu, Blair e Anne sentadas na frente da câmera.

-Eu não sei por onde começar. – Anne diz nervosamente. – Não vou contar toda a história da nossa breve amizade, porque temos que aproveitar a festa, mas eu só queria te dizer que sinto orgulho de você, e hoje nesse dia especial, e sempre, quero que seja feliz. Desejo tudo de bom a você todos os dias.

-Oi. – Blair dá uma risada sem graça. – Eu definitivamente não sei o que falar. Esse é o momento que vem mil e uma palavras, mas nenhuma parece que fica suficiente. Que você e o Phredley sejam felizes nessa jornada, é um grande passo de cabeça limpa que irá mudar a vida de vocês. Tudo de bom hoje e sempre.

-Vocês duas me deixaram sem ter o que falar. – Resmungo e olho para a câmera dando um sorriso instantâneo. – Bom, eu sou péssima em palavras, e não sou a melhor pessoa para aconselhar as outras, mas eu me sinto orgulhosa por ter apresentado vocês dois, e ver onde chegaram... – Eu respiro nervosa, aí meu Deus, que vergonha. Olho para Zoe que está chorando como um bebê e Phred abraçando-a. – Obrigada por ser essa maravilhosa pessoa, quero que você e Phred sejam felizes juntos, que tenham filhos, cachorros, e façam festas para nós todos os meses. – Comecei a rir no vídeo e ri de mim mesma na hora. – Parabéns!

Nós todas dissemos “nós te amamos”. Zoe correu para a nossa frente e demos um abraço grupal. Zoe disse por várias vezes que nós amava e nós todas choramos, eu tentei me controlar ao máximo, mas quando todos nos aplaudiram, eu não aguentei, soltei muitas lágrimas.

++++ 

-Um, dois, três. – Zoe grita.

Ela atira o buquê para trás e quando eu dou um passo para o lado, crente que iria pegar, ele passa por minhas mãos e cai nas mãos de um parente dela. Todas as meninas esbravejaram, mas começaram a rir de uma menina que caiu no chão para pegar.

Vimos os meninos indo para se arrumar e demos um tempo pelo salão até eles irem para a cozinha e nós podermos nos vestir. Zoe ficará com o seu vestido, e os meninos só irão tirar o casaco, exceto Phred.

Foi uma conversa pra lá e pra cá dentro daquela sala onde trocamos as nossas roupas, conversamos sobre tudo enquanto íamos vestindo nossos vestidos. Zoe saiu antes de nós para começar a valsa e logo nós saímos.

A valsa iniciou-se. Lenta e calma. Phred pegou na mão de Zoe e começaram a dançar o compasso daquela valsa que nós vimos eles dançarem em todas as noites de ensaio. Não deu nem dois minutos de valsa e quando ele girou ela, cada um foi para o seu canto e as luzes abaixaram. Nós entramos e a fumaça começou a subir. 


A música era Time of my life. Os noivos caminharam até o meio e nós ficamos aos lados. Nossos pares vieram até nós e começamos nossa coreografia, a luz ligou e todos estavam nos olhando. Na hora bateu a maior vergonha do mundo, tanto que até errei um pouco do passo.

De repente a música parou, e nós ficamos nos encarando um na frente do outro em fileira. Nossos pares pegaram nossas cinturas e se afastaram de nós nos largando. Dançamos uma música dos anos 60, e nos separamos para dançar YMCA separadamente.

Andamos, nós meninas, para frente e os meninos ficaram atrás. Começamos a dançar Single Ladies e eles nos observando. Meu rosto queimava de vergonha. A música parou e nós corremos para trás e eles foram pra frente dançar um pedaço de Everybory, dos Backstreet Boys. E como eles estavam antes, agora nós ficamos observando. Iniciou-se Macarena e então nós oito ficamos em uma fileira grande para dançar, quando misturou-se com Thriller e tivemos que ficar uma mulher e um homem atrás. Na troca de casais, Bruno dançou atrás de mim, mas não era pra ser ele, e sim o Kam.

Começou a tocar Gangnam Style por menos de um minuto, e então retornando para Time of my life, dançamos com quem estava atrás de nós. Peguei as mãos do Bruno, como retornamos de onde tínhamos parado, a música já estava mais agitada e dançávamos de mãos dadas, com nossos passos contados um por um. Mas o momento mais constrangedor estava pra chegar, nossos pares nos puxaram pela cintura e ficamos cara a cara com eles como se fossemos nos beijar, mas só quem se beijou foi Phred e Zoe, o casal destaque. 


Nos desvencilhamos e recebemos muitas palmas. Logo depois disso nós sentamos e pegamos água para recuperar nossos fôlegos, enquanto íamos comentando nossa dança e o povo indo dançar já que a pista tinha sido aberta para todos agora.

++++ 

Meu corpo já não obedecia meus sentidos. Não, eu não estava bêbada, longe disso, mas eu estava dançando sem parar um minuto em cima de uma salto enorme e então meus sentidos estavam todos em alerta e não obedeciam meus comandos, é como se eles se movessem sozinhos. Decidi sair um pouco da pista assim que a banda do Bruno parou de tocar e ele parou de cantar.

Peguei um copo de cerveja, meu segundo copo de bebida alcoólica essa noite, e fui para longe de todos. Olhei para a nossa mesa que estava muito pro meio, muito perto da folia, pensando bem eu quero descansar um pouquinho. Caminhei até ela e peguei meu celular, andei para fora do salão. 

Do lado de fora a noite estava um pouco mais clara que o normal, haviam muitas estrelas. Será que havia algum significado isso para o casamento dos pombinhos? Fui andando lentamente em direção de uma mureta que tinha. Encostei minhas nádegas nela, só não sentei porque posso sujar muito o vestido, e fiquei de frente para a porta do salão. Dali de fora a gente observava que lá dentro estava maior folia. 

-Oh droga. - Ouço a voz de um homem e dali de cima da mureta olho para as escadas que haviam de frente do salão. 

-Está tudo bem? - Pergunto vendo o cara mexendo em sua braguilha da calça. 

-Eu não consigo fechar isso. - Ele força para cima. 

-Ah. - Digo querendo rir da cena, mas para me controlar coloco um gole da cerveja em minha boca.

-Está aqui. - Bruno diz saindo do salão. - Estava a sua procura.

(escutem essa música até o final

-Mas que honra. - Brinco e ele chega ao meu lado, estico o copo da cerveja e ele nega. - Negando bebida? Está doente? - Pergunto levando a mão que não estava com o copo a sua cabeça. 

-Ai que gracinha. - Bruno faz uma careta engraçada. 

-Mas diz aí, o que queria? - Pergunto. Ele engole a saliva e olha pra mim 

-É... o que estava fazendo aqui fora sozinha? - Porque eu sinto que não era isso que ele iria falar? Deixei de olhar pra ele e olhei para o fundo do copo.

-Eu tô um pouco cansada. - Fiz uma pausa para o suspiro. - Esse salto está me matando. - Mexi os dedos dos pés e ele riu.

-E lá dentro também está quente.  - Ele se abana.

-É, bem melhor. - Franzo a testa e ele continua rindo. - Mas que bom humor. - Comento.

-Mich... eu estou ansioso, sabe, sofrendo por antecipação. - Ele se ajeita na mesma posição que eu. - Eu preciso te falar uma coisa.

A verdadeira pausa dramática de sempre. Eu não faço ideia do que ele quer comigo, também não sei se me interessa saber. Ah, Michelle, pare de ser idiota, é claro que você quer saber! Grita minha mente conversando comigo. Seus olhos se perdem e ele não sabe mais para onde olhar, fico encarando ele e olho rapidamente para suas mãos que não param quietas.

-Bruno. - Estalei o dedo na frente dele e ele volta a me olhar.

-Eu não sei, ok! - Ele coloca a mão na cabeça e caminha uns três passos à frente. - Mich... - Quando ele virasse para me falar algo, depois de pensar por um breve tempo, somos interrompidos.

-Eu consegui, mas agora não sei subir as escadas! - Diz o bêbado que estava com o fecho da calça preso. Começo a rir e nem o Bruno se aguenta e ri também.

-Cara, quer ajuda? - Pergunta Bruno olhando para ele segurando o riso.

-Eu tô bem. - Observo o homem responder enquanto sobe três degraus quase caindo.

Volto a olhar pro Bruno que dá umas risadas estranhas e quando percebe que eu estou olhando-o, ele para e me olha também, se aproximando novamente.

-Eu deveria ter dito a muito tempo atrás, mas eu não sei exatamente o que falar, não sou acostumado com essas coisas. - Bruno coça a cabeça e meu coração bate forte no meu peito.

-Brunooooooooo! - Ouço um grito que conheço a quilômetros de distância: Ryan!

-Ah caramba. - Bruno reclama baixinho e vira-se para onde a voz veio. - O que foi?

-Vem cá garanhão! - Ryan diz e começa a gargalhar histericamente da sua piada. - Vem cá, vem! - Diz ele de novo.

-Ele não tá bem. - Bruno comenta comigo me fazendo rir.

Bruno deu a volta toda e ajudou Ryan a entrar, quando ele encostou a porta do salão novamente, e eu bati os olhos nos dele, subiu uma sensação pra lá de estranha, meu estômago borbulhou e de repente eu queria me ver longe daquela situação. Agora a ficha caiu... Bruno vai falar algo pra mim, e eu sei que não é uma coisa "amigável". Aquele mesmo olhar de mais cedo, na hora da cerimônia, retornou a mim.

-Como eu ia falando. - Diz ele sem graça e eu saio de onde estava encostada. Bruno fica de frente a mim e quando encosta na minha cintura, com um certo medo, eu pensei em deixar, mas afastei a sua mão.

-Pode falar, agora acho que ninguém vai interromper. - Dou um sorriso confortável e ele aquele sorriso nervoso mordendo a parte interior da sua boca.

Nem tinha prestado atenção que a música la dentro trocou, só prestei atenção quando Bruno começou a canta-la com uma certa timidez que não é dele.

We're made for one another

(Nós fomos feitos um para o outro)

Me and you

(eu e você)

And I have no fear

(E eu não tenho medo algum)

I know we'll make it through

(Sei que vamos sobreviver) 

Já passei por muitos e muitos momentos constrangedores na minha vida, já paguei micos e micos, já falei coisas sem querer que depois acabei me dando de conta que eu tinha mesmo dito aquilo, mas nenhuma dessas situações estavam no páreo que esta está! Minha bochechas estavam pegando fogo, e o modo como ele cantava aquela música, como se não fosse só mais um letra ou uma música boba. 

-Stand by my side, side, side. - Ele repete essa parte da música descompassada e fecha os olhos. Eu estou interpretando mal ou ele está pedindo para eu ficar ao seu lado? Balanço a cabeça, por lado eu queria saber o que ele iria falar, por outro queria mais era  fugir daquela situação.

-Gente, chegou a parte da despedida dos noivos, agora a festa fica por nossa conta. - Phil chama atenção da gente na porta.

Bruno bufa e gira os pés em direção da porta. Caminho a uns três passos mais atrasados que ele, mexendo toda a hora no copo vazio que estava na minha mão tentando absorver tudo aquilo.

-Desculpa. - Phil torce os lábios pra mim e eu também torço para ele.

-De certa forma, obrigada. - Respondo.


  • Hey, parabéns UHUL parabéns UHUL hoje é o capítulo 100 que dia mais feliz DBSAIUBDNOSAIND para isso eu trouxe um bolo para comemorarmos. Brincadeiras a parte.. eu quero que vocês comentem sobre o que acham que vai acontecer agora, porque pelo visto a Mich está insegura sobre isso que o Bruno tentou fazer dsioandsoa quero mais opiniões e obrigada a vocês que sempre comentam e que sempre acompanham <3 isso tudo não seria possível graças a vocês! 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Capítulo 99

É hoje o casamento! Meus sentidos estão mais apurados do que o da noiva, eu estou numa pilha de nervosismo e já perdi quanto tempo andei com o salto que irei usar para acostumar meus pés. 

-Calma e senta-se aqui, eu preciso tirar os bob's dos seus cabelos. - Diz Caroline, a maquiadora/tudo-ela-faz.


Sério, desde que ela chegou aqui com mais quatro meninas, ela fez minhas unhas dos pés e das mãos, fez meu cabelo e já está vendo a maquiagem para combinar direitinho com tudo. Além disso fez um chá na cozinha para minha tia que acabou ficando enjoada - mas graças a Deus já está melhor. A casa está uma confusão, tudo de pernas pro ar, afinal a noiva está se arrumando no quarto da Anne e ela não quer que nós a veja antes de estar pronta. E nós estamos aqui na sala, na maior confusão e muitas fofocas - muita mulher junta é isso que dá.

-Estou com medo de pagar alguma gafe, seja na cerimônia ou na festa. - Anne diz enquanto a maquiadora passava pó em sua testa.

-Nem me fala, estou com esses sapatos desde de manhã. - Digo levantando o pé para mostra-lo.

-Eu ia por o meu para treinar também, mas meus sapatos estão no meu quarto que não é mais meu nesse momento. - Anne falou com dificuldade devido a moça estar maquiando ela.

Bom, eu posso abrir meu coração... Há duas coisas em meu coração agora que são motivo do meu nervosismo: primeiro é o casamento, segundo é a viagem para o Havaí! Está cada dia mais se aproximando, Bruno até já me entregou o molho de chaves da casa e a senha do alarme e mais outras recomendações. Fico apreensiva pensando no que irei fazer primeiro quando chegar lá e tudo mais... muitas coisas passam pela minha cabeça.

-Sua pele é linda. - Caroline diz enquanto dá um último retoque com seu pincel.


-Obrigada. - Sorri em agradecimento para ela.

++++

Modéstia parte eu estava me sentindo uma princesa. Nunca tinha pensado em casar assim, mas agora eu olhando Zoe tão linda no seu vestido branco, prestes a realizar seu sonho com o homem que ela ama, fiquei com vontade de experimentar a sensação, mas a única coisa que eu tenho é Chuck, que não quer nada com a vida, descompromissado. Apesar que eu também disse que não queria nada, mas não quero nada com ele. Aí, que confusão.

Caroline terminou minha maquiagem delicada, meus cabelos estavam lindos, bem cacheados e metade preso e todo o resto para o lado.

-Estamos perfeitas. – Anne dizia mexendo nos seus cabelos.

-Se continuar mexendo assim seu penteado irá se desmanchar. – Diz Blair levantando da cadeira.

-Meninas, eu sei que estamos lindas, e estamos mesmo, mas vamos dar atenção à noiva. Hoje o dia é da Zoe! – Chamei a atenção delas.

-Eu sei, mas... – Anne torceu os lábios e sentou-se novamente. – Quero casar.

-Ih, pronto! – Revirei os olhos. – Irei dar a dica ao Leonel. Falando nele, onde ele está?

-Deve estar indo para o hotel, ele iria com a mãe e o Theo.

-Jake vai vir? – Pergunta Blair.

-Não sei, talvez a namorada dele que me odeia não deixe. – Fiz cara de espanto e elas riram.

-Pessoal, a noiva já está pronta. Vocês vão antes dela e esperem na ponta do tapete, assim como foi combinado nos ensaios. – Dona Marie, mãe da Zoe, estava mais nervosa que a própria noiva.

-Ok, quem irá nos levar? – Pergunta Anne pegando sua bolsinha.

-O padrinho da Zoe. – Responde ela, e ia saindo, quando retorna. – Ele irá esperar vocês ali embaixo, não demorem.

-Ok, já estamos descendo. – Respondi. – Vamos meninas?

-Tô nervosa. – Diz Blair. – Odiei vestido comprido justo no verão.

-Não esquece que escolhemos eles no outono, não pensamos nesse detalhe. – Anne levanta a barra do seu vestido.

-Não escolhemos, fomos forçadas. - Blair retruca e as duas bufam e reviram os olhos.

-Que seja, na hora da festa iremos trocar então deem graças a Deus e vamos lá. – Abri mais a porta para passarmos.

Descemos as escadas com o maior cuidado, ao lado do padrinho da Zoe estava nossas sacolas com nossos vestidos e sapatos para a festa. Assim que chegamos ali recebemos elogios diversos, e claro, dicas de apressamento porque a noiva estava tendo um colapso. Eu vi Zoe assim que ela tinha terminado seu penteado, depois não a vi mais, mas pelo que conheço ela deve estar linda como sempre, e em especial hoje!

Nosso carro era normal, comum como qualquer outro, Zoe iria de limusine. Aí, começo a pensar num casamento assim pra mim, e o pior é que estou nervosa como se fosse meu.

+++

Saímos do carro quase juntas. Batemos as portas e logo Phil correu para me ajudar com o salto.

-Não era para me esperar lá no tapete? – Pergunto.

-Era, mas imaginei que estivesse de salto alto.

-Quero um marido assim pra mim, como você! – Comecei a rir e meu riso o contagiou. – Os meninos não vieram ajudar as meninas? – Perguntei.

-Não, na verdade Bruno foi ao banheiro apressado e Kam estava ajeitando a sua grava. – Ele respira fundo e dá o braço para eu encaixar o meu. – Já disse que está linda?

-Não, mas obrigada. – Sorri agradecida pelo elogio.

-Esse vestido ficou perfeito pra você.

-Obrigada novamente, sabe que eu não sei reagir a elogios.

-É simples. Sorri e agradeça. – Ele foi cômico.

Caminhamos do estacionamento até a frente do hotel. Entramos sendo guiados por dois fortes seguranças. As meninas vieram reclamando por causa do vestido muito comprido para o dia quente que estava hoje, eu só ria. Estava sentindo muito calor, mas não quis importunar todos com minhas reclamações. Saímos na grande porta para os fundos do hotel. Avistamos as piscinas, um grande salão, e ao lado o gramado verdinho com a decoração do casamento. Fotos deles espalhadas por tudo, até em algumas árvores que ali tinha. Fiquei abismada com as cadeiras alinhadas perfeitamente, o tapete vermelho estirado até o pequeno altar que ali tinha. Flores brancas e amarelas ajudavam a destacar a decoração.



-Está tudo tão lindo! – Disse já vendo que iria chorar na hora do casamento.

-Está mesmo. – Phil concorda. – Já viu o noivo?

-Não. – Comento olhando para os lados.

-Olha ele vindo aí. – Phil diz e eu olho para frente.

Atrás de Phred vinha Kam e Bruno conversando. Phred ficou boquiaberto nos olhando e Bruno deu uma geral em nós, mas logo me encarou dos pés a cabeça. Me senti mal por isso.

-Vocês são as madrinhas mais belas que alguém poderia ter! – Phred chega com os elogios.

-Nervoso noivinho? – Sarcasticamente pergunto e ele gargalha.

-Muito! – Fala Phred.

-Vocês estão magníficas. – Kam chega na frente de Blair. – Moça, está belíssima. – Ele beija a mão dela.

-Nem pense em fazer a mesma coisa que o Kam fez, pois se beijar minha mão vou ser obrigada a amputa-la. – Anne fez cara de nojo quando Bruno chegou perto dela.

-Na missão de paz eu iria dizer que você estava linda, mas não faz meu tipo enganar então... você está gorda com esse vestido! – Ih, ele pegou no ponto fraco.

-Não estou, estou muito bem com meu corpo, ele está perfeito! – Diz Anne segura de si. – Ao contrário de você, zé-pança! – Rebate ela.

-Nossa, fiquei profundamente ofendido com seu comentário. Irei chorar. – Ironicamente, Bruno disse.

-Não suporto você. – Nós não parávamos de rir com os insultos trocados. Anne pos a língua pra ele.

-Você me ama. – Bruno bate no peito e oferece a mão para ela segurar, ela olha e ignora. – Pois bem, entre sozinha na igreja! – Bruno cruza os braços.

-Aí, que ódio! Zoe e você, Phred, me pagam por isso. – Ela bufa e pega a mão do Bruno delicadamente (bruscamente) e se posiciona.

Ficamos na frente do tapete. Algumas (poucas) pessoas ainda estavam chegando, as cumprimentávamos e continuávamos olhando para a frente esperando a nossa hora de entrar.Quando o padrinho da Zoe disse que ela havia chegado, ficamos direitinhos sobre o tapete, até que a música que íamos entrar tocou.

(pode escutar essa música até o final - eu sei que eu falo o nome de algumas músicas, mas não são necessárias escutar)

Entramos discretamente com Love of my life, do Queen. Todos começaram a olhar para nós. Os primeiros a entrar foram Bruno e Anne. Logo eu e Phil e depois Blair e Kam. Nos posicionamos nos nossos lugares ao lado do altar e quando eu vi minha tia e meu irmão nos olhando com maior orgulho, fiquei boba. Olhei para o céu, e por um breve momento fiz uma reflexão para que meus pais iluminassem tudo que estava acontecendo. Primeiramente o casamento deles, segundo a vida dos meus familiares e amigos e por terceiro que me protegessem. Senti uma positividade tão grande, como uma luz sobre mim, quando pensei nisso. Pode ser um sinal talvez. Senti meus olhos piscarem-se sozinhos, como se daqui a pouco eu fosse chorar, olhei para um ponto fixo, fechei os olhos e respirei fundo. Sorri para todos e discretamente acenei para minha tia. Do outro lado do altar estava Bruno, Phil e Kam. Não é a mesma coisa como antes, mas tenho que confessar que Bruno estava lindo com aquele terno, ele ficou bem assim. Fiquei cuidando ele e quando vi ele estava me olhando. Ele sorriu pra mim e eu pra ele. Começou a tocar o Clarins de Roma, lá vem o noivo!

Olhei para o Phred, que colocou um sorriso no rosto e entrou tranquilamente junto de sua mãe. Ficou como havíamos combinado no ensaio, direitinho!

Aquelas pequenas pessoinhas foram entrando. O sobrinho do Bruno, filho do Eric, Liam e uma menina da família da Zoe, foram entrando como a dama de honra e o pajem. Tão lindinhos, ao som do clássico da disney, Rei Leão. Essa noite o amor chegou!

Então, a marcha nupcial para dar inicio a entrada da noiva. Olhei para o inicio do tapete e não vi a Zoe. Logo ela aparece acompanhada do seu pai. Impossível é não chorar somente com essa música e vendo seu pai trazendo-a até aqui – nem isso eu sou boa, nem pai eu tenho para me levar até o altar. Desisto, minha sina não é casar. 



Zoe estava como uma princesa, seu véu e seus cabelos magníficos, um anjo. No seu rosto ela não escondia o sorriso, por um momento ela nos olhou, disse sem omitindo som para ela: sorria! Senti meus olhos como uma piscina, transbordando água, mas a recém está no inicio, não posso chorar agora! Seu buquê de belas tulipas brancas, e seu vestido como de princesa. Seu pai largou sua mão e a entregou para Phred.

Sabe quando apenas um olhar basta? Quando vimos amor expressados em um gesto simples sem precisar de palavras? O olhar de Zoe e Phred expressava alegria, e quase se enxergava o amor ali. É inexplicável de tão lindo que é ver um casal apaixonado, se amando.

O sermão do padre começou. Fiquei o tempo todo olhando o casal apaixonado, louca para chorar e implorar por um amor assim. Por um momento em que Anne olhou para Leo, eu também olhei para ele. Fiquei mais abalada quando ele disse “eu amo você” somente com os lábios. Encarei novamente os noivos e senti alguém me olhar. Evitei procurar quem era, mas fui obrigada a mexer meus olhos e ver quem me cuidava.

Porque eu não estava impressionada? Bruno estava me olhando. Mas acho que é por eu estar abalada emocionalmente com o casamento, que quando olhei para ele senti que aquele olhar estava mudado, como se fosse algo me dizendo “olha, ele está aqui e você ainda o ama.” 


Engoli minha saliva e levantei um pouquinho da minha perna, o salto começou a dizer que ta na hora de sentar-se. Meu rosto começou a querer soar. Não, por favor, não... minha maquiagem! Aí que ódio esse calor. O padre não calava a boca. Ta, estava tudo tão lindo, mas ele não sabe o que é estar embaixo desse vestido passando calor e ainda com esse salto terrível.

-Phred, Zoe, é de vossa livre e espontânea vontade e amor que pretendem simbolizar isso? – Pergunta o padre. Simbolizar o casamento? Não ouvi o que ele falou antes.

-Sim. – Foi um uníssono.

-Vocês que estão a seguir esse passo importante, que é o matrimônio, estão decididos a amar e respeitar um ao outro?

-Sim.

- Sem mais delongas, uma vez que aqui é propósito unir a vida de dois seres em uma só, através do amor e do carinho, unimos a mão direita e manifestem seu consentimento aqui na presença de Deus.

Eles unem as mãos direitas e eu sinto a primeira lágrima escorrer pelo meu rosto.

-Acharam loucura quando eu disse que iria casar com você. Poucos meses, para ser exato, quatro meses e sete dias quando eu tomei essa decisão. Confesso que pensei por breves momentos que ela fosse precipitada e que talvez pudesse não dar certo. Mas a vida é feita de riscos, erros e acertos. Eu arrisquei amar você e a certeza que recebi é que quero você para ser minha para o resto da minha vida. – Posso comentar que eu estou em lágrimas? Posso! Assim que ele disse a primeira palavra assim que pegou o microfone eu já comecei a chorar mais ainda. O mais lindo foi ver os homens também emocionados, até o “durão” do Bruno.

Não pude ver o rosto da Zoe direito, ela está de costas para nós, mas deu pra ver que ela se emocionou e pegou o microfone.

-Eu tinha escrito várias coisas naquele papel. – Ela apontou para um papel que a menina estava segurando. – Mas depois que você me falou isso, encorajou-me a dizer o que vier na minha cabeça, porque tudo afinal irá levar para um único caminho e uma certeza. Perguntaram a mim durante os sete primeiros dias “não acha que é muito cedo para casamento?” a minha resposta sempre foi a mesma, quando se é amor, não tem hora certa, não tem cedo ou tarde. Passou o tempo e nos sete dias que antecederam hoje eu escutei muitos “e ai, nervosa?” e minha resposta era um “não”. Nenhum momento fraquejei e nem pensei em desistir, pois como eu disse no inicio, tudo isso é fruto de uma coisa. Um caminho, você, e uma certeza, o amor que eu sinto por ti!

Lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Eu não conseguia parar de chorar, e acho que todos ali se emocionaram. Liam levou a almofada com os anéis e Phred pôs o anel no dedo da Zoe, e ela o mesmo.

O padre disse as últimas palavras que tinha e no final “pode beijar a noiva”. Eles se beijaram e ouviram-se aplausos e assovios. Todos de felicidade, todos felizes por eles. E que assim seja. Eles uniram suas mãos e foram saindo pelo tapete. Nós fomos pegando nossos pares e saindo dali também.


  • Hey, capítulo bem grandinho né *u* espero que tenham gostado do casamento e segunda feira tem a segunda parte: THE PARTY HARD dsuabndiosandas então é isso, comentem o que acharam, e whatever. <3

quarta-feira, 19 de março de 2014

Capítulo 98

Michelle Pov's 

-Que paraíso. - Comenta Zoe num outro gole de tequila.

-Vem pro meu mundo. - Um dos meninos dá um piscadinha para Zoe que finge cair no chão.

Eu ri e continuei observando ele dançar em minha frente. Os quatro homens são lindos. Um negro dos cabelos afro com o corpo bem mais malhado que o dos outros, um outro loiro dos olhos castanhos, um moreno baixinho como eu, e o mais alto de todos com os cabelos bagunçados com um gel fixador, olhos penetrantes verdes escuros, lábio superior mais fino que o inferior.

Estávamos nos sentindo as mais sortudas do mundo, principalmente eu que poderia fazer qualquer coisa sem me sentir culpada. Um deles trocou a música e eu fiquei encarando todos, as meninas falavam algo e eu nem dava bola.

-Quer dançar? - Convida o mais alto de todos, com as duas mãos esticadas pra mim.

Levantei e ajeitei meu vestido e ele ficou me olhando de cima a baixo. Peguei sua mão e ele me conduziu para onde eles estavam dançando. Um ficou atrás de mim, o outro na frente, e os outros dois ao meu lado. Olhei para as meninas e fingi me abanar, elas riam e assoviavam, falavam coisas bem legais e eu me entregando a dança deles.

Um deles pega a Zoe e todos dançam com ela, enquanto eu danço sozinha. O mesmo garoto que me puxou, olhou pra mim e veio andando sensualmente em minha direção. Comecei a rir nervosamente, até que ele se aproxima de mim segurando fortemente na minha cintura.

Fomos indo para perto da parede da casa. Ele me escorou na parede e dançou sensualmente na minha frente, até nossos lábios se tocarem. Sua língua explorou toda minha boca e a minha explorou a dele. Sim, ele beija bem e tem pegada. Ouvimos várias coisinhas das meninas pra nós.

Ficamos nos amassando no cantinho, as mãos bobas dele nas minhas coxas.

-Vamos ir pra festa agora. - Diz um dos caras e ele se afasta do meu beijo, mas continua com suas mãos em minha cintura.

-Vamos pra lá então. - Responde Will, a sim, o nome do cara que estava comigo é Will.

-Vocês vão aproveitar a maior festa de Malibu, uma noite inesquecível.  - Diz outro deles.

Fechamos a casa e guardamos a chave. Tudo estava no esquema que a Zoe montou. Entramos em uma Van que nos levou a frente de um salão enorme com letreiro rosa neon.

Pra começar a festa não estava tão cheia o quanto eu pensei que estaria, mas eu não fiquei junto com as meninas, eu as abandonei para aproveitar com o Will em um cantinho, até nós conseguirmos um sofá. Nos sentamos e antes de começarmos a nos beijar ele me fez algumas perguntas.

-Quantos anos?

-28. -  Respondo envergonhada.

-28? Daria uns 24 no máximo. Parabéns. - Sua mão alisa minha coxa. - Deixa eu adivinhar, a única solteira das meninas?

-Como sabe? - Arqueio uma sobrancelha e ele ri.

-Trabalho com isso há dois anos, já sei diferenciar. Elas ainda estão "tímidas". - Ele gesticula as aspas.

-Quer dizer que eu fui sem vergonha? - Comecei a rir e ele também riu.

-Não gatinha, quis dizer que as solteiras sempre são mais, hã, como eu posso dizer. - Ele faz uma pausa para pensar. - Rápidas... não é essa a palavra! Mas enfim, a gente puxa vocês para dançar e vocês dançam sem ter muita inibição. - Diz ele.

-Entendi.

Novamente nós nos beijamos, seu corpo extremamente sensual foi deitando por cima do meu, e eu já estava entregue a situação. Sua boca foi parar em meu pescoço, ele dava beijos e quando começou a dar sugadas de leve avisei para ele não deixar nenhuma marca, pois tinha medo de nada sair até o casamento e também por que fica feio, e quando eu voltar pra casa todo mundo vai ver que eu fiquei com alguém certamente.

Passei a mão sobre a sua barriga extremamente definida, e sua ereção encontrava minha região pélvica, e mesmo com nós estando de roupa, ele fazia movimentos de entra e sai, e balançava o corpo de acordo com a música. Suas mordidas em meus lábios estavam excitantes demais para falar alguma coisa.

Um dos meninos atrapalhou nosso momento dizendo que era hora do show.

Segui para perto das meninas dando uma ajeitada no meu visual.

-Vocês se comeram no cantinho? - Anne, a delicadeza de sempre em pessoa.

-Eu acho que eles fizeram mais que isso. - Zoe me olha de cima a baixo.

-Inveja de vocês porque eu posso fazer isso sem me sentir culpada. - Dei a língua para elas.

-Eu também posso fazer isso sem me sentir culpada! - Convicta, Anne diz e Blair ri. - Não mentira, certamente eu me sentiria culpada.

-É triste, mas eu posso fazer isso com meu futuro marido. - Zoe da de ombros.

-E eu posso fazer com meu namorado que é quase um gogo boy de tão lindo. - Blair se convence do meu irmão.

Prestamos atenção na dança sensual dos meninos, até eles tirarem a camisa que haviam posto. Tiraram suas calças até ficarem de cueca e começarem a se molhar. Eles podiam, estava quente pra caramba e as cuecas brancas ajudavam a nos mostrar o paraíso - se é que vocês me entendem.


Will chegou na frente do palco, na minha frente, e fez movimentos que me deixaram maluca.

Bruno Pov's 


Estávamos em um clube de strip, e eu não tirava o olho das belas mulheres que passavam. Corpos lindos, mas que não eram naturais, um homem sabe de longe quando é silicone, implante, e quando é natural. Até um simples movimento como o andar já denuncia se é real ou não. Não que eu não goste de abundância, mas entre uma mulher com tudo natural e uma siliconada, eu prefiro a que tem tudo natural.

Phil estava abismado com uma mulher que estava na entrada dentro de uma jaula gritando, com dois vibradores... eu não preciso falar a onde eles estavam, não é.

Sentamos em uma mesa que tinha logo a frente do palco, onde uma menina já dançava. eu falo menina porque pelo jeito inexperiente e seu corpo, ela deve ter seus 19 anos. Phred pegou a carteira e deu um 10 notas de 1 dólar cada para jogarmos pra elas. Claro que jogaríamos misérias, porque depois teremos nossas próprias dançarinas.

Calando a minha boca, uma linda loura dos olhos azuis chega no palco, com uma música sedutora, e uma roupa preta, colada no seu corpo. Meu deus, é hoje que eu fico de barraca armada com tudo doendo. Sua dança começou bem normal, dançando no ferro como as outras, até que ela foi tirando as peças de roupa até ficar de calcinha e sutiã pretos. Agora a dança já estava mais apimentada, ela subia e descia o cano com uma praticidade, esfregava seu corpo nele e passava a mão em suas coxas para nos seduzir. Um homem tocou um pouco de dinheiro e mais alguns começaram a tocar, ela foi pegando os dinheiros enquanto vinha mais para a ponta do palco.


Deitando-se no chão e abrindo as pernas, ela passa a mão nela mesmo e depois cheira a mão como se isso desse tesão nela, mas na verdade deu tesão em nós homens. Pego uma das notas e toco no palco. Ela levanta-se e percebe a nossa mesa. Suas mãos passam por seus peitos e ela tira seu sutiã libertando seu belo par de amiguinhos. Todos nós babamos nela na hora, mais a frente ela ajoelhou-se e com o dedo indicador ela chama um cara que estava ali. Sua mão conduz a mão do cara para seus peitos, depois para sua barriga, e passa por sua virilha, ela fisga alto e ele aproveita para masturba-la rapidamente. Ao mesmo tempo que eu queria ir ali e mostrar pra eles o que é dar prazer pra uma mulher somente com a mão, eu tive um pouco de nojo, porque hoje já tem vários em cima dela, provavelmente ela saíra com algum daqui, e nos outros dias deve ser a mesma coisa, então preferi ficar sentado só observando.

Não sei em qual instante que eu fechei os olhos por segundos, e quando abri ela já estava completamente nua, a unica coisa que tinha no seu corpo ela o sapato de salto que usava. Ela deitou-se como estava antes e ficou dando rodeios até levar a sua própria mão a seu sexo. Ela se masturbava livremente deixando os homens doidos por ela, inclusive eu já estava doido por qualquer uma.
++++

O resultado da stripper é que nós todos ficamos com a barraca armada, mas ninguém fez nada. Passamos em um cassino para jogar um pouquinho. Bom, na verdade eu nunca resisto aos jogos de azar, mas dessa vez eu fui mais forte e fiquei só olhando. O único que jogou foi Phred.

Ele fez uma aposta de 150 dólares e acabou ganhando 290 dólares! É, ganhou praticamente o dobro do que apostou, mas também um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e para nossa sorte ele saiu da mesa com esse dinheiro e parou de apostar.

Ah, Las Vegas, que cidade de perdições. Entramos em nossa van e fomos para casa que alugamos onde as strippers estariam nos esperando.

-Ah para negão! - Ryan figa indignado. - Pra isso mesmo que tem esse nome "despedida de solteiro", para você aproveitar os últimos momentos podendo fazer o que quiser.

-Mas eu não quero fazer nada! - Phred dá seu veredito.

-Deixa o cara, se ele não quer fazer não precisa fazer. - Defendo-o.

-Ah qual é, está todo mundo apaixonado aqui? - Ryan bufa e Kam ri.

-Eu não. - Ele diz.

-Mas os três queridos ali estão. - Ryan aponta pra nós.

-Quatro! - Theo chega ao meu lado e Phil ri de nós quatro ali.

-Fala sério. - Ryan não tem um pingo de consideração no coração, não é possível uma pessoa ser tão sem coração assim.

Apesar de que eu não sou ninguém para ofender alguém que não tem coração, até um tempinho atrás eu também não tinha, mas eu acho que definitivamente o amor muda a gente.

-Da onde que o Bruno está apaixonado? - Pergunta Kam rindo.

-Cara, não quero falar sobre isso... vamos entrar na casa e ver esse show e já era. - Imagina se eles falassem algo com o Theo ali.

-A Michelle mudou ele. - Ryan diz baixinho, mas não tão baixinho porque assim como eu ouvi claramente, Theo também ouviu.

Ele me olhou, analisou cada parte do meu rosto e eu desviei o olhar para o lado, Phil balançou a cabeça e deu um risinho, quando novamente olhei para o Theo ele sorriu pra mim. Há um pouco de Michelle nele. Eles não são parecidos, um puxou a mãe e outro o pai, mas há uma coisa dela nele, assim como há uma coisa dele nela.

++++

A stripper fogosa de "roupa" cinza com preto, ficou de quatro no chão e olhando para mim veio em minha direção. Eu confesso que já estava pra lá de excitado, mas eu não tinha vontade nenhuma de fazer alguma coisa com alguém. Se eu pudesse passar a noite bebendo e jogando com os caras mesmo eu passava numa boa. Mas há uma coisa que faz qualquer homem desistir dos seus pensamentos: perfume de mulher!


Não estou dizendo perfume de frasco, e sim aquele perfume natural, aquela peculiaridade de serem femininas e extremamente sexy's. E era isso que as dançarinas tinham, apesarem de serem dançarinas e praticarem isso sempre e estarem acostumadas a seduzirem os homens, elas ainda tem o perfume de mulher.

A mão da moça encontrou meu ombro e ela se curvou diante de mim. Virando-se de costas, ela se curvou novamente e praticamente me engoliu com suas nádegas à 5 cm do meu rosto. Pigarreei e ela ri virando-se novamente de frente pra mim, passando a língua em seu dedo e levando ele pra frente do meu rosto. Ergui a mão e tirei a dela de perto de mim. Ela já está pronta para eu levar ela para um quarto e transar a noite toda, mas eu não quero, então me afastei do showzinho junto com o Phil.

-Ar de apaixonado. - Ele mexe comigo.

-Cala a boca, até você. - Bufo.

-Fala sério Bruno, quando vai abrir esse coração pra ela... Vai fazer quase um ano que vocês não estão mais juntos e você aí se lamentando pelos cantos!

-Como se fosse fácil assim... Michelle tem uma cabeça dura, quando ela põe algo na cabeça não há o que faça pensar de outra forma.

-Vai por mim, quando uma mulher está apaixonada, basta você falar o que está sentindo, transmitir segurança em suas palavras e voilá: ela vai se abrir também.

-E se isso não acontecer? Eu sei que você e a Urbana se reconciliaram assim, mas será que a Mich vai ser assim? - Balanço a cabeça. - Ela deve me odiar por dentro por ter feito isso com ela!

-Ela odeia um pouco. - Theo nos surpreende escutando toda a conversa. - A Mich aprendeu a ser forte, mas ninguém é forte completamente!

-O que quer dizer com isso? - Pergunto intrigado.

-Você nunca vai saber o que ela realmente pensa se não tentar! Bruno, vai por mim, eu te odeio pelo que fez com ela, mas devo admitir que você a fez feliz em alguns momentos, e eu quero o bem da minha irmã.

Respirei fundo. Eles foram me dando vários conselhos legais, enquanto no fundo eu via as dançarinas dançando para os meninos. Ok, eu gosto dessa vida, mas eu não estou sabendo leva-la pra frente sendo que de 24 horas que tem o dia, pelo menos 20 horas eu penso nela, porque nas outras 4 eu estou comendo e daí só penso na comida!

Talvez eles tenham razão, passou tempo demais, eu devo arriscar, mas dessa vez sem rodeios, sem aquelas asneiras e palhaçadas de indiretas por músicas. Eu tenho que tomar vergonha na cara e pedir desculpas por tudo e falar que eu estou apaixonado.

-Eu vou dizer no dia do casamento. - Digo e Phil sorri dando dois tapinhas nas minhas costas.


  • Eu sei, não reclamem que está pequeno porque está mesmo - vocês não andam merecendo um tão grande assim :p ndusiandios mas sério gente, é que o próximo é o casamento e vai ficar bem grande, e eu não tinha mais o que por nesse, então... dbsandosi aproveitem e comentem o que acharam <3