quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Capítulo 33

Todos prontos para irem embora e eu ali, ainda parada, talvez pensando no que deveria fazer. No momento em que chegar em casa eu sei que irei chorar, eu sei que espernearei, e jurarei nunca mais ficar com ele, e tira-lo da cabeça. O problema é que o coração não obedece as ordens ditas quando se está apaixonado, ai quem sofre, sou eu.

-Vamos Michelle? – Paul me chama tocando com sua mão no meu ombro.

-Eu estraguei a festa de todos, desculpem. – Respirei fundo e olhei para frente novamente.

-Não estragou nada. – Disse ele gentilmente. – Quando as coisas são pré destinadas, não há quem as impeça.

-Mas isso não estava escrito no destino. – Birrei. Ainda sem olhar para o seu rosto.

-Talvez nas estrelas. – Leo para ao meu lado. Olhei para o seu rosto com um pequeno machucadinho.

-Leo. Me desculpa, você não tinha que passar por isso. – Eu o abracei.

-Shi. – Ele pede com que eu faça silencio.

Abraçada com ele eu fechei meus olhos bem forte, não quero chorar. Vai piorar tudo agora. Sai do seu abraço e fomos caminhando sem falar nada até o carro. Todos em completo silêncio. Anne estava ao lado do Leo, e Zoe com o Paul, eu fiquei um pouco mais pra trás, pensando em como se dá um passo para frente. Sou a pessoa menos indicada pra falar de amor, eu sou completamente perdida, e fora de mim quando se trata disso. Eu nunca tive um namorado, eu não sou corajosa, eu guardo meus medos pra mim, eu tenho receio do que possa acontecer, eu não penso no amanhã. Eu nunca me apaixonei, exceto agora. Na verdade, eu pensei numa teoria, já que eu passei minha vida toda sem namorar, e no fundo reacendi o fogo de uma paixão perdida como o Bruno, eu acho que todo esse tempo eu não me entreguei a nenhum relacionamento por causa disso, porque eu estava pensando nele, tendo ele comigo, mesmo eu não admitindo.

Queria tanto entender o porque o Bruno fez tudo isso? O que ele ganhou fazendo isso? Nada! Ele não ganhou nada! Eu não sei sinto raiva, eu não sei se quero voltar no tempo da festa, eu não sei se quero voltar no tempo que eu reencontrei ele e não o ver. Não sei mais o que eu quero fazer. Pela janela embaçada e fechada do carro, eu vejo as coisas passarem rapidamente sobre meus olhos, e é assim que a vida está comigo, passando rápido, e eu não aproveitando, porque eu estou perdendo todo meu tempo com algo não construtivo.

Não falei que eu era confusa, estranha?

Bruno Pov’s

Depois do soco do Leonel, e do tapa da Michelle, somando as coisas que uns dissemos para os outros, minha cabeça girava em órbita repetitiva. Os meninos falavam comigo, mas eu só conseguia pensar em uma coisa: ódio. Eu estava com ódio, odiando o mundo. Porque eu fui fazer aquilo? Porque eu me meti nisso? E talvez, isso faça com que a Michelle se afaste de mim, e não é isso que eu quero. Apesar de eu não querer nada sério com ela, ela me faz bem, me faz feliz. Estar com ela é pairar sobre a plenitude e pensar em tudo com seus ricos detalhes. Ela me passa segurança, ela é minha amiga.

-Tenho pena da Michelle. – Ouço Phred falar.

-Pena porque? Ela não é aleijada. – Me indigno, é só ouvir sobre o assunto que o ódio vira o jogo sobre todos meus outros sentimentos.

-Porque está mais do que na cara que essa mulher gosta de você, o problema é que eu, nem ninguém, sabemos qual é o seu problema. – Phred joga as palavras em rede limpa. Fiquei encarando ele e assimilando cada coisa dita.

-Isso, nesse ponto, eu sou obrigada a concordar com o Phred cara. – Ryan diz.Mas espera ai, Ryan Keomaka? Aquele que não se apaixona por ninguém dizendo algo do tipo.

-Complô contra mim agora? – Perguntei seguido de uma bufada.

-Não é complô contra você, mas complô contra quem você está virando. – Diz Kam.

-Eu estou virando? Eu sou eu ainda. – Digo. O que me fez pensar no dia em que a Michelle disse pra mim que eu não era mais o Peter. Mas caramba, eu sou o Peter ainda, ninguém entende isso?!

-Não é. – Ryan balança a cabeça. – Desde que terminou o relacionamento com a...

-Cala a boca, não fala nela. – Impedi que ele falasse. Era extremamente ruim em ver que eu confiei o coração para uma pessoa cegamente, enquanto ela divertia-se com outros caras, e de mim queria apenas a diversão também.

-Não está mais aqui quem falou. – Ryan levanta as mãos. Olhei para todos ali que estavam perplexos comigo. Meu rosto latejava, minha cabeça doía, eu nem sei dizer o que estava sentindo em sentido de dores.

Michelle Pov’s

O momento em que pus meus pés para dentro de casa senti um arrepio no meu corpo. Zoe foi para o banho e eu fui sentar-me na cadeira, enquanto Anne, silenciosamente, pegou água para nós.

-Toma um banho bem gelado, e depois te abafa. – Ela diz cuidando de mim.

-Porque as coisas acontecem assim? – Perguntei olhando para o chão.

-Você sabe que eu tenho uma implicância com o Bruno, desde que ele aprontou pra você na noite do natal. – Ela revira os olhos.

-Anne, eu preciso de colo. – Disse. Agora deixei as lágrimas caírem pelo meu rosto. Anne me abraçou na mesma hora, nós sentadas ali nas cadeiras, e com a cabeça sobre o seu ombro e olhos marejados, eu olhei para o sofá.

Mas que droga, vivo pensando nele, em qualquer lugar, qualquer coisa que eu olhe, vem ele na minha cabeça. Isso tem que acabar. Não é a primeira vez que eu choro por ele, e sinto que não irá ser a última também.

Entrei para o banho alguns minutos depois. A água gelada caindo sobre meu corpo, fazendo-me sentir o quão tensa eu estava. Fechei meus olhos e deixei algumas lágrimas caírem, se difundindo e confundindo-as com as gotas d’água. Sentei no chão do box e abracei minhas pernas. Eu devo ter feito algo muito errado em alguma outra vida, ou então eu tenho que matar o safado que falou que a vida é fácil. Nada é fácil, tudo precisamos lutar. 


Saí do banho e coloquei meu pijama quentinho, fui direto para o quarto e Anne foi para o banho. Deitei na cama e fechei os olhos na tentativa falha de dormir. Mais uma vez me rendi as lágrimas. Meus olhos ardiam de tanto chorar, e por algum motivo bem esquisito, eu não queria parar de chorar.Ouvi os passos largos da Anne mas ignorei. Senti a presença dela no quarto, quando ela se pôs na minha frente. Ficou me olhando eu chorar como boba, abri os olhos e continuei a chorar, ela me abraçou, e baixinho ao meu ouvido disse que tudo vai ficar bem. 


-Eu estou farta disso. – Disse balançando a cabeça e ela se senta perto de mim.

-Farta do Bruno?

-É, dele, de tudo que o envolva essa palhaçada que a minha vida está virando. – Passei o dedos sobre meus olhos para tirar o excesso de lágrimas. – Ás vezes eu penso que vale a pena sabe? Parece que vale todo o esforço, principalmente quando vejo ele amoroso, mas tem dias, como o de hoje, que me faz pensar que ele nunca irá mudar. – Disse e ela me encarou.

-Há controvérsias quando o assunto é o Bruno. – Ela pigarreia. – Primeiro, não irá ser fácil ignora-lo, ou parar de ficar com ele, sendo que você o ama, porém, você precisa fazer isso antes que chore mais do que agora. – Anne passa a mão no meu braço, suspira e indaga. – Não vou dizer pra você esquecer ele prima, mas também não vou dizer pra você ficar dependente dele e não aproveitar a vida. Nesse caso, não existem conselhos de ninguém, ninguém pode decidir isso por você, somente você e o seu consciente podem dizer o que fazer. – Ela sorri fracamente pra mim.

-Obrigada Anne, e eu sei prima, que é horrível aturar pessoas apaixonadas, principalmente eu que estou dando tanto problema, mas saiba que eu te agradeço tanto, e não saberia o que fazer se você não estivesse aqui.

-Obrigada. – Ela diz e dá um sorriso no qual eu retribuo. – A dona Savanna deveria estar aqui para puxar nossas orelhas. – Lembrando da titia ela fala isso, dei uma gargalhada.

-O que será que ela falaria? – Fiquei pensando.

-Eu já sei. – Ela ergue o pescoço para imita-la. – “Michelle, não corra atrás desse menino, ele não lhe merece, fique com quem valoriza você. E Anne, pare de pensar que tudo vai dar errado. Agora vão lavar louça.” – A incrível imitação dela sobre sua mãe me fez rir.

Bocejei.

-Bom, vamos dormir, que amanhã é sábado, e dia de faxina. – Ela diz levantando e se curvando sobre mim. Após um beijo estalado na minha testa, ela diz: - Durma com Deus.

-Você também. – Disse dando um sorriso.

Ela sai do quarto. Parei de chorar, mas sinto meus olhos pesados. (Comece a escutar a música agora, e vão dando replay até o capítulo acabar. Por favor, é pra dar mais emoção.)

Though the pressure's hard to take

(Embora a pressão seja difícil de aguentar)

It's the only way I can escape

(É o único jeito de escapar)

It seems a heavy choice to make

(Parece uma escolha difícil de se fazer)

But now I am under all

(Mas agora estou abaixo de tudo)

Never let me go, never let me go

(Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir)

Meus olhos pesaram, e foram fechando a cada piscada. Esvairei minha cabeça de pensamentos inúteis e peguei no sono.

+++++

Acordei com alguma voz alterada em casa. Esfreguei os olhos na manga do meu pijama. Sentei na cama e calcei minha pantufa, assim que levantei para ver qual era a loucura da Anne, olhei para o espelho, meu rosto completamente inchado, meus olhos estavam vermelhos. Balancei a cabeça.

-Michelle... Michelle! – Ouço alguém me chamar... Bruno?! Não...

A porta se abre fazendo um ventinho sacana, fechei os olhos esperando por algum barulho estrondoso e assim que abro, Bruno está parado, me olhando.

-Nós precisamos conversar, agora. – Porque eu via culpa nos seus olhos? Era como se ele estivesse com remorso, dor...

-Nós não temos nada pra falar, por favor, pode ir embora. – Digo desviando o olhar do seu, e indo em direção da porta.

Ele invade o quarto e fecha a porta.

-Só vou sair assim que escutar o que eu tenho pra falar. – Autoridade na sua voz me fez erguer o corpo, como se algo em mim tivesse medo do que tivesse para acontecer.

-Bruno, por favor... – Pedi fechando os olhos.

-Quer que eu vá embora? – Ele pergunta. Somente assenti. – Eu não vou, nós temos que conversar sobre ontem.

-Bruno, entende, faça algo uma vez na vida pensando em alguém que não seja em você mesmo e no seu bem. Quer me deixar bem, e feliz? Me deixe em paz. Só isso. – Pedi indo em direção da cama.

-Mas que droga, eu só quero conversar, tudo bem? – Ele bate as mãos nas suas coxas, agora ele parece conturbado, não dou a mínima pra ele. Sentei-me cruzando as pernas em posição de índio.

-Outro dia nós conversamos, tchau. – Disse olhando nos seus olhos.

-Eu já disse, e não volto atrás, só saio daqui quando nós conversarmos. – Ele faz birra, estou me irritando cada vez mais.

-Quer conversar? Então vamos conversar... – Disse e ele sentou na cama, nos pés. – Como se sente Bruno? Bem? O que pensa a respeito do escândalo que armou ontem? O que acha da campanha do desarmamento? Gosta de animais? – Pergunto ironicamente em tom de irritação.

-Deu. – Ele bate as mãos uma na outra. – Eu estou me sentindo um lixo quanto ao que aconteceu ontem...

-Ah, que bom! – Dei um sorriso. – Sinal de que pelo menos integridade ainda resta um pouquinho em você. Pelo menos um pedacinho do Peter ainda está vivo.

-Escuta, Mich. – Não quero, não posso, não devo olhar pra ele quando ele me chama de “mich”. – Eu estou me sentindo mal por isso tudo, então... – Ele respira um pouco. – Eu ainda sou o Peter, o mesmo Peter.

-Cara de pau de mentir. – Reviro os olhos.

-Não estou mentindo, eu ainda sou ele. – Reviro os olhos mais uma vez assim que ele fala, Bruno bufa impaciente. – Porcaria de vida, eu estou aqui falando que eu ainda sou ele, eu ainda tenho sentimentos, você pensa que eu sou o Bruno que não pensa, que não sente, que não vê, que não fala, que é um fantoche da fama, mas está enganada, eu continuo sendo o Peter, aquele mesmo que chorava, que ria, que era amigo, e que amava. – Ele diz pesadamente, passo a encara-lo.

-Então só me explica uma coisa? – Pergunto olhando pra ele.

-Qual quiser.

-Porque fez aquilo ontem á noite? Porque implicou comigo? – Perguntei com meu olhar devastado. Bruno torce os lábios, olha para o teto e volta a olhar pra mim.

-Se eu disser que não sei, vale? – Ele pergunta e eu continuo o encarar seriamente. – Eu não sei tá legal, não sei. Sei lá o que deu em mim quando eu te vi com ele, me deu vontade de falar isso, deve ser porque eu estava irritado com você.

-Irritado comigo? – Perguntei. – Porque?

-Porque nesse um mês que eu estava em função do meu trabalho, você não me procurou. – Ele diz fazendo beicinho.

-Eu não acredito Bruno. – Bufei.

-O que?

-Você também, não me ligou nenhum dia, não me mandou mensagem nenhum dia, mas queria que eu te procurasse? Está enganado, eu não vou mais estar a te procurar. – Irritadamente disse. Ele me olha, parecendo procurar palavras para dizer.

-O que nós estamos fazendo com a nossa amizade? – Ele pergunta.

-Não sei Bruno, não sei nem se existe mais amizade entre nós.

-Porque? Não me considera mais seu amigo?

-Considerar, eu considero, mas não sei quem é meu amigo, se é o Peter, ou se é o Bruno, e não sei quando é que eles estão falando comigo...

-EU SOU O PETER, CARAMBA. – Ele grita atordoado.

-Não grita, você não está na sua casa, e nem é o centro das atenções, fale como pessoa, normalmente. – Disse e ele bufa levantando da cama.

-Ontem, você disse... – Ele dá uma volta no quarto, com a mão no queixo, parecendo fazer um esforço para pensar em algo. – Disse que me amava, é verdade? – Pergunta ele.

E agora Michelle, é verdade ou não? É verdade... mas quanto a mim, falo a verdade ou não? Posso arriscar tudo, posso fazer outro alarmante circo como foi o de ontem. Minha decisão está agora em minhas mãos... Falo ou não?

-É verdade. – Disse. Vou me arrepender disso.

Bruno me olha, e fica analisando meu rosto.

-E porque nunca me falou isso? – Pergunta ele mudando o tom de voz.

-Porque não vale a pena, e eu estou trabalhando sério sobre isso, quero parar de ter esperanças sobre você. – Respirei fundo e ele senta na minha frente.

-Diz... – Ele fala, e o olho sem entender. – Diz... que me ama?!

-O que isso vai mudar? – Perguntei e ele fica me olhando. Eu sei que não mudará em nada, mas já que estamos conversando sobre essas coisas, acho que está na hora de eu encarar a realidade, e pensar mais em mim, quem sabe eu falando isso, não desencadeei algo em mim, e melhore? Provável que não. – Okay Bruno. – Respirei fundo. – Eu te amo, okay? Na verdade acho que eu nunca deixei de gostar de você, e uma das piores coisas da minha vida foi ter feito essa escolha, mas eu não me arrependo agora, não por gostar de você, e desculpa se no momento eu estou deixando confuso, mas é o que você faz comigo. Uma hora me dá um anel que guardou desde o tempo da adolescência, outrora me expulsa da cama com medo que alguém visse que dormimos juntos?! Dá pra entender meu dilema consecutivo, de todas as manhãs? Não, não dá, porque nem eu mesmo entendo. – Desabafei um pouquinho do muito que eu tinha para falar. Bruno ficou assimilando cada palavra dita por mim, e seus olhos percorrendo meu rosto milimetricamente. O mundo, e a vida, são feito de escolhas, eu estou tentando montar a minha.

Bruno continuou me olhando, incrível é que eu já suspeitava que ele não fosse me falar nada. Eu que sou a burra de estar me declarando, dizendo coisas que guardei pra mim por muito tempo. Cadê a Anne pra acabar com essa coisa toda? Pra expulsar ele daqui.

-Eu não deveria ter dito nada. - Respirei fundo assim que disse.

Senti a mão dele repousar sobre a minha coxa. Droga Michelle, não se rende não se entrega.

-Acho que percebeu que eu não sei exatamente o que falar. - Ele suspira, meu coração palpita.

-Por isso que eu não deveria ter dito nada, mas eu vou parar com isso, vou deixar você em paz. - Disse. Não sei, eu pensei, ou melhor, senti que eu estava parecendo uma daquelas atrizes de novelas mexicanas.

-Eu tenho medo de falar algo que eu possa estragar... Eu sempre estrago tudo. - Ele fecha os olhos.

Levei minha mão para a sua e respirei profundamente.

-Acho que é nós dois que sempre erramos. – Disse num tom profundo.

-Mich. – Suas covinhas, suas bochechas, socorro... Porque ele tem que ser tão lindo e me conquistar tão fácil assim. – Eu estou feliz por me amar, acredite. – Porque eu senti um aperto no coração? – Mas eu não posso dizer que eu te amo, se não vou estar mentindo. Eu não quero te enganar, eu não sou assim, mas acredite que eu adoro estar junto de você.

Meu coração automaticamente caiu do meu peito, quase que literalmente. Senti um aperto grande e uma dor que acho que nunca senti. Isso significava tudo. O olhei, nossas mãos juntas, e o contato visual, me causaram arrepios. Nunca me senti tão feliz e tão livre como quando estou com ele, mas já vi que ele não sente nada por mim, o que adianta eu levar isso em frente? Se eu fizer isso estou praticamente assinando meu sentença de que irei sofrer muito mais do que estou sofrendo agora. Respirei tão fundo e dei um sorriso fraquíssimo, mas não queria que ele me visse assim, eu não poderia chorar, mas meus olhos já não obedecem mais meus comandos.

-Eu sei, e te peço desculpas...

-Eu que tenho que pedir desculpas por não poder compartilhar o mesmo sentimento... Desculpa. – Ele não vê que agora eu estou sofrendo mais do que quando não tinha falado nada sobre amor com ele? Deve estar estampado na minha testa “idiota apaixonada”.

-Tudo bem Bruno. – Disse e engoli a seco todas as minhas palavras entaladas na garganta. – Eu prometo que vou parar com isso, vamos virar amigos novamente, somente amigos. Cada um seguindo a sua vida... Na verdade acho que nem deveríamos ter começado a ficar. – As palavras que eu mesma pronunciava, doíam em mim mesma.

Ele ficou imóvel. Eu estava prestes a chorar, então levantei da cama e fui até a janela, abri um pedaço da cortina e olhei para a rua. O dia ensolarado e bonito em Los Angeles.Acho que o inverno está dando adeus. Suspirei bem forte. Branca de Neve e as demais princesas me ensinaram nos contos de fadas a ser forte. Me mostraram que mesmo cheio de barreiras, o amor sempre vence, mas quando é compartilhado dos dois lados. Eu posso ter feito a pior coisa falando sobre isso com ele, principalmente depois de ontem, mas, por outro lado pode ser bom. Eu posso agora viver minha vida, livremente, e tentar tirar o Bruno da cabeça. É, alguém tinha razão quando disseram que a pior dor é a dor do coração partido, quando o amor se acaba, ou nunca existiu. Me pergunto se é tão difícil assim arranjar alguém que complete suas frases? Alguém que diga o quão você está linda com aquela roupa velha?! Acho que o problema sou eu, e não os outros.

-Michelle, o que quis dizer com “cada um seguindo sua vida”? – Ouço a voz do Bruno. Viro-me e ele está bem próximo a mim.

-Quis dizer que dá mesma forma que isso começou, do nada, isso tem que acabar. – Disse olhando para ele, sem parar os olhos quietos.

-Não... – Ele me repreende rapidamente.

-Como não, Bruno? É o melhor. Isso começou do nada, e é do nada que tem que terminar. – Talvez se eu fosse mais ríspida, as coisas melhorariam pra mim.

-Não. Não tem que acabar. – Ele balança a cabeça levemente. – Quer dizer, eu não sei o que é, mas nós não podemos parar de ficar, não. – Eu ouvi direito? Fechei os olhos rapidamente e os abri, Bruno me olhava confuso, esperando alguma resposta.

-Você está me confundindo, tá legal. – Olhei para o lado.

-Michelle, eu não quero fazer isso com você, mas eu não sei o que é só sei que eu não consigo, definitivamente, não ficar com você. – Ele dá um passo para frente e eu dou um para trás, escorando meu corpo na janela fechada.

-Basicamente está pedindo pra eu continuar andando com você como se eu fosse mais uma das suas mulheres? – Perguntei, agora encarando seus olhos que pareciam menores.

-Não, você não é mais uma, é A mulher. É minha amiga, minha companheira, a pessoa que me ama mesmo eu sendo esse traste, a pessoa que me conhece de cabo a rabo. E eu não vou aceitar, e nem aguentar, ser somente seu amigo.

Que droga ouvir isso. É lindo, quer dizer que ele precisa de mim, mas ao mesmo tempo soa como um “você é boa de cama, é gostosa, e eu não quero parar de te comer, porque eu sei que no dia que eu não tiver nenhuma mulher pra levar pra cama, eu vou ter você”. É isso que eu ouço. Abaixei meu olhar, eu não quero me render. Ele pega a minha mão e me puxa pra perto dele.

-Sente ele. – Ele diz colocando minha mão sobre seu peito. – Ele bate assim, descompassado, quando estamos juntos.

Me cedi, sabe porque? Por que eu o amo, e eu não consigo olhar para aqueles olhos e não me render, ou então ver sua boca levemente ressecada e ter pensamentos de como seria ótimo estar beijando ela. Olhei para seu rosto um pouco iluminado pelo pouquinho de sol que entrava no quarto. Eu o beijei, eu tomei atitude. Eu sou a burra da história. Quando os lábios semiabertos dele encontraram os meus, comecei a me sentir bem. O beijo parecia durar uma eternidade, quando fomos separados pelo barulho. 


-Bruno, por favor, pode se retirar. – Diz Anne. Nunca vi ela tão brava assim. Olhei para ela e para ele.

-Te espero ali no corredor para conversarmos. – Ele diz diretamente pra mim.

-Quando eu falei “se retirar” eu não consegui especificar que é pra sair do apartamento. – Anne diz tão ríspida. Zoe apareceu na porta, com os olhos soltando fogo Anne o encarava.Bruno olhou pra mim e eu assenti positivamente.

Ele afasta-se do quarto sem falar nada.

Assim que ouvimos o barulho da porta, Anne entrou no quarto, seguido da Zoe.

-Bonito, mesmo depois de tudo o que passou ontem, você beija ele. Que lindo. – Anne ironizou.

-A culpa não é minha, ta legal?! – Disse sentando na cama.

-É minha. – Anne revira os olhos.

-Porque pediu pra ele sair? – Perguntei olhando seus olhos azuis, que estavam numa coloração mais escura.

-Porque? – Ela pergunta incrédula. – Depois de tudo o que aconteceu ontem, depois de tudo o que ele te falou, depois das lágrimas que você derrubou, acha mesmo que eu teria que aturar ele aqui? Hoje não Michelle. Desculpa, eu sei que a vida é sua, mas eu sou a sua prima, e sua amiga, e agora não é hora para confiar num cara que só quer levar você pra cama. Cansei. – Ela despeja tantas palavras que eu fui juntando uma por uma com meus pensamentos e formando o conceito de que Anne está realmente estressada com o Bruno.

-Está pegando pesado. – Avisa Zoe.

-Dá pra me deixarem sozinhas, por favor? – Pedi sem olhar para elas.

As duas saem, e eu fico ali com meus pensamentos.
  • Vocês pensaram "Ai, como ela ta boazinha!" mas não dnisaondsoi' só estou postando hoje porque amanhã (20 de setembro - Revolução Farroupilha, se não sabe vai estudar história u.u ler livros, ou procura no google) aqui no RS é feriado, então vou sair com a minha família, e no sábado provavelmente não conseguirei postar, então pra não deixar vocês sem todos esses dias, eu vou postar hoje! 
  • Quero muitoooooooos comentários, e tem tempo pra isso hein u_u
  • Ah, foi isso que pensaram desse capítulo? O que querem para os próximos? *---* Beijos <3 

23 comentários:

  1. Como eu começo . Eu vou ter que ensinar ao Bruno que tudo o que ele sente por ela é amor ? Que foda-se o passado temos que nós arriscar se não , nunca saberemos . Outra eu estou me vendo com a minha prima nesta história , estou começando a intende-la porque é exatamente assim aqui , sem tirar e nem por . O Bruno não sabe que ama ela por causa da outra , em falar nela quem é ? Estou curiosa , acho que escrevi um texto , mas FODA-SE . Merece um texto . Você me fez chorar , pois escreveu a minha história ai . Enfim , continue , pois está lindamente perfeito ♥

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  2. "Mas eu não posso dizer que eu te amo, se não vou estar mentindo. Eu não quero te enganar, eu não sou assim, mas acredite que eu adoro estar junto de você." cara, eu realmente chorei ao ler isso. senti como se fosse comigo, meu coração até ficou apertado. e por mais q eu odeie isso, eu amo, pq eu gosto de chorar e sofrer com fic's, filmes e novelas ahsuehau eu achei perfeito esse capítulo, mas a Mich se entregou muito fácil. Td bem q ela o ama mas tantas vezes ele já aprontou e ela cedeu, mas dessa vez foi d+, ela tem q dar uma lição nele, fazê-lo sofrer bastante, ansiosa por este dia (yn' mas tu sabe o q faz né Dri, eu confio em vc hehe

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  3. Eu simplismente estou sem reação com essa pessoa bipolar, vulgo bruno. Sério cara, ele mereceu e não mereceu esse bj, mas foi perfeito, esse compacto tem que se abrir mais pro amor, desilusão todo mundo tem, ela ama ele plmdds e já está mais q provado. Eu não me controlaria, certo q meu nome não é mich, mas eu fico imaginando as covinhas quando ele fala isso, mds *o*
    dri tu smp diva né? Não preciso mais dizer isso pq geral sabe, orgulho da minha amigaaa <3
    by: dani

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  4. Nossa mãe, um dos MELHORES caps que já li... Fiquei :O Tu escreve tão bem, Dri! Me faz querer ler smp mais e mais! Tá de parabéns, amiga <3

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  5. ai amiga nao consigo ler tudoooooooooo, tenho muito ciumes................

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  6. Sua fic é outro nível, amei o capitulo!!

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  7. Bruno tem que entender que ele ama a Mich. Senti tanta pena da Mich quando ela disse tudo que sentia pro Bruno e ele disse que não sentia o mesmo por ela. Espero que o Bruno se toque logo e pare de fazer a Mich sofrer. Você sempre deixa um gostinho de quero mais, e eu fico super ansiosa. Cada vez me vicio mais e mais na sua fic. Parabéns Dri!!
    -Gi

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  8. Caramba foi incrível, por um segundo eu pensei que ela tinha caído na real,mas foi impressão af!!
    Você deve estar imaginando que eu estou torcendo para eles não ficarem juntos né? Errado, eu quero que eles fiquem sim, mas eu acho que ela e muito madura para ele, e sentimental demais para ele também, acho que ela tem que ter um pouco mais de atitude!
    A fic esta linda vc sabe que adoro vc!!

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  9. Tá de parabéns Dri, não tem como não amar sua fic. Você com que a gente se envolva com a história e isso faz toda a diferença. Amei de verdade, um dos melhores capítulos. Parabéns Dri, sua fic é incrível! <3

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  10. Fic mais que perfeita, mds :')

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  11. Okay, a paciência com o Bruno se esgotou, eu mesmo vou fazer ele intender que ele a ama, se não nunca diria que gosta de ficar perto dela, que se sente bem com ela, caramba, se isso não é amor é o que? Ele tem que crescer e parar de tratá-la como as vadiazinhas que ele come, ela não é como as outras e quando ele a perder, vai ser pior, por um tempo, porque eu tenho a mais plena certeza que a Mich vai voltar atrás, como sempre, porque ela o ama de verdade e passa sempre por sima de tudo! Orever, eu quero mais, está perfeitamente perfeito! Te amo, Dri <3

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  12. ADRIANA NUNES PEREIRA DA SILVA DA PQP, NÃO SEI SE TE ABRAÇO OU SE TE BATO. Vou tirar do Caps já que não posso fazer nenhum dos dois. Hoje eu tava tipo maravilhosamente bem e feliz, cantando junto com os passarinhos, e agora? Depois do capítulo mais perfeito da fic? É, eu tô meio acabadinha apenas. Eu tô com tanto ódio do Bruno, que eu vou pegar a granada e tacar nele! Como ele pode ser tão fdp assim? Como ele pode fazer isso com a Mich? Ele não percebe que ele só machuca ela, e que ele falou coisas desnecessárias? Pra que ficar tão perto? Pra que falar que não a ama mas precisa dela? Pra quê?
    Eu tô indignadamente emocionada, e eu sei que os comentários não são zona pra eu fazer tudo isso, mas esse capítulo MERECE um super-mega-hiper-comentário. Eu tô com dó da Mich, e com raiva do Bruno. Eu não sei de onde você tira tanta perfeição... É remédio? Pode me passar a lista dos remédios ou qualquer coisa que você toma diariamente no chat do Facebook, okay? Obrigada, de nada. auibsaiubsa
    Não sei se aguento até segunda. Tá perfeito. Continue <3
    [Deus do céu, ficou mais grande que as minhas redações da escola bsiasbaiubsaiubsa']

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  13. Ai eu não sei de quem eu to com mais ODiOOOOOOO se e da Mich por ter aceitado tdo o que ele fez dinovo e alias ter beijado ele, ou ele de sempre fazer merda e vim com essa carinha de cachorro sem dono e conseguir o que quer,será que a Mich nunca vai dar uma chance pro Léo?! A Mich não toma jeito msm né,as vezes eu acho que ela vai ter q sofrer muuuito pra aprender.Mas ta perfeitoooo e o cap ta enorme como eu gosto,ai vc só vai posta segunda agora? #chateada!! continua looogo tah bjuss.

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  14. A cada dia gosto mais e mais da sua fic. Tá muito perfeita. Parabéns!! <3

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  15. INCRIVEL, única palavra pra se defenir esse capitulo, INCRIVEL!

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  16. Aaah velho,não creio que ela beijou ele

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  17. Quem não cairia mortinha com o bruno mars falando isso pokaspokopakspokpoaksopkaop

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  18. \Masss gente '-' o que foi isso tudo '-'

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  19. Mich eu vo te mata menina se contenha.Continuaaaa loooogo Drii pelo amor de Deus

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  20. Perfeição define. Disse e repito vc ainda vai me matar, não se é de raiva deles ou de curiosidade kk

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  21. CARACAAAAAA.... Serio eu pirei meu coração acelerou de um jeito que nem lendo a fic de Cissa acelerou... Ta de parabéns. (((: Feliz Feliz.

    -Quero mais...

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  22. Incrível, esse capítulo foi demais!!!

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