Capítulo 32

Nunca experimentei tanta roupa como hoje. Anne fez eu combinar peças nada a ver, e coisas que eu nunca
usaria, resumindo, passamos muito tempo decidindo a roupa de cada uma. O banho todas já tomamos. Anne está se vestindo e Zoe se maquiando, e eu aqui, olhando para o espelho pensando no nada, como o costume que tenho quando saio do banho, ás vezes. Peguei a saia que Anne separou, toda trabalhada em lantejoulas e paetês coloridos. Achei ela linda pra festa. Vestia e pensei duas vezes antes de por uma meia calça, mas hoje o dia está quente, ou melhor, a noite está quente. Coloquei a blusa que a mesma separou pra mim. Fiquei me ajeitando em frente o espelho. Sentei na cadeira ao lado da Zoe e comecei a me maquiar. Não sabia o que fazer, então optei por maquiagem marrom e lábios realçados. Escovei meus cabelos já secos, e voltei ao quarto para por o sapato. Finalmente estava pronta. O celular tocou, atendi.

-Alo. – Disse.

-Oi, já estamos aqui em baixo. – Diz Leonel, ouço uma voz junto da dele.

-Tudo bem, vou avisar as meninas e já descemos, beijos. – Desliguei o telefone. Encontrei Zoe no corredor. – Vamos? O Leo já está lá embaixo. – Disse e ela sorri.

-Vamos. Está bom assim? – Ela passa a mão na sua roupa.

-Está ótimo. – Disse e ela sorri.

-Anne, o Leo já está lá embaixo. – Gritei.

-Ah, vão descendo, estou me maquiando, juro que não irei demorar. – Grita ela de volta.

-Você tem vizinhos, sabia? – Zoe diz me repreendendo com um sorriso sapeca no rosto.

-Eles não pensam em nós quando escutam as músicas doidas, ou quando gritam um com os outros. – Disse para Zoe. – Nós vamos descendo então. – Gritei novamente avisando a Anne.

Eu e Zoe descemos as escadas nos cuidando. A única a levar bolsinha era a Zoe, mas nossas coisas cabiam ali dentro. Estranhamente, após o banho, fiquei com vontade de dançar, e agora estou com o pé coçando para logo chegar lá e dançar a noite toda. Leo estava no carro, e ao seu lado, no banco do carona estava seu primo Paul.

-Oi meninos. – Dissemos praticamente juntas.

-Oi meninas. – Disse Leo. – Zoe, esse é meu primo Paul. – Eles se cumprimentaram assim que sentamos no banco de trás. – E essa é a Michelle, acho que você lembra dela...

-Eu lembro sim. – Um sorriso brotou no rosto dele. Até que ele não é feio. Nos olhamos, e quando virei meu rosto e direcionei meu olhar para o Leo, ele estava olhando estaticamente para o prédio, Anne estava saindo.

-Só não baba. – Zoe implica com ele.

-Vai a merda. – Leo diz livremente. Impressão minha ou eu senti ele suspirando pela Anne?

-Oi meninos. – Anne senta no banco de trás, deixando assim menos espaço para cada. 

-Oi. – Leo a olhou. – Lembra do meu primo, Paul? – Pergunta ele novamente.

-Paul, essa é a Anne, Anne esse é o Paul. – Zoe revirou os olhos e falou como se fosse os dois se apresentando, eu gargalhei e Paul também.

-Como você é querida, Zoe. – Leo oferece o dedo do meio pra ela.

-Gente, eu quero chegar lá hoje. – Anne diz.

-Ah, fala a menina que demorou séculos pra se arrumar. – Zoe revira os olhos e Anne dá um tapinha nela.

O caminho todo fomos conversando, ninguém calava a boca. Começamos a ficar com sede, então passamos em um barzinho para fazer uma social primeiro. Bebemos coisas leves, quer dizer, Leo bebeu suco de laranja com sei lá que fruta era aquela, e nós outros bebemos cerveja. O que restava da noite? Só estou a espera. Olhei para o céu completamente estrelado, a lua tão linda. Sorri pro céu.

-Apaixonada, ou já bêbada? – Pergunta Paul chegando ao meu lado.

-Apaixonada, quem sabe... – Digo suspirando.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Ah, claro.

-A Zoe, sua amiga, tem namorado? – Jurei, não sei porque e nem querendo me “achar”, mas pensei que ele iria falar algo de mim, ou perguntar se eu tenho namorado. No momento agradeci mentalmente por não ser isso.

-Não, está solteira. – Dei um sorriso e ele também.

-Será que eu teria chances com ela? – Ele ajeita a gola da sua camisa e me faz rir.

-Porque não teria? – Perguntei retoricamente.

-Obrigada.

Entramos todos no carro e percorremos o caminho para a boate. Bom, algo me diz que essa noite será badalada, afinal está super lotado a frente. Leo estacionou em uma ruazinha ali perto e acionou o alarme. Saímos todos lado a lado. Anne na ponta, logo depois Paul, Zoe, eu e Leo. Estávamos rindo de algo que eu nem sabia o que era. Leo disse nossos nomes e recebemos pulseiras rosa choque e florescente para identificação de área vip. Subimos um pequeno palanque de escadas decoradas e aparecemos no hall de entrada. Sim, a boate estava cheia. As pessoas dançavam ao som de batidas eletrônicas, olho para a copa e lá estava dois homens musculosos sobre a mesa, dançando com as bebidas nas mãos.

-Vamos ficar ali. – Leo aponta para um local.

Zoe largou a bolsa e começou a engatar uma conversa no mínimo bem interessante com o Paul. Anne estava dançando já, puxando minha mão para dançar também, e assim eu fiz, logo depois eu e ela puxamos Leo e dançamos entre ele. Paul e Zoe buscaram bebidas na copa, na verdade trouxeram um baldinho de bebidas diversas, com muito gelo. Peguei um copo de martini de maça e virei quase todo. Meu sangue borbulhava, sentia meu coração pulsar tudo para minhas veias, dançava livremente. Requebrava no bom e velho português.

-Olha, atraindo olhares. – Diz Anne no meu ouvido. Olho para onde ela olhava e tinha três caras lindos, na verdade nem sei dizer qual era o mais lindo, nos olhando. Anne sorria e começou a dançar mais ainda.

Fui para perto do Leo e peguei o copo que estava na sua mão.

-Hey, esse copo é meu... Tem mais ali. – Ele aponta para o baldinho, eu olho e dou de ombros bebendo a bebida dele.

-Preciso dançar. – Falei.

-Cadê a Anne? – Pergunta ele.

-Ela foi no banheiro. – Responde Zoe sem parar de dançar.

-Ah. – Leo fica sem palavras.

-Vamos dançar. – Puxei a mão dele.

Dancei com ele. Mas como a bebida também estava no controle da minha situação atual, alguns movimentos eu não conseguia controlar. Descia até o chão, virava de costas pra ele. Leo respeitou ao máximo, mas chega uma hora que parece que você está dançando com um poste. Peguei suas mãos e entrelacei nossos dedos, dançando com ele. 

Bruno Pov’s

Chegamos na tal festa. Eu estava cansado, definitivamente desanimado. A única coisa que me faria feliz agora seria um bom sexo. Assim que entramos na boate e passamos pela área de entrada, eu fui para a área dos fumantes. Peguei meu cigarro e o acendi. Enquanto fumava ele ali sozinho, já que os meninos estavam em algum lugar dançando, eu cuidava as mulheres que ali passavam. Um corpo me chamou atenção.

Curvas perfeitas, coxas grossas, pele negra. Fui subindo o olhar dos pés até chegar a sua cabeça. Dona de um corpo de beleza negra tão sensual, e um rosto chamativo, olhos marcantes e lábios carnudos. Quando vi seu olhar, ela também me encarava. Cheguei perto dela e dei um sorriso.

-Boa noite. – Disse estendo o copo, que ela pega sem pensar.

-Boa noite, Bruno Mars. – Diz ela.

-Bruno... Só Bruno. – Digo. – E você, seria?

-Christina. – A voz dela saiu perfeitamente rouca.

-Sozinha aqui? – Perguntei me escorando na parede, bem ao seu lado.

-Não. – Ela sorri. – Minha amiga se arranjou com um cara, e agora estou aqui, esperando alguém cair do céu... – Ela diz e chega com sua boca perto do meu ouvido. – Ou de marte. – Eu admito que essa foi uma cantada bem fraquinha, mas mesmo assim sorri.

-Quer dançar? – Perguntei esticando a mão para ela.

-Porque não. – Diz ela dando a mão macia para mim.

Andei com ela até a pista de mãos dadas. Procurei os meninos mas não consegui achar nenhum deles. Nos enfiamos no meio do povo que ali estava e dançamos um pouco. Evitei um pouco o contato com ela naquela hora para ela não pensar que eu sou um tarado, mas na verdade meu amigo já estava acordado, e meus pensamentos somente numa cama de motel com ela ao meu lado.

-Vamos mais pra lá. – Apontei para o canto, onde ficam os sofás.

Ela concordou na hora. Pegamos o caminho que tinha menos gente. De longe vi alguém muito parecida com a Anne, mas balancei a cabeça rapidamente.

-Cara, estávamos te procurando. – Kam me assusta, tocando no meu ombro.

-Oi. – Diz de maneira sexy demais, Ryan para Christina.

-Qualquer coisa eu estou ali no canto. – Disse apontando para o local. Peguei uma garrafa de vodka que estava na mão do John e segui o caminho com ela.

Me escorei na parede, numa parte carpetada, e ela escorou seu corpo no meu. Dançando sensualmente pra mim. Ficava olhando para ela e seu corpo, passei minha mão livre por sua cintura e suas coxas. Com a outra mão, empinei a garrafa de vodka, deixando até cair um pouquinho. Deslizei minha mão nas suas coxas e dei encontro a barra do seu vestido. Fui levando minha mão de mansinho para dentro do vestido, e para minha surpresa ela não hesitou. Virando-se de frente para mim, encontramos nossas bocas, que alvoroçadas se beijaram. Eu iria explodir de tesão se não cortássemos o clima, ou então fossemos logo para um lugar mais reservado.

-Calma seu amiguinho ai. – Ela diz perto dos meus lábios. Dei um sorriso sacana e voltamos a nos beijar.

Assim que terminamos o beijo, ela atacou meu pescoço, dando apenas beijos, e lambendo ele. Pus minhas mãos nos seus cabelos e a outra, larguei a garrafa, e pus sobre seu traseiro grande. Tocava uma música bem elétrica, acompanhei com o olhar, mesmo de longe, a menina que pensei ser a Anne. E eu acho que era mesmo. Ela se uniu em um grupinho, logo vi Zoe com um cara e Anne pega a garrafa, empinando-a também. Sei que ela e o Ryan não estão mais “ficando” como antes. Espera, se a Anne e a Zoe estão aqui, Mich também está, certo? Percorri meus olhos, e por um bastardo idiota de camisa branca não consegui ver quem mais estava junto, pois ele ficou bem na minha frente.

Parei de tentar vê-la, apenas me concentrei na Christina, que já estava me deixando louco.

-Vamos dançar. – Ela me puxa para a pista.

Acompanhei ela. Se posicionando na minha frente, e conseguindo me instigar mais, ela dançou me provocando. Fiquei olhando seu gingado, seu jogo de corpo sobre mim. Olhei para cima para tentar me descontrair antes que eu abaixasse minhas calças e transasse com ela ali mesmo. Quando voltei a olhar, meu olhar parou na seguinte cena: Leonel parado e Mich dançando pra ele. O que? Só pode estar brincando. Eu saio durante um mês e os dois pombinhos já se juntam. Ela pega na sua mão, e quando começa a tocar alguma música que eu não sei o nome, mas animada demais. Mich se empolga e começa a usar todo o seus atributos, sendo assim como morou no Brasil, tenho que admitir que ela tem um rebolado incrível, até mesmo por experiência na cama... Não posso pensar nisso, mas tenho que dar um jeito dela notar que eu estou aqui, afinal, ela quase nunca me procurou nesse um mês.

Virei meu olhar para Christina que me olhou sem entender. Quer dizer, agora entendi porque ela me olhou assim. Definitivamente, a cena da Mich com o Leo, além de me dar náuseas e nojo, literalmente me broxou. Segurei sua cintura e dei um beijo nela, calorosamente, tentando desviar todo e qualquer pensamento alheio.

Michelle Pov’s

-Vem cá. – Me puxa pela mão, Anne.

-Anne, que má educação, eu estou dançando. – Disse e olhei para Leo, que riu e continuou balançando o corpo com a música.

-Eu vi. – Ela arregala os olhos.

-Aí, me desculpa, mas eu não tive como não fazer isso, mas eu estava precisando dançar. – Comecei a me desculpar.

-O que? De que você está falando? – Pergunta ela confusa.

-De mim e do Leo dançando. – Disse inocentemente.

-Ah, grande coisa. Não era disso que eu estava falando. – Ela percorre os olhos e paira sobre um local. –Olha lá. – Ela diz e eu olho.

-Não sabia que o Ryan viria. – Disse admirada.

-A é, nem eu. – Ela reclama, aparentemente incomodada.

-Tá, mas pega algum homem e esquece ele. Agora é hora pra mostrar o poder que você, linda e loira tem. – Disse passando a mão nos seus cabelos e ela sorri e me olha.

-E será que o Bruno não está aqui também? – Quando ela falou Bruno, por algum motivo meu coração palpitou mais forte.

-Se tiver, que faça bom proveito. Ele não me procurou mesmo. – Dei de ombros. – Vou dançar. – Disse e ela ri.

Mentira! Eu menti. Não é que ele faça bom proveito, não quero ele com outras, quer dizer, não quero ver isso. Balancei a cabeça e comecei a dançar empolgadamente, mas no fundo da minha cabeça não saia a ideia de que o Bruno pudesse estar ali. Assim que desci até o chão, com o copo na mão, quando fui beber, reparei o anel na minha mão. Novamente o palpite forte do meu coração e o frio na barriga. Quando parei de olhar isso, vejo, um pouco distante de nós, os cachinhos dele. Eu sei que aquele cabelo é dele. Esquivo meu corpo um pouco para o lado, e realmente, era ele, dançando com uma mulher, empolgados.

Mexeu comigo, claro que mexeu. Continuei a dançar, mas nada parecia a mesma coisa. Parece que minha vontade de dançar passou. Respirei fundo e fui em direção do baldinho, e assim que olho para o sofá, estava Paul e Zoe no maior love. Sorri sobre a cena e peguei uma garrafa de vodka. Empinei a garrafa e levantei da cócora em que estava. Olhei para Anne e Leo que dançavam normalmente. Comecei a dançar bem livre, sem me importar com nada. Definitivamente, fingir não dar importância para algo de extrema relevância não é a melhor saída.

-Para. – Anne rouba a garrafa da minha mão. – Cuida dela aqui que eu vou no banheiro, já volto. – Diz Anne para o Leo.

-Não precisam cuidar de mim. Eu estou bem, estou sóbria, e não, eu não vou quebrar uma garrafa e me cortar com o caco de vidro, e nem vou brincar de tiro ao alvo com o Bruno. – Disse saindo do braço dela rapidamente. – Quero respirar. – Disse e Anne saiu dali.

-Vou levar ela ali na rua. – Leo diz alto e pega minha mão. – Vamos pegar um ar ali na rua. – Ele diz. Eu só assenti.

Andamos no meio daquele monte de pessoas dançando e felizes. Comecei a sentir meus pés dando sinal de vida. Me apoiei no braço do Leo, enquanto esperavamos algumas pessoas se locomoverem para nós sairmos. Passamos pelos seguranças e paramos no hall de entrada, onde estava praticamente vazio. Me escorei na parede.

-Vou pegar água pra você. – Leo diz e eu assenti positivamente.

Um cheiro de maconha se propagou no ar, aspirei profundamente e lembrei da vez que no campus da faculdade, nós usamos escondidos, só pra ver como era. Cheguei a rir sozinha. Fiquei observando um menino sendo carregado, duro de bêbado, por mais dois rapazes. Um deles usava as calças quase nos joelhos, o que ficou tão estranho pra ele. Quando voltei meu olhar para a entradinha do vip, vejo Bruno saindo de mãos dadas com a mesma mulher que ele estava dançando.

-Já vai? Tão cedo. Posso recomendar um motel muito bom. – Bruno sorri pra mim. Motel? Ele bebeu só pode. Deve ter me visto dançar com o Leo.

-Pelo visto você também já está indo, não é? – Arquei a sobrancelha e ele me olha de cima a baixo.

-Claro, tá achando que eu sou o único rapidinho aqui. – Ele faz um movimento estranho com suas bochechas.

-Seja mais objetivo com suas palavras, Bruno. – Disse dando um leve sorriso irônico.

-Para bom entendedor meia palavra basta. – Ele contrai o maxilar.

-Algum problema? – Pergunta Leo, chegando com a água.

-Opa, chegou o defensor da lei. – Bruno se arreia no Leo, pus a mão no peito do Leo.

-Nem pensa em rebater com algo, ele está podre de bêbado. – Disse olhando nos olhos do Leo.

-Agora podem se beijar, o show já acabou. – Bruno provoca.

-Cara, é melhor você ir embora. - Leo fala calmamente, mas pelo que eu o conheço, sei que ele está tentando evitar briga, melhor assim.

-Ah, eu não vou pra casa, vou pro motel. Podem me acompanharem se quiserem, ou eu dou endereços de motéis ótimos. - Bruno diz tão discaradamente.

-Só não tento brigar com você por que sei que de alguma forma isso vai atingir a Mich. Pro seu ego saber, não, nós não vamos para um motel, porque a Mich é diferente, ela não é essas vadias que você pega por ai e leva para esses motéis baratos. - Leo fala sem pausas. Intercalei meus olhares entre os dois.

-Vamos embora, Leo. - Pedi baixinho.

-Fica tranquila princesa. - Bruno toca no meu braço. - Ele vai embora porque está com medo de mim. - Ele diz baixinho. Me esquivei de perto dele. Meu Deus, como ele pode mudar tanto de personalidade.

-Bruno... - Juro que fiquei matutando sobre algo que eu pudesse falar, mas da minha boca não conseguia tirar palavras.

Quando eu respirei fundo, só vejo uma mão voar na cara do Bruno e seu rosto se desconfigurar para o lado. Eu não posso acreditar que eles estavam se dando a esse nível. Leo tentou ir pra cima dele mas eu fiquei na frente, Bruno age sem pensar e tenta dar um soco nele, porém acaba pegando de raspão sobre minha orelha, e se eu não tivesse dado um passo para o lado, quiçá ele teria acertado meu rosto. Pus minha mão sobre a orelha e dois seguranças chegaram, cada um segurando um. Olhei para a mulher que estava com ele que horrorizada saiu da nossa volta, agora tinha algumas pessoas ali olhando.

-Me solta. - Grita o Bruno.

-Hey, soltem ele. - Grita Ryan dando uma corridinha até nós. Eu estava estática, não conseguia processar o que estava acontecendo.

-Nunca mais encosta um dedo em mim, imundo. - Bruno grita para o Leonel.

-Só se não se atrever a chegar perto dela. - Ele olha pra ele com fogo nos olhos. - Eu te avisei, agora vai pagar pelos seus pecados, ela vai esquecer de você, e ai sim você vai perder a pessoa que pode ser a única na face da terra a te amar. - Como assim ja avisou? Eles andaram se falando? Conforme as palavras iam sendo pronunciadas meu coração se apertava, olhei para o Bruno e com maior ar de decepção balancei a cabeça em reprovação.

-Você só fala merda, está desse jeito porque ela ama á mim. - Bruno bate no peito como se isso fosse um troféu.

-Mich. - Grita Anne. Abri meus braços pra ela e afaguei meu rosto no seu ombro. - O que ta acontecendo? - Pergunta ela desvencilhando do abraço mas segurando minha mão.

-Não sei também. - Respondeu Ryan.

-Fica quieto que ninguém falou contigo. - Ela nem olhou pra ele pra dizer isso.

-Levem ele daqui. - Disse um dos seguranças se referindo ao Bruno.

-Solta ele, daqui cuido eu. - Ryan segura o Bruno que tenta escapar mas não consegue. Os meninos.da banda saem e nem me veem ali.

Estou me sentindo uma idiota, uma inútil, como eu fiz os dois brigarem? E pra que esse escândalo todo? Minha festa estava tão boa, eu nem tinha pensado no Bruno, mas agora, só isso passa na minha cabeça. Aquele aperto no meio peito e aquela dor quase inexplicável. Olhei para Anne que falava algo com o Leo, e segui com passos largos em direção da rua. Enquanto caminhava tomei um gole de água.

-Ora, o que tá fazendo aqui? Decidiu pegar o endereço? - Bruno ironiza, olho pra ele com desprezo, Ryan arregala os olhos e os meninos ficam sem reação.

-Tenho pena de você. - Digo.

-Não preciso que sintam pena de mim. - Ele diz duramente.

-Ninguém precisa que sintam pena, mas você é digno disso. - Balanço a cabeça. - O que deu em você, hein?

-O que deu em mim? - Ele arregala os olhos. - Você fica esfregando naquele cara, aí quando eu falo algo, vocês ficam.bravos. - Seus olhos se reviram.

-Bruno, por favor, eu sou uma mulher solteira, faço da minha vida o que for. - Respondo rispidamente, mas uma coisa não sai da minha cabeça. Porque o Bruno fez esse escândalo todo? Bom, não da pra negar que ele esta completamente bêbado.

-Agora que o show já acabou, pode entrar novamente e dançar com ele, se esfregando como uma qualquer. - Entrelinhas ele me chamou de qualquer?

-Bruno, está passando dos limites. - Kam o repreende e olha pra mim. - É melhor nós levarmos ele para casa.

-É melhor mesmo, dá uma água pra ele, vê se passa um pouco. - Disse nervosamente, minhas bochechas tremiam assim denunciando meu estado de pavor quanto ao que estava acontecendo. Meus olhos queriam se acabar em lágrimas, meu peito se contorcia, e por algum motivo maior eu não conseguia chorar.

-Eu não quero ir, quero ficar. - Bruno faz birra. - Pode ir pro motel, vai. - Ele fala com tanto nojo transparecendo na sua voz.

Eu perdi a cabeça, não liguei que as pessoas estivessem olhando, apenas dei três passos para frente, e com a palma da minha mão, bem firme, eu o bofeteei. O estalo apavorou a todos, Bruno levou a mão no rosto e ficou me olhando incrédulo, tinha fúria, raiva, ódio no seu olhar.

-Isso é por me chamar de qualquer, por confundir tudo o que está acontecendo, e por pensar que eu sou como uma das suas vadias. - Dei um sorriso tentando conter as lágrimas. Nem percebi que Anne estava ali ao meu lado agora. - E é também por todas as mulheres que você fez chorar, incluindo eu. Não tenho medo de você Bruno, e sei que está alcoolizado, e que pode pouco lembrar amanhã do que está acontecendo, mas lembra bem o que eu vou te falar. Nunca mais levante a voz comigo, nunca, não discuta com mulheres, fica baixo pra você, fica algo tão feio, que se dimensiona para a mídia, e se vierem novamente perguntar de nós, diga que eu sou uma trouxa sua amiga, que confia em você, e que daria tudo pra tentar te mudar, e diga também que você não passa de um nada. - Minhas mãos tremiam, eu não sei nem explicar o que estava sentindo, queria jogar tudo isso sobre ele, mas ao mesmo tempo eu me rendo ao seu olhar sobre o meu. Não sou de fazer escândalos, muito menos brigar, mas agora nada mais fazia sentido.

-Acabou com o seu showzinho? - Ele diz tão irônico, tão idiota.

-Bruno, se ela não tem coragem de dizer, eu digo, vai a merda, escafeda-se você sozinho junto com as merdas que são suas mulherzinhas. - Anne sai em minha defesa e Ryan fica encarando ela. - E como o Leo disse, você está perdendo a única pessoa que verdadeiramente te ama.

-Ele nunca disse que me amava. - Bruno rebate.

- Não vale a pena. - Disse e sinto uma mão envolver minha cintura.

-Não comecem tudo de novo, por favor! Amanhã vocês conversam. - Diz Ryan apaziguando a briga/discussão.

-Eu não quero conversar com ninguém, não tenho o que falar. - Bruno da de ombros. A visão embriagada dele me da nojo, causa-me arrepios.

-Vamos embora. - Pedi, e agora vi que quem estava com a mão na minha cintura era Zoe.

-Vou chamar o Leo e o Paul. - Disse ela se desvencilhando de mim.

Vejo Bruno e suas companhias se afastarem. Dre, o segurança e motorista dele chega com a van. Bruno entra por primeiro. Phred foi o último a entrar. Ele apóia a mão na porta da van e me olha como se eu fosse uma criatura de dar dó. Contorci meu maxilar, fechei os olhos e respirei fundo. Aqui estou novamente, brigando com o Bruno, depois de um mês sem vê-lo, e aquele final de semana tão maravilhoso. Vida injusta, vida cruel, pessoas cruéis. Algo não conseguia sair da minha cabeça... Porque ele começou essa briga toda? Porque ele fez isso? Eu entendo que ele estava visivelmente embriagado, mas não tinha necessidade desse conflito todo.

• Como castigo pensei em deixa-las até segunda que vem sem capítulo! Então, se até sexta não tiver um numero bom de comentários, como era antes, eu não postarei u_U indsanidosando 
• Quem é escritora de fic sabe o quanto é ruim não receber comentários.
• Comentem já que o capítulo está bem grandinho e ainda por cima com uma briga :p o que será que vem por ai?