quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Capítulo 64

Bruno Pov’s

Se eu não soubesse medir um pouco se quer os meus instintos, eu juro que acertaria um soco na cara dela. Como ela pode fazer isso? Passei reto pela sala e saí batendo a porta, sei que fiz feio, mas eu não iria aguentar tudo isso, não iria aguentar olhar para as pessoas e saber que elas me veem como “o corno”.

Peguei um rumo qualquer. Qualquer não, peguei o rumo do meu antigo apartamento, meu primeiro lar sozinho, minha primeira conquista imobiliária, após a compra da casa para a mãe, o pai e as meninas. Minha cabeça girava, meu peito não doía, mas sentia algo que eu nunca senti antes. Eu me senti traído, um nada... Dirigi feito um louco, escutando músicas antigas, músicas que normalmente me acalmam, mas hoje nada me acalma, eu só não cometo uma loucura porque eu não quero cometer nada assim, não quero que ninguém me veja desse jeito, acabado emocionalmente e estruturalmente. Peguei as chaves e estacionei o carro. Acionei o alarme e subi para o meu apartamento. Abri a porta e me veio várias lembranças.

“-Esse é um ótimo apartamento, ele é barato e aconchegante.

-Eu vou ficar com ele!”


Veio-me a lembrança da Michelle e eu aqui, uma noite que tinha tudo para ser boa e que não foi porque eu estraguei. Pensando bem, fui eu que estraguei várias coisas, mas nada dava a ela o direito de fazer isso comigo, ela me traiu, traiu minha confiança. O pior de tudo é que eu não sinto raiva dela, por algum motivo eu sinto raiva de mim, uma vontade de descobrir onde eu estou, onde meus sentimentos e minha perseverança se encontram. Eu quero voltar a ser àquele que não sente nada por ninguém, que nunca sentiu, mas é esse que ela odeia... E eu não estou nem aí para o que ela pensa.

Peguei um copo na cozinha que ainda habitava alguns dos meus pequenos pertences que consegui, enchi de um whisky, o mesmo que eu bebi com ela aquela noite.

É, pensando bem, eu dou bola sim para o que ela pensa. Mas eu não vou me rebaixar...

Michelle Pov’s

Estou me sentindo um lixo no fundo, eu sei que errei, eu sei que extrapolei nas medidas que tomei, mas eu não queria perder o Bruno, e sem consciência eu fiquei com ele. Juro que não foi por mal, eu não sei o que deu em mim, e o pior de tudo é que eu até gostei, então começo a me questionar se eu ainda estou mesmo apaixonada por ele, se eu quero mesmo continuar a viver essa vidinha idiota que eu estou vivendo, achando que tudo é um sonho e que no final vai acontecer como um conto de fadas. Não vai, não vai.

Eu sou burra por acreditar nisso, por acreditar que tudo é um sonho, e agora depois de tanto tempo eu me culpo por isso. Não culpo o pobre Leonel que foi meu amigo e quis ter algo comigo, e eu não quis, não culpo o Jack, que também se tornou meu amigo. E me culpo, a idiota apaixonada sou eu... mas algo tem que mudar, e vai mudar.

Ouço as batidas na porta e continuo sentada na cama, olhando para o chão.

-Posso entrar? – Pergunta Anne do outro lado da porta.

-Entre. – Minha voz saiu mórbida, rouca, horrível.

Eu sou horrível.

Eu me sinto horrível.

-Minha princesa. – Diz ela vindo em minha direção e Zoe fechando a porta. – Tudo vai ficar bem, você não teve culpa... – Ela segurava meus pulsos e olhava no meu rosto, eu não estava chorando, não mais.

-Não... Tudo é culpa minha, não adianta, eu sei o que eu fiz.

-Mas você falou para o Bruno, talvez adiante de algo. – Zoe indaga.

-Adiantar de que? Viu o jeito que ele saiu daqui? Ele deve estar furioso. – Torci os lábios falando, ainda com a voz rouca, calmamente.

-Zoe, pega um copo d’água por favor! – Anne pede para Zoe, que saí no mesmo instante. Ela me olha e balança a cabeça, agora sentando ao meu lado. – Eu sinto que você ama ele, e olha, pelo jeito que ele reagiu ele também sente algo por você.

-Ele saiu daquele jeito porque descobriu que eu traí ele, e não porque ficou com raiva que me “perdeu” para alguém. – Gesticulei minhas aspas.

-Isso deve ser confuso. – Ela torce os lábios. – Olha, eu falei com o Leo, e ele também acha que o Bruno sente algo por você.

-Sente. – Digo e ela sorri. – Raiva, ódio. – Revirei os olhos.

-Eu tenho certeza que ele sente algo a mais.

-Se ele sentisse, ele iria dizer. – Bruno falaria algo disso, ele sempre foi sincero com sentimentos. Zoe entrou com um copo de água nas mãos e me entregou. – Obrigada. – Agradeci.

-De nada. – Zoe senta no meu outro lado.

Ficamos nós três olhando para o nada. Minha respiração estava mais tranquila do que a delas, mas a consciência não. No fundo eu sentia muito por isso, e fiquei pesadamente arrependida por um lado, mas quando eu penso que ele me enganou, ele me fez chorar, ele fez-me passar como boba enquanto pegava outras mulheres. Eu não preciso aturar isso tudo, eu não preciso, e garanto que meus pais não se orgulhariam disso. Escorei meu corpo para trás, e as meninas também. Cada uma segurava uma das minhas mãos, e eu fiquei ali, olhando para o teto, encarando o claro do branco, com a luz apagada.

++++

Fiquei tanto tempo encarando o nada, que peguei no sono. Acordei, estava sozinha no quarto, tapada com minhas cobertas, luz apagada, janelas fechadas. Fico concentrada nos murmurinhos que ouço, acho que tinha menos pessoas em casa do que quando Bruno foi embora.

Bruno foi embora. Não.

-Eu sou uma idiota, estou me igualando a ele fazendo isso. – Fechei os olhos, mas nada de choro veio neles, fiquei apenas com esse nó na garganta.

Levantei, tirei minha roupa tocando ela em qualquer canto do quarto, abri meu guarda roupa e tirei um vestidinho preto básico dali, vesti-o e coloquei um chinelinho aveludado. Prendi meus cabelos num coque e abri a porta do quarto. Quando quase arrastei o chinelo pelo corredor, os murmúrios param. Acho que percebem minha presença quando chego na sala. Aqueles olhares de pena, ou de curiosidade, me davam ânsias. Passei por eles com um sorriso fraco e fui para a cozinha. Os murmurinhos começaram novamente.

Peguei um copo de leite gelado e tomei todo. Olhei para o relógio da parede e vi que marcavam nove e meia da noite, contando que amanhã é domingo, estão todos tranqüilos sem precisar acordar cedo. Lavei o copo e cheguei no meio deles. Minha tia, meu irmão, Anne, Leo, Zoe, Phred, e Paul, o primo do Leo. O que ele faz aqui mesmo? Franzi a sobrancelha com a minha própria pergunta.

-Qual é o motivo da reunião? – Perguntei chegando no meio.

-Estávamos falando sobre vinho. – Responde Leo. O telefone de casa toca.

Anne atendeu e me olhou, caminhando na minha direção. Ela estende o telefone e eu esquivo meu corpo, vejo nos seus lábios a fala “é o Phil”. Na hora estendi o braço e peguei o telefone.

-Alô. – Disse saindo do sofá e indo para um lugar mais reservado.

-Oi, Mich. – Ele suspira menos mal que sua voz está tranquila. – Está tudo bem? – Pergunta ele quando escuto a trovejada na rua, dei um pulo para trás.

-Desculpa. – Comecei a rir. – Acho que vai chover muito forte, mas respondendo a pergunta, estou bem.

-Ok. – Ele fica um tempinho em silêncio. – Se importaria de vir aqui em casa?

-Claro que não, mas não é nenhum encontro com o Bruno? – Perguntei desconfiada.

-Não... Não muito bem.

-Como assim?

-Quando chegar aqui eu explico, ok?

-Tudo bem, vou pedir uma carona aqui. Beijos.

Conversei com todos e Paul me deu uma carona, já que depois iria pra casa direto. Troquei de roupa e fui com ele, o caminho todo em silêncio, eu sei que ele queria falar porém não sabia o que exatamente. Quando estamos em situações complicadas, as pessoas tendem a não puxar assunto conosco, com medo de acabar falando algo que nos incomode. Olhei para o nada pensando em bobagens, mas fazendo de tudo para não pensar no que Phil queria falar comigo.

-Muito obrigada. - Disse quando chegamos em frente a casa do Phil.


-Disponha. - Diz ele.

Sai do carro e ele arrancou, partindo pra sua casa. Virei-me em direção da casa. Passei as mãos no meu corpo e respirei fundo antes de andar até a porta. Bati três vezes e fiquei olhando, através do olho mágico alguém me viu e a porta abriu-se. Urbana sorria pra mim.

-Quanto tempo. - Nos abraçamos fortemente. 


-Verdade, muito tempo mesmo. - Falei um pouco mais baixo porque estava próxima ao seu ouvido. Nos desvenciliamos e senti seu olhar de compaixão pra mim. - Phil?

-No quarto, com o senhor encrenca.

Comecei a rir nervosamente.

-Senhor encrenca é o...

-Sim, seu namorado, Bruno. Ele mesmo. - Ela diz entre risos.

Comecei a rir enquanto ela me guiava ao quarto deles dois, ao encontro do Bruno e do Phil. No fundo eu sabia que o Bruno estaria aqui, mas mais cedo ou mais tarde eu teria que ouvir o que ele tem para falar. Ouvi as risadas das crianças, e então Urbana apontou para o quarto e foi ver as crianças. Dei duas batidinhas na porta.
(escutem a música <3)

-Entra. - Diz Phil.

-Com licença, eu vim... - Parei estática assim que vi o Bruno deitado, olhando para o teto e Phil segurando um copo de água.

-Acho que ele bebeu além da conta.

-Não... Ele está bem consciente. - Digo vendo a sua aparência.

-Eu estou consciente. - Diz ele.

-Você não falou por esse tempo todo porque então? - Phil aparentemente se irritou com isso.

-Porque eu quero pensar. - Bruno vira o pescoço e seus olhos encontram os meus. – Veio ver meu fracasso? – Pergunta ele com a testa franzida pra mim.

-Não sou obrigada a aguentar esse tipo de coisa. – Revirei os olhos e fiz um sinal para o Phil que veio até mim.

Fechei a porta e ficamos no corredor. Ele me abraçou.

-Não julgo você, antes que fale algo. – Ele começou falando, apoiando suas mãos nos meus ombros. – Eu sei o que você já sofreu, e que está cansada de tudo isso. Não julgo você por isso!

-Obrigada Phil. – Agradeci encarecidamente.

-Pretende continuar com ele?

Respirei fundo.

-Vamos conversar?! – Pede Bruno abrindo a porta com a cara mais arrependida do mundo. Olhei para os dois e Phil deu as costas para nós. Provavelmente Bruno estava escutando toda a conversa. Olhei nos olhos dele e entrei no quarto. Sentei na beirada da cama e Bruno sentou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um tempo.

-Eu sei que eu já errei demais. – Diz ele começando com a história. Respirei fundo, soltando o ar pela boca e olhei pra frente. – Eu entendo tudo isso, por isso que entendo que você se sentiu só e me traiu.

-Eu não me senti só, não foi por isso que te traí.

-Então porque? – Pergunta ele seriamente. Olhei para ele e passou várias conversas, e várias brigas nossas. Conclui meus pensamentos, engoli minha saliva e falei.

-Acho que só deixei de gostar. – Falo tranquilamente.

-Quer dizer que não me ama mais? – Pergunta ele arqueando as sobrancelhas.

-De que adianta amar? Isso jamais foi correspondido, e então cansei. – Digo dando de ombros.

-Então não me ama mais. – Ele levanta.

Começo a rir e ele me olha com um ponto de interrogação no seu olhar.

-Não tem o porque disso, sabe, não tem sentido. – Comecei a explicar. – Se eu te amo ou não te amo mais pra você não faz a mínima diferença, e então para de tentar aliviar a dor de “corno” que está sentindo e aprende a realidade.

-Michelle! – Ele parecendo descrente com o que eu tinha falado. Na verdade eu também estava.

-Qual é Peter? Estamos fantasiando tudo isso há tempos, tá na hora de acordarmos. – Falei em tom um pouco mais alto.

-Mas você me traiu. – Diz ele querendo se apossar da razão.

-Claro, dei um beijo de três segundo em alguém enquanto você já foi pra cama com muitas, já me fez chorar...

-Tudo isso foi quando não estávamos namorando.

-Não importa. – Balanço a cabeça. – Você fez igual, você me iludiu com palavras bonitas, alimentou o meu ego fazendo eu pensar que enfim tinha conseguido um Bruno que há tempos não via.

-Não pira, Mich. – Ele bate a palma das mãos.

-Agora sou eu que estou pirando?! – Perguntei incrédula. – Olha, não sei com quais tipos de mulher você está acostumado a lidar...

-Eu só estou com você! – Ele se defende num tom mais alto da voz do que o meu.

-Esse beijo que eu dei nele não encobre metade do que você já fez pra mim, e muito menos justifica todo esse escândalo.

-Como não encobre? Eu não te fiz nada garota.

-Bruno, ás vezes um “não” dói menos do que uma ilusão.

-Não acredito que eu estou discutindo isso. – Seus olhos reviram. – Vamos parar por aqui.

Parei pra pensar. Como se eu desse pausa na cena, pensei em quantas vezes isso aconteceu ao contrario. Eu não disse que amo ele, eu trai ele. Beleza, eu não me sinto melhor por isso, me sinto suja, porém eu acho que dei a lição nele, agora podemos continuar com as nossas vidas juntos. Eu já mostrei para ele que quando eu quiser também posso ser cruel.


-Preciso de um tempo pra pensar. - Digo pondo a mão esquerda sobre a minha cabeça, minha mente girava e meus pensamentos estavam em turbulências.

-Claro. - Bruno solta uma risada debochada. - Pra cair de boca no Pocahontas não foi preciso pensar.

-CALA ESSA SUA BOCA. - Levantei minha mão a ponto de dar um tapa no seu rosto, seu olhar foi no meu. Ele quis dizer que eu sou uma vadia? Que saio "caindo de boca" em todos, e que não penso. Não é bem assim. - Nunca mais ouze falar assim comigo, eu não sou nenhuma das vadias que você pega por aí.

-Não é o que está parecendo.

Tudo, seu riso debochado, e seu jeito idiota no momento, somando com as coisas pelas quais eu já passei por ele, resultaram num tapa estrondoso em seu rosto. Bruno me olhou apavorado, pensei que ele iria avançar em mim, ou me insultar, dizendo coisas feias, me chamando até de vadia, mas não foi isso que ele fez. Seu semblante fechou e seu rosto se abaixou, se eu não o conhecesse bem diria que ele estava prestes a chorar, ou estava arrependido. 


Agora eu que me senti mal por isso. Não queria ter feito isso, mas ele me insultou e eu não iria deixar barato. Fechei meus olhos e ele ficou em silêncio, talvez estivesse arrependido de algo, ou calculando alguma coisa, só sei que seu silêncio me fez refletir e ver que boa coisa não iria sair da sua boca.

-Bruno... - Foi a única palavra que saiu da minha boca.

-Saí daqui! - Diz ele em tom baixo.

-Eu não vou sair daqui. - Rebati. - Me des...

-Agora é você quem tem que calar a boca, e eu que tenho que pensar. - Ele me olha e balança a cabeça. - Dá licença.

-Eu não vou sair daqui.

-Então saio eu. - Ele levanta da cama e saí em direção da porta, mais uma vez eu fico a ver navios olhando para a porta que se baterá na minha frente.

Ouvi passos apressados, e daqui a pouco a porta se abre. Urbana estava com um hobby atoalhado na cor vermelha, que nada combinava com a sua pantufa verde musgo. Olhei pra ela, agora sim com os olhos marejados, vendo minha vida passando em segundos em frente aos meus olhos.

-A culpa não é sua! - A mesma palavras que as meninas usaram pra mim. Dei um sorriso e a primeira lágrima caiu.

  • Hey hey hey \õ como estão? estão gostando dessa nova Mich? *-* Ah, matando a curiosidade de vocês, na aba "personagens" tem o Jake agora :3 ele é um gato! 
  • Ah, está chegando o tão sonhado momento do flashback <3 Próximo capítulo na sexta <3 Beijos <3

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Capítulo 63

Sexta feira, acordei com preguiça como sempre, mas hoje com uma leve dor no meu joelho. Ontem bati com ele no metrô enquanto vinha pra casa. Levantei com dificuldade, arrumei a cama e fui para o meu banho. Enquanto tomava banho – não apoiando muito a perna no chão –fiquei pensando em vários porquês. Bruno não me ligou e nem mandou mensagem mais. Me arrumei colocando uma saia preta de cós alto, uma blusa branca social e sapatilha preta. Peguei meu celular que ainda não tinha despertado, eu estava adiantada.

Com saudades abri a pasta de mensagens e a primeira era a do Bruno. Comecei a ler as mensagens, da última vez que nos falamos, na quarta feira.

“Odeio quando me deixam esperando. Estou aqui numa entrevista, cheguei a tempo, e a mulher demora um monte para me entrevistar. Que saco.”

“Diz pra ela que você é o Bruno Mars e não pode esperar. Tô com saudades. Soube que foi numa festa ontem a noite.” 

“Vou dizer hahaha antes que pergunte, eu não fiz nada demais na festa, para de desconfiar de mim” 

“Bruno? Tá ficando maluco? Eu não falei nada, só comentei que eu soube.” 

Idiota, brigamos por causa disso, que droga.

“Ah Michelle, vamos parar por aqui, não estou afim de brigar.” 

“Ok Bruno. Tchau” 

“Eu não disse para dar tchau” 

“Ai meu Deus, como você é indeciso, que saco. Bruno, eu vou trabalhar, tenho mais o que fazer”

“E o pocahontas? Tem visto ele?” 

IDIOTA AO EXTREMO. Balancei minha cabeça com essa mensagem. Lê-la novamente é como se estivesse lendo pela primeira vez. O que ele acha que eu sou? Idiota ele, argh.

“Não Bruno, eu não tenho visto ele, e ele tem nome, é Jake. Inclusive eu prefiro trabalhar do que ficar discutindo com você por mensagem. Tenha uma boa tarde, Bruno.” 

Ele não respondeu mais nada depois disso, e se respondesse iria ver minha furia. Estava na tpm, no vermelho, eu não iria aguentar mais coisas sem acabar explodindo e falando coisas que não deveria. Enfim, ele está me estressando com essa história toda, e eu prometi para mim que não quero mais estresses na minha vida, por isso amanhã quando ele chegar eu irei falar com ele e resolver toda essa história.

+++

Saí do serviço furiosa, odeio essa gente com todas as minhas forças. Arquivei um projeto e mandei para a impressora de plantas que fica em outro setor, e a abobada da menina que cuida das coisas, imprimiu a planta na primeira vez errado, e na segunda quando foi cortar, acabou passando do limite de corte, aí que droga. Quase pulei no pescoço dela. E como se não bastasse, Alejandro está obrigando eu e Thalia – uma mulher que trabalha no setor de engenharia -, a fazer um projeto para uns americanos, sobre um super mercado.

Acho que estou estressada demais. E tudo isso gratuitamente. Quando estava atravessando a rua para o metrô vejo um café, era tudo que eu estava precisando. Eu sei que aquele local sempre esteve ali, mas eu nunca quis ir, mas agora precisava melhorar meu humor com uma xícara de café.

Entrei no estabelecimento e olhei para os lados. Sentei em uma mesa e uma moça com o cabelo preso no estilo “coque-de-vovó” veio perguntar o que eu queria. Dei uma olhada no cardápio e pedi um café expresso acompanhado de bolinho inglês. Peguei meu celular e fiz uma coisa que há muito tempo eu não fazia. Entrei na internet para ver as notícias. Fiquei lendo até meu café chegar, e quando chegou eu tomei o café e continuei vendo.

-Ora, ora, ora, quem eu vejo por aqui. – Ouço uma voz masculina. Levanto a cabeça da minha concentração no celular e dou um sorriso assim que o vejo.

-Jake. – Disse e ele se inclinou para dar um beijo na minha bochecha. – O que faz por aqui? – Pergunto.

-Fui na casa do meu irmão. – Ele aponta com o polegar sobre os ombros para um homem de meia idade, nem um pouco parecido com ele.

-Desculpa, mas seu irmão não é meio velho? – Fui indiscreta eu sei.

-Não, não é aquele senhor, é ele. – Ele aponta com o indicador agora para um homem com barba rala, cabelos lisos e um corte bem estranho. Ele tinha tatuagem em todo o seu braço esquerdo.

-Ah bom. – Dei um sorriso.

-E você, o que faz por aqui? – Pergunta ele.

-Trabalhando.

-Trabalha aqui perto?

-Sim sim. – Respondo e ficamos em silêncio. – Quer sentar?

-Eu adoraria, mas tenho que conversar com ele, precisamos ter uma conversa de irmão mais velho com mais novo, sabe?

-Sei sim. – Comecei a rir.

-Enfim, foi muito bom te ver. – Ele dá um sorriso e agora me lembrei que aquela noite eu o achei tão lindo e depois acabei pensando que eu só achava-o bonito para fazer ciúmes ao Bruno, mas não, ele é bonito realmente. – Nos falamos qualquer hora.

-Tudo bem. Tchau.

Pensei nele – no Jake -, por alguns instantes, e então tentei me concentrar na minha leitura de notícias. Que irônia esse destino, me por no caminho dele justo hoje. Bem na hora em que cliquei no celular para desbloquea-lo, vem uma mensagem da Anne.

“Blair nos convidou para uma festa, mas estamos todos optando por um boliche. O que acha?”

Hm. Um boliche hoje não seria mal, aliviar os pensamentos, jogar, me divertir.

“Eu topo. Daqui a pouco chego em casa.”

Tomei rapidamente meu café e comi meu bolinho, só percebi que ele me observava quando eu estava com a boca cheia e olhei para o lado. Comecei a rir com a mão na boca e ele balançou a cabeça. Levantei e fui até o balcão para pagar a conta. Guardei minha carteira na bolsa, ajeitei discretamente minha saia e saí. Esperei um tempo para conseguir atravessar a rua, e quandoo estou descendo as escadas do metrô escuto uma buzina, olhei para o lado e vi Jake parado com o carro no acostamento onde é proibido.

-Aí não é proibido estacionar? – Perguntei forçando os olhos para conseguir enxergar com todo o sol.

-É, por isso preciso que você suba de uma vez no banco do carona e eu te levo em casa. – Diz ele destravando a porta.

-Não, eu vou pegar o metrô, não se preocupe.

-Eu estou prestes a levar uma multa, não faça eu me arrepender por isso. – Ele dá um sorriso tímido. Olhei para ele e fiquei pensando no que teria de mal pegar uma carona. Caminhei até a porta e entrei. O carro dele tinha um cheirinho agradável de morango, achei tão bom que respirei fundo inalando todo o perfume.

-Pra onde mora? – Ele pergunta tirando o carro dali.

Falei pra ele onde eu morava. Insisti dizendo que é longe, mas ele disse que não se importava. Conversamos totalmente amigáveis até então. Como estava em horário de pico, o trânsito estava parado, deu tempo de conversarmos bem mais do que antes. Conheci ele melhor. Até de problemas ele me falou, e disse que é por isso que ele estava falando com o irmão dele. O irmão dele, Tom, tem 23 anos, e é independente sobre si, só que está um caos a família dele, pois seus pais estão num processo de separação e ele tinha que falar algumas coisas. Quando vi minha rua chegando, suspirei aliviada, pois bem lá fundo estava com um certo medo dele desviar o caminho e acabar me levando sabe lá Deus pra onde. 
(Podem começar escutando essa música, logo mais abaixo terá outra)

-Eu não ia sequestrar você. – Jake diz assim que estacionou na frente da minha casa.

-Não pensei nisso. – Comecei a rir. Mentira Michelle, pensou sim, descarada.

-Seu riso é tão lindo. - Diz ele. Olhei pra ele sem graça. – Desculpa... Adorei conversar com você, talvez um dia marcamos de tomar café juntos.

-Tudo bem, por mim podemos marcar. – Disse sorrindo.

Ele ficou me encarando de forma que eu me envergonhei, seus olhos castanhos me olhando cada detalhe, analisando os pedaços do meu rosto. Fiquei nervosa, e minha mão esquerda suou. Agarrei a bolsa e pus no meu ombro para me preparar para sair.

-Obrigada pela carona, agora vou entrar para tomar um banho e descansar. – Disse.

-Tudo bem, sempre que precisar sabe meu número.

-Ah, pode deixar.

Me inclinei para dar um beijo no seu rosto e ele não virou o rosto. Encarei frente a frente seus olhos, seus lábios. Sua boca ante aberta dava pra sentir o hálito mentolado de seu creme dental. Não pensa nessas coisas, não pensa nessas coisas. Fechei os olhos por segundos e acabei sendo pega de surpresa por um beijo seu. Nossos lábios se encontraram e nossas línguas se tocaram. Eu respondi ao beijo, eu sou uma idiota. Empurrei ele e olhei seus olhos que ficaram deslocados. 


-Me desculpa. – Diz ele torcendo seus lábios.

-Desculpa eu, desculpa se eu dei a entender outra coisa. – Ficamos no mais pleno silêncio. – Tenha um bom final de semana, e mais uma vez obrigada pela carona.

Saí do carro nervosa. Ele arrancou e senti minhas mãos tremerem e minhas pernas ficarem bambas. O que foi que eu fiz? Eu não posso falar isso pro Bruno, ele não pode saber. Mas se ele não saber, e acabar sabendo pela boca de outra pessoa vai ser pior porque se ele acabar me perguntando eu vou falar a verdade. Droga. Eu não podia ter brigado com ele, por que no fundo que sei que eu correspondi esse beijo pensando no Bruno, pensando em vingança. A pior coisas que existe: vingança! Eu me igualei a ele. Que merda que eu fiz?!

Fiquei parada por uns minutos na frente de casa e quando entrei nem ouvi o que me falaram e fui direto para o meu quarto. Larguei a bolsa na cama e me disparei para o banheiro. Coloquei água gelada no meu rosto e quando olhei para o espelho vi uma mulher imunda, pálida e com medo do que o Bruno pode fazer. Mas no fundo, eu me sentia feliz, porque eu posso falar isso para ele e provar que eu também sou humana.

Mesmo assim eu vou estar me igualando a ele.

Que droga.

Fui para o quarto onde Zoe e Anne estavam sentadas na cama. Olhei para elas sem expressão, apenas olhei.

-O que houve dessa vez? – Pergunta Anne.

-O Bruno. – Digo.

-O que foi que ele fez novamente? – Pergunta Zoe agora.

-Ele vai me matar. – Digo com o olhar perdido.

-Porque? – Pergunta as duas na mesma hora.

-Jake. – Digo.

-Qual é?! Virou monossilábica agora? – Anne começa a rir se estressando da minha forma de falar.

-Na boa, estou com medo isso sim. – Diz Zoe.

-Eu beijei o Jake, Bruno vai me matar. – Fechei os olhos e me toquei na cama assim que elas deram um espaço.

Nenhuma palavra foi dita, elas devem estar chocadas comigo assim como eu mesma estou. Eu sei que eu fiz merda. Droga, eu sei.

-Mich... – A Zoe falou, mas eu lembrei do Bruno e quando fechei os olhos imaginei as diversas vezes que ele me falou isso com aquelas covinhas tão lindas que enfeitam seu rosto.

-Podem me xingar. – Digo esperando um festival de xingamentos. Me ajeitei na cama ainda com o silêncio delas, ficamos nós três caladas.

Anne começa a rir desesperadamente.

-O que foi garota? – Zoe se assusta.

-Duas coisas. – Ela fala entre seus risos. – Primeira, imaginei o Bruno com um par de chifres no meio daquela cabeleira toda. – Até eu comecei a rir disso, mas meu riso foi ficando nervoso então parei. – Segunda: BEM FEITO.

Anne berra e bate palmas sozinhas.

-Bem feito mesmo, ele faz você sofrer, nada melhor que isso. – Ela diz e olha pra minha cara nada contente. Seu olhar encontra o de Zoe que balança a cabeça negativamente e então ela me abraça deixando meus braços esticados para baixo de forma que eu não conseguisse retribuir o abraço. – Droga, você deve estar se sentindo péssima, mas pensa que você é humana e toda a carne tem seu ponto fraco.

-Mas eu estou me igualando a ele assim. – Torci meus lábios, mas eu não tinha nenhuma vontade de chorar.

-O que está pensando em fazer? – Pergunta ela.

-Contar pra ele. – Digo.

-Coragem. – Zoe comenta baixinho.

-Eu sei que ele vai explodir, é capaz de fazer algo contra o Jake, mas eu não posso conviver com mentira, e além do mais foi apenas um beijinho.

Um beijinho...Claro, Michelle! Isso não justifica, poderia ter sido quinhentos beijinhos, um beijo, sexo. Traição é traição. Viu, agora tudo passa na minha cabeça de forma retumbante, com gritos, ecos e tudo mais. Mil armas apontam na minha cabeça em minha mente. Não é tudo isso, não é um crime, mas entende, minha consciência pesa quando eu penso que posso ter colocado tudo a perder traindo o homem que eu amo. Eu não tenho razão, eu não posso brigar.

+++

Tomei três copos de água com açucar. As meninas me forçaram a descer com elas, e falamos para todos que eu estava com uma forte cólica por isso não iria para o boliche com eles, e então ninguém foi, mas Theo deu a brilhante ideia de fazermos um churrasco no almoço amanhã. A primeira coisa na cabeça que me passou foi: “BRUNO IRÁ VIR, ME FERREI”.

Enquanto estava sentada no sofá e todos conversando, sentia um aperto no meu peito, um embrulho no estômago, eu posso ter posto tudo a perder.

-Para de pensar sobre isso. – Zoe senta surpreendentemente no meu colo.

-Não tem como não pensar. – Dei um riso nervoso.

-Olha. – Ela se ajeitou ao meu lado e olhou nos meus olhos. – Eu sei que deve ser difícil, muito difícil, mas pensa que tudo pode dar certo. No fundo, isso adiantou de alguma coisa?

Como eu iria dizer pra ela que no fundo eu gostei? Que no fundo eu curti beija-lo, e que no fundo eu também queria que o Bruno ficasse magoado, porque aí sim poderia ser – ou não -, uma prova de que ele sente algo por mim.

-Não sei. – Estiquei os lábios e respirei fundo. – Não sei.

-Parece aqueles filmes de drama. – Ela dá uma gargalhada. O seu celular começa a tocar. – Ih, meu pai, vai mandar eu ir pra casa agora, quer ver!

Ela sai rindo enquanto atendia o telefone e então deu um espaço para o Leo sentar ao meu lado. Ficamos no silêncio, e mesmo que eu quisesse puxar assunto com ele, eu não conseguia falar nada, apenas responder porque estava no modo automático.

-Primeiro é que você não está assim só por causa da cólica.

-Como sabe? – Olhei pra ele.

-Sou seu amigo, esqueceu.

-Pois é. – Dei um sorriso de canto pra ele.

-O que houve? Quer conversar?

-Eu cometi um erro. – Disse e ele me olhou perdidamente, porque que quando confessamos algo às pessoas tendem a nos olhar primeiramente com pena e depois no fundo dos olhos com certo medo?! – Eu trai o Bruno. – Minha voz é claro que saiu mais baixa, mais controlada, mas ainda transparecia o medo. Ele se chocou levando a mão na boca e franzindo a testa.

-Nossa. – Ele dá um riso bobo. – No fundo eu estou desejando um bom “bem feito” pra ele.

-É, você nasceu pra Anne, não adianta. Ela falou a mesma coisa.

-Porque é a mais pura verdade.

++++

Me revirei a noite toda. Não dormi nada praticamente. Ficava pensando em como iria falar, iria chegar “Oi Bruno, meu lindo, eu traí você, mas não foi por mal”. Mas que droga de sono que não vem e não ajuda.

Acabei dormindo tarde, e por consequência, acordei tarde também. Era onze e quinze quando levantei. Arrumei minha cama, fui no banheiro fazer minha higiene e não consegui me olhar no espelho. Vergonha de mim mesma. Será que quando os homens traem eles se sentem assim também? O que passa na cabeça de alguém trair por diversão quando a dor e a angústia que vem depois é o pior de tudo?

Tomei um banho para tirar a tensão. Vesti um short jeans, uma camisa branca regata com decote exagerado, e coloquei uma de renda sobre. Calcei meus chinelos, não estava afim de por sapatos. Desci e estava minha tia, Theo, e Blair na cozinha. Ela dormiu aqui?!

-Bom dia. – Digo preguiçosamente.

-Quem é vivo sempre acorda. – Diz Theo.

-Quem é vivo sempre acorda? Não seria sempre aparece? – Cocei a cabeça em tom de dúvida e ele ri.

-Era só pra ver se estava acordada.

-Bom dia Michelle. – Blair acena pra mim.

-Mich. – Digo. – Me chame de Mich. – Comecei a rir e ela também.

-Ok. Mich!

Sentei-me na mesa e tomei um café leve, com torradas de pão e leite puro. Era o que eu precisava de algo leve, já que meu corpo pesava mais do que o dobro do normal. O pessoal foi chegando e eu fi me deslocando. Perguntei se minha tia aceitava a minha ajuda, é óbvio que ela aceitou. Enquanto ela ia fazendo as coisas eu ia lavando a louça e secando para não ficar um montueiro de louça suja depois. Ouvi várias risadas e conversas. Me assustei quando ouvi a voz do Phred. Continuei lavando os pratos e senti uma mão na minha cintura. O prato cai na pia e eu me assusto.

-Tudo isso por mim? – Ele pergunta perto do meu ouvido, encoxando-me.

-Me assustei. – Digo nervosa.

-Nossa, eu sou feio mesmo. – Ele começa a rir. Virei de frente pra ele, e suas mãos passaram no meus cabelos. Ele se aproximou do meu rosto e fiquei encarando seus olhos, a única coisa que passava na minha cabeça é como eu vou falar pra ele isso. Vou estragar todo o almoço se falar agora. Não posso agir estranhamente. 


Dei um sorriso e parti para um beijo. A sensação é horrível, mas quando me dei por conta que é diferente, comecei a pensar em possibilidades... Balancei a cabeça levemente ainda o beijando e ele nos separa.

-O que houve?

-Nada, é que eu ia espirrar. – Idiota com mentira idiota.

Não fiquei perto do Bruno, fiquei ajudando as coisas. O almoço ficou pronto e Bruno sentou-se ao meu lado na mesa, em qualquer outra situação eu estaria feliz, mas não hoje. Ele passou sua mão na minha coxa por debaixo da mesa e eu respirei fundo. Olhei para ele no canto dos olhos e ele deu um sorriso safado.

Terminamos nosso almoço e eu o convidei para subir no quarto. 
(Escutem essa música agora <3 )

-Pra que me trouxe aqui? – Pergunta ele passando a mão nas minhas costas. Encarei a janela cinza e o dia claro, mas lá no horizonte, uma chuva parecia se formar. Odeio chuva em dias tristes.

-Não foi pra isso que está pensando. – Tirei suas mãos das minhas costas e virei de frente pra ele, segurando-as. – Como foi a viagem? – Perguntei.

-Foi ótima. Concedi algumas entrevistas, fiz o show do evento e consegui um dvd da gravação dele pra você ver. – Seu sorriso tão lindo.

-Vou ver amanhã. – Dei um sorriso sem graça. Ele soltou suas mãos das minhas.

-Pode falando... O que houve? – Pergunta ele aparentemente observando minha nervosidade.

-Bruno...

Travei. Virei e sentei na cama, sem nem saber o que fazer, eu olhei pra ele perdida, não sei o que falar. Mas quando meu olho percorreu o seu corpo e eu lembrei de todas as vezes que enquanto ele estava comigo, pegava outras mulheres, me deu enjôo, nojo. Lembrei da primeira vez que ele me fez chorar, e quando me deixou plantada esperando por um baile de máscaras, enquanto na casa dele ele se divertia com outra mulher. Nojo! A palavra certa é essa. Não vou ter medo de falar pra ele, por afinal de contas, um beijo não chega nem perto do que ele me aprontou. 


-Bruno, eu traí você! – Fui curta e objetiva.

Eu o desarmei. Não sei como, mas sua expressão caiu, sua face ficou sem reação e logo depois seu cenho se franziu em forma de raiva. Seus punhos se fecharam concentrando toda a sua força neles. Então seus olhos se fecharam e ele deu um grito.

-Como é que é? – Sua indignação estava audível em sua voz. – Você me traiu? Com o pocahontas? Com aquela merda? Que tipo de classe de mulher você pertence?!

Ele estava me ofendendo. Eu não vou deixar. Levantei e fiquei de frente para ele, seu peito aumentava e diminuía de acordo com a sua frequência cardíaca e respiração.

-Não me ofenda! – Gritei.

-Eu não consigo nem acreditar. – Seu corpo se esquivou de mim, dando dois passos largos pra trás. Sua mão passou em seu cabelo e ele respirou fundo. – Não consigo ficar mais nenhum minuto aqui, tchau!


Seu corpo saí rapidamente do quarto, a porta bateu fazendo vento e meu cabelo se mexeu. E lá se foi ele, mais uma briga, mais uma discussão. Talvez a última, talvez não. As lágrimas não queriam descer dos meus olhos e eu sentia o mesmo aperto no meu peito. É, talvez eu tenha posto tudo a perder, mas agora eu acho que é tarde pra se arrepender.

  • Um capítulo bem grande para compensar os dias sem! 
  • E aí gente, o que acharam disso? Será que a Mich mudou? Como será que o Bruno deve reagir? O que será que vai acontecer?! Quer ver de vocês o que acham *-* 
  • Quarta feira o próximo <3 <3 Beijos 22kos