Capítulo 44

Enquanto passava os dias, mais preguiça eu tinha. Não parava mais quieta com esse negócio de mudança e tal. Agora minhas tardes que tenho horas livres, uso-as para ver papeladas da casa, e encaixotar algumas coisas. Esta praticamente tudo pronto, a maioria das coisas que não usamos no dia a dia está encaixotada. Estamos na sexta feira, na qual eu acabei de sair do serviço e daria tudo por uma piscina. O calor estava me matando, e a transpiração me dando um certo nojo.

Fui obrigada a desistir da auto escola por enquanto pois o dinheiro está curto, e quanto menos gastarmos é melhor. E eu também não vou ter grana pra comprar um carro logo agora, por tanto não é muito válido fazer agora, quem sabe ano que vem. Enquanto caminhava da estação para casa, meu celular toca.

-Alô. – Digo atendendo o número desconhecido.

-Olá, Michelle Kern? – Pergunta uma voz extremamente seca.

-É ela. – Disse desconfiando.

-Aqui é a Ever da corretora, tudo bom?

-Ah sim, tudo ótimo. – Respondi em tom de alívio.

-Então, estou ligando pois a fecha do contrato no cartório ficou para segunda a tarde, tudo bem pra senhora? – Ai, esse gerúndio me irrita.

-Tudo bem, tranquilo.

-Okay. Então o endereço do cartório vai ser mandado por mensagem, não esqueça de que se possível levar algum advogado.

-Ah, obrigada. Levarei sim.

-Obrigada, tenha uma boa tarde. – Diz ela e desliga o telefone. 

Entrei dentro de casa e tirei meus sapatos. Anne ainda não estava em casa. Abri a geladeira a procura de alguma coisa para comer, achei alguma mistura para por no pão. Arrumei para comer e pus sobre a mesa. Fui para o quarto troquei a roupa que estava, lavei minhas mãos e prendi meu cabelo num coque alto. Sentei no sofá para comer, e liguei a televisão. Ouço três batidas na porta.

-Esqueceu a chave de novo...- Abri a porta e deparei com outra pessoa, não a Anne. – Mas que surpresa boa, oi. – Digo com o sorriso mais belo que eu posso dar. Bruno estava com um boné, camisa preta, e calça jeans, com tênis. Ele não esboçou nenhuma reação. – Quer entrar? – Dei espaço pra ele passar e assim ele fez.

-Tudo bem? – Pergunta ele com a voz tão...seca!?

-Tudo bem, e contigo? Pensei que só voltaria amanhã. – Comentei oferecendo com a mão o sofá para ele sentar.

-Pretende se mudar quando? – Pergunta ele friamente. Dei um sorriso bobo.

-Acho que semana que vem, se tudo der certo. – Empolgadamente falei.

-Legal, e quando iria me dizer que a casa é ao lado da casa do seu amigo? – Ouvi ciúmes no tom de voz dele, ou estou loquiando?!

-Bruno... – Não consegui nem falar.

-Ah, e porque não me disse que estava procurando, eu poderia ter ajudado, ou eu não sou tão bom quanto o seu amigo? – Suas sobrancelhas se arquearam.

-Eu não disse porque não queria estar incomodando você com coisas banais.

-Banal? Acha que me excluir da sua vida é banal? – Ele altera um pouquinho seu tom de voz.

-Não grita, ninguém aqui é surdo. – Comentei e sentei no sofá. Desdenhei ele, ou pelo menos queria.

-Tudo bem, eu não grito, mas agora me diz porque a casa tem que ser logo do lado da dele?

-É porque ele ajudou a escolher, e aquela foi desocupada a pouco tempo... – Eu até queria continuar a falar.

-Mas daí ele também gostou da casa porque assim vai morar do seu lado.

-Você tá ficando louco? – Perguntei e ele me olhou, sem nem piscar direito. – Ele e a Anne estão se conhecendo melhor, não tem nada a ver comigo. – Queria ter gritado isso, mas preferi manter a calma.

-Ele com a Anne..,? – Ele parecia confuso com seus próprios pensamentos. – Eu nunca imaginei...

-Pois é. Novidade, não é? – Ironizei.

-Tá, me desculpa. É que eu pensei que não confiava em mim para falar essas coisas, e que a casa tinha sido propositalmente. – Ele revira os olhos e senta ao meu lado.

-Nossa, é um recorde, não é? – Digo olhando para ele e ele arregala os olhos como se eu estivesse surpreendido ele com esse comentário.

-Que-que recorde? – Gagueja um pouco.

-Isso tudo, estamos á uma semana, e já brigando. – Dei um sorriso amarelo, e ele respira fundo em alívio.

-Ah, isso.

-Porque? Pensou que fosse o que? – Perguntei. Curiosidade faz parte de mim, não adianta.

-Nada não. – Ele junta sua mão com a minha.

-Como foi os shows, entrevistas, e outras coisas? – Fiz a pergunta interessada com o seu trabalho.

-Foi tudo muito bom, povo receptivo, apresentações maravilhosas. Ah, eu não sei o que seria de mim se eu não fosse cantor e não lidasse com o público. – Os olhos dele brilham intensamente quando ele fala dessa carreira. Isso me deixa tão feliz.

Bruno Pov’s

Chegamos um dia antes do previsto em Los Angeles. Um dos programas que íamos ir foi cancelado, então resolvemos vir para cá de uma vez. Os meninos queriam suas casas, suas famílias, e eu queria a minha cama, roupas descansadas, e toalhas fofinhas próprias.

-Olha, eu acho que a Mich vai se mudar. – Diz Ryan. Falou em Michelle eu olhei para ele rapidamente.

-Como sabe disso? – Perguntei apressadamente.

-Eu falei com a Anne por mensagem.

-Vocês andam se falando? Pensei que já tivessem posto uma pedra no relacionamento de vocês. – Comenta Phil.

-Nós estamos só na amizade agora, nada demais. – Ryan revira os olhos.

-Para onde elas vão? – Perguntei.

-Ué, sua namorada não falou nada pra você? – Pergunta Kam enfatizando a palavra namorada.

-Não Kam, ela não me falou nada, até porque nós mal nos falamos. – Disse irritado.

-Calma, raiva pega. – Disse Phil como se eu fosse um cachorro.

-Perguntei para ela e ela disse pra mim que é no mesmo bairro que o Leonel. Aquele cara que você não se dá muito bem. – Comenta Ryan. Meus olhos saíram fogo. Porque ela não me falou?!

-Ih negão, mal começou e já está sendo chifrado. – Comenta Dwayne.

-Não vou nem comentar o que eu fiz com a safada da tua namorada. – Revirei os olhos assim que disse só para irritar ele.

-Hey, não fala da minha namorada cara. – Diz ele com a voz mais grossa.

-Então respeita. – Fiz uma rendição com as mãos. – Que horas são? – Perguntei.

-São três e dois. – Responde Kam.

-Dre, me larga na frente do apartamento da Michelle e não precisa me esperar. – Disse um pouco mais alto na van para Dre ouvir.

++++

-Tudo bem, eu não grito, mas agora me diz porque a casa tem que ser logo do lado da dele? –Perguntei ofegantemente.

-É porque ele ajudou a escolher, e aquela foi desocupada a pouco tempo... – Não consegui deixar ela terminar de falar, alguma coisa fervia. Não queria ser tachado de corno.

-Mas daí ele também gostou da casa porque assim vai morar do seu lado. – Ironizei.

-Você tá ficando louco? –Nem pisquei quando ela falou e olhou diretamente nos meus olhos. – Ele e a Anne estão se conhecendo melhor, não tem nada a ver comigo. – Eu percebi que ela queria explodir de raiva, mas mesmo assim falou calmamente. Quebrando minhas pernas.

-Ele com a Anne..,? –Mas ele não estava a fim dela? Ele disse que gostava dela, e tudo mais, até brigamos por isso. Não sabia de mais nada. – Eu nunca imaginei...

-Pois é. Novidade, não é? – Ironicamente disse.

-Tá, me desculpa. É que eu pensei que não confiava em mim para falar essas coisas, e que a casa tinha sido propositalmente. – Sentei-me ao lado dela.

-Nossa, é um recorde, não é? – Recorde. Lembrei do que o Phil me disse. Mas não é possível que ela saiba de algo que aconteceu na viagem. Deus queira que não.

-Que-que recorde? – Gaguejei. Droga, estou dando sopa.

-Isso tudo, estamos á uma semana, e já brigando. – O sorriso amarelo dela saí e meu ofegante suspiro de alívio também.

-Ah, isso. – Só não pus a mão no peito e ajoelhei no meio da sala porque ai sim ela veria que eu tinha culpa no cartório.

-Porque? Pensou que fosse o que? – Curiosa. E agora?!

-Nada não. – Juntei minha mão com a sua , e algo em mim fez meu corpo se arrepiar demais.

-Como foi os shows, entrevistas, e outras coisas? – Ela perguntou tão interessada que eu esqueci de tudo. Estou confuso demais. Acho que ela é perfeita por isso, porque ela se preocupa em como foi minha viagem, meus shows.. Também não é por menos que somos amigos desde sempre.

-Foi tudo muito bom, povo receptivo, apresentações maravilhosas. Ah, eu não sei o que seria de mim se eu não fosse cantor e não lidasse com o público. – Sorri enquanto falava. Não há palavras pra dizer o quão bem eu me sinto sendo o que eu sou hoje em dia. O nome que carrego, as fãs que tenho. Eu sei que pode ser desgastante e cansativo, mas no final do dia tudo vale a pena pra trazer sorrisos as pessoas e fazer coisas das quais elas gostem.

Michelle Pov’s

Ficamos sentados no sofá. Fiquei envolva do seu abraço aconchegante, olhando para o nada e conversando sobre sua carreira, que eu já vi que é algo que interessa muito ele, e um assunto que parece que não tem fim. Falamos sobre todas as coisas. Bruno brincava com a minha mão, e eu olhava para o nada. Assim foi passando o tempo.

-Boa noite. – Diz Anne entrando pela porta com sacola do shopping.

-Boa noite. – Bruno diz. Fechei os olhos com medo que a Anne fosse falar algo pra ele.

-Tudo bem, Bruno? - Pergunta ela, tranquilamente.

-Estou bem sim. – Responde ele. Parecia que os dois eram completos desconhecidos.

-Fazendo compras no shopping então. – Comentei e ela gargalha.

-Ganhei um vestidinho do Leo. – Ela diz e o Bruno faz um “hmmm” divertido. Nós três gargalhamos.

-Quando vai ser o anúncio do namoro? – Perguntei e ela gargalha mais uma vez.

-Não tem namoro, nós nem ficamos ainda. – Responde ela.

-Mas esse cara é lerdo hein. – Comenta Bruno bem baixinho e eu belisquei sua mão.

-O pior é que eu concordo contigo, Bruno. – Anne diz e nós dois olhamos para ela, arregalados. – É lerdo o pobre coitado.

-De certo ele está com medo de tomar a iniciativa e receber um não. – Bruno comenta e ela mexe a cabeça para os lados.

-Sabe que tem razão. – Ela estica os lábios.

-Quase sempre tenho razão. – Orgulha-se ele.

-Cala a boca, Bru. – Digo baixinho e Anne gargalha.

-Podem aproveitar a sala, eu vou para o banho. Beijos. – Ela pega as coisas e se manda. Ouço o inicio de uma música que conheço bem. Olhei para a televisão e estava passando um comercial com a música dele. Virei meu olhar para o Bruno que olhou boquiaberto.

-Parabéns. – Disse me envolvendo nos seus braços novamente.

-Obrigada. – Ele afagou meus cabelos logo após um beijo nos mesmos.

-Ta com fome? - Perguntei.

-De você sim. - Respondeu safadamente com um sorrisinho maroto.

-Oh safado. - Dei um tapinha no seu braço. - Eu estou falando de comida.

-Ah, também estou com fome de comida. - Com cara de criança travessa ele responde.

-Não tem jeito né? Safado. - Falei entre risos.

-Amanhã é sábado, certo? - Pergunta ele.

-Sim. - Assenti.

-Ok, você vai ir lá pra casa, e só volta no domingo a noite. - Ele impõe.

-Vontade própria eu não tenho? - Perguntei e ele gargalha alto.

-Não, esse final de semana você é minha. - Diz ele.

-Só esse final de semana? - Perguntei fazendo beicinho. Manha para carinho, ai como eu estou carente.

-Não só nesse, como no próximo, e no próximo. - Ele me deu um beijo na bochecha. - E no próximo. - Um beijo na outra bochecha. - E em todos que der. - Ele finalizou com um selinho.

Agora eu agarrei seu pescoço e fiquei encarando seu rosto a milímetros do meu. Seus olhos propensos a penetrar nos meus, e seus lábios chamativos. O beijei. A primeira vez no dia de hoje, e mais um beijo selando esse momento meu sendo namorada dele. A língua dele procurando a minha, e a sincronia das nossas bocas. Bruno para o beijo e finaliza com um selinho estalado.

-Vamos parar por aqui antes que eu me anime mais. - Na hora em que ele falou olhei rapidamente para a sua calça, e sim, tinha um pequeno volume. Me segurei para não rir.

-Bru, tem que aprender a se controlar. - Agora eu ri um pouquinho.

-Eu simplesmente não consigo. - Ele revira os olhos.

-Safado. - Cheguei próximo ao seu ouvido e ele segura meu pulso.

-Depois não quer que eu fique assim. - Reclama ele. Rimos juntos.

-O que vamos comer? - Perguntei. - De comida. - Completei e ele esboça um sorriso de canto.

-Por mim qualquer coisa. - Ele sorri.

Ficamos conversando sobre o que comprar. Acabou que eu decidi descer na padaria e comprar algo pra nós. Bruno bateu o pé dizendo que queria ir junto. Assim que chegamos no local, todos olharam pra nós, me senti estranha primeiramente, mas logo nos aproximamos do balcão, e o mesmo menino veio nos atender.

-Boa tarde. - O menino deu o mesmo sorriso que sempre dá.

-Boa tarde. - Respondemos eu e o Bruno quase juntos.

Podia ouvir os murmúrios sobre o Bruno, claro não é todo dia em que um cantor famoso entra numa padaria. Travamos uma briga sobre o que íamos comprar e ficamos ali escutando as dicas do menino que ainda olhava para nós estranhando o fato do Bruno estar comigo. Ouvi bem abafadamente o click de uma câmera e bem na hora Bruno pôs a mão na minha cintura. Um arrepio subiu minha coluna e fez meu corpo estremecer. Lancei um olhar pra ele que foi retribuído com um sorriso de canto. O menino nos entregou o nosso pedido e nos dirigimos ao caixa para pagar. Uma mulher pediu para tirar foto com o Bruno e prontamente ele aceitou. Peguei a câmera dela e tirei, a mulher agradeceu com um belo sorriso. Atravessamos a rua e subimos as escadas. Passamos por uma mulher - deveria ter minha idade ou um pouco menos - que lançou um olhar matador para o Bruno. Meu peito subiu em chamas, olhei para ele que para minha surpresa não olhava ninguém apenas estava olhando para frente. Senti meu peito murchar num alívio.

-Sempre olham assim pra você? - perguntei assim que foi a segunda quebra da escada.

-Algumas vezes sim, estranho quando não é uma mulher que me olha assim. - Ele ri. - Mas porque?

Ele segura minha mão, me empurrando pra parede.

-Por nada. - Respondi entre risos.

-Sei. - Seus lábios encostaram no meu com um selinho tão gostoso, que se eu não estivesse no corredor, eu o atacava e aprofundava o beijo ali mesmo.

Encerrei com a nossa sessão selinho e olhei para ele pedindo que fossemos entrar. Anne estava na cozinha procurando algo para comer. Assim que mostrei a sacola ela senta-se na mesa. Sentamos nós três na verdade, comemos o que tínhamos comprado, e eu pedi licença para arrumar minha roupa. Juntei minhas coisas que tinha deixado sobre a cama, peguei minha bolsa com tudo dentro, e numa sacola pus roupas que iria precisar, inclusive o biquíni. Troquei minha roupa de usar em casa, por um vestidinho normal, e uma sandália rasteira.

-Já chamei o Dre. - Bruno diz chegando na porta.

-A quanto tempo está ai? - Perguntei ajeitando o vestido no corpo.

-Tempo suficiente pra te ver e desejar cada pedacinho. - Ele arqueia as sobrancelhas e meus olhos se regalam. -Brincadeira, acabei de chegar.

Sorri aliviada.

-Você tá muito safado. - Comentei.

-E você tá muito linda com esse vestido. - Ele entra no quarto e encosta a porta.

-Não, a Anne está em casa. - Resmunguei.

-É só um beijo. 

Eu estava tão acostumada a sentir seus lábios nos meus que tenho medo de desaprender a não te-lo mais um dia. Nossos corpos se uniram num rápido movimento, e as bocas se selaram, até se abrirem pouco a pouco e iniciarmos o beijo. Sua língua sempre sedenta, procurando alojamento, enquanto a minha ia com calma pela sua boca, tentando sentir cada toque. Ouvimos o celular dele tocar e Dre avisando que estava lá em baixo. Avisei para Anne que iria ficar lá na casa dele, e que domingo eu estava de volta. Peguei minhas coisas, na verdade minha bolsa ja que a sacola Bruno levou, e descemos.

• Delícias *u* ndsiaondoisan agora tô assim, enfim, amanhã tem Gorilla, e eu não vou ter coragem de postar o capítulo, vou estar em choque né gente dsuaibdnsioa
• Preciso de comentários <3 Quer dizer, se vocês querem comentar né! Beijooos <3 
• Próximo capítulo na terça ou na quarta.