Capítulo 84

Michelle Pov's

Ontem a noite Zoe se acalmou com nós ao seu lado. Conversamos com ela, e os dois testes deram negativos, mas a princípio ela irá no médico hoje assim que sair do serviço para ver o que são esses enjoos.

Acordei com ótimo humor, pois dormi junto das duas lindinhas. Na verdade acordamos no mesmo horário e cada uma foi se arrumar para seu respectivo compromisso. E sabe qual é o maior motivo do meu humor? Está quente, tem sol, dá até para ligar um ventilador, e isso é um milagre.

Tomei meu banho assim que Zoe saiu, vesti minha calça jeans, uma blusa de manga curta, com alguns detalhes em spike nos ombros e peguei um casaquinho. Calcei sapatilha e me lembrei de devolver a bota para Anne. Todas nós praticamente já estávamos prontas.

-Leo vai levar a gente no serviço. - Diz Anne prestando atenção no celular.

-Olha, que perfeito! - Comento levantando as mãos, graças a Deus, não preciso andar de ônibus ou metrô.

-Mas temos que sair agora, porque senão ele se atrasa para o serviço dele.

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(Escute essa música até o final, por que sim <3 )

Sexta feira eu fico olhando para o relógio atrás do ponteiro contando cada segundo que tenho para sair de uma vez do serviço. Desde quando ficou tão insuportavelmente ficar aqui? Isso foi um pouco antes de Tina sair, aí que saudades dela.

O que me faz feliz é que não teremos que trabalhar semana que vem, tudo porque é natal. Aí que semana ótima. Coloquei empolgadamente minha jaqueta, arrumei meu cachecol no pescoço e saí diretamente no shopping para comprar o presente do meu amigo secreto.

Sim, vamos passar o natal no Bruno! Até a Anne iria ir, mas ela e o Leo vão viajar para Nova York, e então quem está no amigo secreto é eu, o Bruno, minha tia, Theo, Blair, Ryan, Zoe, Phred, Kam, e até o Gege (ainda penso no porque o cachorro tinha que participar, mas Ryan disse que é porque ele sempre fica sem ganhar nada, e isso era injusto, então ele tirou o papelzinho para ele.

Quem eu tirei não interessa, mentira, tirei a minha tia, tem pessoa melhor? Mas mesmo assim me sinto na obrigação de dar uma lembrancinha para cada um, por isso esse mês falei para Anne que não iria pagar a minha parte da casa para o Leo (daquele dinheiro que eles nos emprestou) para poder comprar presentes a todos.

Peguei minha bolsa e meu celular, me mandei para fora daquele lugar que me dá náuseas e ataquei o primeiro táxi que passou rápido demais e não parou para mim.

-Tchau Michelle. - Diz Dianna, uma outra mulher que trabalha ali. Olhei para ela e acenei. - Feliz natal adiantado.

-Feliz natal. - Disse dando um sorriso, fiquei feliz. Esse espírito natalino me faz bem, essa coisa de compartilhar amor com as pessoas, ser positiva, ser feliz, nossa. Fico até emocionada nessa época.

Esqueci de mencionar que Pete e as meninas, com seus filhos, Eric, sua mulher e seu filho também irão vir para o natal na casa do Bruno, será uma ceia e tanto. Respiro fundo e quando eu paro de encarar o chão, um táxi passa, mas novamente ele passa rápido demais para eu ver - ok, admito que a culpa é minha. Olhei para o horário, o shopping ficará aberto até mais tarde, isso com certeza, mas em compensação será um inferno essas lojas cheias, filas e filas, enfim, vamos ter que encarar!

Consegui pegar um táxi, fiquei sentada olhando as ruas coloridas que Los Angeles tem normalmente, mas nessa época do ano mais ainda, por causa do natal tudo fica mais iluminado.

Ouvi a música do Bruno na rádio que o taxista ouvia e dei um sorriso. Vai fazer um mês que eu não o vejo, se já não fez um. Vi o taxista tamborilar os dedos no volante. Dei outro sorriso.

-Frio demais, não é garota? - Pergunta ele.

-Muito! - Digo olhando para ele agora. - E eu que pensei que na califórnia não tinha tanto frio assim... - Torci os lábios.

-Não é daqui?

-Não, sou do Havaí. - Digo.

-Ah, então deve ser ruim se adaptar assim mesmo. - Ele torce os lábios.

-Até que não foi tanto assim. - Lembrei do primeiro dia aqui em Los Angeles, da primeira vez que respirei o ar daqui e da festa que fui com a Anne onde reencontrei o Bruno. Falando nele, o taxista ainda tamborilava seus dedos, como se quisesse cantar a música, eu tenho que falar alguma coisa. - Música legal! - Comento.

-Muito, esse cara arrasa! - A empolgação dele foi tremenda. - Ele ganhou como artista do ano, esse cara é um gênio, um rei do pop! - Rei? Meu baixin...Bruno, como rei do pop?

Eu me senti a pessoa mais orgulhosa por isso, por saber que as pessoas gostam, e que ele é o Artista do Ano! Só de pensar que eu nunca imaginaria que o Bruno chegaria nesse patamar, quer dizer, eu confiava no seu talento, sempre confiei, mas nunca pensei em tão longe assim. Me orgulho dele!

-Ele realmente é um gênio, tenho orgulho dele. - Falo e só aí que me toquei. - Tenho orgulho dele ser do Havaí, como eu. - Dou um sorriso besta. Nunca se sabe das coisas, então é melhor não alertar.

Cheguei ao shopping depois de altas risadas com o motorista, ele falou algumas breves histórias dele e de sua família, que eles já foram para o Brasil, e outros lugares.

Continuei meu percurso até a loja onde eu irei comprar meu presente para minha tia, um lindo edredom, já que ela reclama tanto que acabei decidindo isso. Procurei dois ou três que ela gostaria, mas nenhum achei legal. Procurei mais e achei um totalmente peludo, na cor cinza, com o desenho de uma rosa bem no meio dele. Esse mesmo.

Comprei-o e sai da loja com a baita sacola, até com dificuldade para andar direito, mas segui meu rumo. Fiquei pensando no que comprar para o Bruno, porque para o Leo darei uma camisa, assim como para o Theo, e para as três meninas uma blusinha, mas pro Bruno eu não faço ideia. Pensei num boné, mas dei um pra ele no aniversário, perfume é algo pessoal demais, não sei se ele gostaria e tal.

Fiquei em frente a uma loja de cds e onde tinha um dos Beatles, tinha um do Bruno - Com as mesmas inciais, aí ficam na mesma fileira, mas tem algo errado porque o correto é "The Beatles", mas enfim...

-Quanto custa? - Perguntei ao vendedor e ele me reponde. - Acho que irei levar um.

-É, os cds dele estão saindo bastante. - Diz o vendedor pegando o cd do Bruno.

-Imagino. - Comentei.

Eu fico sorrindo feito boba quando falo dele, principalmente quando as pessoas o elogiam, isso é gratificante pra mim, imagina para ele que é o dono disso tudo. Aí, isso me faz feliz demais. Peguei o cd e pus numa das sacolas. Corri para uma loja onde cacei uma blusa para Anne, uma para Zoe e outra para Blair. Pelo menos os presentes das meninas já estavam comprados.

Peguei meu celular que vibrou. Larguei as coisas sobre um banquinho do shopping e li a mensagem do Bruno.

"Hey, estou em casa, finalmente, agora é dois meses de férias, que coisa boa! Pensei em você passar o final de semana aqui em casa, esse antes do natal, aí já traz suas coisas pra cá e fica até o natal, que será na quarta... Tudo bem? É que eu vou ficar sozinho com o Gege, e estou com saudades da minha melhor amiga. Beijos, espero uma resposta!"

Que mensagem grande, Bruno digitando mensagens assim, até estranho! Ri com ela e pensei no que vou fazer, e na realidade vou ficar em casa mofando até o natal, já que não precisarei ajudar com faxina em casa, afinal não vamos fazer a ceia ali e o dia do natal mesmo passaremos na casa do Bruno também.... Pensando bem, não é má ideia.

"Sua caixa de mensagem aqui no meu celular estava criando teia de aranhas, te proíbo de não falar comigo u.u mas quanto a dormir aí, eu posso sim, e vou! "

Logo que pensei em guardar o celular - mais rápido do que estava acostumada a receber as mensagens dele - o celular vibra em minha mão.

"Passarei na sua casa amanhã um pouco antes do meio dia para almoçarmos e depois irmos pra minha casa. Ah, já leve os presentes e essas coisas, para depois não precisar estar saindo e voltando pra casa."

Confesso que estou mais que empolgada para isso, adoro passar o tempo com ele, porque parece que as coisas acontecem, e quando estou só em casa, nenhuma novidade me cerca. Guardo o meu celular e entro em uma confraria masculina para comprar as camisas do Theo e do Leo.

-Olá, camisas sociais? - Pergunto a uma mulher que está parada sobre o balcão.

-Só um pouquinho. Chucky, cliente. - Ela grita para alguém, cujo o nome deduzo que seja Chucky. - Só um pouquinho que ele já vai ajuda-la.

-Olá, o que deseja? - Olhei para a pessoa que parou atrás de mim, cabelo baixinho, olhos castanhos, mas os cílios tão pretos que fazem dar a impressão de que ele usa lápis de olho. Uma boca que me fez desconcentrar do que eu estava pensando anteriormente de vê-lo.

-An, é, camisas. Camisas sociais. - Digo assim que balanço levemente minha cabeça. Ele sorri. Que sorriso é esse?

-Tenho vários tipos, pretende de qual cor e estilo? - Pergunta ele novamente indo em direção de um lindo balcão onde abre a gaveta com amostras e mais amostras de tecidos e cores.

Bruno Pov's

Não que eu estou insatisfeito, longe disso, estou muito feliz com tudo isso que está acontecendo na minha carreira, mas finalmente posso dizer: FÉRIAS, COMO EU AMO VOCÊ. Dois meses em casa, sem fazer absolutamente nada - eu penso assim, mas garanto que vamos ter que ensaiar, eu vou querer compor alguma coisinha quando estiver sem fazer nada, eu me conheço!

O que me deixa feliz também é que eu vou estar perto da Michelle... Essa mulher me mata. Eu não falhei com mulher nenhuma mais, mas também quando eu as beijo, não sinto absolutamente nada, é como se elas fossem bonecas, não me fazem sentir-me instigado, então não fui pra cama com ninguém, e só beijei umas duas.

Michelle Pov's 

Pisquei os olhos duas vezes bem lentas, até ver que realmente era o meu despertador me acordando, a vontade era de não levantar, que sono, que vontade de dormir. Dei uma breve cochilada de quinze minutos e assim que meu despertador tocou novamente eu levantei.

Desci para a cozinha, passei a mão sobre a cafeteira que estava vazia, então abri a geladeira e servi leite para eu beber enquanto ia arrumando as coisas. Uma mala com as minhas roupas - não é exagero, pois está frio, e roupas quentes são grossas e ocupam espaço -, uma sacola para o presente do pessoal, e uma única sacola para o presente da minha tia.

Escrevi um bilhete e o deixei sobre a mesa, o milagre era que ninguém acordou ainda. Peguei minhas coisas e trouxe para perto da porta, e subi para me arrumar. Um banho rápido, sem lavar o cabelo. Vesti minha calça legging, botas, e um casaco bem quente, com uma blusa fininha por baixo dele. Penteei meus cabelos e passei um lápis de olho bem fraco para não ficar com cara de doente.

Meu celular toca, pego ele e atendo rapidamente.

-Alô.

-Pode vir aqui na frente, já estou te esperando. - Bruno diz impaciente.

-Se falar nesse tom comigo, o único lugar que eu vou com você é no cemitério, no seu enterro, assim que eu te matar. - Digo e ouço sua gargalhada.

-Não pode comigo minha querida, sou o batman! - Fala ele como se isso fosse óbvio, o pior, como se isso fosse verdade.

-Vamos ver se eu não posso com você, meio metro! - Digo e ele continua rindo.

-Estou rindo porque estou congelando, te esperando, aqui na sua porta. Vamos logo antes que eu atire pedras na sua janela.

-Bruno, para de ser idiota, já estou descendo! - Falo fechando a porta do quarto.

-É a janela da esquerda, com a cortina branca? - Pergunta ele.

-Não, Bruno, não, essa é da minha tia, você não seria louco d...

-Olha, essa pedra é bem legal, redondinha, pequena, daria um estrago no vidro, que pena. - Comenta ele.

-Seu louco, meio metro, não faz isso.

-Seria uma pena se eu...

Abro a porta e encaro seu rosto, sorrindo enquanto fala e encarando o show.

-Seria uma pena se você... ? - Pergunto descaradamente e ele ri.

-Se eu te abraçasse e dissesse que eu estou com saudades amiga! - Ele vem na minha frente e nos abraçamos.

-Sem vergonha. - Bato no seu braço.

-Espera aí, vai levar tudo aquilo? - Pergunta ele olhando.

-Para por aí, ou eu levo tudo, ou eu não vou.

-Não sei pra que tanta coisa, que mania de tentar melhorar o que nem nascendo de novo resolve.

-Ta palhaço hoje né? - Pergunto entre risos.

-Un poquito! - Responde ele arriscando o espanhol.

-Vai  ver "un poquito" palhaço, vou te mandar pro circo. - Digo virando para pegar a sacola do presente primeiro.

-Nossa, ri tanto dessa piada... nossa. - Ele responde tentando mostrar que foi sem graça, tá, foi sem graça, mas que idiota, tá com o bozo no corpo.

-Não vou perder meu tempo. - Cruzo os braços. - Pode levar essas duas sacolas primeiro. - Aponto para as sacolas dos presentes.

-Quer que eu te carregue no colo também ? - Ironicamente pergunta ele.

-Olha, até que não é má ideia. - Digo levantando os braços. - Vamos, escravo palhaço.

-Mas era só o que me faltava. - Ele dá uma corridinha até chegar na minha frente. Coloca uma das suas mãos na parte de trás dos meus joelhos, e a outra nas minhas costas. Me pega no colo como se fosse uma criança que pegamos enquanto dorme.

-Bruno, a gente vai cair. - Falo assim que vejo ele tentar passar na porta. - Bruno! - Advirto ele e ele continua, até que passamos. - Estou falando que antes de chegarmos no carro vamos cair. - Digo dando de ombros.

-Se nós não cairmos, você cala a boca? - Ele pergunta. Olho para ele com cara de quem me ofendi, mas sei que estamos brincando.

-Calo, mas e se perdemos?

-Aí eu faço alguma coisa que você queira.

-Gostei da ideia. - Já estou imaginando ele de fantasia do batman, postando a foto no seu twitter, seria hilário.

Fui rindo, até que ele deu uma tremidinha nas pernas, achei que iriamos ao chão então apertei bem meus olhos e ouço ele abrir a porta do carro. Bruno me coloca sentada no banco e sorri ironicamente pra mim, mas que droga. Comecei a rir sozinha enquanto ele trazia as coisas.

Colocou as duas sacolas no banco de trás e a mala no porta-malas. Sentou-se na direção e arrancou o carro dando uma derrapada.

-Sent... - Ia começar a falar.

-Opa, cala a boca. - Divertidamente ele diz.

-Bru...

-Shiiiiii. - Pede ele. - Cala a boca.

-Bruno! - Digo irritada, não de verdade, é claro.

-Mas será possível, vou ter que fazer uma mordaça! - Ele balança a cabeça e eu começo a rir.

Ligou o rádio e cantarolou o finalzinho de alguma música, enquanto eu balancei meus pés, esperando a próxima. O locutor falou algo de alguma promoção e começou os comerciais.

-Queria saber o que eu iria fazer se nós caíssemos. - Comenta ele esperando que eu falasse, mas não vou falar, ele pediu que eu calasse a boca. - Né? - Pergunta ele e eu continuo me fazendo de desentendida. - Michelle? - Ele olha pra mim e eu faço como se minha boca tivesse um lacre.

-Que palhaçada. - Ele comenta se emburrando.

-O único palhaço aqui é você, palhaço! - Olho para a janela e depois pra ele que iria falar algo. - Ok, eu iria pedir pra você se vestir de batman e postar a foto no twitter.

-Que sacanagem. - Ele me olha horrorizado. - Seria capaz de... - ele olha bem no meu rosto de criança sapeca. - seria! - Ele mesmo responde e nós dois gargalhamos alto dentro do carro.

• Capítulo ta fofinho gente *u* os próximos também serão bem fofos *u* é porque eu tô num momento fofa, aproveitem que não é sempre nidsandiosandisa *u* aproveitem <3