sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Capítulo 91

(música para escutar até o fim do capítulo <3 )

Tarde da noite, muitos já haviam ido pra suas camas. Convidei minha tia para dormir na mesma cama que eu, e quando cheguei no quarto ela já estava dormindo, e Gerônimo estava dormindo ao seu lado. Aí, fiquei com pena de acorda-los, tadinhos. Na sala estava um clima de romance, Phred e Zoe conversavam entre palavras e beijos. Fui até a cozinha e comecei a dar uma geral na pia para amanhã não acumular nada.

-Não precisa fazer isso. - Bruno me desperta dos meus pensamentos distantes em uma música natalina.

-Ah... - Olho para a louça e para ele. - Preciso sim, assim amanhã não irá ficar tudo atulhado de coisas. - Dei um sorriso torto.

-Ok, eu seco e guardo. - Bruno prontamente foi em direção de uma das grandes gavetas e tirou um pano de prato vermelho e começou a secar.

-E a turnê? - Tive que puxar um assunto para o silêncio não nos consumir.

-Ah, está ótima, maravilhosa na verdade, mas cansa bastante... Esse negócio de cada dia ser um país praticamente, fusos horários complicados, me deixam doido. - Ele torce os lábios enquanto pega um prato que acabei de enxaguar.

-É a vida! - Dei de ombros. - Tem seus prós e contras.

-Verdade.

Acabou o assunto ali, talvez seja estranho estar assim tão perto dele depois que eu tomei a atitude de dar um selinho. Tá, eu sei que posso estar fazendo tempestade em copo da água porque na realidade nem encostamos nossas línguas, foi somente um beijinho mesmo, um selinho como eu já dei até na minha tia e na minha mãe. Mas eu estou sentindo algo que não poderia sentir: vontade de continuar com esse selinho.

Volto a prestar atenção quando Bruno começa a assoviar a música "The Lion Sleeps Tonight"...

-Ai que lindinho. - Digo chegando atrás dele e fazendo cócegas.


-Aí para, paraaaaaa. - Pede ele entre risos tão gostosos de ouvir.

-Parece gay. - Digo e Bruno gargalha.

-Só pareço. - Comenta.

Ficamos no silêncio novamente. Na minha cabeça eu cantarolava a música do Elvis, a bela "here comes santa claus". Amo essa música, e lembro que a tradição do meu pai e da minha mãe de sempre dançar essa música perto da lareira, junto com meus tios, no natal.

-Bruno. - Chamo a atenção dele assim que termino a louça. Ele assente para que eu continue falando. - Vira gay.. sempre quis ter um melhor amigo gay. - Brinquei com ele que me olha seriamente e logo gargalha novamente.

-Não. - Ele diz diretamente.

-Porque não? - Continuo com minha interpretação com minha cara séria para ele.

-Porque não Mich. Sei lá... não gosto desse time. Não tenho nada contra, mas não... - Ele balança a cabeça.

-Tá, mas e se o batman fosse gay? - Pergunto e ele arregala os olhos, já arregalados por nascença.

-Eu não seria ele daí. - Deu de ombros e sentou-se na bancada.

Dei a volta na bancada afim de incomodar ele e sentei-me quase de frente pra ele.

-Seria quem então? - Pergunto.

-Quem você seria... das heroínas ou namorada dos heróis? - Pergunta ele fugindo da minha pergunta.

-Ah, eu seria...- Fiquei pensando. Gosto da mulher maravilha, mas eu não gostaria de ser ela, ela parece ser solitária demais, ah sei la... - Acho que seria a Mary Jane. - Falei. - Os cabelos dela são lindos.

-Hm. - Bruno balbucia. - Eu seria o homem aranha, então. - Ele dá um sorriso.

Toma Michelle, na sua cara. Eu interpretei como uma indireta, não sei se foi, posso estar enganada. Olhei para ele e engoli a minha saliva que parecia entalada na minha garganta. Ficamos conversando, claro, eu mudei de assunto, até eu começar a bocejar e ver que já era minha hora. Bruno tirou o G de cima da cama, eu troquei minha roupa e deitei. Só lembro que quando preguei os olhos, ferrei no sono mesmo.

++++

Quase uma hora da tarde! Droga, não era para eu dormir tanto. A casa estava tão barulhenta mais o som que parece vir da sala, nossa senhora. Levantei e coloquei minha pantufa. Fui até o banheiro, fiz minha higiene e voltei para o quarto.

Coloquei minha calça preta, minha blusa rosa e um moletom vermelho por cima. Calcei meu tênis all star, passei meu perfume Carolina Herrera e um gloss nos lábios, penteei meus cabelos e amarrei num rabo de cavalo. Abri a porta do quarto.

-Tia! -Grita Zaima.

-Não pula nela, você acabou de voltar da rua... - Urbana grita pra ela, mas é tarde demais. Ela pula em mim num abraço de urso.

-Que linda essa menininha, posso te roubar? - Pergunto brincando com ela, que esconde seu rosto no meu pescoço.

-Olá dorminhoca. - Urbana se aproxima e dá um beijo estalado na minha bochecha.

-Olá. Dormi demais. - Lamentei começando a caminhar ao seu lado em direção da sala. - Tem muita gente?

-Os de sempre. - Diz Urbana.

"Os de sempre". Aham, então sempre tem trinta times de futebol americano na sala do Bruno, por que nossa senhora, tinha gente que eu nem conhecia. Isso é uma festa ou uma comemoração familiar para o natal? Sorri diante daquele bando de pessoas e avistei Zoe, que também me viu pois abriu um grande sorriso.

-Olha a dorminhoca! - Grita Phil e chama a atenção de boa parte das pessoas pra mim, aí que perfeito.

-Oi. - Digo confusa e Zaima faz manha para descer do meu colo.

Deixo ela sair do meu colo e passa Dwayne com uma bandeja e copos de cerveja sobre ela. Ele me deu oi e me ofereceu, pensei em não pegar, mas peguei. Copos vermelhos de papel, isso parece aquelas festas de universidades, e se estivéssemos no verão e a desce para ir à piscina, garanto que estava cheia.

-Princesa. - Grita uma voz feminina, não olho pra trás porque provavelmente não é comigo. - Michelle, olha pra mim. - Agora sim, é comigo mesmo.

Olhei para trás de mim e Pres estava de braços abertos um pouco distante, e em uma das mãos segurava o mesmo copo que eu. Abri um grande sorriso pra ela e caminhamos na direção para nos abraçarmos.

-Saudades suas. - Fala Pres.

-Demais. - Comento.

-Hm, posso te chamar de Mich ou de cunhada? - Pergunta Tahiti chegando perto de nós.

Olhei para ela e garanto que eu corei.

-Cala a boca. - Pres dá um tapa no braço dela.

-Eu pensei que eles tinham voltado, pelo menos foi o que Jaime falou... - Tahiti fica perdida e dá um beijo na minha bochecha.

-O que eu disse? - Jaime chega, agora estamos na rodinha de meninas, o clube da luluzinha.

-Que o Bruno e a Michelle estavam juntos. - Pres responde.

-E não estão? - Pergunta ela franzindo a testa.

-Não. - Dou um sorriso envergonhado.

-Aí que fora, Jai. - Pres dá um tapa na própria testa.

-É que eu pensei... ah, deixa pra lá. - Ela começa a rir.

Já emendamos em outro assunto, mas confesso que a forma dela pensar que eu e o Bruno tínhamos "voltado" me incomodou. Não, não quer dizer que eu fiquei incomodada por pensarem isso, mas e sim porque é estranho... não sei explicar. Falando no Bruno, ele estava conversando com uma linda mulher, da pele morena, rindo descontraidamente.

Bruno Pov's 

Sentei na cama e uma boa parte da madrugada, quando todos já estavam dormindo, eu fiquei tocando meus lábios com a ponta dos dedos, pensando no nosso beijinho. Sei que foi algo quase insignificante, mas eu juro que tinha passado pela minha cabeça "desista dessa garota, você não vai mais consegui-la", mas depois disso tudo me diz para arriscar mais um passo, para dar o melhor de mim e fazer ela ser feliz ao meu lado por quanto tempo a vida permitir.

++++

Sinto alguma coisa sobre a cama, puxo meu edredom pra cima e logo vem uma gritaria.

-Tio! - Ouço a voz de Jaimo e me viro, me descobrindo.

-Eu disse que não era pra vir acordar ele. - Jaime diz autoritária na porta do quarto.

-Desculpa mãe, eles escaparam da minha mão. - Marley defende-se guardando o celular, que estava na sua mão, no bolso de sua calça.

-Bom dia. - Disse tirando o edredom de cima do meu corpo.

Dei feliz natal primeiro para meus sobrinhos, Zyah, Nyah, Jaimo e Marley, Liam chegaria mais tarde com o Eric, depois cumprimentei minhas irmãs, meus cunhados, uma amiga delas, e a nova affair do Ryan, que eu acabei de descobrir. Jason, meu cabeleireiro, chegou com sua filha e sua esposa, mais o pessoal da banda toda foi chegando, e logo todos da casa se acordaram. Os últimos a chegarem foram Phil, Urbana e as crianças. Entreguei os presentes para àqueles que eu iria dar, e recebi alguns também.

Tomei um banho rapidamente enquanto as meninas arrumavam coisas para toda essa gente comer. O que era pra ser uma simples comemoração, virou uma festa... e eu nem gosto de festas, não é? Vesti uma roupa normal, calça jeans, camisa verde da nike, pus meu boné, e entreguei algumas toquinhas de natal que tinha guardadas ali para as crianças.

O primeiro pensamento quando eu saí do quarto e olhei a porta do da frente fechado foi: o beijo que demos ontem. Tá, não preciso repetir a mim mesmo que não foi um BEIJO e sim apenas um selinho, como eu dava na minha mãe antes de ir para a escola, mas mesmo assim, significou tanto pra mim, renovou minhas energias, e me mostrou que eu não devo desistir dela, um dia quem sabe nós iremos passar nosso natal juntos, eu e ela, não somente como amigos, e sim uma família, um casal.

-Bruno, conheça minha amiga Lindsay. - Disse Berta, uma amiga que trabalha na gravadora. Sim, só amiga, porque ela não gosta de homens, então deduzo que essa "amiga" que ela me mostrou também não gosta de homens.

-Prazer. - Estendo minha mão para ela.

-É um grande prazer conhecer você! - Seus olhos brilham, mas ela não demonstra interesse nenhum por mim, não que eu quisesse, mas sou curioso, só queria saber se ela gosta de colocar as aranhas para brigar mesmo.

-Tio, cadê minha tia? - Pergunta Liam esperto que só ele com seu bonequinho do Thomas em mãos.

-Qual tia? - Pergunto me abaixando para falar com ele.

-Não lembro o nome dela... uma que estava com você quando vim aqui. - Ele torce a cabeça para o lado dando um sorrisinho, ele faz esforço para lembrar.

-Michelle? - Pergunto. Mich é a única que apresentei para a família. Bom na verdade ouve aquela maldita decepção que tive, mas isso Liam ainda era um bebezinho de colo.

-Acho que é... Ela vai vir? Ela brincou comigo.

-Eu sei, ela é um amor. - Disse passando a mão na sua camisa. - Ela já vai acordar e vai brincar contigo. - Digo e ele dá um beijo no meu rosto e saí correndo.

Uso o banheiro e quando saio dou de cara com Ryan abraçado na menina.

-Opa. - Disse bem baixinho que eu mau quase ouvi.

-Brow, olha.... Essa é Gabriela! Ga, esse é o Bruno.

-Prazer. - Digo apertando a sua mão e gentilmente dando um beijo na sua bochecha.

Conversamos brevemente e Ryan saí dali, deixando eu e ela conversar. Pelo canto do olho eu percebi que Michelle já tinha acordado. Peguei um copo de cerveja e enquanto ouvia o papo da Gabriela sobre o Ryan, e dava alguns palpites com muitas risadas, eu via ela e minhas irmãs conversando empolgadas. A única que não se empolga muito é a Tiara, ela sempre tem essa cara com todas as pessoas, é a mais fechada, a mais cabeça quente, a mais "mãe".

Michelle Pov's 

-Milagre eu te ver por aqui. - Comento quando encontro com Bruno no corredor.

-Olha quem acordou. - Diz ele dando um sorriso.

-Não finja que não viu eu chegar na sala! - Falei direta e reta e ele ri descontraído.

-Eu vi sim, mas estava conversando com a nova namorada ou ficante do Ryan. - Ah... ela é ficante do Ryan... não sei porque estou me preocupando também. Silêncio chato. - Dormiu bem? - Ainda bem que ele quebra.

-Dormi, e você?

-Maravilhosamente.

Porque, meu Deus diz porque! Não quero ficar tentando olhar para os seus lábios disfarçadamente nem descaradamente, eu não quero olhar pra ele e sentir esse desejo, isso não está certo, mas eu sou idiota.. não, na verdade meu coração é idiota, que basta eu ficar na tpm que ele dá mole desse jeito.


-Michelle? - Ele estala os dedos na minha frente.

-Oi. - Digo balançando a cabeça saindo do transe.

-Dormiu olhando pro nada. - Bruno começa a rir e vai em direção da sala.

++++

Não aguentava mais, minhas costas estavam ardidas de tanto abaixa e levanta que estava fazendo com as crianças. Brinquei com todas elas, TODAS. São muitas crianças, até uma doce menininha loirinha, filha de um amigo do Bruno, acho que é Jason o nome dele, até com ela eu brinquei. Não parei um minuto com as crianças, inclusive na hora de comer, fiz pelo menos três aviõezinhos de comida para cada um deles. Marley, sobrinho do Bruno, me ajudou um pouco a controlar elas.

Conversei com as meninas também, somente com a Tiara que não falou muito, ela apenas ria e concordava com algumas coisas, mas não fazia quase nenhuma questão de falar. Quando estávamos em assuntos aleatórios, as meninas lembraram-me do Havaí, deu uma alegria tão grande em me lembrar que daqui a alguns meses - que passem rápido, por favor -, eu irei pra lá novamente.

-Acho que me acostumei com essa casa fervendo pessoas hoje, que agora que tudo está silencioso, eu estou estranhando. - Bruno me assusta chegando na cozinha e comentando isso, enquanto eu guardava as louças.

-É, e eu já estou indo, minha tia está pegando as coisas. - Comento e ele faz beicinho.

-Eu levarei vocês, e não tem não como resposta.

-Ok, não iria descordar mesmo. - Disse e Bruno gargalha alto.

-Que abusada!

Minha tia arrumou todas as nossas coisas, enquanto eu ajudava Bruno a arrumar a cozinha. Não tinha tanta coisa assim pra arrumar, na verdade já estava tudo lavado, mas tinha que por tudo em ordem pois estava de cabeça para baixo. Pegamos o carro dele, e  fomos em direção do lar doce lar.

-Boa noite Bruno, obrigada por tudo! - Agradece minha tia assim que ele estaciona. - Amor, eu vou descer primeiro, irei abrir a porta e pedir para que o Theo ajude com as malas. - Anuncia ela já saindo do carro.

-Tudo bem. - Respondo atrasada. - Então... Foi ótimo nossa quase uma semana juntos, o natal foi maravilhoso, obrigada. - Disse e encostei na sua mão. Bruno me olha e olha para nossas mãos se encostando.

-Não vou dizer "melhor impossível" porque tudo pode melhorar. - Seus olhos viram rapidamente para a janela frontal e voltam pra mim. - Apareça lá, ficarei dois meses em casa. - Comenta ele.

-Tudo bem, tentarei ir depois do ano novo, e não esquece que dia 3 tem o ensaio do casamento. - Tirei minha mão para pegar minha bolsa.

-É, eu sei...

-Então, eu vou indo. Obrigada pela hospedagem, e por tudo mais! - Digo me inclinando para beijar a sua bochecha.


-Boa noite, Mich. - Fala Bruno quando eu abro a porta para descer.

-Boa noite. - Assenti com a cabeça e disse.


  • Desculpem o horário, não deu pra postar mais cedo! Ah, está meio sem criatividade, eu não sei porque ndsioandiosa' espero que gostem, e que comentem, e que sei lá. Beijão! 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo 90

(Escute essa música, e mais pra frente terá outra <3 )
Depois de conversarmos durante a madrugada sobre coisas idiotas e sobre filmes legais que já vimos, decidimos ir dormir, mas aí foi que me arrependi de ficar acordada na madrugada. Acordei ás dez para ás onze da manhã. Vi movimento na casa e senti vergonha de mim mesma pelo horário.

Olhei-me no espelho do banheiro assim que lavei o rosto. Ânimo Michelle, hoje é véspera de natal, cadê o espírito natalino e vontade de voltar a ser criança sapeca que rouba os doces da mesa antes de poder se servir? Abri a janela do quarto e vi o belo dia que estava lá fora, mas que milagre! Dobrei o edredom no qual me tapei e arrumei um pouco do quarto, pelo menos o que eu havia bagunçado.

-Acordou a margarida. - Bruno diz animadamente enquanto mexia na televisão tentando arrumar alguma coisa.

-Já acordei a algum tempo, mas arrumei o quarto antes de sair. - Digo indo em direção ao sofá.

-Descobri algo que me deixou feliz. - Ele sorriu de orelha a orelha, fiquei olhando para ele esperando que ele me dissesse, só aí que ele se tocou disso. - Mexendo no controle descobri que posso gravar os programas da televisão, isso é fantástico.

Comecei a gargalhar.

-De que era você é, senhor Mars? - Pergunto arqueando a sobrancelha.

-Era mesozoica...não, é paleozoica? - Brinca ele colocando a língua para o lado. - Desculpa, mas você sabe que eu sou um zero à esquerda quando o assunto é tecnologia!

-Verdade, eu sei, mas não pensei que fosse pra tanto assim. - Comento jogando uma almofada que pega no seu braço e quica para o chão.

-Não fica folgando em mim. - Ele atira a almofada novamente.

-Já viu que horas é? - Pergunto mudando de repentemente de assunto.

-Já sim! - Fala ele tranquilamente.

-Nós não vamos fazer coisas para a ceia de natal? - Pergunto.

-Nós vamos fazer? Desculpa, mas depois de ontem eu não confio no que você cozinha, e eu não sei me virar muito bem na cozinha não. - Ele ri, e eu me obrigo a rir porque imagino a cara de todos comendo alguma gororoba que eu fiz na cozinha.

-Ok... Então, como vai ser? - Pergunto.

-Eu liguei cedo para o restaurante, fiz a encomenda da ceia completa, e Ryan pediu os doces e uma torta numa padaria muito boa que tem próxima daqui.

-Gente chique é outra coisa. - Faço uma careta mexendo os lábios abismada com que a riqueza pode fazer.

Phil, Urbana e as crianças passaram por aqui dizendo que viriam no outro dia, o dia mesmo do natal, achei chato eles não ficarem para a ceia porque gostaria muito de conversar com a Urbana, ela é tão querida! Bruno me ajudou a montar a grande árvore de natal que ele esqueceu de montar antes por causa da turnê, e eu também não me dei conta disso. Montamos ela e trouxemos todos nossos presentes para de baixo dela na sala e Bruno ligou o ar quente para deixar a casa aconchegante desde já. Peguei algumas roupas do Bruno que estavam na lavanderia e pus-as em cima da sua cama para depois ele as guardar. Caiu uma cueca azul celeste sobre meus pés e meus olhos brilharam pensando nele usando ela. Pervertida! Não posso ficar pensando nessas coisas.



Coloquei a cueca abaixo do monte das roupas e saí do quarto. Enquanto estou separando toda a louça para a ceia, e Bruno está colocando uma nova toalha sobre a mesa da sala de jantar, a campainha toca. Não atendo porque não quero correr riscos dele me xingar novamente - ok, brincadeira só para descontrair, não atendi porque ele foi correndo e gritando que iria atender.

- Cheguei querendo comida. - Ouço a voz do Ryan e parece que alguém além de mim também ouviu. Gege que estava deitado perto do fogão levanta e corre disparado para a sala.

-Isso sim é uma linda história de amor. - Deduzo que essa voz é do Phredley.

-Cala a boca, o Geronimo continua sendo meu. - Bruno fala.

-Tá sozinho? - A voz fica mais próxima da cozinha.

-Mich está na cozinha. - Diz Bruno bem na hora que passo com uma pilha de pratos de porcelana chinesa nas mãos.

-Oi. - Digo olhando rapidamente para eles.

-Engraçado é que é ela que está fazendo o trabalho pesado e você aí no bem bom. - Ryan balança a cabeça negativamente. Ele estava engraçado com um suéter de alce e um coque bem no alto de sua cabeça.

-Belo suéter. - Digo assim que chego na frente deles.

-Boa tarde pra você também Michelle, ótimo espírito natalino. Não zomba do meu suéter. - Ele diz fingindo-se de bravo e depois sorri pra mim dando-me um beijo na bochecha cumprimentando-me. Phred fez a mesma coisa.

-Cadê a Zoe? - Pergunto.

-Irá vir mais tarde. - Comenta Phred.

++++

-Ai meu pé. - Reclamo quando Phred delicadamente pisa sobre ele.

-Não vi, me desculpa. - Ele torce os lábios.

-Tudo bem...Bruno, que horas as coisas chegam? - pergunto me referindo ao 'caminhão' de comida que ele pediu para a ceia de natal.

-Disse que daqui a meia hora. - Bruno responde passando por mim e sentando-se no sofá. - Estou cansado. - Resmunga ele.

-Não faz nada da vida e ta cansado. - Ryan taca uma almofada na cara do Bruno que revida na mesma hora.

-Olha quem falando,  você que é diretor de piscina. - Bruno diz e os meninos olham pra ele sem entender. - Só faz onda.

Phred riu, mas disse que a piada foi sem graça, Ryan gargalhou e lhe deu o dedo do meio, eu ri deles parecendo crianças.

-Só porque estou velho não significa que não precise abrir a porta pra mim. - Me assusto quando ouço a voz do Pete na porta da sala, viro-me e ele dá um sorriso assim que me vê.

-Filho ingrato. - Ryan toca outra almofada nele.

-Pai. - Bruno taca a almofada pro lado e levanta para lhe dar um abraço. - É que essas coisas não param um minuto, ai eu não escutei.

-Sei. - Brinca Pete colocando uma mochila e uma sacola grande que tinha em mãos. - Vou cumprimentar primeiro as damas.

Ele dirigi-se a mim assim, e estica a mão para eu dar a minha. Estiquei minha mão e ele a segura para um beijo nela. Nos abraçamos rapidamente com um beijo no rosto e logo ele cumprimentou os meninos.

-Não vai se arrumar? - pergunta Phred pra mim.

-Vou sim... - Lembrei-me que ainda tinha que arrumar minhas coisas e tomar banho para me arrumar.

Todos começaram a conversar com o Pete e eu fiquei ali olhando para as paredes. Levantei-me discretamente e caminhei rumo ao meu quarto. Entrei e tirei minha roupa que havia separado para a noite de natal. Bruno ligou o ar cedo, a casa está aconchegante e quentinha, acho que não precisarei usar meu casaco. Coloquei tudo sobre a cama e corri para o banho. A pior parte é entrar, mas depois que entramos e ficamos sobre a água quentinha, não dá vontade de sair.

Coloquei minha lingerie e uma meia calça na cor da pele, Sequei meus cabelos e coloquei um hobby sobre meu corpo para esquentar-me enquanto fazia minha maquiagem. Fiz um delineado preto fino, coloquei levemente uma sombra marrom e sobre ela um feixe de dourada. Passei levemente em minhas maças do rosto, um blush pêssego rosado e no banheiro escovei novamente meus dentes. Peguei dois batons, um nude e um rosado, fiquei pensando em qual seria melhor usar.

Finalmente vesti meu vestido preto, achei ele tão lindo, foi amor a primeira vista naquela loja. Deixei meus cabelos soltos ao normal e acabei passando o batom nude e calcei meus sapatos. Borrifei meu perfume e saí do quarto em direção a sala, onde minha tia, meu irmão, Blair e Zoe.


-Tia. - Dei uma breve corridinha para encontrar ela.

-Querida, como está linda. - Ela fala dando de encontro os nossos braços para um abraço.

-Obrigada. - Digo a ela.

-Nçao abusaram de você? - Pergunta Theo rindo e me puxando para um abraço.

-Abusado! - Dei um esporro em seu braço e ele gargalha.

-Heeeey. - Diz Blair e Zoe ao mesmo tempo, começamos a rir e demos um abraço as três.

-Não abusem da minha namorada. - Theo puxa Blair de brincadeira para o lado dele.

-Tudo bem, eu tenho a Zoe. - Puxo Zoe e dou um abraço forçado nela.

-Epa, eu ouvi isso, e não, quem a tem sou eu. - Phred chega do nada e a puxa para ao lado dele.

-Sobrei. - Fiz beicinho e ri para eles. Deixei os casais num canto da sala e fui até a cozinha ver se as coisas já haviam chego.

Sobre a bancada tinha os doces já servidos, de repente já tem uma música ambiente. Não vi o Bruno por ali. Olhei na sala de jantar e a comida já estava toda lá. Vinhos e refrigerantes para quem não bebe.

-Peguei dois engradados de cervejas, tem whisky, acho que essas bebidas estão boas pra hoje e amanhã, né Ryan? - Ouço a voz do Bruno e apareci na porta da sala de jantar, ele sorri e põe a mão na cabeça. - O Ryan não está aqui?

-Não que eu saiba... - Franzo a testa e ele ri.

-Onde essa índia se meteu... - Grita ele saindo da sala de jantar.

Cá entre eu mesma e meus pensamentos, Bruno está divinamente maravilhoso. Suas calças jeans bem apertadas, topete, mocassins, e uma linda camisa social na cor azul escura. Parecia que ele iria à um jantar ou uma premiação dessas que ele sempre tem que marcar presença. Ele está tão lindo hoje a noite, e a noite também está tão linda.

Caminhei até a sala e lembrei-me que deixei meu celular no quarto, enquanto estava entrando no meu quarto ouço um telefone tocar. Vejo que é do quarto do Bruno e dou uma breve corridinha até onde ele possa me ver.

-Seu celular está tocando. - Aviso vendo-o ir ao banheiro parece com pressa.

-Atende pra mim, por favor, agora não posso. - Diz ele batendo a porta do banheiro.

Vou até o quarto dele e procuro seu celular. Passo a mão pela sua cama estendida, e vejo-o sobre seu travesseiro com lençol branco. Ele parou de tocar quando entrei no quarto, mas como eu sou teimosa e curiosa, peguei o celular para ver quem era. Apertei uma tecla ao lado para ligar a tela, desbloqueei o telefone, o que deu acesso a sua tela inicial e seu papel de parede um tanto quanto inusitado: Eu e ele, uma das fotos que tiramos em praga.

Porque justo uma foto minha e dele? Larguei o celular sem mesmo ver quem era e saí do quarto dele. Abri rapidamente a porta do quarto em que dormi e peguei meu celular sobre a bancada, mas a estranha sensação do meu peito após ver aquela foto ainda não passava. Balancei a cabeça e virei-me para voltar a sala.

-Quem era? - Pergunta Bruno parado na porta, levei minha mão no peito.

-Que susto... eu não consegui ver quem era, quando cheguei ali parou de tocar. - Disse nervosamente.

-Tudo bem, obrigada.

E ele sorriu pra mim virando de costas. Isso não me faz bem, essa coisa toda de pensar nele ás vezes como homem pra mim, eu tenho que saber e ter a mais plena certeza que ele não é mais nada além de amigo, e eu não quero que passe disso, não pretendo chorar mais do que já chorei e nem me meter em mais confusões do que já me meti por ele. Dei uma grande pausa nos meus passos e retornei a sala.

++++



-FELIZ NATAL. - Foi um coro bonito de ser ver. Todos sentados a mesa comendo as besteiras dos doces após nossa ceia maravilhosa.

Realmente se nós tivéssemos feito a comida não iria ficar tão boa quanto ficou a que o Bruno encomendou. Comemos torta de floresta negra de sobremesa e tinha mais alguns doces, mas eu não comi. Todos ali estavam ansiosos realmente para a entrega dos presentes, eu parecia criança. Abracei a todos e ao Bruno também.

Nos reunimos na sala e entregamos os presentes solitários, claro, quem tinha que entregar. Guardei o de Anne e o do Leo, e minha tia entregou um que Anne comprou pra mim. Uma bela corrente dourada com a palavra "felicidade". Ganhei também um suéter rosa bebê do Phred e da Zoe.

-Bruno, comprei pra você. - Estiquei a mão com o pacote para ele.

-Não precisava... - Ele abre o pacote e me olha seriamente, mas logo não aguenta o riso. - Fala sério que eu tenho que usar mesmo?

-Tudo bem, se quiser colocar no lixo, pode por. - Fiz um beicinho de triste e ele afagou minha cabeça e meus cabelos com sua mão e logo um beijo na minha testa.


-Obrigada, eu irei usar.

Fiquei imaginando ele com aquela camisa do batman. Bem que a próxima coisa que eu posso dar a ele é a capa do batman e a máscara. Comecei a rir sozinha dos meus bobos pensamentos. Sentamos todos nos sofás e poltronas e demos inicio ao nosso amigo secreto. Minha tia quis iniciar. Ela falou bastante coisa para depois descobrirmos que ela tirou o Ryan, Ryan tirou o Geronimo, G tirou o Bruno e Bruno levantou para falar.

-Eu não sabia o que dar de presente porque é difícil escolher sem ajuda de ninguém, então depois de muito tempo resolvi dar esse presente... espero de coração que a pessoa goste. - Bruno diz e Phred o atrapalha.

-Fala quem é e o que achou de ter tirado a pessoa. - Phred põe a lenha na fogueira.

-A pessoa que eu tirei não poderia ser melhor pra mim. - Bruno olha pra mim e estica um pequeno pacote prata, como se fosse uma carta, na minha direção. - Michelle...

Foi um coral de "awn" e Ryan dizendo que isso era moleza. Rimos bastante dos comentários principalmente. Abri o pequeno pacote que tinha um cartão presente do shopping central no valor de 300 dólares. Olhei abismada e Bruno sorri pra mim enquanto eu guardo o presente e pego o meu.

Quando disse que minha amiga secreta era minha tia aí sim todos disseram que era panelinha e bla bla bla. O jogo foi terminando com os que sobraram e fizemos um brinde para comemorar.


++++

(Comece a escutar essa música agora e pare no final do capítulo)

Músicas lentas, tinha um certo clima romântico naquela sala, enquanto minha tia dançava com o tio Pete, Zoe dançava com o Phred, Ryan fingia que dançava com o Geronimo. Olhei para onde eles dançavam e ri da cena da tia fazendo escândalo por causa da dança. Theo e Blair já tinham ido para a casa dos pais da Blair. Olhei para o Bruno que estava com um pé sobre o banquinho, seu corpo encostado sobre a parede. Seu semblante de despreocupação, alegria e falta não me enganavam. Eu poderia apostar que os motivos são: despreocupação porque está relaxado no momento, alegria pela noite alegre que estamos tendo, e pela família reunida, e falta de sua mãe. Levantei-me e caminhei até o seu lado. Olhei para o seu olhar agora perdido, e o puxei para um abraço bem apertado.

Depositei energias positivas, pensamentos alegres sobre aquele abraço, mostrei o conforto e que eu estou ali com ele. Funguei sobre seu pescoço, o cheiro do seu perfume invade minhas narinas que reconhecem e se adaptam facilmente. Aquele cheiro que só ele tem, uma fragrância única. Fechei meus olhos perdidas nos pensamentos mais profundos de nossos tempos juntos. Aquele abraço parecia não ter fim e meu corpo se desintegrava sobre o seu, sinto que se ele mandar algo eu obedeço sem ao menos perceber.

-É bom ter você aqui. - Se fosse em outras épocas, agora eu estaria totalmente sem estruturas.

-Sempre estarei. - Passo minhas mãos pelas suas costas como conforto.

Não nos desvencilhamos do abraço, ali naqueles braços eu estava me sentindo segura, e como poucas vezes senti: uma energia boa que ele passou pra mim, não sei se é através das palavras ou do calor do seu abraço, mas isso está bom, e eu não quero soltar. Apertei meus braços contra seu corpo, agora chocando nossos peitos, e as pernas também se batendo. Senti ele apertando os seus também. Eu precisava desse momento, me sentir segura. Esqueci de tudo e de completamente qualquer detalhe, somente me deixei levar pelo abraço. Mexi minha cabeça e minha bochecha gelada se chocou com a dele quente, de repente nosso abraço já estava se tornando uma dança no canto da sala, fechando os olhos fantasiei estarmos somente eu e ele ali. Por puro impulso, beijei sua bochecha, e quando ele virou um pouco o rosto para me encarar, roubei um selinho da sua boca.


Bruno me olhou confuso, até eu estou confusa agora. Me deixei levar por um bendito momento e acabei dando um selinho nele. Não que isso fosse me matar, mas está sendo difícil já manter essa barra de somente amigos, de tentar alcançar o objetivo que é não pensar mais nele como homem pra mim, e sim como amigo.
Seus olhos se perderam nos meus, pisquei demoradamente e fui largando aos poucos o seu abraço.

-Me desculpa. - Uma bola ficou na minha garganta, aquele velho nó.

-Mich... - Senti que ele iria falar algo, mas respirou fundo. - Tudo bem, não é um beijo que vai estragar as coisas.

Esperava algo mais confortante, mas a errada fui eu então ele não tem que me confortar com nada. Dei um sorriso e toquei no seu rosto.

-Você é ótimo!


  • Oi *o* como prometido, estou aqui postando o capitulo na quarta, agora somente na sexta feira. O que acharam do Chucky? Lindo, né? Eu achei um gato... mas e aí, sobre Brunelle, o que será que acontece agora? Ah, o grupo de fanfics do facebook é "Fanfiction's Bruno Mars

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Capítulo 89

-Bruno... - Chamei a atenção dele.

-Desculpa... eu vou para o estúdio, qualquer coisa é só me chamar lá. - avisa ele virando de costas pra mim.

-Ok.

Bruno Pov's

Vi que tinha errado em trata-la com mau humor desde que troquei a primeira palavra do dia com ela. Quando vi ela dizendo que ia para o seu quarto e nem me dando bola ali, algo dentro de mim se revoltou comigo mesmo e com minha pateticidade de ter feito isso. Corri até a porta do seu quarto, mas parei no meio do caminho. Ok eu vou pedir desculpas, mas eu também quero sentir o gosto dos seus lábios, eu preciso sentir ela comigo, no meu corpo. Eu sei que ela vai revidar, ela não vai querer, é capaz de brigar comigo, mas eu tenho que tentar, eu só preciso beija-la mais uma vez.

Abro a porta, mas ela não está ali. Ouço o barulho do chuveiro então sento-me na cama. Não contente em olhar para a parede por breves segundos, levanto e levemente abro a porta do guarda roupa. Suas roupas estão ali dobradinhas, não tem muitas, mas estão organizadas. Num pequeno cantinho tem dois sutiãs, e acho que vi um pequeno pedaço do lado da sua calcinha. Mordo meus lábios. Levei minha mão até a ponta, mas trago-a para fora do guarda roupa novamente. Tenho que me controlar, imagina se ela percebe que eu mexi nas suas coisas... eu estou parecendo um maníaco tarado por ela.

-Essa mulher vai me deixar louco. - Comento passando a mão na testa.

+++

Agora é o momento, ela me desculpou e estamos perto um do outro - na verdade há uma cama no meio de nós, e uns dez passos que nos separam -, mas eu preciso manter controle, ela não está com cara de quem irá receber numa boa esse beijo. É melhor não fazer isso, mas minha mente diz pra eu avançar na sua boca de uma vez. Tenho que ter coragem. Quando levanto o peso da minha perna para concentrar-me nos passos até ela, Mich balança a cabeça. O que será que ela estava pensando? Travei ali e minha perna ficou como se eu fosse dar um passo, mas não consegui fazer nada. Ali fiquei. Droga, eu sou um homem ou um rato?

-Bruno... - Ela chama minha atenção.

-Desculpa... eu vou para o estúdio, qualquer coisa é só me chamar lá. - Viro as costas pra ela.

-Ok.

É, tá confirmado, eu sou rato. Medroso, medroso, medroso... mil vezes medroso. Mas que droga, parece que sempre tem alguma coisa que me prende. Entro diretamente no meu quarto e me toco de cabeça na minha cama macia. A maciez afofa minha queda, mas ainda sim sinto aquele peso chato de que eu perdi uma enorme oportunidade.

+++

Agora eu já não acertava um acorde, nenhuma nota. As partituras ficaram jogadas sobre o piano, nada saía de mim, nenhuma ideia tão brilhante, nem nada que eu pudesse acrescentar, somente uma vontade única de sair correndo do estúdio e beijar a Michelle como nunca beijei, beija-la com paixão, fervor... Eu preciso dela.

Liguei meu rádio, fiquei brincando com a aparelhagem de gravação enquanto escutava as músicas do pen drive do Phil. Ele tem muitas músicas boas, desde uma coletânea ótima dos Beatles e Michael Jackson, até Lady Gaga e suas músicas ótimas. Sabe quando a gente sabe a letra de uma música, mas não sabe que música é ou no momento não se lembra? Pois é, de repente me pego cantando.

Eu acho que essa é apenas uma música boba sobre você, e sobre como eu perdi você, e os seus olhos castanhos...

Os olhos castanhos tão expressivos, que passam confiança, amor, carinho apenas com seus olhares intensos, que mostram quando ela esta triste, feliz, e quando está querendo mais do que apenas conversar e beijar. Até os cílios eu já reparei, grandes e curvados. E sobre como eu perdi ela... sendo o homem mais idiota da face da Terra, sendo o pior namorado para uma garota, traindo ela e fazendo-a de boba como se ela não tivesse um coração. Aproveitando-me do seu momento de amor por mim, e trazendo isso para um benefício a mim. Só que agora eu é que estou me ferrando. Ela está bem sem mim, está feliz e dá pra ver nos olhos dela, e eu aqui pensando nela a cada instante, sonhando com ela, apaixonado por seus olhos castanhos, por seus cabelos, sua pele e por tudo que a compõe e torna ela uma das mulheres mais maravilhosas que eu já conheci. (escute essa música até o final)

Parei de pensar quando uma música me chamou mais do que atenção, me prendeu totalmente.

You're an angel dressed in armor

(Você é um anjo vestido de armadura)

You're the fair in every fight

(Você é justa em cada luta)

You're my life and my safe harbor

(Você é minha vida e meu porto seguro)

Where the sun sets every night

(Quando o sol se põe toda noite)

And if my love is blind I don't want to see the light

(E se meu amor é cego eu não quero ver a luz)

Ela é um anjo, um anjo pra mim, o meu anjo. Ela é forte, é uma guerreira, porque por mais que nunca tenha passado necessidade, ela perdeu os pais e teve tudo na vida dela para se entregar ao mundo sublime e escuro das drogas ou coisas assim, mas ela sempre foi forte e sempre permaneceu em pé, e ao mesmo tempo que ela precisa de ajuda, ela ajuda aos outros. Um porto seguro, eu já havia falado isso à ela, disse que ela é meu porto seguro, e que me sinto completo e salvo ao lado dela, e sempre foi assim, mas eu gostaria de saber porque eu fui aquele bobo com ela, sendo que no fundo eu sabia que eu estava sendo assim e não fiz esforço para mudar, mudar para melhor, mudar por ela.

Escorei minha mão no piano, peguei o violão com a outra mão e dedilhei um pequeno pedaço de alguma música aleatória, enquanto pela janela de vidro com as cortinas abertas do meu estúdio olhei para a casa pensando no que ela deve estar fazendo agora. Eu a assustaria se chegasse lá e dissesse que ela é especial pra mim?

Pensando bem, eu não perco nada se tentar.

Abri a porta do estúdio e senti um ventinho chato da rua, mas o tempo não estava tão fechado, havia uma pequena raja de sol no céu que clareava um pouco a linda Los Angeles. Cruzei os braços na altura do peito e caminhei com passos largos até a porta de casa. Gege me viu e fez uma pequena festinha, mas eu não poderia pensar nele nesse momento.

Empurrei a porta e a fechei quando entrei, senti um cheiro agradável, e vi um pote sobre a bancada tampado por um pano de prato. Aproximei-me e espionei. Uma comida, eu não sei dizer o que é, mas estava com o cheiro maravilhoso.

-Bruno, tira a mão daí. - Reclama ela com a voz não amigável.

-Desculpa, já tirei. -Fiz um sinal com as mãos que estava rendido e ela riu.

-Ok, eu me aventurei na cozinha, mas vou jogar fora isso. - Ela torce os lábios.

-Porque? Doida, isso tá com uma cara maravilhosa. - Arregalo os olhos.

-Eu errei no sal, pus demais, e quando provei vi que ficou horrível.

-Mentira, nem deve estar tanto assim. - Inclinei a cabeça para o lado e ela solta um riso tímido e caminha até a gaveta dos talheres. Não pude deixar de olhar o movimento do seu quadril enquanto caminhava.

-Prove. - Ela entrega-me a colher e eu pego de sua mão. Viro de lado e pego um pouco da comida e levo a colher até minha boca.

É, realmente, infelizmente, aquilo só prestava para ir pro lixo.

-Você derrubou o pote de sal acidentalmente aqui dentro? - Pergunto engolindo sem nem mastigar.

Ela bate-me com um pano de prato, mas não aguenta o riso para ela e solta uma gargalhada.

-Vai à merda... Iria ficar bom, mas eu acabei não provando e ficou essa bosta. - Ela faz um beicinho tão lindo que imperceptível eu imitei também.

-Então, já que você errou sem querer na comida, e eu estou cansado de pedir comida aqui, que tal irmos a um restaurante? - A ideia brilho como purpurina na minha cabeça.

-Eu e você? - Pergunta ela receosa.

-Sim, qual o problema? - Perguntei enquanto tapava novamente aquele treco que ela fez.

-Vai que alguém me veja com você e manche sua imagem. - Ela gargalha, mas meu peito não ri, eu nem consigo esboçar uma expressão legal, porque ela me lembrou que eu fui um idiota. - Ah, qual é, eu tava brincando. - Ela bate levemente no meu braço. - Voltou com o mau humor, é? - Pergunta ela pondo uma mão na cintura.

-Quem aqui estava de mau humor? - Pergunto me aproximando do seu corpo e ela esboça um sorriso sapeca. - Vem cá que depois dessa você merece cócegas do batman. - Digo correndo atrás dela que tropeça quando corre para a sala.

Mich foi para trás do sofá e ficou me olhando tipo "você não me pega". Fingi não dar mais importância e virei as costas pra ela, quando senti o movimento dela saindo detrás do sofá, virei-me rapidamente e corri na sua direção. Michelle caiu deitada no sofá e por pouco eu não caí sobre ela. Inclinei-me e comecei a fazer cócegas na sua barriga.

-Bruno, eu vou fazer xixi nas calças assim. - Diz ela tentando me impedir de fazer.

-No meu sofá não. - Faço cara de nojo e ela gargalha.

-Tá, ok, vamos ir jantar fora. - Diz ela erguendo as mãos, mas acaba as batendo na guarda do sofá.

Eu ri daquilo, ela também, me aproximei para perguntar se ela estava bem e se não tinha se machucado, ela disse que não então fomos nos arrumar. Meu banho foi rápido, o que não é do meu costume. Coloquei uma camisa de manga comprida, minha flanela verde com branco e minha jaqueta jeans, com uma calça preta meio colada, um boné - o que ela me deu - e calcei meus tênis. Olhei através do espelho e suspirei fundo. Essa é a cara de um homem arrependido.

-Já está pronta? - Pergunto batendo levemente na sua porta.

-Já, pode abrir, só estou colocando os sapatos.

Abri a porta e ela estava sentada na cama calçando seus tênis, vestindo um calça jeans clara, uma blusa branca e um casaco de couro caramelo. Olhei-a dos pés a cabeça, observando aquele corpo, aquele rosto que me é tão angelical.

-Estou pronta. - Diz ela levantando.

Vai lá, Bruno!

-Vem cá. - Caminho lentamente em sua direção de braços abertos. Michelle me olha desconfiada, mas vem ao meu encontro com os olhos abertos e os braços também.

Nos abraçamos fortemente e eu afaguei-me nos seus cabelos castanhos, me perdi naquele cheiro que só ela tem, uma fragrância que não é de nenhum perfume, é dela. Passei minha mão na sua nuca e senti sua respiração no meu pescoço.

-Você é minha melhor amiga, e não deixa nada destruir isso, eu preciso de você! - Falei amigavelmente para não destruir nada do que eu estou tentando preparar para talvez alguma hora dizer que eu a quero novamente para mim, como mulher, como minha mulher, sem truques, sem mentiras, sem enganações, somente eu e ela.

-Bru, você também é meu melhor amigo e eu tenho orgulho de você! Nunca sairei do seu lado.

-Desculpa ter sido grosso com você hoje.

Me afastei do seu abraço e olhei nos seus olhos.

-Nem sempre temos que estar sorrindo e fingir estarmos bem, não é mesmo?

-Claro... - Dei um sorriso de canto e ela também. - Pegou o celular?

-Vou pegar.

-Pega só o celular, a janta é por minha conta. - Digo assim que ela se vira para pegar a bolsa.

Michelle Pov's 

Fomos a um restaurante brasileiro, me lembrei dos meus momentos e das comidas brasileiras, todas ótimas. Acho que o Bruno acabou se arrependendo de me tratar com frieza por um motivo tão bobo, ele abraçou-me antes de sairmos para o restaurante e disse que precisa de mim ao lado dele e me chamou de melhor amiga, eu alimentei meu ego ouvindo isso, porque sempre faz bem vindo essas coisas das pessoas.

Na rua, enquanto camínhávamos até o restaurante, Bruno ficou bobo, fez piada de tudo, me fez rir demais. E quando pegamos o transito para voltar pra casa, Bruno pos músicas no rádio e interpretava elas me fazendo gargalhar de rir até me engasgar com sei lá o que. Me senti bem rindo desse jeito com ele.


  • Heyyyy tchutchucas, sei que devo MILHÕES de desculpas, então me perdoem por não ter avisado no último capítulo que postei (o 86). Eu passei uma semana na praia, e acabei não tendo como postar, mas lá no grupo das fics do facebook eu falei que iria postar três capítulos e cá estou! Eles estão assim com alguns erros por que escrevi na praia, mas tenho novidade MEU NOTEBOOK VOLTOU comemorem <3 dsaoinoidsnaiodsan amei os comentários do último capítulo, sério, vocês são demais. 
  • Pra quem queria ver/conhecer o Chucky agora ele está disponível no iTunes..não mentira, tem foto dele na aba dos personagens <3 Espero que tenham gostado e quarta eu volto novamente com o capítulo 90 <3 


Capítulo 88

Michelle Pov's

Lembro muito bem que pegamos no sono lá na sala, mas quando acordo no meio da noite vejo que estou no quarto tapada. Ferrei no sono legal.

+++

Espio na porta do seu quarto cuidadosamente para não acorda-lo, mas lá está ele, dormindo de lado na cama, parece tão inocente assim, desse jeito frágil. Sorri para a situação que nem uma idiota, só aí me lembrei do batman, do tombo, do anel, das lembranças tão boas. Fecho a porta antes que fizesse algum barulho e sinto meu coração em pedaços.

Fui para o quarto em que estou e tranquei a porta com a chave que tem pelo lado de dentro. Apoiei minha cabeça na minha mão e quando abri meus olhos, senti eles marejados, um peso no meu peito. Eu não esqueci completamente dele, eu tenho consciência disso, mas não pensei que fosse tanto assim. Quando pisco, uma lágrima cai. Malditos olhos lacrimejantes que me fazem ficar assim, que ódio de temperamento sentimental que me faz chorar pelas coisas que passaram.

Bruno é um amigo perfeito, olha só, somente na amizade eu ri mais do que todo o tempo que ficamos nesse rolo todo. Eu não direi que só chorei enquanto nós nos envolvíamos, mas digo que eu fui bobinha demais para achar que tudo seria um mar de rosas. Eu acabei chorando tanto, e sempre voltando atrás, sempre dizendo que eu o amava, e nunca era retribuída, nunca ele dizia um "eu te amo" nem um " eu te adoro" somente como amiga. Fiquei tão triste quando bati aqui na noite do baile e uma outra garota atendeu, ou então quando fomos para o seu apartamento e ele entrou pro quarto para falar com outra, ou então quando ele brigou comigo e com o Leo na balada, sendo que ele já estava com outra mulher. Eu nunca vou entender ele, nunca vou saber lidar com seu temperamento idiota perante as mulheres, ou com o modo que ele se refere a nós como objetos...definitivamente ele só me fez infeliz quando estávamos naquele "namoro" e agora está tudo bem como amigos. Está escrito que eu e o Bruno somos perfeitos para sermos amigos, ele falando de seus rolos pra mim, e eu falando sobre meu novo ficante que arranjei numa balada que fui.

Passo minhas mãos sobre meu rosto secando minhas mãos e vejo que sou mais uma idiota fazendo isso na essa altura do campeonato, nem sei porque pensei nele como além de meu amigo, nem sei porque eu ainda penso nele assim. Devo parar, preciso parar, por isso viu declarar mais que nunca que entre eu e ele é apenas amizade.

Bruno Pov's

Sentei-me na cama e fiquei olhando ela sentar-se ao meu lado. Fiquei com medo de uma reação negativa da parte dela, ou que ela me olhasse e não sentasse ao meu lado. Sua roupa estava extremamente provocante, seus lábios mais convidativos que nunca.

-Pensei que iria demorar mais para esse momento chegar. - Dei um sorriso bobo quando ela abriu seu belo sorriso.

-Seus lábios... - Diz ela olhando agora fixamente para os meus.

-Seus lábios... - Digo repetindo o que ela falou e fez.

-Eu te quero, e não posso mais esperar!

Era tudo o que eu precisava ouvir. Música para os meus ouvidos. Levei minha mão até a curva do seu rosto e levemente fui puxando-a para perto de mim. Deus, como eu a quero. Quando meus lábios tocaram os dela levemente, sinto um frio percorrer minha espinha. Nossas línguas dançavam em plena sincronia, as duas pareciam querer a mesma coisa.

Deitei-a delicadamente para trás e encostei sua cabeça no meu travesseiro. Continuei beijando seus lábios, ao mesmo tempo querendo com muita pressa, mas também com calma para aproveitar o momento. Suas mãos acariciaram meus cabelos, e eu obtive uma distância entre nós somente para olhar nos seus olhos, ter aquela maravilhosa sensação de que ela é minha e eu sou dela. Calmamente passei minha mão sobre seus ombros, enquanto a outra ajudava a me apoiar. Deslizei o zíper da sua jaqueta e nos sentamos na cama.

Tenho medo de fazer algo errado, dela acabar parando no meio de tudo, mas eu preciso continuar. Coloquei uma mecha dos seus cabelos para trás da sua orelha, ela deu um sorriso tão tímido. Beijei sua orelha, no nobulo dela e senti ela se arrepiar. Michelle tirou sua jaqueta e tocou para o lado, enquanto eu apenas com uma blusa fina de dormir, tire-a e toquei para onde ela tocou sua jaqueta. Olhei seus peitos cobertos apenas por uma blusa fina, seus sutiãs da cor roxa, estou tão próximo de fazer amor com ela. Fazer amor pela primeira vez, porque vai ser diferente de quando transávamos, e eu começava já pensando no quão prazeroso seria pra mim, agora estou pensando nela também.

Puxei sua blusa e ela me ajudou levantando seus braços. Olhei para ela apenas coberta com seu sutiã. Pensei em tira-lo na hora, mas antes eu preciso fazer uma coisa. Abracei ela fortemente, dei um beijo no seu pescoço.

-Obrigada. - Sussurro pra ela.

Agora posso abrir o feixe deles e dar liberdade aos peitos que tanto gosto. Mich foi mais rápido que eu, puxou-me para um beijo bem caloroso, daqueles que a língua chega a sair da órbita da boca e acaba molhando até os lábios. Acho que isso foi um passe como "avança logo"... Levantei-me rapidamente, ela deita-se e abri sua calça jeans, tiro minha calça de abrigo junto da minha cueca. Eu não poderia negar que desde o momento do que ela entrou no meu quarto o meu membro começou a pulsar loucamente. Abri a gaveta da mesinha de cabeceira e tirei uma camisinha. Fixei os olhos nela, somente de calcinha, com a mão sobre ela, tamborilando seus dedos como se estivesse esperando.

Me posicionei com minhas pernas distribuídas uma em cada lado do corpo dela, dei um selinho longo e beijei seus peitos. Ela da uma gemida, e aposto que por eles estarem rigecidos, ela deve estar morrendo de tesão assim como eu. Aprofundei as coisas. Trilhei beijos por sua barriga e dei três beijos sobre sua calcinha, bem no inicio do seu sexo. Sua mão novamente fez carinho no meu cabelo, e senti a mais plena liberdade de avançar mais ainda. Tirei sua calcinha e toquei para o lado, agora beijei no mesmo lugar, mas pele na pele, muito mais gostoso que por cima de um tecido.

Afastei suas pernas e passei meus dedos sobre seu sexo. Introduzi um dedo levemente e ela geme. Fiz movimentos de vai e vem bem devagar. Passei a mão no seu peito e voltei para seu sexo extremamente no ponto, no ponto para avançar mais o sinal de onde estávamos. Humideci meus lábios e prontamente comecei a fazer carinho com minha língua nela. Ela se contorcia e revirava-se na cama, gemia e segurava fortemente o edredom. Isso é o que me deixa mais excitado.

Senti uma dor no meio das minhas pernas, abri os olhos sobre um suador intenso. A primeira coisa que lembro quando vejo a claridade na janela foi o sonho que tive com a Michelle. Que além de ser sacanagem só porque é só um sonho, eu nem cheguei a transar com ela, apenas ficamos nas preliminares.
Bravo, levantei bufante e corri para o banheiro, novamente com a barraca armada, mas eu preciso aliviar a minha dor.

Michelle Pov's

-Bom dia pra você também. - Digo irônica enquanto vejo Bruno passando por mim na cozinha para pegar algo na geladeira.

-Péssimo dia. - Ele bufa.

-Acordaram com o pé esquerdo hoje. - Comento irritantemente.

-Antes fosse. - Ele pega um copo e enche de leite, o toma gelado, uns dois goles e depois retorna a falar. - Acho que vou aproveitar pra passar uns acordes, fazer algumas coisas lá no estúdio hoje.

-O estúdio daqui? Digo esse aqui dos fundos? - Pergunto olhando para o tal estúdio.

-Sim, no estúdio daqui.

-Vai na fé e com muito casaco porque está frio demais. - Alerto ele.

-Imagino. - Comenta sem vontade.

Que bicho picou esse homem meu Deus? Ele estava de bom humor ontem e parece que hoje está me evitando. Peguei as coisas da sala para dar uma ajeitada e quando termino de por a louça no lava pratos vejo Bruno saindo como um vulto rapidamente em direção ao estúdio. Continuei dando uma ajeitada em tudo, amanhã já é a véspera de natal e eu não estou tão empolgada como estava antes. Essas épocas festivas me lembram o passado, principalmente meus pais, mas o que eu pensei é que eu e o Bruno demos nosso primeiro beijo na noite de natal, e no dia do natal fomos para cama, onde ele acordou pela manhã dizendo para eu sair antes que alguém visse ou desconfiasse. Sabe que tem coisas que eu lembro do Bruno, coisas que ele fez pra mim, que dá vontade de dar mais tapas na cara dele, e na minha também, por ser tão idiota e acreditar cegamente nele. Como fui burra.

Guardei a louça e tomei um  pouco de água. Pensei em me arriscar na cozinha, mas a preguiça é tanta que acho melhor não. Peguei o telefone e disquei para o número do restaurante californiano, hoje estou afim de comer algo daqui, algo agridoce.

Sentei-me no sofá enquanto esperava a comida, Bruno nem deu sinal. Caminhei até a cozinha e peguei dois palitinhos de ossos com cálcio. Coloquei sobre a bancada e guardei as outras coisas, escuto a campainha e corro para atender. Passo meu cartão e pego a comida. Olhei seriamente para a sala de jantar, poderia arrumar a mesa direitinho, mas é capaz do Bruno nem querer comer comigo. Dei de ombros e larguei a comida na bancada, mas peguei os ossinhos pro G. Vou até a casinha dele que quando me viu balançou seu toquinho de rabo feliz da vida.

-Oi garotão. - Disse mostrando o ossinho vendo ele ficar mais eufórico. - Seu pai está de mau humor hoje, daí peguei esses petiscos pra você. Se ele encher o saco, derruba ele no chão pra ele parar de ser estúpido.

Disse dando gargalhada de mim mesmo. Entreguei os ossos para ele que carrega um para dentro da sua casinha e deixa outro no chão do seu cercadinho. Olhei em direção do seu estúdio e pensei três vezes antes de bater lá, mas como eu sou idiota, gosto de incomodar e preciso chamar ele pra almoçar, então vou fazer isso. Antes de bater na porta não ouvi instrumento algum tocando, ele deve estar escrevendo, colo meu ouvido na porta e ouço ele falar algo. Tento arranjar um jeito de escutar melhor, então tateio até achar uma melhore acústica da porta.

-Mas eu não consigo controlar o mau humor.

[...]

-Eu sinto que se eu falar algo gentil pra ela hoje irá sair alguma idiotice.

[...]

-Eu sei, eu sei Phil... entenda, eu tive um sonho com ela, eu olhei pra ela como se ela estivesse de roupa íntima assim como no meu sonho.

Tirei o ouvido da porta e coloquei a mão na boca para estacar o riso. Ele está de mau humor porque teve um sonho comigo, deduzo que um sonho nada católico, e quando me olhou foi como de eu estivesse de calcinha e sutiã? Por dentro meu estômago queimava para rir da cara dele, mas eu precisava respeitar. Estufei o peito e segurei o riso no máximo. Bati três vezes seguido na porta.

-Já vai.

-Só pra avisar que nosso almoço já chegou, pedi californiana. - Digo e coloco a mão sobre a boca pra não rir.

-Eu já irei lá.

Não dei resposta para o que ele disse. Virei-me em direção da casa e caminhei até a entrada. Levei quase um choque térmico quando entrei, um ambiente quentinho e lá fora frio. Sentei-me no banquinho de frente pra bancada, mas tive que descer porque esqueci os talheres. Peguei-os e o telefone residencial começa a tocar, é hoje que eu não mato a minha fome. Bufei e peguei o telefone.

-Alo, mano? - suponho que seja uma das meninas.

-Oi aqui é a Michelle. - Digo.

-Mich? Ah, é a Jaime...o Bruno está em casa? - Pergunta receosa, dei uma risada sem graça.

-Ele está no estúdio, mas daqui a pouco acho que já volta porque vamos almoçar.

-Diga que eu ligo mais tarde...

-Espera aí. - Digo enquanto forço a visão e vejo o Bruno vindo meio carrancudo. - Jai, vou passar pra ele.

-Obrigada.

-Jaime. - Entrego o telefone pra ele que me olha de um jeito estranho.

Não dei bola pra ele e peguei os talheres, aproveitei para pegar também dois copos e uma caixa de suco de laranja que estava na geladeira. Sentei-me e esperei o Bruno, claro que ele saiu andando com o telefone pela casa. Previ que ele iria demorar e comecei a beliscar. Quando vi ele sentando na minha frente do outro lado da bancada, ele pega seus talheres quieto.

-Espero que não se importe, dei dois ossinhos para o G. - Falo preparando o garfo para finalmente comer.

-Tudo bem. - É só isso que ele diz 'tudo bem' ?

Bufei sem omitir som nenhum, comi a comida rapidamente e Bruno dava algumas paradas entre as garfadas, mastigava e ficava olhando para o nada. Terminei a minha primeiro que a dele, isso é óbvio. E agora, espero ele acabar ou faço a má educação de sair dali? Vou tentar socializar um pouco.

-Eu não sabia o que pedir, aí pedi Californiana. - Dei um sorriso de meia boca.

-Tá ótimo. - Ele não conseguiu olhar pra mim. Ok, acho que ele deve tentar olhar pra mim e ver peitos no lugar dos meus olhos, ou eu como aquelas bonecas infláveis de sex shop.

-Depois que terminar coloca seus talheres e o copo na pia, e coloca a marmita no lixo, por favor. - Me senti minha mãe ou minha tia quando implicavam com a sujeira. Levantei imediatamente e retirei as coisas que usei.

-Porque não me chamou quando o telefone tocou?

-Desculpa, eu tive força do hábito quando atendi.

-Da próxima vez me chama.

Bufei tão alto que agora tenho certeza que ele ouviu e além disso viu minha cara de nojo quando ele falou isso. Ele não precisa me tratar assim, não sou nenhum objeto.


-Eu não quis ser grosso, desculpa. - Ele me olha agora. Parei com meu copo e segurando na outra mão minha marmita com os talheres dentro.

-Eu entendo.

Ta bom, ele poderia ter sonhado comigo o que for, o sonho é dele e nisso eu não mando, mas agora me tratar mal só para não lembrar do sonho já é muita sacanagem. Coloquei as coisas que usei na pia e no lixo também, não iria lavar agora.

-Michelle, vai a onde? - Pergunta ele quando eu caminho em direção da saída da cozinha.

-Pro quarto. - Respondo sem parar de caminhar.

Abri a porta e fechei, fui direto para o guarda roupa pegar alguma para tomar um banho e não ficar metendo caraminholas na minha cabeça. Bruno idiota, grande coisa ter um sonho e ter que me tratar assim, sinceramente quando ele falou de maneira grossa comigo senti uma vontade tão grande de chorar. Eu não vou chorar porque eu sou forte, e ele não merece que eu derrame lágrimas por ele. Entendo que o que ele fez no inicio logo depois que terminamos foi para ter sempre eu de reserva quando não tiver outras mulheres pra levar pra cama. Mas eu não caio mais nisso, não mesmo. Peguei uma calça de abrigo, uma blusa e a jaqueta do mesmo, uma toalha fofinha e roupas intimas. Entrei no banheiro e tomei meu banho relaxadamente. Escovei meus dentes e me apoiei na pia do banheiro.

Pensei duas vezes em me vestir no quarto, mas quero aproveitar esse bafinho da água quente do chuveiro. Vesti minha roupa e sequei meu cabelo, estendi a toalha no banheiro mesmo e abri a porta.

-Que susto. - Diz Bruno sentado na minha cama.

-Susto? Acho que quem deveria levar sou eu. - Comentei sem dar um sorriso, seca.

-É que eu estava olhando pra baixo quando você saiu. - Fala ele olhando para mim, olha que milagre, ele olhando pra mim. Sorri ironicamente na minha cabeça.

-Eu vou dormir um pouco, ok? - Não era pra ser uma pergunta, e sim uma afirmação com uma indireta do tipo "sai do meu quarto que eu quero dormir".

-Deixa eu me explicar antes? - Ele defende-se.

-Depois Bruno. - Digo seriamente. - Agora vou dormir.

-Desculpa ser ignorante aquela hora, você não me fez nada e eu sai descontando meus problemas em você, desculpa mesmo. Mich, esse tempo que você está aqui em casa é o melhor, desculpa falar sem educação com você... me desculpa. - Ele repetiu tantas vezes esse desculpa que eu já queria rir. Dei um sorriso torto.

-Tudo ok Bruno, agora eu vou tirar um sono da tarde porque é o melhor horário. - Comento.

-A propósito, obrigada por atender o telefone... as meninas virão pra cá no dia do natal, mas meu pai irá passar a meia noite conosco.

-Legal. - Dei um sorriso.

Ficamos nos encarando no silêncio, um momento um tanto tenso para mim. Pisquei os olhos demoradamente e por breves segundos veio a imagem dele pulando em mim, e nós nos beijando. Ai não, tenho que dar um jeito de não pensar nisso, não posso ficar fantasiando coisa sendo que eu não quero mais nada com ele, se bem que sua boca está bem convidativa. Balancei minha cabeça e ele continuou ali parado.

Capítulo 87

Michelle Pov's

Enquanto Bruno dirigia, chequei meu celular que estava no silencioso durante o cinema. Pensei que não haveria nada, mas tinha uma mensagem da Anne.

"Mensagem grupal amores. Foi marcado o nosso primeiro encontro com a organizadora de casamentos. Será no dia 3 de janeiro, no estúdio dela à tarde. Ah, avisem para as pessoas que precisam ir, e mais... tenho péssimas notícias quanto aos vestidos, teremos que ver vestidos iguais, porque de acordo com a etiqueta, o vestido das madrinhas nunca deve ser maior e mais brilhante do que o da noiva. Beijos, amo vocês."

Ah, mas que grande bosta! Tá certo, desculpa a expressão, mas eu estava feliz da vida com meu novo vestido, com meu dourado maravilhoso... estava empolgada com ele, e agora terei que usar vestidos iguais os das meninas para parecermos três vasos idênticos. Anne deve estar odiando isso, e eu também estou, mas não tenho o direito de reclamar, o casamento não é meu.

-O que foi? - Bruno me viu bufando.

-A organizadora do casamento proibiu que usássemos os vestidos que escolhemos, agora teremos que usar vestidos iguais. - Reviro os olhos em desprezo.

-Isso não é o fim do mundo! - comenta ele.

-É sim. - Olho para a janela, homens... nunca iram entender isso!

-Fim do mundo é ser par da sua prima como madrinha de casamento, isso sim é fim de mundo. - Comenta ele.

-E ainda terá que dançar valsa com ela, bem galã. - Comento começando a rir.


-Ela que não pise nos meus pés. - Ele faz cara de nojo e eu começo com meu riso frouxo. - Mas me diz, como é o vestido que tinha escolhido?

-É lindo Bru... ele é dourado, comprido, brilhante, mas não é tão chamativo assim, ele até é bem discreto. - Fico pensando no adeus que terei que dar ao vestido. Não é drama, mas estava contando que ficaria tão linda naquele vestido, até tinha mandado elas aumentarem um pouquinho ao lado para que não explodisse quando eu sentasse.

-Faz parte da vida, mas garanto que ficará linda nesse vestido que escolherem.

Meu sorriso foi espontâneo.

-Obrigada, gentil da sua parte. - Tremo meus dedos em minhas coxas.

-Estava pensando em vermos um filme na sala, ou levarmos o Ge para passear um pouco... - Ele fala assim que paramos na sinaleira.

-Podemos levar ele pra passear dentro do condomínio. - Digo pensando em nós caminhando com o Ge nesse frio, pelo menos vamos nos esquentar.

-Tem uma praça lá, mas fica bem depois da minha casa, podemos ir vê-la. - Bruno dá a ideia.
-Ótimo. - Respondo.

Depois só sobrou mais bobagens, mais besteiras para conversarmos. Bruno falava empolgadamente sobre o Grammy e o Super Bowl, comentou comigo que não sabia quem levaria para acompanha-lo na entrega do Grammy. Indiquei primeiramente o seu pai, depois falei do Phil que é seu amigo para todas as horas, acho que ele pensou bem nessa história.

Chegamos em casa e eu largo a roupa que dei para o Bruno sobre o sofá, enquanto ele corre para o banheiro 'se aliviar'. Passei para o quarto e separei meu pijama quentinho para coloca-lo assim que chegássemos do passeio que daríamos.

-Michelle, problemas. - Bruno chega na porta do quarto, até me assustei um pouco.

-O que foi? - Pergunto.

-Estão dizendo que está se armando uma tempestade. - Bruno torce os lábios. - Acho que eu ligarei o ar quente na sala e vamos ver um filme mesmo. - Ele dá de ombros.

-Podemos comer um doce? - Pergunto travessa.

-Já está com fome? - ele arregala os olhos.

-Não. - Começo a rir. - mas quando formos ver o filme pelo menos vai ter algo pronto...

-Tudo bem, consegue se virar na cozinha? Eu vou tomar um banho. - Balanço a cabeça positivamente.

Me viro para o quarto e coloco uma toalha que tem ali sobre o meu pijama e corro para a cozinha. Abro todos os armários pensando no que fazer... eu sou um zero a esquerda na cozinha. Torci os lábios pegando um pacote de Oreo nas mãos. Abri a geladeira e vi várias coisas, mas estava a busca de um pote de nata.

Não achei nenhum, é melhor perguntar para o Bruno, mas antes verificar se tem alguma coisa, como um leite condensado, ou algo assim. Tinha várias caixas de coisas, uma casa muito bem abastecida é outra coisa.
Uma casa de rico é outra coisa. Coloquei os ingredientes no liquidificador e lavei minhas mãos para ir atrás do Bruno.

Ando pé por pé até chegar na porta do seu quarto.

-Bruno, tem nata? - Pergunto sem ver ele por ali.

-Falou comigo? - Pergunta sua voz abafada do banheiro.

-Sim, é que... ai meu deus. - Enquanto comecei a falar, andei dois passos para dentro do quarto dele e vejo ele dentro do closet, vestido apenas de uma cueca boxer azul escura. - Desculpa. - Fiquei vermelha.

-Mich, não é querer sem chato, mas não tem nada aqui que não tenha visto. - Ele da de ombros como se fosse normal.

-Eu sei que não, mas ainda sim é estranho, assim como quando viu minha calcinha. - Expliquei.

-Você nunca entenderá... - ele deixa algo no ar, nunca vou entender mesmo, esses homens são loucos.

-Enfim, tem nata ou não? - Pergunto novamente.

-Já procuro no armário perto da adega? - pergunta ele vestindo uma calça de moletom, é impossível não correr os olhos...

-Na verdade não...

-Então vê se tem lá. - Diz ele.

Virei de costas e fui rapidamente para a cozinha. Senti meu rosto pegar fogo, algo subir... vontade incontrolável de transar, mas eu sei que com ele não, mas aquele corpo, e aquela cueca... Passei a mão no meu rosto que estava quente, andei mais rápido ainda para frente do armário. Lá tinha mais algumas coisas, e duas latas de nata fechadas. O ruim é que estavam fora da geladeira, então o doce que eu vou fazer vai ficar ruim assim, temos que esperar gelar para comer.

Bruno Pov's

Adorei quando ela me viu de cueca. Eu juro que pude sentir ela me observar, e parece que algo nela se despertou. Ai se eu pudesse correr e joga-la na cama, transar nesse frio seria uma ótima coisa. Vou admitir que demorei para colocar a roupa que havia escolhido só pra ter o prazer dela me olhando dessa forma.

Michelle Pov's

-Brunoooooooooooooo, eu não estou te enxergando e estou com medo! - Grito da cozinha, apavorada.

-Calma, eu vou pegar uma lanterna e te procuro, não se mexe. - Grita ele do outro lado da casa pra mim.

Gege começou a latir loucamente, mas logo parou. Eu fiz nosso doce e quando nos instalamos na sala para comer, começa uma tempestade horrível. Até aí tudo bem, mas se não bastasse isso, quando levanto para ir até a cozinha pegar o doce, dá uma queda de luz. Foi ai que me encostei na parede e gritei para o Bruno.

Ouço alguns barulhos e logo aperto os olhos porque Bruno coloca bem no meu rosto a lanterna.

-Espera só um minuto que eu irei procurar velas e acionarei o alarme.

Ele avisou e ali eu fiquei. Não tenho medo do escuro, mas levei um susto tão grande que na hora achei que eu fosse mais uma menininha de 10 anos que pensa que embaixo da sua cama existem monstros alienígenas. Bruno aperta o controle e dá um barulho nas duas principais portas e um "beep" quando o alarme se aciona.

-O alarme funciona quando falta luz? - Pergunto curiosa.

-Sim, por que na verdade ele tem um pequeno gerador só pra ele nesses casos. - explica.

-Ah. - Digo. Na verdade eu não estava dando muita importância pra isso, mas eu precisava pensar em outra coisa tirando a maldita ausência de luz.

-Eu vou te guiar até a sala, lá a lareira está acessa, é mais claro. - Bruno diz se afastando da bancada e colocando a luz em mim.

Fechei os olhos e logo os abri novamente, mas forcei-os por causa da claridade. Pus a mão sobre meu rosto, mas me acostumei com a claridade. Andamos em silêncio, e eu somente seguia seus passos, quando dei com meu pé em alguma coisa e soltei um grito.

-O que foi? - Pergunta ele olhando para trás.

-Bati meu dedo. - Torci os lábios tristemente e ele riu.

-Não ri, doeu. - Lamentei me inclinando para passar a mão sobre meu dedo.

-Geronimo deve estar dormindo, porque se estivesse acordado ele estaria uivando. - Bruno diz do nada voltando a colocar a luz na sua frente.

Seguimos para a sala, como ele disse, estava mais clara pois a lareira iluminava bastante. Sentei-me confortavelmente no sofá, olhei para meu dedo que latejava de dor, e deitei. Bruno se ausentou da sala e foi pegar alguma coisa, mas demorou o que creio uns cinco minutos para isso, e logo voltou com duas lanternas e pilhas.

-Está doendo ainda? - Pergunta ele olhando para o meu pé e iluminando ele.

-Um pouco. - Me inclinei para encostar no dedinho. - Na verdade ele está latejando.

-Quer por um gelo ai? Ou algum remédio para dor? Eu acho que tem sprays para isso ali... - Bru falou todo preocupado que eu achei fofo aquilo, dei um sorriso boboca.

Ele sentou-se perto dos meus pés e encostou na guarda do sofá. Estiquei minhas pernas folgadamente sobre seu colo e sorri para ele que nem boba. Bruno pega meus pés com suas mãos fofas e quentinhas, aconchega-os e faz uma massagem neles, e aperta com cuidado o dedo que bati para fazer massagem somente nele. Aproveitei a situação para relaxar, e não sei porque cargas d'água, quando fechei os olhos pensei no Havaí. Minha casa, minha antiga casa, quem será que está morando atualmente lá? Será que está muito diferente? Como será que estão as pessoas que lá conheci? Meus antigos vizinhos, amigos de escola... e como será que nossa antiga escola está? Será que ainda tem os professores que um dia nos deram aula? Queria tanto ver todos esses lugares, aproveitar essa viagem tão bem aproveitada. Não quero só chorar quando lembrar dos meus pais, ou ver onde eles foram enterrados, mas quero rir lembrando de coisas engraçadas, quero lembrar onde foi meu primeiro beijo, onde ficávamos todos os amigos depois das aulas ás vezes, quero ir a beira da praia quando estive amanhecendo e ver o sol nascer sentada naquela areia divina, aquela água cristalina, quero respirar o ar do Havaí e dizer que eu estou em casa, e que meu verdadeiro lar é ali. De repente não penso mais em choros, ou momentos tristes, e sim dou um sorriso pensando naqueles momentos tão especiais que vivi.

-Rindo sozinha? - Pergunta Bruno curioso me olhando.

-Pensando no passado. - Comecei a rir.

-Passado Havaí ou passado que passou a pouco tempo? - Pergunta ele, forcei a mente para conseguir entender direito a pergunta e ri rapidamente mais uma vez.

-Havaí, escola de lá, praia pelo amanhecer... coisas boas. - Digo sorrindo.

Bruno Pov's

Estou cada vez me entendendo menos. Eu sou bipolar, ou algo do tipo, relacionado a isso. Quando peguei no seu pé tão bem cuidado, macio, aquela pele tão limpa... pensei na primeira coisa quando comecei a massagem: porque eu não fiz isso no tempo que ela era minha?

Mais que de repente bateu aquela vontade de voltar no passado, um arrependimento grande, uma vontade de beija-la, uma dor pensando nos nossos momentos tão intensos. E uma vontade de pedir perdão quando vejo que ficamos na noite de natal do ano passado, e ela está chegando novamente. Eu fui um cafajeste com ela.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Capítulo 86

Michelle Pov's
Acabei pegando no sono ontem na sala mesmo, os potes de comida japonesa ficaram na mesinha de centro, e Bruno também pegou no sono. Esfreguei os olhos e estiquei meu braço sobre a mesa para pegar meu celular. Apertei qualquer tecla e ele não acendeu, deve estar sem bateria, que delícia. Deitei de barriga para cima no sofá, está tão aconchegante aqui e tão quentinho que não dá vontade de sair daqui para ir dormir na cama.
Fiquei olhando o teto e pensando em várias coisas. A primeira é: o que eu dou para o Bruno de natal? Eu não comprei presente nenhum para ele e também não faço ideia do que lhe dar. Ele perguntou ontem o que eu desejava, falei que nada demais, porque eu nem sabia realmente o que eu queria, mas não consegui arrancar dele nada para que eu pudesse presentea-lo. Ele tem tudo, e o que não tem, ele pode comprar... mas a grande pergunta é: o que ele não tem e gostaria de ter?
Escapei meus olhos para o lado e vi ele dormindo de lado, tão tranquilamente. Vendo esse Bruno assim, nem parece aquele idiota qe me fez de palhaça. Seu cabelo que agora está topete ao invés do afro, estava tão lindo meio bagunçado. Seu dedo coça a testa e ele mexe um pouco seu nariz, pensei que ele acordaria, mas ainda bem que não. Virei de frente para a guarda do sofá. Não quero ficar vendo o quão lindo ele é, simplesmente porque eu não quero mais nada dele, absolutamente nada! Tá, tirando a amizade, nada mais. Por um breve momento que pisquei os olhos lembrei o homem lindo da loja, se eu não me engano é Chucky? Suspirei e sento meu estomago implorar por uma água.
Levantei com cuidado para não acordar o Bruno e fui para a cozinha. Tomei dois copos de água, fui no banheiro e fiz minhas necessidades. Eu estou congelando. Corri na sala, mas quando cheguei perto do sofá desacelerei o passo e peguei meu celular. Bruno havia se mexido, ele estava agora com a mão por baixo de sua cabeça, cena tão angelical. Peguei um pedaço da sua coberta e tapei seus pés descentemente. Fiz o caminho até o quarto dos hospédes rapidamente, precisava me aquecer. Sentia minhas mãos pesadas e empedradas de frio. Me mandei para de baixo das cobertas e tirei a rouoa assim, para dormir mais confortável de blusa e calcinha.
+++
-Mich, eu peguei no so... opa! - Ouço uma voz distante, sei que não é sonho e logo ouço o barulho da porta. - Desculpa, não sabia.
Sonolenta, abro e fecho meus olhos três vezes para me acostumar. O sono ainda pairava sobre mim. Peguei meu celular, mas lembrei que ele estava sem bateria, foi quando eu coloquei ele sobre a mesinha de cabeceira que notei que minha coberta estava toda ao meu lado e eu estava destapada. Ah, agora eu entendi porque o Bruno gritou daquele jeito. Comecei a rir e me tapei para deitar novamente.
Bruno Pov's
Acordei mal... muito mal! Além de estar meio desconfortável por causa do sofá, eu estava de barraca armada. Isso não acontece frequentemente.
Olhei para o sofá do lado e Michelle já não está mais ali. Estiquei meu pescoço pra tentar ver a hora: dez para o meio dia! Não posso levantar agora, tenho que me acalmar. Fiquei encarando o nada, levantei-me, peguei as coisas que estavam ali e levei para a cozinha. O que tinha que lavar eu coloquei na pia e as outras coisas pus no lixo. Vi que estava mais ameno, então fui até o quarto onde ela está.
-Mich, eu peguei no so...opa. - Fechei a porta rapidamente quando vi seu corpo lindo deitado na cama de costas pra mim, trajado apenas de calcinha e blusa. Eu não vou aguentar.
Me escorei na parede e respirei fundo. Vou tentar não pensar nisso. Olhei para o teto como se estivesse olhando para o céu.
-Que tipo de prova de resistência maluca é essa? - Perguntei como se fosse pra Deus.
Ai se ela estivesse desse jeitinho na minha cama, ou se eu pudesse chegar ali e puxa-la para um abraço, ou encaixar-me numa conchinha para dormirmos mais um pouco nesse frio... É uma droga só pensar e não poder fazer. Preciso de uma distração.
-Desculpa, não sabia. - Disse rapidamente correndo até o banheiro.
Quando o querido tem que funcionar, quando ele precisa fazer o trabalho dele com as mulheres, ele não está nem aí. Aí agora quando eu menos posso pensar nessas coisas, com a garota mais improvável que isso aconteça agora, ele dá o ar da graça. Bufei me olhando no espelho. Escorei-me na pia e fiquei olhando meu rosto, meu cabelo bagunçado.
-Bruno? - Ouço a voz dela.
-Fica quieto aí. - Digo olhando para o meu sexo. Abro a porta e saio. - Oi? - Falo procurando ela com meus olhos por tudo.
-Oi! - Responde ela chegando rapidamente do corredor. - Desculpa não falar contigo antes, eu estava dormindo e fui pega de surpresa. - Falou sem graça, seu rosto corou levemente.
-Não tem problema. - Penso na cena e vejo que tem problema sim. - Vamos almoçar fora? - Dou a primeira ideia que surge na minha cabeça.
- Tudo bem. - Responde
Michelle Pov's
Entro no quarto corada, era certo que o Bruno tinha ficado desconfortável quando me viu assim. Por um lado sabe que eu gostei disso, gostei de saber que posso provoca-lo que ele vai cair direitinho. Não é porque eu quero provoca-lo, mas isso aumentou minha auto estima de um jeito incrível.
Abri o guarda roupa e tirei uma calça e uma blusa, soquei no cesto de roupas sujas as roupas que tirei ontem e estavam atiradas no chão. Corri para o banho e tomei uma ducha rapidamente. Vesti minha roupa e calcei meu all star branco, cansei de botas. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e coloquei uma manta para esquentar meu pescoço. Escovei meus dentes, passei batom levemente rosado em meus lábios e um lápis de olhos fraco só para delinear um pouquinho.
-Bruno, estou pronta te esperando aqui na sala. - Digo assim que passo na frente da porta do seu quarto.
-Ok, eu já vou lá.
Sentei-me no sofá e me lembrei que ontem estava tudo bagunçado quando pegamos no sono, quer dizer, tinha os potinhos da comida, copos sujos de suco e taças sujas de vinho, Bruno deve ter limpado quando acordou.
-Podemos ir. - Bruno estava passando a mão sobre seu topete enquanto caminhava na direção da sala.
Íamos pegar seu carro xodó, mas preferimos ir com o porche preto que ele guarda ao lado. Pegamos ele e arrancamos. Coloquei na rádio para não ficar somente silêncio. Volta e meia falávamos sobre algum assunto banal, e voltávamos no silêncio.
-Vamos almoçar a onde? - Pergunto curiosa.
-Vamos almoçar no shopping, depois vamos no cinema, tudo bem?
Balancei a cabeça positivamente. Cinema? Isso é programa pra casais, eu acho que não preciso ficar lembrando que não somos mais um e... argh! Que saco. Tenho vontade de bater na minha própria cara quando eu penso em nós juntos. Mas seus lábios são tentadores, e seu sexo... eu não preciso nem dizer! Não posso pensar nessas coisas, não posso mesmo! Balancei a cabeça novamente e repeti a mim mesma que não posso ceder aos encantos que ele tem, porque ele não é homem para mim, e eu vou achar alguém que me ame e alguém que eu ame também.
Odeio esses meus pensamentos confusos, da raiva!
Bruno Pov's
Ela está tão linda vestida assim, de jaqueta, manta, cabelo preso, calça jeans e all star. Acho-a linda de qualquer forma.
Meu coração acelera quando eu percebo que ela me olha pelo canto dos olhos e uma breve chama acende dentro de mim. Ela me olhou assim porque?
(comece a escutar Moments - One Direction , e se quiserem ler a letra, leiam sz)
A música da rádio troca, uma boyband famosa começa a tocar. A letra da música, a melodia... eu não quero pensar que essa é nossa música, mas tem tanto haver com nosso momento agora, que sinto vontade de escuta-la mais uma vez para que eu possa pegar a letra e ficar cantarolando. Quero que ela perceba que esse refrão é meu para ela, que a música fala um pouco do que está acontecendo. Ai que droga, eu tenho que parar de ser idiota desse jeito, assim não da.
+++
-Acho que aquela comida foi uma das melhores que comi. - Mich passa a mão sobre a barriga me fazendo rir.
-Gostou então? - Pergunto a ela.
-Ta brincando, amei! - Responde empolgada.
Andamos conversando coisas banais para ambos, como preço das coisas, votações, comida e viagens. Falei a ela que terei dois shows em Paris e que vou trazer alguma coisa de lá para ela, ficou toda feliz e só sorrisos.
Compramos ingressos para um filme de ação, ela reinou dizendo que não queria, mas acabou aceitando depois de muita insistência da minha parte indelicada. O filme era pras 15:25, a recém era 15:00. Passamos por uma loja onde ela parou e eu continuei andando sozinho sem perceber que ela tinha parado. Duas pessoas vieram correndo adoidadas - estava demorando para virem pra cima de mim - dei autógrafos e tirei fotos, e quando vi Michelle saindo de uma loja com um sorriso travesso nos lábios e uma sacola.
-Posso saber o que é isso? - pergunto curioso quando ela chega perto de mim.
-Na verdade não. - Ela segura a sacola contra o peito. - Eu preciso ir numa confraria masculina. - Ela torce os lábios.
-Para...? - Tento descobrir pra que.
-Preciso ver uma coisa.
Eu não falei mais nada, sabia que ela não iria me falar o que ela tanto queria ver e o que tinha na sacola. Compramos um saco de pipoca grande amanteigada, dois refrigerante de lata, e duas barrinhas pequenas de chocolate. Mais uma vez tirei fotos com o pessoal que estava ali, e dei mais três autôgrafos. Não reclamo, eu gosto disso, mas ás vezes sinto vontade de sair nos lugares sem esse ataque de loucura sobre mim. Sinto saudades de ser mais um anônimo quando eu preciso sair, buscar pão, fazer compras para dentro de casa... mas eu gosto da fama, todo eu gosta dessa coisa, só ás vezes que eu sinto essa coisa estranha de falta de privacidade. Quando eu e Michelle entramos na sala do cinema eu senti um flash sobre nós, ela deu um sorriso nervoso e tenho quase certeza que sentiu também.
Não quero expo-la, acho que foi péssima ideia traze-la aqui.
Vimos o filme e além dela não ter gostado, eu também não gostei. Filme chato, sem mais. Saímos reclamando do filme e fomos até a confraria que ela queria. Entrei até a porta e é claro que senti aqueles olhares sobre mim. Uma moça que me olhava e sorria, acenei pra ela e sorri sem mostrar os dentes. Procurei Michelle com o olhar e achei ela conversando com um vendedor. Ele mostrava algumas coisas pra ela, e ela olhava para ele de uma forma que me incomodou. Tentei disfarçar pegando o meu blackberry e olhando para a tela, eu não tinha o que fazer para diminuir a tensão... isso é ciúmes?
Mandei uma mensagem coletiva para Phil, Ryan e Phred.
"Quando eu sinto uma vontade de sair soqueando um cara, só porque a Michelle olhou para ele sorrindo, é ciúmes?"
-Vamos? - Pergunta ela chegando na minha frente.
Assustado tento guardar o celular o mais rápido possível, e dou um sorrisão pra disfarçar.
-Conhece ele? - Pergunto querendo saber do cara.
-Não, vim aqui pela segunda vez, ele é um ótimo vendedor.
"ele é um ótimo vendedor"... "ele é um ótimo"... "ele é ótimo". Pra que dar esse sorriso idiota quando falou naquele... argh, isso é ciúmes sim! Tenho que me controlar. Meu celular vibra e vejo duas mensagens que chegam praticamente no mesmo instante.
"Negão, sinto informar, você está apaixonado, e isso é sério."
Phred, que gracinha. Vou matar ele.
"Ciúmes da Michelle? Só você mesmo hein."
Ryan... custava opinar?
Cadê o Phil quando eu mais preciso dele?
Ando ao seu lado conversando sobre banalidades novamente, dou um sorriso lá que outro, e pegamos o meu carro para ir embora. Na minha cabeça passou uma cena...
Eu poderia esperar ela entrar no carro e colocar o cinto, daí eu trancava as portas e perguntava novamente o que aconteceu, ela não iria responder, então eu falava que fiquei com ciúmes dela... não, isso ficou ridículo... eu falava que ela é a única pessoa que me faz rir sem motivos, e que estar ao lado dela é uma das melhores sensações... ai que besta que isso ficou.
Balanço minha cabeça dando risadas de mim mesmo e meus pensamentos idiotas.
-O que foi? - Pergunta ela.
-Nada não, estava pensando numas coisas. - Pus o cinto de segurança e ela me imita.
-Ok, vou mostrar uma das coisas que comprei. - Ela pega a primeira sacola que comprou. É uma sacola de roupas colorida, com um nome que eu não consegui ler porque ela mexeu.
Fiquei tentando olhar para o que ela tinha ali, mas não consegui. Mich pega uma roupa cinza e dá em minhas mãos.
-Quero que você use ela. - Ela faz um movimento com seus olhos que me faz sorrir bobamente.
Abro a camisa e vejo a parte de traz totalmente cinza, viro-a de frente e começo a rir demais.
-Tá brincando? - Pergunto entre as risadas que provocaram as dela também.
-Não, na verdade vai ficar lindo! - Ela sorri tão verdadeiramente.
Olhei para a camisa com o símbolo do batman bem no meio e começo a rir, ela também continua rindo. Olho para o seu sorriso e a vontade que tive é de chegar nela e dizer "só irei usa-la de você me beijar"... eu sei que eu seria vaiado pelo resto da minha vida, que perderia os pouquíssimos créditos que já recuperei com ela fazendo isso, mas não posso negar: da muita vontade de beija-la.
-O que vamos fazer hoje a noite? - Pergunta ela quando eu saio do meu transe. Largo a camisa no banco de trás e me posiciono para começar a dirigir rumo a minha casa.
-Ainda não sei, estou pensando em algo. - Falo desanimado.
O que há para fazer a duas pessoas num domingo a noite? O que um casal que não é casal poderia fazer? Só vem coisas que casais poderiam aproveitar nesse frio, mas nós não somos um casal. Sabe que ás vezes eu tenho uma vontade repentina de desistir dela e me voltar para outras pessoas.





Então eu consegui, graças a deus deu tudo certo, obrigada pela confiança Dri minha diva suprema <3 Estou aqui sempre que precisar parar qualquer coisa, postar e também pelo privilégio de ler primeiro dhjhvskdhsv OBS: AMEEEEEI E TORCENDO POR BRUNELLE PQ EU SHIPPO o/
Por: Danielle Tavares.
Recadinho da Dri: E ai pessoal, beleza? Bom, mesmo eu sem notebook, estou vendo os comentários, e fiqueibem triste com o último capítulo que teve 10 comentários :/ (vocês me deixaram mal acostumada hjfkjdhfkdhfd) mas enfim, mesmo assim eu não deixei de postar. Ah peço por favor que não reclamem do tamanho do capítulo porque é extremamente complicado escrever pelo celular,e não tem como medir os capítulos... então é isso, espero que gostem desse e sexta tem mais um. Beijos gente. :-*