sexta-feira, 27 de junho de 2014

Capítulo 135 - Fim!

3 anos depois

Pego minha roupa e coloco no banheiro sobre o sofá de troca. Dou uma ajeitada na banheira e vejo se a água está em boa temperatura. Constato que está, e então tiro o roupão que cobre meu corpo e entro na banheira.

Hoje é dia 24 de dezembro de 2017. Exatamente há 6 anos atrás numa noite como essa eu beijei meu melhor amigo pela primeira vez e eu não arrependo-me disso. Ai, Michelle, como você mudou. Penso para mim mesma.


Escorrego um pouco minha cabeça na beira da banheira e fecho os olhos para pensar em tudo que aconteceu no decorrer de três anos. Eu tenho uma linda sobrinha, o nome que foi escolhido foi Marie Claire! Anne está ainda com o Leo, apesar de que nesses três anos passados, praticamente ouve um ano que ela pediu um tempo pra ele, pois ela queria pensar nas suas prioridades da vida e no seu serviço da rádio que ainda está o mesmo. Zoe e Phred, eu não tenho o que falar. Eles foram feitos para ficarem juntos, apesar de briguinhas idiotas que todo o casal tem. Sobre minha tia, bom, ela está namorando, com o irmão da sua amiga que ela tanto falava. O nome do senhor é George, e ele é uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida. E ainda sobre ela, inicio desse ano achamos que iríamos perde-lá, por conta de uma cirurgia de risco que ela fez, tudo culpa da sua disposição para fazer tudo sendo que ela não é mais a menina novinha de antes. Mas tudo ficou bem.

Tivemos uma renovação de votos, que foi praticamente o segundo casamento entre Phil e Urbana. A festa e a comemoração foi uma das mais lindas que eu já presenciei. A banda está indo muito bem, os meninos continuam os mesmos, e sempre com mais e mais sucessos, e seu terceiro álbum lançará agora em Janeiro. Pres está ainda namorando com o Kealoha, e segundo ela, eles ainda não se casaram pois se acham muito novos para isso! Tahiti está muito bem com o Billy, assim como Jaime com o Jesse, e seus filhos estão cada vez mais espertos. Eric ainda está bobo com a sua primeira menininha, ela é um pouco mais velha que a Marie Claire, o nome é Mila, e é uma linda garotinha. Agora vamos para aquela com qual eu não me importo muito: Tiara. O motivo pelo qual ela me odeia foi desmascarado, e não foi para eu e nem para ninguém que ela falou, ela apenas escreveu em uma rede social que não gosta de mim porque prefere a outra. Tentei falar com ela duas ou três vezes, explicar que essa parte da vida dele passou, que agora eu estou com ele e estamos felizes, mas ela ainda cisma em mim. É difícil ter alguma festa de família que ela esteja quando eu estou.

Eu não me importo, não tenho nada contra ela, só não quero que ela fale mal de mim pelas costas e assim seremos felizes cada uma no seu canto!

As fãs. Ainda é um sacrifício. Mesmo depois de três anos juntos oficialmente como namorados, algumas ainda não aceitam o fato de eu estar junto dele, falam que eu sou uma aproveitadora, e que só quero a fama que ele carrega. Outras já se desculparam por internet sobre as coisas que um dia disseram sobre mim, e alegaram que nos amam juntos. Até um "shipp" criaram para eu e ele: brunelle. Já recebi um colar com esse nome escrito, no qual já usei poucas vezes.

Bruno! Essa é a parte complicada e descomplicada. Somos namorados há três anos e nada disso mudou. Ainda temos várias brigas idiotas por ciúmes, ainda mais agora que ele está em Los Angeles, por causa da gravação do cd e alguns programas para divulgação. Sempre tem um pequeno motivo para ciúmes, e confesso que até eu estou sentindo ciúmes dele ultimamente. Ainda somos os mesmos safados em relação de sexo e ainda somos uns idiotas apaixonados mandando coisas bobas um para o outro. A diferença é que estamos praticamente morando juntos agora, minhas roupas estão quase todas aqui e ás vezes eu venho do serviço direto pra cá.

Agora, o que mais mudou, eu acho: eu! Já tinha mudado muito antes, mas agora foi "radical". Assim que o ano de 2015 iniciou, eu decidi tomar um rumo: uma universidade ou algum curso. Eu não consegui a faculdade, a maioria era cara demais e não deixei que o Bruno pagasse nada, então escolhi um curso de aperfeiçoamento em design interno, resumindo: decoração de casas e ambientes internos. Terminei o curso e amei. Ganhei uma promoção em meu emprego que me possibilitou fazer minha carteira de motorista. Então estou guardando meu dinheiro para comprar um carro e por enquanto usando um do Bruno.

Minha aparência mudou em 2016. Em fevereiro, próximo ao dia dos namorados, eu cortei meu cabelo estilo Chanel. Todos estranharam no inicio, mas depois que me acostumei, achei lindo. Agora ele está um palmo abaixo dos meus ombros. Eu havia emagrecido muito e quase fiquei com anemia pois não estava me alimentando direito, então engordei o que eu precisava e mantive esse peso.

-Amor, afogou-se? - Bruno dá três batidas seguidas na porta.

-Oi. - Abro meus olhos rapidamente. - Pode entrar!

-Oi. Ele abre a porta sem camisa e vai para frente do espelho. - Pensando muito na vida?

-Já percebeu que eu não faço mais nada de acordo com as suas teorias além de pensar na vida. - Falo em tom de brincadeira.

-Mas pensar é bom! - Ele saí em defesa.

-Como sabe? Amor, você sabe pensar? - Começo a rir e ele ri de forma debochada pra mim e coloca o dedo do meio.

-Acho que não pensei quando pedi-a para namorar comigo. - Ele revira os olhos.

-Não seja por isso - Levanto e fico em pé na banheira com a água batendo nas minhas canelas, e a espuma deixando rastros pelo meu corpo. - estou indo agora.

-Se você não sentar agora, serei obrigado a força-lá a transar comigo aqui mesmo. - Ele olha meu corpo com os olhos compenetrados e vira-se para pegar o creme de barbear.

-Idiota. - Sento-me novamente na banheira e agora sim dou inicio para o meu banho mesmo.

Esfrego meu corpo levemente com a esponja ecológica e fico pensando em mais coisas, como por exemplo, o vestido que usarei essa noite! Achei ele tão lindo que paguei caríssimo nele, espero que o Bruno não saiba nunca o valor, porque ele me mataria, pois vivo reclamando do dinheiro - e me nego a usar o dele - e se ele soubesse que gastei muito dinheiro nesse vestido, seria mais uma discussão. Mas eu sou mulher... sou assim mesmo.

Bruno saiu do banheiro, mas antes para e atazanar, deu-me um selinho e aproveitou para tocar água no meu rosto. Fiquei falando algumas coisas de brincadeira pra ele, enquanto ouvia, de longe, a sua risada. Saí do banho, sequei-me com a toalha felpuda e fui enrolada em meu roupão até o quarto.

Eu sinto que a noite de hoje precisa de algo especial, afinal, tudo o que estou usando e me dedicando é especial, e as pessoas que estarão aqui são especiais, não tem como não ser especial, mas a minha alegria vai além disso, eu sinto algo de bom, não só para hoje, mas de hoje em diante.

-Meredith já está indo embora, ela mandou um beijo pra você e deixou a casa toda decorada, está linda. - Bruno entra no quarto colocando a camisa cinza que usará por baixo do seu blazer.

-Essa mulher é um anjo na nossa vida! - Digo. - Vou colocar uma roupa qualquer e vou ir até o salão da Christina, vai arrumar o cabelo lá ou em casa? - Pergunto.

-Vou arrumar em casa, ainda tenho que ir buscar a Tiara. - Diz ele ajeitando a gola.

-Tiara? Ah... - Falo mais baixinho.

-A noite de hoje estará ótima, vocês não precisam nem se falar, deixa ela pra lá. Ela tem que se acostumar que nós nos pertencemos, queira ela ou não. - Olho pra ele e sorrio, da onde eu consigo cada vez mais sentir orgulho e amor por ele?

Dei um beijo nele e peguei meu celular e minha carteira com os documentos. É cedo da tarde ainda, então tenho tempo tranquilo para fazer as coisas, tirando o fato de ficar mais tempo no transito do que me arrumando.

Chris fez meu cabelo ficar espetacular, liso e uns cachos soltos nas pontas, com um brilho maravilhoso. E Rick, seu assistente e maquiador, fez minha maquiagem. Um esfumaçado de branco com pérola e preto, com lápis de olho, camada fina de delineador e muito rímel. O batom irei colocar perto da hora dos convidados e família chegarem.

Ele optou por fazer uma festa como foi o nosso natal à anos atrás, uma festa com amigos e família.

++++


Vesti meu vestido e fiquei ansiosa para sair daquele quarto. Dei o retoque no batom e calcei meus sapatos. A sala já está bem cheia, os meninos da banda quase todos já chegaram, e minha pequena família já está aqui. Na realidade todos estão aqui, só falta Jaime que está vindo e Zoe e Phred que resolveram passar na casa da Zoe antes para dar feliz natal aos pais dela.

-Cinderela, antes da meia noite tem que estar pronta, sabe disso, não é? - Anne chega invadindo o quarto, e balbucia algo que não entendo. - Que vestido maravilhoso.

-Obrigada... - Ia dar continuidade com a minha pergunta, mas ela não deixou.

-Deve ter sido caro, meu Deus. Que linda.

-Obrigada, mais uma vez. - Comecei a rir. - Alguém mais chegou? - Pergunto.

-Jaime está entrando no condomínio já. - Diz ela sentando-se na cama.

-Nem se acomoda muito, já estou indo pra sala. - Viro as costas somente para borrifar o perfume em meu corpo.

Caminho para fora do quarto acompanhada da Anne. Fomos em direção da sala e a primeira pessoa que eu vejo ajeitando a roupinha da sua filha é Urbana. Ela dá um sorriso tão sincero quando me vê e nos abraçamos. Recebi um elogio dela e do Phil, me senti tão bem por isso.

Abracei os meninos da banda, dei oi para minha família que já tinha visto antes e babei um pouquinho minha sobrinha/afilhada. Tão linda, os traços da mãe e do pai direitinho, é uma bela mistura das belezas. Ela ri pra mim e pisca seus olhinhos dizendo meu nome. Fico impressionada o quanto essa menina cresceu. Fará três anos e eu nem percebi como o tempo voou.

Jaime chegou e Jaimo correu para abraçar o Bruno que estava ao lado da Tiara. Jonah veio me cumprimentar e eu dei oi para ele normalmente, Tiara nem olhou para minha cara, e eu também não me abalei com isso, tenho coisa melhores essa noite.

A casa estava tão lotada, crianças correndo por tudo quanto é lado, bebidas, músicas, conversas, risadas, as duas caçulas da turma, Marie e Mila, brincando sentadas no chiqueirinho que Bruno pôs na sala para as meninas.


Fomos todos aproveitar a nossa ceia que estava pronta. Sentamos na grande mesa e as crianças todas nos acompanharam. Era muitas pessoas para sentarmos todos juntos, então dividimos as pessoas! Comemos tudo que tínhamos direito, acho que todos se labuzaram até os dedos com maravilhosa ceia e os doces para sobremesa que a cozinheira havia feito e as meninas ajudaram.

Ajudei-as a levar tudo para a cozinha e depois nós organizaríamos.

-Pessoal, cuidado para não caírem. - Digo quando passo com uma pilha de seis pratos em minha mão, para as crianças que corriam.

-Liam, o que eu falei sobre ficar correndo aqui na cozinha. - Cindia o repreende.

-Desculpa mamãe. - Ele baixa a cabeça e saí rapidamente dali.

-Que lindo, tão obediente. - Admiro-o assim que largo os pratos.

-Obediente se falar assim, porque se eu falar com voz suave, ah ele faz de gato e sapato. Esse menino é terrível. - Ela revira os olhos.

-Ele me lembra o Bruno quando era menor, era espoleta assim. - Diz Tahiti e eu lembrei da nossa infância. - E você aprontava junto, não é dona Michelle?

Comecei a rir envergonhada.

-É, éramos terríveis.

-Quem diria que estaríamos aqui, agora, todos juntos. - Anne comenta enquanto anda em direção da sala.

Ficamos conversando ainda sobre isso, sobre nosso passado, como éramos e como estamos. Muita coisa mudou, mas nada mudou. Ainda somos os mesmos espíritos jovens, doidos por aventuras, por risadas e pegar a estrada, mas agora somos adultos com responsabilidades.

Sentamo-nos na sala, todos adultos, continuamos com nossa conversa  paralela, nossas risadas altas, as músicas - só que dessa vez, Bruno nos encantava um pouco tocando piano.

-Um para meia noite. - Anuncia a voz grave de Eric.

Nos juntamos em um circulo, não exatamente num circulo, mas foi o que deu na hora e ficamos fazendo a contagem regressiva. Já disse como eu amo esse momento? Enquanto faço a contagem em voz alta, vou pensando em todas as coisas que mudaram e o que pode mudar e o que está mudando.

Começamos a nos abraçar e dizer feliz natal, e eu me emocionei por isso mesmo. Ao pensar que além de amor, Bruno me deu uma família. Me deu quatro cunhadas que são irmãs- ok, três, exceção da Tiara -, me deu o Eric que é cunhado, mas é um irmão pra mim, me deu sobrinhos lindos e queridos, me deu amigos novos, me deu esperança por uma vida melhor.

(Dê play aqui e se precisar repita-a para o final do capítulo!)

-Pessoal, oi! - Leo chama a nossa atenção. - Eu sei que deveríamos fazer a entrega de presentes - Bruno vai em direção do piano novamente e começa a tocar uma melodia tão linda. -, mas eu gostaria que o meu presente fosse primeiro!

Anne olhou confusa pra todos, ela não sabia que era pra ela, ninguém sabia que era pra ela, mas ela desconfiava.

-Um homem não é completo sozinho, não é completo sem uma mulher ao lado dele, pra lhe dizer o que fazer, pra lhe dar instruções, para fazer ele feliz e lembra-los de tirar a cueca do box. - Todos nos rimos, e eu manteiga derretida já estava imaginando o que seria, e meus olhos transbordavam lágrimas que eu não conseguia nem explicar. - Nós tivemos um tempo em nossa relação, você queria pensar o que me fez pensar por muito tempo também. Por que não aproveitar essa onda boa da nossa relação e leva-la para o lado mais sério. Não precisamos de uma data certa, tudo pode ter seu tranquilo tempo, mas apenas eu devo ter a certeza que um dia, eu serei seu e você será minha, assim como somos, só que assinado em um papel e perante a lei de Deus. - Anne já estava se acabando em lágrimas. Phred e Zoe sorriam entre si, como se tivessem orgulho do que já tivessem passado. Levei meu olhar para o piano, para o Bruno.

Ele ali tocando aquela música para o meu amigo que está se declarando para minha prima e melhor amiga. Ele, assim, desse jeito, está parecendo o cara que nunca deveria ter morrido, aquele Bruno/Peter que deu um tempo quando brincou com os sentimentos, mas depois retornou. Ele merece uma felicidade além dessa de estarmos todos juntos.

-Sim! Sim! - Anne dá um belo selinho em Leo. Acho que eu perdi alguma coisa da declaração. Me aproximei do piano e fiquei ao lado do Bruno, enquanto todos cumprimentavam os novos noivos, Bruno se levanta e fica ao meu lado.

-Um dia será eu e você selando nossos votos. - Recosto minha cabeça em seu ombro quando ele diz isso.

-O dia que quiser, eu estarei pronta! - Falo e ele se afasta com cuidado para me analisar.

-Ué! - Balbucia ele. - Você nunca gostou muito dessa ideia de casar.

-Hormônios. - Dou de ombros. Ele olha-me franzindo sua testa em dúvida.

-Você é doida, isso sim. - Ele ri e da-me um beijo superficial. - E eu acho que é por isso que eu amo você.

-Você me ama porque eu sou apaixonante. - Digo em tom de brincadeira.

Espero um pouco da multidão sair de volta dos novos pombinhos e caminho até eles. Dou um abraço forte em cada um e vejo Leo e Bruno se darem um abraço. É lindo ver que os dois estão se dando bem depois de tantos episódios que passamos juntos. Olho para o rosto de todo mundo e agarro a mão do Bruno fortemente.

-Hey, pessoal! - Tento chamar a atenção de todos, mas agora a música já estava tocando. Bruno me olhou perdido. - Gente! - Falo em maior tom. Agora sim chamei a atenção de todos. - Eu queria evitar falar nisso. Não queria tocar no assunto até porque eu somente fiz dois testes de farmácia... Ninguém sabia de nada até então... - Tento dar continuidade, mas ouço o Bruno dizer.

-Ai meu Deus. - Ele olha-me incrédulo.

-Michelle... como assim? - Anne tenta perguntar algo.

-Dois testes na manhã de segunda passada que confirmaram uma possível gravidez. - Dou de ombros.

Fui abraçada fortemente pelo Bruno, um abraço qual nunca tinha recebido antes, algo tão inexplicável. Foi mágico seu abraço, me mandou confiança, amor, respeito, tudo o que ele poderia me passar.

-Eu te amo tanto, mas tanto, que não sei se um dia conseguirei parar de falar disso. - Diz entre meus cabelos, cheirando meu pescoço.

Assim que ele se desvencilha de mim, recebemos aplausos. O porquê? Eu não sei exatamente, mas todos nos aplaudiram e em seguido vieram me abraçar. Os meninos caíram sobre o Bruno fazendo piadas de papai e eu o vi sorrindo como poucas vezes eu já vi. Assim que abracei Jaime, olhei para o lado de Jonah, e Tiara me viu. Não sei o que significa, mas ela sorrio pra mim, e eu retribui.

Vi todos ali me agradecendo, detectei a música que estava tocando e olhei para o Bruno. Eu juro que eu não sei mais o que pensar e o que falar de tamanha alegria que eu estou sentindo. Ele abraça-me e eleva-me no ar dando um giro, quase caímos, mas eu não ligo, foi lindo. Agora eu posso dizer que minha vida está completa e posso dizer o que tinha de tão especial essa noite. Minha família está completa e daqui pra frente só tende a melhorar.


Selamos nossa alegria em um beijo, não um beijo qualquer, o beijo! Senti toda a sua emoção que não tinha mais onde ser contida e estava sendo explodida por ele. Encostamos a nossas testas e nos olhamos profundamente. E nesse momento, em diante, eu digo que nós vamos ser mais felizes que nunca e que nada nem ninguém consegue separar o que está destinado a acontecer.

We found love in a hopeless place

  • (dê play aqui se quiser, é que eu escrevi isso com essa música e achei bem legal ler com ela também) Hei, que saudades eu vou ficar de falar aqui embaixo! Sentirei saudades da minha alegria de descrever a Michelle e suas aventuras, o Bruno e sua bipolaridade, Anne e sua "sensibilidade" e "delicadeza", Zoe e sempre sua meiguisse. De todos, de cada detalhe que eu escrevi. Teve dias que eu falhei, eu sei, teve dias difíceis que eu fiquei brava por poucos comentários, e dias que eu mesma me xingava por não conseguir postar algo. Teve até meu aniversário que eu passei por aqui, minha formatura do ensino médio, o ingresso em uma nova vida, vida adulta. Teve discussões por conta de algumas pessoas, e teve dias que eu fiquei completamente sem criatividade. Obrigada por me aguentarem em todos esses momentos. Agora, meu agradecimento em especial a quem me acompanha desde o primeiro capítulo, ou começou a ler e pegou o trem andando, a quem sempre comenta e a quem sempre me ajudou com dicas e ideias para capítulos. Foi diferente escrever essa fic, foi boa e agora está sendo prazeroso escrever o último, porque chegou o fim de um novo ciclo, uma nova era, e fiquei feliz em conseguir levar até o fim. E está sendo triste, pois me apeguei muito aos personagens e as leitoras! Agora irei iniciar a nova fic (nesse link), e espero que ela me dê muitas alegrias quanto essa me deu! Obrigada a todos e sejam felizes sempre, pensem sempre em vocês e se amem, pois só assim serão amados! Amo vocês <3 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Capítulo 134

Bruno Pov's 

Esperei Michelle por muito tempo acordado, mas ela nunca aparecia.  O voo que nós fizemos depois do último show da turnê, foi cansativo demais, e ainda comemoramos no hotel, agora eu estou destruído, e preciso deitar.

Abri mais uma vez a cortina do hotel, sei que olhar lá para baixo não adianta em nada, mas é um costume. Não vi muita movimentação de carros chegando, mas a rua estava bem movimentada, o trânsito deve estar um caos. Será que ela não vem mais? Não, ela me garantiu ontem que viria, e eu acredito nela de olhos fechados!

Peguei a primeira manta que vi pela frente, tirei meu moletom e liguei o aquecedor. Desliguei todas as luzes, exceto a do abajur quase a minha frente. Virei-me para o lado e adormeci logo em seguida.

++++

Abri meus olhos e repousei minha mão sobre eles. Não faço ideia de que horas é agora. Estico minha mão para a mesinha de cabeceira e vejo um celular que não é meu. Olhei o horário: oito e dezessete da manhã.

Viro rapidamente para o lado e sorrio quando vejo ela dormindo ao meu lado. Encolhida, de certo passou frio a noite, e provável que esteja com a roupa que chegou, até mesmo seu gorro está em sua cabeça. A uma mecha de cabelo em seu rosto que não me permite ver totalmente seus olhinhos fechados do sono profundo. Tiro a mecha e ela se move para o lado e põem a mão no rosto.

-Ah. - Resmunga como uma criança.

Martelo na minha cabeça a hipótese de acorda-lá agora para passarmos mais tempos juntos, mas ela não merece que eu acorde-a, ela deve estar cansada e com sono. Dou um beijo no topo de sua cabeça e levanto com cuidado para tomar um banho, mas antes uso a manta que estava me cobrindo, para cobri-la.

Michelle Pov's

Acordei pensando que estava na minha casa e já ia xingar a Anne por causa de uma fresta da minha cortina aberta, mas quando me situo de onde estou, sorrio com alegria e sento-me na cama. Estou tapada com a manta que ele estava tapado e recostada na guarda da cama.

Posso ouvir o barulho do chuveiro, que na verdade quase nem faz barulho, mas devido ao silêncio que está a essa hora, ele está barulhento. Aliás, que horas deve ser? Olhei o horário no meu celular e voltei a ficar como estava antes.

-Se tivesse me acordado ontem a noite, eu não iria ficar bravo. - Ouço a sua voz enquanto estava olhando para minhas unhas.

-Bruno. - Minha voz quase nem saí.

Levanto para o encontro dele, e sinto como se tivesse passado muito tempo sem vê-lo, como um ano ou mais. Abraço seu corpo que está bem quentinho devido a água do chuveiro. Sinto o cheiro do seu pescoço e o sorriso ainda estava estampado em minha boca. Ele agarrou-me como um pai abraça sua filha que não mora com ele. Aquele abraço para matar toda aquela falta que sentimos um do outro, seja como um casal de namorados, ou como um casal de amigos.

-Eu precisava muito disso! - Ele enterra mais seu rosto em meu pescoço.

-Não faz ideia... Como eu senti sua falta. - Fecho meus olhos esperando que esse momento fosse mesmo real.

Não, não é drama! Somente uma pessoa apaixonada sabe como é se sentir distante da outra, como é sentir a falta dela no dia a dia, só uma pessoa apaixonada sabe que o sorriso da pessoa é capaz de fazer o seu dia melhor, mais bonito, até mais colorido. Encontrei alguém que aguentasse meu coração enjoativamente doce, e que suportasse meu humor incrivelmente estilo montanha russa. E agora eu só quero aproveitar vê-lo novamente.

-Agora não vamos nos desgrudar tão cedo. - Desvencilhamos do nosso abraço e eu dei um rápido selinho nele.

-Eu te amo, okay? - Meu olhar fixou no seu, para dar mais credibilidade.

-Eu sei, e eu também amo você. Desculpa por briguinhas idiotas por ciúmes, mas eu tenho medo de perder você.

-O único medo que você deve sentir é o medo de sentir medo! Não fique enchendo a sua cabeça com ilusões e pensamentos do que pode acontecer, assim nós nunca vamos viver realmente.

-Quem é você e o que fez com a Michelle? - Ele franze a sua testa em dúvida e eu bato levemente em seu braço.

-Vá se vestir para não pegar uma gripe novamente.

-Mas nós podemos ficar pelados. - Ele dá dois passos para trás e pisca pra mim.

-Depois do seu show, antes você tem muita coisa para fazer.

-Nenhuma casquinha antes? - Pede ele de maneira fofa e tentando ser convincente. Por mais que eu queira, eu sei que ele tem um show e antes tem todo seu preparamento para tal, então não quero o desgastar com coisas que podemos deixar para depois.

-Nadinha! - Retruco de volta e ouço ele fazer um "aaah" como uma criança.

Pedimos um café da manhã no quarto, já que nós acordamos cedo. Peguei uma roupa na minha mala e tomei um banho descansado enquanto Bruno ia assistindo televisão e esperando o café.

Na mesa da suíte ele já havia posto tudo o que pedimos. Tinha pães torrados, queijos para petiscos, manteiga e pasta de amendoim, e leite caramelado para tomarmos, sem contar com dois pequenos pedaços de chocolate como cortesia, para se quisermos afoga-lo no leite, mas como pedimos o caramelado, ele já é bem docinho o suficiente.

Sentamos a mesa e ele levantou um pouco depois que sentou-se, pegou uma rosa de um dos arranjos que enfeitavam o quarto e prendeu entre seus dentes, e entregou-me. Achei tão fofo aquele momento que tive de registra-lo em meu celular.


-Uma flor é pouco, preferia dar um jardim inteiro. - Ele fica a minha altura se abaixando ao meu lado, mantive meus olhos fixos nos dele sem nem saber o que dizer. Eu tenho o melhor - que antes era o pior - namorado do mundo.

-Tá tão na cara que eu sou completamente louca por você, completamente fascinada pelos seus olhos. - Falo enquanto levo minha mão ao seu rosto. Dou-lhe um selinho profundo e digo-o para continuarmos nosso café.

++++

Pela manhã nós permanecemos no quarto, com trocas de carícias, assistindo alguma coisa na televisão e eu escutando as histórias que ele tinha para me dizer sobre os lugares que passou por último na turnê.

Agora estamos indo em direção do local do show. Bruno irá fazer um ensaio antes, e passagem de som, irão testar todas as coisas, enquanto eu e Zoe iremos conversar.

-Oh negão, mas tu é feio. Que horror. - Kam diz quando entrou no ônibus e deu de cara com Jam no corredor.

-Sou feio, mas tenho namorada. - Ele dá de ombros.

-Eu tenho a Paris. - Kam revida.

-E ela tem todo mundo. - Grita Phred do banco atrás do nosso.

-Cala a boca amor. - Escuto Zoe dizer entre risos.

-Briga, briga, briga! - Diz Phil no banco ao nosso lado.

-Mas então, Jam, quem é a sua namorada? - Bruno pergunta e os meninos começam a rir.

-No momento certo eu irei apresenta-la. - Jam respira fundo.

-É uma boneca inflável. - Dwayne comenta.


O riso estava frouxo dentro daquele ônibus, sobrou até para o pobre Dre que estava quietinho, e para Ryan sobre a Anne e a outra menina que ele ainda está junto. Me diverti bastante com eles e suas palhaçadas, estava com saudades de tudo isso.

Nós chegamos ao local que ele irá se apresentar a noite, e entramos por outra entrada pois na frente já haviam algumas meninas e poderiam fazer o Bruno perder o tempo do ensaio.

-A playlist vai ser essa?  - Ouço Bruno perguntar para o Ryan.

-Na verdade você não tem um repertório certo pra cá, mas eu separei essas porque acho que são as que mais iram bombar. - Ryan dá de ombros como se para ele não fizesse importância aquilo.

-O que tá rolando? - Pergunta Zoe chegando ao meu lado. Olho para o seu rosto e vejo seu batom rosa todo borrado em seu rosto.

-Da próxima vez que for dar uns amassos, limpa a boca antes, amor. - Falo voltando a olhar os meninos e ela ri. Pelo canto dos olhos vejo ela passar a mão em sua boca. - Os meninos estão decidindo as músicas do ensaio.

-Ah sim... nós vamos ficar aqui, ou vamos dar uma volta pela cidade e depois voltamos?

-Podemos dar uma volta e depois vamos direto para o hotel nos arrumar. - Dou a ideia.

-Vou falar com o Big para ele nos buscar depois.

-Ok.- Concordo e ela saí atrás do Big para ver isso.

Fico o observando de longe, parece que o tempo parou completamente e ele se move sozinho, majestosamente, a cada gesto que ele faz, palavra que ele fala, meu coração vai se enchendo mais, meu peito não aguenta mais esse sentimento de amor, orgulho que eu tenho por ele. Vontade de gritar para os quatro cantos ouvirem que eu sou completamente dele, e que agora eu sei que ele é completamente meu.

Cantarolo uma música em minha cabeça, a minha música para ele no momento, o que eu estou sentindo realmente, retratado nela.

You make me feel
(Você me faz sentir)
Like I'm livin' a
(Como se eu estivesse vivendo um)
Teenage dream
(Sonho adolescente)
The way you turn me on
(O jeito que você me excita)
I can't sleep
(Eu não consigo dormir)
Let's run away and
(Vamos correr e)
Don't ever look back
(Nunca olharemos pra trás)
Don't ever look back
(Jamais olhar pra trás)

-Jovem apaixonada, estou falando com você. - Zoe pode ter lido meus pensamentos no momento. Dei um riso frouxo e abanei de longe para o Bruno que mal me viu porque estava ocupado ajustando o seu microfone.

Pobre Zoe que me perdoe, ela continuava a tagarelar sobre alguma coisa do shopping, sentadas na praça de alimentação, enquanto eu olhava para a sequência de mensagens que eu estava tendo com o Bruno.

"Estava muito homossexual com aquela calça jeans hoje cedo."

Comento sobre a sua calça, já que na mensagem passada vinda dele, ele comentou sobre meu possível suéter que mais parecia que eu havia pego de um baú de coisas velhas da minha avó.

O celular vibra e recebo sua resposta.

"Eu preciso te mostrar o gay que está guardado dentro da minha calça louco para se esconder no armário que você tem no meio de suas pernas"

Gargalhei alto e agora Zoe percebe - depois  de muito tempo - que eu não estava prestando atenção no que ela estava falando, mas como ouvi algumas coisinhas antes, posso tentar mostrar que estava por dentro do assunto sim.

-Você nem está prestando atenção em mim, que amiga.- Choraminga ela voltando a brincar com seu canudo em sua latinha de suco já vazia.

-Eu ouvi sim, mas Bruno me mandou uma mensagem tão safada, que eu não tive como não rir.

Decidi contar a mensagem de uma forma diferenciada para ela. Eu sei que é meio estranho, mas ela é minha amiga, e ela também tem intimidades com o Phred e inclusive nós ás vezes, todas nós, nos falamos sobre essas coisas, nem com todos os detalhes, mas mulher é mulher, a gente gosta mesmo é de falar com as nossas amigas e quando a coisa é boa mesmo, da vontade de gritar para os quatro ventos, mas como gosto de exclusividades, preservo o meu.

Zoe se distraiu com uma ligação do Phred no momento que Bruno disse que eles haviam terminado o ensaio, e que agora era o momento para ir se preparando e relaxando um pouco.

"Poderia muito bem relaxar com você pelada no meu camarim"

A mensagem dele chega bem no momento que estava escrevendo uma pra ele. Desisti de escrever a anterior e iniciei outra.

"Safado! Pense que eu estou aí, talvez adiante de alguma coisa"

"Não irei me acabar com a mão sendo que posso muito bem me acabar com você hoje à noite"

Não posso negar que essas mensagens tentadoras estavam me deixando louca e pensei por alguns momentos que eu poderia adiantar essa história de deixar para depois do show, mas aí pensava nele...Ele precisa descansar para arrasar mais do que sempre arrasa, e eu irei atrapalha-lo com cansaço e desgaste físico, então é melhor depois mesmo.

Nós partimos daquele shopping e com outra dificuldade conseguimos o táxi para o hotel. Teríamos pouco tempo para nos arrumar, porque segundo o Dre, teríamos que chegar umas duas, no máximo, uma hora antes do show, por causa do tumulto em frente a arena e etc.

Abri minha mala na procura da minha roupa que havia trazido para o show. Não era nada demais, apenas uma calça jeans de cos alto, uma blusinha branca por dentro dela, meio soltinha para cima, e uma sandália preta, não muito alta. Foi o que mais preferi, e claro, levarei uma jaqueta, porque Nova York não é como Los Angeles, o frio é bem mais rigoroso.

Assim que tomei o meu banho e vesti minha roupa, penteei meus cabelos e fiz uma maquiagem rápida para não atrasar e quando estava colocando um pouco do meu perfume pequeno que trouxe, Zoe bate na porta.

-Vamos? - Pergunta ela ainda do lado de fora do quarto.

-Já estou saindo. - Confiro meu look no espelho do quarto e saio com a minha pequena bolsa atravessada no corpo.

Pego meu batom dentro da bolsa e o passo enquanto estamos no elevador com o auxílio do espelho que tem ao fundo. Dre já estava ali na porta nos esperando com o carro. O trânsito aqui consegue ser bem pior que o de Los Angeles e as pessoas conseguem ser mais apressadas e avoadas. Por diversas vezes no caminho, pessoas ao invés de atravessarem na faixa, atravessavam fazendo o contorno pelos carros.

Dre tomava o máximo de cuidado, afinal esse carro não é de nenhum deles, e sim alugado, e qualquer defeito eles teriam que arcar. Antes de chegarmos na entrada de funcionários e artistas da arena, nós recebemos nossas credenciais com nossos nomes e o nome do artista. Passamos por alguns seguranças que estavam na porta e andamos o backstage atrás dos meninos.

Eram quatro camarins e eles estavam todos juntos em um só, prontos, e jogando vídeo game para distrair, com uma música alta, e alguns comes e bebes na mesa ao fundo da sala. Então é isso que eles fazem antes de todos os shows? Tive vontade de rir, mas me segurei.

-Trouxe em segurança. - Dre disse assim que pigarreou.

-Agora o Bruno não joga mais. - Diz Kam assim que olha pra mim. Bruno estava com seu joystick em mãos, mas o larga assim que me vê. Não sei se eu acho boba a atitude dele de vir em minha direção  rapidamente e dar-me um abraço forte.

-O amor é lindo. - Diz Phil.

-Shiii. - Bruno olha para eles enquanto suas mãos se fixam em minha cintura.

Seu olhar volta para o meu e todos param de prestar atenção em nós, para falar sobre o jogo. A musica que tocava ali não conseguia ser mais alta que as vozes deles.

-Está linda. - Diz ele colocando uma mecha do meu cabelo para trás e beijando minha boca delicadamente.

Não parecia que nós havíamos ficado apenas dois meses sem nos ver, e sim uma eternidade. Os auxiliares disseram que a abertura do show já tinha sido iniciada, e que eles teriam vinte minutos para se preparar para a entrada. Eles se juntaram num circulo próximo ao sofá e cada um pegou um copo de bebida, seja água, seja cerveja, seja qualquer coisa. Eles o levantaram e beberam, depois fizeram um pouco de silêncio para iniciar uma oração e pedir proteção. É tão lindo assistir essa cena de cumplicidade entre todos eles.


Assisti o show de um lugar da plateia, e estava eufórica. O pessoal todo amando tudo isso e cantando com ele, era algo maravilhoso, mágico, e imagino o quão feliz ele deve estar. Quando tudo acabou, eu e Zoe fomos levadas por dois outros seguranças para o ônibus da turnê, enquanto os meninos iam ajeitando suas coisas para voltarmos ao hotel. A viagem foi uma bagunça e todos eles estavam mais do que felizes, estavam realizados e contentes.

-Você me deve uma coisa. - Bruno fala assim que entramos no quarto. Virei-me em sua direção arqueando uma sobrancelha.

-O que? - Pergunto vendo-o trancar a porta.

-Algo que eu preciso muito e estou com muitas saudades!

-O Ge? - Pergunto fazendo-me de desentendida.

-Só se você mudou de nome.

-Quem sabe. - Balanço meus ombros e ele rola os olhos como se estivesse querendo que eu partisse para o ataque dele.

Não precisamos nada mais nada menos do que alguns segundos para juntarmos nossas bocas em um beijo afobado, aquele que nós ficamos sem ar. Ele passava a língua pelo meu rosto como se quisesse cada vez mais. Beijo seu pescoço que está com um gosto peculiar de perfume com aquele suor - que não é fedorento, por incrível que pareça - e tento deixar uma marca nele, que segura meus cabelos e fala ao pé do meu ouvido com uma voz rouca.

-Deixa em mim, eu deixo em você. - Dou um risadinha em tom de descontração, por mim, naquele momento, eu estava mais entregue que qualquer coisa, ele poderia fazer o que quisesse de mim que eu não me importaria. - Sou um predador, Mich... você é minha presa!

-Isso foi no mínimo interessante e broxante. - Dou uma risada silenciosa em seu pescoço e vejo que ele se arrepia todo.

-Mas isso não.

Ele morde o nódulo da minha orelha enquanto eu fico respirando com dificuldade em seu pescoço. Minhas mãos procuraram os botões de sua camisa e o acharam a tempo de afasta-lo e abrir os botões de qualquer jeito, até que um voa pelo quarto. Nós rimos como idiotas, e quando livro-o da sua camisa, ele se da ao direito de levantar a minha e deixar meu sutiã preto a mostra. Ele olha para os meus seios não muito avantajados como se fossem ouro. Passou, de uma maneira sexy, a língua pelos lábios e eu me livrei do sutiã. Sua boca foi direto para eles, me fazendo gemer no primeiro contato que ela teve com meu peito. A sua mão auxiliava o outro peito que ainda não era chupado por ele e eu só sabia fechar os olhos, revira-los e gemer baixinho.


Pouco a pouco nós fomos para a cama. Deitamos juntos, ele por cima de mim e eu por baixo sendo comandada por ele. Bruno desabotoou minha calça e abriu seu fecho com tranquilidade até que tirou ela juntamente com minha calcinha  e arrancou a sandália dos meus pés e deixou em qualquer canto daquele quarto que agora parecia pequeno para o fogo de nós dois.

-Eu lembro que quando nós nos vimos pelo skype eu não consegui deixa-la mais excitada a ponto de fazer você gozar pra mim. - Ele pressiona seus lábios e faz um barulho com a boca. - Agora eu quero te dar prazer ao dobro! - Falou antes de se inclinar sobre meu corpo e começar uma trilha de selinhos desde os meus lábios, até minhas pernas.

Bruno beijou a parte interna da minha coxa, o que me fez ir ao delírio só com isso. Quando sua língua encontrou o caminho do meu sexo, e seus beijinhos passaram a ser mais aprofundados, eu morri! Fechei meus olhos e os revirei mesmo fechados. Minha mão achou seus cabelos cortados para fazer topete, mas amassados devido o chapéu e o seguraram enquanto eu ia delirando cada vez mais.

Não tinha limites, tudo o que ele fazia ali podia, eu me sentia mais submissa do que nunca. Seus toques provocavam sensações que eu mal poderia explicar, nenhuma palavra saia inteira da minha boca, eu não conseguia parar de gemer. Pedi que ele parasse, e o empurrei para o lado, automaticamente ficando sobre o seu colo.

-Minha vez. - Digo afobada.

Tirei sua calça de tecido mole, e sua box pra lá de sexy, com aquele volume esplêndido clamando por mais atenção. Passei a mão por cima mesmo enquanto suas calças estavam estacionadas em seus joelhos. Tirei toda a sua roupa restante, inclusive o seu sapato. Bruno olhava para tudo como se estivesse se divertindo. Por mais que eu quisesse ele dentro de mim pra já, eu precisava dar carinho à ele.

Abocanhei-o e dei o meu melhor para que ele sentisse tanto prazer quanto das outras vezes. Enquanto minha boca e uma das minhas mãos me ajudavam com o seu membro, a outra estava estacionada em sua barriga, lhe fazendo alguns arranhões e o instigando mais e mais.

Paramos por alguns momentos, e nos olhamos. Caímos na risada como se estivéssemos chapados de alguma droga. Deitei sobre ele e senti meu sexo roçar sobre o seu, e enquanto nós nos beijávamos, ele tentou introduzi-lo por várias vezes, mas não teve muito sucesso. E, quando finalmente conseguiu, eu me deitei para o lado para fazer uma pequena brincadeira com ele. Bruno se deitou sobre mim e  puxou minha perna para que ele conseguisse introduzir seu membro, e antes de coloca-lo todo, mantivemos nosso contato visual e eu assenti para que ele continuasse.


A cada estocada, a cada entrada e saída do seu membro em mim, fazia eu ter milhares de sensações. Eu não posso ficar longe dele por muito tempo, eu necessito do seu corpo perto do meu, dos seus olhos nos meus, da sua boca tão gostosa, e do calor que ele transmite.

Ele se pôs completamente sobre mim, e seus movimentos não foram tão lentos como estavam antes, agora ele abusava de tudo quanto era arma, até de seus dedos e sua mão em meu clitóris para me fazer pirar. Arranhei suas costas como antes tinha arranhado a sua barriga, e naquele vai e vem dele, não pude deixar de perceber que a tentativa de uma marca roxa em seu pescoço, deu certo.


Montei sobre ele, e não demorou mais tanto tempo para ele começar a gemer baixinho - sinal de que já estava chegando no seu ápice. Estacionei sobre seu colo e mexi apenas meu quadril, para frente e para trás, com todo o seu membro dentro de mim. Bruno que já estava louco, pediu que eu saísse de cima dele, pois ele iria ejacular. Nem pensei no agora, nem no depois, permiti que ele depositasse todo o seu "amor" dentro de mim.

Caímos um ao lado do outro. Eu não havia chegado ao meu clímax, mas aproveitei como se estivesse chego. Olhei para ele, que também olhou pra mim, tirou uma mecha do meu cabelo que estava caída sobre o meu rosto e sorrio lindamente.


-Você é sempre incrível, eu tenho tanta sorte de tê-la pra mim.

Caí de bobice por seu amor, fui vítima daquele sorriso matador e aquelas palavras lindas. Dei um sorriso aberto e agradeci mentalmente também, mas falei:

-Eu sou a mulher mais sortuda que possa existir. - Acariciei seu rosto com minhas mãos e ele sorri.


  • Gente penúltimo capítulo... isso se ninguém me salvar! Pensei que talvez se vier alguma ideia boa, eu possa dar continuação a mais alguns capítulos... bom, é isso! O capítulo tá grande para aquelas pessoas que pediram, comentem se quiserem e até sexta com o final - talvez dionsandosai. Beijos <3 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Capítulo 133

-Eu não sei onde enfiei minha identidade! - Grita Zoe do quarto.

-Onde está o seu passaporte? - Pergunto.

-Junto com a identidade.

-Então você perdeu todos. Aí, Zo, vamos logo com isso, nós vamos perder o voo. - Digo olhando para o telefone que marcava dez para as duas, nosso voo é as três e quinze, mas até conseguirmos chegar no aeroporto.

-Não se preocupem, eu peço pro Leo leva-las. - Anne fala assim que termina de mastigar um pedaço do bolo de laranja que fez mais cedo.

-Ouviu isso, senhora chata. - Vejo Zoe correr para a mesinha da cabeceira da minha cama.

-Cala a boca. - Rebato.

Estamos no dia 12 de dezembro. Passamos por o feriado de ação de graças, todos juntos e felizes, e é claro, eu tive um pequeno desentendimento com a Tiara. Na verdade não foi nada demais, mas antes nós tínhamos uma rixa por que ela prefere a ex do Bruno, e agora piorou porque eu a "enfrentei". Não que eu tenha me importado com isso, mas minha vontade na hora foi de pular em seu pescoço e começar uma briga ali mesmo. Pra certo tipos de coisas eu sou muito intolerante.

Flashback última quinta feira de novembro, 21:32pm. 



-Passa o saleiro pra mim, por favor. - Peço para Jonah, um amigo de Tiara, que está sentado ao lado dela. 

-Ah, claro. - Gentilmente ele pega o saleiro para me entregar. 

-Aleijada, coitada. - Ouço isso vindo de Tiara que olha para o lado tentando disfarçar, ou pensando que eu não tinha ouvido o que falou. 

-Coragem é arma de qualquer mulher. - Falei como quem não quisesse nada. 

Observo o olhar da Tahiti pairando sobre nós duas. Ela vira o rosto para me encarar e segurando o saleiro eu a encaro. Ficamos por segundos assim. A única coisa que eu pensava em fazer era pega-la pelo pescoço e prensar contra a parede e perguntar o que ela tem contra mim e somente avisar que a amiguinha dela não é mais a namorada do Bruno e quem é agora e sempre sou eu. 

-Mais uma dessas e as duas vão lá pra rua conversar comigo, como fazemos com as crianças. - Pete diz discretamente para não alertar todos que estavam ali. 

Flashback off. 

Hoje eu e Zoe estamos viajando para Nova York. Bruno fez questão de me ajudar com as passagens e é a segunda vez que vou em questão de duas semanas. Aproveitei o ingresso que ganhei de aniversário com meu irmão no teatro. Convidei a minha tia, mas ela disse que meus momentos com meu irmão são tão curtos e que nós devemos ser irmãos e não apenas ser irmãos, entendem? Nós devemos "exercer" a honra de sermos irmãos e não apenas sermos irmãos no papel com sobrenome igual. Ficamos um dia lá e logo voltamos, pois precisávamos retornar aos nossos empregos. E quanto a minha cunhada? Ela está bem e minha sobrinha melhor ainda. É uma linda menina, que ainda não tem nome. Mas hoje é sábado, e eu irei ficar por lá até segunda - isso quer dizer que matarei o serviço sim.

Eu estou me sentindo nervosa como se fosse conhecer alguém que nunca vi na minha vida, minha mão já fica gélida e suada só de lembrar que daqui a algumas horas vou sentir o calor do seu abraço.

-ACHEI. - Zoe corre para a porta, onde eu e Anne estamos paradas.

-Finalmente. - Bufo e ela ri.

-Desculpa, mas eu fiquei tão nervosa. - Ela passa a mão sobre a sua calça jeans. - Tenho que por uma jaqueta. Me empresta uma jaqueta?

-Ah, claro, pode pegar. - Assenti para ela que foi até meu guarda roupa.

-A Michelle tá tão magra que eu acho que as jaquetas dela nem iram caber em você. - Comenta Anne.

-Tá me chamando de gorda? - Pergunta ela.

-Não. - Grita Anne. - Sim, estou. - Anne resmunga pra mim fazendo rir disso.

-Eu ouvi isso, vaca.

-Te amo. - Anne novamente grita pra ela.

-Casa da mãe Joana, todo mundo gritando, que loucura é essa? - Minha tia aparece subindo as escadas.

-Mãe, - Anne corre para abraça-la - como foi a estadia na amiga? E porque veio tão cedo?

-Posso respirar? - Savanna ri e respira fundo. - Eu iria passar a tarde lá, mas chegou alguns parentes e eu não queria atrapalhar, portanto decidi vir pra casa.

-Anne, sua otária, me empresta uma jaqueta porque as da porca-magra nada serviu. - Zoe aparece na porta do meu quarto e quando vê minha tia, suas bochechas coram de vergonha pelo que ela falou. - Nada disso saiu da minha boca, gravadores estão por toda a parte... papagaios idiotas. - Ela faz nós rirmos.


-Porca-magra é a senhora sua...

-Não ofende a mãe da boca-suja. - Minha tia retruca comigo.

Rimos de coisas idiotas e enquanto Zoe procurava uma jaqueta no quarto da Anne, Anne ajudava-me a descer com a mala. Leo chegou minutos depois que eu desci, e logo Zoe já veio com uma jaqueta bem quentinha da Anne. Ela irá junto com nós no aeroporto porque depois vai sair pra fazer as compras de natal, antes que as lojas fiquem muito caras e cheias também.

-Então vamos indo? - Pergunta Leo pondo suas mãos no bolso da calça.

-Vamos, acho que não esqueci de nada. - Zoe coloca a mão sobre a cabeça.

-Se esqueceu, azar, mas nós temos que ir. - Digo colocando a minha bolsa sobre o ombro.

-Okay, vamos... - Ela anda em direção da porta.

Dou tchau para minha tia e digo para ela mandar um beijo para o Theo e Blair, em três dias estou de volta, mas mesmo assim ainda é estranho viajar, porque sempre vou lembrar da minha primeira viagem, para o Brasil... Eu pensei que logo voltaria, mas no fundo eu sabia que era algo mais certo para não voltar mais, nunca mais. Mas aqui estou!

-Coloquem os cintos, moças. - Leo chama a nossa atenção, principalmente a minha que ainda nem tinha me arrumado no banco.

-Me traz alguma lembrança. - Anne dá de ombros.

-Não, quantas vezes você foi para lá e não me trouxe nada? - Olhei pra ela que virou o rosto ao invés de me olhar pelo retrovisor.

-Que calúnia! Você nunca pediu. - Rebate.

-Presente a gente não pede. - Zoe da seu pitaco ao meu favor.

-Vão a merda as duas. - Ela ri e volta para a posição que estava antes.

A viagem pareceu curta em direção ao aeroporto, mas em compensação quando entramos no avião, parecia que não iria ter fim tão cedo. Acho que eu já estava mais alerta que daqui a pouco eu veria o Bruno, então já estava com minha cabeça numa pilha de pensamentos. Quero vê-lo e ser especial ao mesmo tempo, mas não sei o que fazer na realidade.


Desembarcamos do avião e seguimos um grande fluxo de pessoas. A única coisa que nós tínhamos é um endereço do hotel. Procuramos um táxi no meio da multidão, mas era difícil encontrar um, a disputa é grande.

-Vamos desistir, esperar passar um pouco esse bando de gente, depois nós tentamos pegar outro. - Zoe dá de ombros ajeitando sua mochila no ombro.

-Zo, amor, estamos em Nova Iorque, essa cidade nunca dorme, essa cidade nunca descansa, nunca para. Nós não vamos conseguir algo tão fácil. - Dou a explicação enquanto fico olhando para os lados para ver se achava alguma brecha entre as pessoas, mas nada.

-Pessoal que vai pegar táxis em direção do Brooklyn, por aqui. - Diz um guarda tentando acalmar o pessoal.

Choro de criança, pessoas conversando, outras chorando abraçadas com outras pessoas, algumas até estressadas, olhando para o relógio frequentemente, e eu e Zoe, que estávamos com pressa, mas não tínhamos um horário. Peguei meu celular para checar alguma coisa, mas nada tinha ali.

-Vamos, Mich. Acho que achei uma fila menor! - Zoe chama minha atenção puxando meu braço.

Guardei meu celular na pressa e pegamos uma fila com mais três pessoas a nossa frente. Batia o pé enquanto esperava algo, e isso me lembra um pouco o caos que o Brasil é. Até que finalmente achamos um táxi, demos o endereço do hotel e ele partiu arrancando o carro e cantando pneu.

A viagem de carro foi mais lenta, e a mais esperada. Parece que a cada segundo que eu penso que fico mais próxima em rever o Bruno, meu coração acelera, meus passos perdem seu ritmo, minhas mãos suam e eu não sei o que fazer nem o que pensar, parece que o tempo não anda de uma vez para me ajudar. Será que estar apaixonado é viver assim para o resto da vida? Porque eu, sinceramente, gosto dessa sensação.

Descemos em frente ao hotel. Eu paguei metade e Zoe a outra. Ajeitei minha pequena mala, e minha bolsa, enquanto Zoe andava mais apressada do que eu. Um moço gentil, trabalhador do hotel, abriu a porta para nós duas o que facilitou nosso trabalho. Caçamos a recepção e avisamos que iríamos subir - e é claro que passamos um perrengue até ela achar os nossos nomes como autorizadas para subir, e depois mais um perrengue por que não conseguiu contato com os meninos.

-Liga não, ela deve ser novata. - Zoe diz assim que me ver bufar pela demora.

Ri da nossa pequena aventura e entramos no elevador aconchegante com perfume bom pelo ar e uma bela música clássica que tocava ao fundo.

O quarto que o Bruno está, não é o mesmo que Phred, então dei tchau para a Zoe e cada uma foi para um lado do corredor. Ri de mim mesma procurando o cartão que havia posto no bolso e então consegui liberar a porta.

A cena que me esperava pode ser a mais boba, mas para mim, naquele momento, era a mais fofa. Bruno estava dormindo tranquilamente na cama, coberto por uma manta vermelha e a grande suíte estava iluminada apenas por uma luminária na entrada, e um abajur perto da cama dele.

Que vontade de correr e acordar meu gordinho assim, mas acho que é um pecado acorda-lo, no entanto, larguei minhas coisas em qualquer canto, peguei meu celular do bolso, coloquei no silencioso, e larguei sobre a mesa de cabeceira. Ajeitei-me ao seu lado na cama e encostei meu corpo no seu - o que me causou arrepios instantâneos.

-Hmmm ah. - Ele resmunga virando-se para o mesmo lado que eu, ainda dormindo.

-Continua dormindo, amor. - Beijei levemente sua testa e contemplando seu rosto angelical e inocente - enquanto dormia, pelo menos - eu adormeci também.

  • Cheguei com o capítulo e carrego junto a mim uma notícia um tantinho triste - pelo menos pra mim. A fic está na reta final, e quando eu digo reta final, quero dizer que nessa sexta temos o último capítulo dessa baita aventura. Bom, sem mais delongas, esse capítulo está meio chatinho, mas foi o que eu consegui, então, até quarta meus amores e comentem se puderem <3 
  • sexta-feira, 20 de junho de 2014

    Capítulo 132

    O interfone do condomínio toca. Atendo e o moço da portaria pergunta se eu vou até lá pegar o lanche ou se o motoboy precisa entrar. Pensei rapidamente sobre isso, mas a preguiça de ir lá buscar é maior, então apenas disse que ele poderia vir. Desliguei o interfone e corri para o quarto pegar o cartão. Peguei dois porque um deles eu paguei a fatura ontem e tenho medo de estar bloqueado ainda. A campainha toca e eu corro novamente pra porta. Pego a pizza e a pago. Se eu estivesse solteira com certeza olharia para esse motoboy com outros olhos, mas agora é impossível, penso somente nele e os outros homens não tem a mesma graça, o mesmo jeito,  o mesmo carisma, nem o sorriso, nem a boca, a forma de se vestir, de andar, o cheiro do perfume...Todas essas características do Bruno que eu sei de cor e salteado.


    Levei a pizza para a cozinha, peguei um prato e pus sobre a bancada ao lado dela. Na adega procurei algum vinho e lembrei-me da indicação que o Bruno me fez no telefone. Não peguei safras muito antigas, eu sei que elas são caras, peguei uma das de cima, que são as mais comuns e baratas. Abri a garrafa e servi numa taça normal, pus três pedaços no prato e levei para o quarto. Coloquei tudo sobre a mesa de cabeceira e arrumei a cama para assistir GOT, porém, lembrei-me do pedido que ele me fez. Peguei o notebook da minha mochila, que ambos estão um caco,  o notebook e a mochila, e coloquei sobre a cama com o carregador. Troquei minha calça jeans por uma de moletom que eu trouxe e no closet do Bruno, peguei uma camisa dele. Ela ficou um pouco grande em mim, o que não é nenhuma novidade.

    Andei pela casa checando se tudo estava desligado e fechado. Voltei para o quarto e ajeitei as coisas antes de me ajeitar. Abri o notebook e fiz o que eu costumava fazer quando estava na faculdade: comer enquanto mexo. Conectei a internet e primeiramente abri algumas redes sociais. Meu instagram abandonado, e meu twitter onde tinha várias e várias menções. Pessoas me xingando, pessoas me amando, pessoas colocando fotos minhas (essas provavelmente me stalkearam) e algumas desejando feliz aniversário.  Tinha algumas coisas em outras línguas, eu não entendi e nem sei se quero entender, por isso nem me dei ao trabalho de traduzir. Ninguém disse que seria fácil namorar com o Bruno. Abro meu skype e procuro a conta dele, ele ainda não está online. Repouso o notebook ao meu lado e troco de canal na televisão. Estava passando séries, então deixei no canal que passava CSI e continuei comendo a pizza e bebendo o vinho que estava maravilhoso.

    A música chata da chamada do skype começa. Sento-me direitinho na cama, recostada na guarda dela e repouso o notebook em meu colo. Abro a chamada.

    -Oi. - Diz e a web estava preta, só ouvi sua voz.

    -Tá me vendo? - Pergunto arqueando a sobrancelha.

    -Acho tão sexy quando você faz isso com a sobrancelha, e esse cabelo bagunçado, usando minha camisa... - Ele fisga. - É, estou te vendo, minha princesa.

    -Que ótimo, porque eu não vejo nada. - Torço os lábios.

    -Ah é, espera aí que eu vou ajeitar aqui. - Ouço o barulho dele fazendo algo, e quando retorno meu olhar para a tela eu o vejo de camisa branca com estampa na frente, cabelo em corte de topete, porem, todo bagunçado, e os fones de ouvido pequenos na cor preta. -Agora me vê? - Pergunta.

    -Agora sim. - Sorrio bobamente.

    -Você está linda, sabia? Parece que o tempo só lhe faz bem! - Elogia-me deixando minhas bochechas instantaneamente vermelhas.


    -Obrigada, você também senhor Bruno. Aprontando muito?

    -Digamos que só ando pela noite bebendo, dançando, cantando e pegando umas e outras, e você?

    -Ah, o de sempre, andando com alguns caras, festas nos finais de semana, sendo sustentada por um namorado corno e ainda não trabalhando. - Entrei na onda da sua mentira e vejo seu sorriso seguido de uma risada idiota, que provocou a minha também.

    -Fora os shows, eu ando só pelo hotel e avião. Tento escrever algumas coisas ás vezes, rabisco umas letras e arrisco uns acordes na guitarra e no violão. Um solo de bateria quando estamos no ensaio... coisas de turnê.

    -Que chique, enquanto eu arquitetando planos de casas, prédios e etc. - Reviro os olhos.

    -Que vida difícil.

    Levo na ironia o que ele fala, e comento: - Pois é, ainda bem que eu tenho um namorado que está longe e nem pode me ajudar. - Torço meus lábios. - Já sabe o dia exato em que chegará aqui em dezembro? - Pergunto.

    -Meu último show da turnê será dia 12 de dezembro, provável que terei um show em Nova York, e um em Las Vegas, depois vou pra casa, então até dia 20 estarei aí.

    -Temos que planejar o natal. - Relembro-o.

    -Pensei nisso esses dias no ensaio. Pensei numa festa como nós fazíamos quando minha mãe era viva. Não só com a família, mas com os amigos, e se os amigos quiserem levar a família, fica melhor ainda. - Prestei atenção no que ele dizia e ficava montando a festa na minha cabeça. - Sabe aquela festa que não tem nenhum momento de tédio? E que é lembrada sempre? Eu quero fazer uma dessas no natal.

    -Gente rica e que usa o cérebro é outra coisa. - Falo provocando o riso nele.

    -Você vai me ajudar a pensar nisso direitinho! - Ele ordena.

    -Abusado. - Reclamo.

    -Nojenta.

    -Bobo. - Rebato.

    -Idiota.

    -Abobado. - Coloco a língua.

    -Retardada.

    -Opa. - Franzo minha testa. - Retardada não, retardada ofende!

    Ele riu do meu jeito pra ele, e aquele momento estava sendo tão maravilhoso, porque até então é a primeira vez que nos vemos por skype nessa parte da turnê, é a primeira vez que nos vemos em um mês e pouco. Aí que saudades desse sorriso travesso do meu lado. Pego a gola da sua camisa e coloco-a até o meu nariz, respiro fundo o seu cheirinho e ouço a risada dele.

    -Sente minha falta? - Sua voz ficou tão doce quando ele disse isso.

    -Mais do que isso, eu preciso de você e desde o último segundo que nos tocamos eu sinto a sua falta, e o pior é que ela só aumenta.

    -Eu sinto a sua falta desde o dia que me toque o quão otário eu era, e que você por muitas vezes ignorou minhas indiretas pra você.

    -Eu gosto de pessoas precisas, com atitudes. - Pisquei.

    -Mas se eu falasse algo, você pegaria um tijolo e o tocava na minha cabeça certeiramente.

    Rio livremente, não queria nem imaginar a cena.

    -Isso é verdade. - Sou obrigada a concordar com ele.

    -Foi naquele momento que eu descobri que estava apaixonado por você. Sabe que eu nunca nego meus sentimentos, nem minto sobre eles.

    -É, eu sei. Já ouvi muita coisa que não gostaria de ouvir. - Faço uma careta pela repugna que me deu, e é óbvio que ele ri de mim.

    -Ah, quando eu estava dando aquelas indiretas e você se fazia de desentendida também doía. Isso valeu pelo que eu fiz. - Divertidamente ele comenta.

    -Eu não me fazia de desentendida, eu apenas não queria pensar bobagem para depois não quebrar a cara. Acredita que no dia eu até excluí seu número?

    -Que revolta! - Comenta.

    O assunto sobre nosso passado foi desenrolando. Ele falava algumas coisas que até mesmo eu não lembrava com nitidez, como, por exemplo, o dia que ele me deu a passagem para o Havaí. Eu havia me esquecido que tinha um CD com três músicas lá dentro, e quando ele comentou eu até ri disso.

    Agora o que passou, já passou. Como eu falei pra ele, o que nós temos que pensar não é em que nós deveríamos ter feito no passado e não fizemos, por que assim nunca vamos andar em frente, e sim pensar em que podemos fazer para a vida melhorar mais e mais daqui pra frente.

    -Hey, sua boca é tão sexy. - O provoco quando ele bebe um pouco de água de uma garrafa.

    -Quero você aqui. - Penetro meus olhos sobre os seus pela web e ele solta aquele sorrisinho safado de sempre.

    -Será que eu consigo suprir a sua necessidade mesmo longe?

    -Vamos experimentar? - Mordisco meus lábios e ouço a sua risada meio abafada.

    -Vou trancar a porta e apagar a luz, e aproveito para ligar o abajur, só um minuto.

    Não pude deixar de notar um pouco de volume na sua boxer listrada azul forte com azul fraco. A sua camisa deu uma levantadinha que eu pude ver aquela barriguinha que eu tanto amo e piro. Me ajeitei na cama colocando o notebook a minha frente e cruzando as pernas estilo borboleta para sentar. Prendo meu cabelo num coque só por enquanto.

    -Sou todo seu. - Ele diz baixinho.

    -Eu sempre fui sua.

    Minha falta de experiência por fazer isso pode tornar divertido toda essa coisa. Nunca fiz sexo por internet, e há muito tempo eu não me toco sexualmente falando, fazia isso na época que namorava ainda, quando nós conversávamos e ele pedia que eu fizesse isso, ás vezes até por conversas no telefone. Sei que nós já nos vimos em várias posições sem roupa, mas assim é bem diferente.

    Deixei que ele começasse tirando a sua camisa. Eu preciso desse corpo comigo agora. No mesmo instante senti-me pegando fogo, uma ardência que não dá para explicar. Segurei a barra da camisa que estava usando dele e puxei pra cima. Bruno diz que estávamos diferentes, pois eu estava de calça, então para "desempatar", tirei minhas calças e sentei na mesma posição que estava antes.

    Indiscretamente, Bruno acaricia seu membro que parece pulsante ali dentro. Para instiga-lo, apertei meus peitos com minhas mãos e me livrei do sutiã. Comecei a rir de nervoso quando ele foi falando coisas que faria com meus peitos agora, minhas bochechas estavam vermelhas, pegando fogo.

    Vejo ele se ajeitar para conseguir tirar sua cueca, fechei os olhos e pedi que me avisasse quando ele já estivesse tirado. Assim dá mais emoção. Ele avisou-me e eu olhei, claro que minha visão pairou sobre seu membro bem a minha frente - mesmo não estando na minha frente. Sua mão passava por ele lentamente e sinto instantaneamente meus mamilos ficarem enrijecidos.

    Fiquei de joelhos em frente o notebook, o ajeitei para que pegasse bem meu corpo e movi meu quadril para tirar a calcinha, mas fiz primeiramente um joguinho de tira-ou-não-tira para que ele ficasse mais instigado. Seus movimentos começaram a aumentar, então retirei minha calcinha até a altura dos meus joelhos, sentei para trás, e levantei as pernas para tirar o resto.

    -Essa é uma visão privilegiada.

    Ri do seu comentário e senti-me mais vermelha - como se isso fosse possível. Agora, já um pouquinho mais desinibida, passei a língua bem molhada em minha mão e levei ao meu sexo. Ouvia bem a respiração ofegante dele vendo-me assim, o que me instigava muito mais. Introduzi um dedo enquanto ouvia as palavras dele sobre isso, juntando com a sua respiração descompassada e agora meus gemidos estavam mais claros e mais altos.

    Revirei meus olhos quando dois dos meus dedos estavam dentro de mim e seu membro estava mais pulsante do que antes. Nossas respirações estavam mais do que descontroladas. Eu conseguia sentir a saudades que ele estava transmitindo e ele estava suprimindo minha necessidade mesmo não sendo ele que está aqui me tocando. Fechei meus olhos para imaginar o prazer que eu sempre sinto quando transamos, quando seu membro brinca de me penetrar e fica me instigando mais e mais, quando sua língua faz maravilhas nos meus países baixos.

    Falei algumas coisas para ele também e consigo observar a tempo dele pegar algo do seu lado e deixar na sua mão. Vi que era uma espécie de guardanapo, mas não era papel higiênico, e então me instigo mais ainda para ver se chegava ao meu ápice ao mesmo tempo que ele. Tentei, tentei, tentei, mas não consegui, minha concentração foi para sua ejaculação em um papel e eu acabei ficando assim mesmo, mas foi ótimo.

    Depois de um longo suspiro, ele indaga assim que acaba tudo:

    -Mesmo você não estando aqui, me deu um cansaço.

    Ri dele e disse que mais bobo ele não poderia ser. Pedi licença pra ele, e disse para não desconectar, que iria no banheiro rapidamente e acho que ele também foi tomar uma ducha rápida. Quando volto da minha ducha, e estou colocando minha roupa que estava antes, ele ainda não estava ali. Tirei a televisão do mudo e troquei de canal. Coloquei em desenhos e pus o notebook ao meu lado.

    -Vamos ver desenhos depois de tudo isso? - Pergunta ele como se estivesse ao meu lado, olhando para a televisão e vendo o que passa.

    -Alguma ideia melhor? - Pergunto.

    -Eu vou comer e sei que ai está de noite e amanhã a senhorita tem serviço, então eu vou ficar conectado, você vai se deitar e eu irei observa-la dormir. Okay?

    Tem como dizer algo além de um sincero e feliz "okay"?


    • Desculpem a horaaa, acabei esquecendo que tinha que postar hoje, e lembrei a um tempinho atrás. Tentei por mais imagens, porém elas ficaram muito "quente" e vocês não poderiam abrir perto de um adulto diosanodsan enfim, espero que gostem e comentem se quiserem e puderem <3 Até segunda, bebês. 

    quarta-feira, 18 de junho de 2014

    Capítulo 131

    Acordei, depois daquela festa surpresa de ontem, meio cansada. Minha cabeça doía um pouco, talvez por alguma bebida que eu tenha tomado na noite de ontem, e a casa, nossa, estava daquele jeito. Levantei da cama não querendo levantar, rezando pra que eu pudesse ficar mais um pouquinho embaixo das minhas cobertas quentinhas, mas eu sabia que teria que ajudar minha tia a arrumar tudo.


    Calcei minhas pantufas e olhei minha pilha de presentes e sacolas, com suas embalagens rasgadas, ao lado da minha cama. Minha roupa estava nos pés da cama, e eu com o primeiro pijama que peguei, um velho e surrado do Mickey. Desci as escadas coçando minha cabeça e meu cabelo que após todo aquele suador de dança pedia para ser lavado.

    Parei pra observar minha tia, não sei que horas são agora, quando tentei olhar no meu celular, ele estava sem bateria, desde ontem. Ela arrumava a cozinha primeiro, colocava algumas coisas em potes e guardava na geladeira. Ela não tirava o sorriso do rosto, e eu também devo por um no meu e não tirar, afinal, ontem foi meu aniversário, eu ganhei a presença de todos que me amam e que eu amo, mais uma festa surpresa, mais aquele passeio pelos estúdios, mais os presentes, mais os "feliz aniversário" especiais que eu ganhei. Eu tenho toda uma família aqui comigo, tenho um emprego, uma casa, um namorado, amigos...eu tenho tudo o que preciso, e devo meu sorriso pro mundo.

    Aquela pilha de louça que estava na pia me chamou atenção, há quanto tempo minha tia está sozinha fazendo as coisas sem reclamar? Me aproximei da cozinha e ela me olha com seu sorriso ainda estampado.

    -Bom dia. - Digo abrindo meus braços para abraça-lá.

    -Bom dia. - Ela se aproxima um pouco mais de mim e da-me um abraço forte.

    Sem falar nada eu fui em direção da pilha de louças, ouvi ela falando algo como "deixa que depois a Tia faz", mas eu não vou deixar como quase sempre eu deixo. Eu tenho que parar pra pensar que eu cresci. Claro, ainda sou a mesma preguiçosa, sempre terei preguiça, tanto que um dia eu já me identifiquei com a frase "nada como não fazer nada e depois descansar". Hoje, estou com 29 anos, não sou mais a mesma de 5 anos atrás, quem dirá a mesma de 10 anos atrás. Não sei em que momento ouvi essa frase que me identifiquei, mas agora não é mais assim. Pra ter algo, nós temos que mostrar merecer isso.

    Vou levar como exemplo um corredor olímpico. Ele corre, ganha e levanta um troféu! Ele não simplesmente correu e ganhou, antes disso ele teve preparação física, psicológica, preparação em praticamente tudo. Teve pessoas o ajudando, teve momentos felizes, mas em alguma hora ele deve ter tido dores, ele deve ter tido uma pequena contusão em sua perna, uma luxação em seu tornozelo, ele deve ter caído e ralado o joelho, ele deve ter ouvido de muitas pessoas "você não consegue", mas de outras ele ouviu "continua tentando". O que ele fez foi isso, continuo tentando, não desistiu.

    Mesmo depois desses pensamentos doidos, eu estou pensando no rumo da minha vida. Assim como há cinco anos atrás eu não imaginei estar aqui, eu tenho medo de imaginar um futuro e daqui há cinco anos eu ver que estava completamente errada. Então, hoje, no meu dia pensativo demais, talvez o mais desse ano, eu decido que irei viver cada mínimo detalhe, fazer a felicidade dos outros e a minha, ajudar pra ser ajudada, plantar para depois colher, porque nada que nós fazemos é sozinho, sempre precisamos de alguém conosco.


    -Eu amo você, tia. - Falo repentinamente assim que enxáguo o último prato.

    -Que amor todo é esse em pleno domingo pela manhã? Está operando milagres? - Ouço-a dizer. Começo a rir pelo tom de brincadeira engraçado que ela usa. - A tia também te ama, muito.

    Seco minhas mãos no pano de prato e vou para a sala. Ligo a televisão e dedilho o controle até achar o canal de músicas. Aumentei um pouquinho mais o volume do que estava antes, mas não muito para não acordar todos da casa, e começo a organizar a sala. Minha tia ajuda-me a colocar os sofás no lugar novamente, a mesinha de centro, o vaso de flor, o porta retrato e etc.

    -Não dá nem pra dormir nessa casa depois de uma festa. - Anne desce as escadas reclamando.

    -Dá próxima vez eu coloco bem alto pra te acordar assim. - Sento-me no sofá.

    -E eu encho sua cara de socos.

    -Que violência, respeite-me porque sou mais velha. - Digo e ela gargalha.

    -Bom dia mãe. - Ouço o barulho do seu beijo na bochecha da sua mãe e ela abrindo o armário. - Já tomaram café? - Pergunta.

    -Na verdade estava pensando nisso. - Minha tia anda até a sala e coloca um bibelô de volta na estante.

    -Vamos tomar? - Pergunto.

    Arrumamos a mesa enquanto minha tia via um jeito de arrumar o DVD que ela queria assistir depois. Enquanto nós tomávamos o café eu pensei em todas as possibilidades do que fazer no dia de hoje, e acabei optando por uma que não é, mas ao mesmo tempo é,  óbvia: ir pra casa do Bruno. Gege deve estar com o Ari na casa dele, e Meredith não está trabalhando no domingo. A casa está sozinha e eu vou gostar de sentir o seu cheirinho, amenizar um pouco a falta que ele está me fazendo.

    -Bom dia, família. - De pijama, Theo chega na cozinha de mãos dadas com a Blair.

    -Bom dia, gente. - Falo e em seguida dou mais um gole do meu café.

    -Estou morrendo de fome. - Blair reclama.

    -Estava pensando aqui com meus botões... O que vamos fazer hoje? - Pergunta Anne com a boca meio cheia ainda.

    -Eu vou pra casa do Bruno.  - Dou de ombros.

    -Ai, que linda, tá com saudades dele!  - Blair estica-se como se fosse apertar minhas bochechas.

    -Cada um tem o seu aqui, só eu e a Zoe estamos desprovidas. - Cruzo os braços fazendo gargalharem. - Falando nisso,  onde está ela? - Noite passada ela acabou ficando aqui,  mas dormiu no quarto da minha tia.

    -Ela acordou na mesma hora que eu e foi pra casa, disse que tinha um almoço,  algo assim.  - Minha tia se explica.

    ++++

    Perco três chamadas desde que entrei na casa do Bruno. O fato da casa estar vazia, e estar silenciosa, deixa tudo tão estranho, tão medonho. A sala está numa escuridão imensa, e a cozinha está um pouco mais iluminada pela porta de vidro. O cheiro de produtos de limpeza sinaliza que Meredith esteve por ali.

    Ando até o seu quarto e abro a porta. Ele não está ali na cama, as luzes todas apagadas, as cortinas fechadas, o closet fechado assim como o banheiro. Aí que clima chato e pra baixo. Ligo a luz e toco minha mochila sobre a cama, tiro minha toca que estava usando, abro um lado da cortina, ligo a televisão em algum canal aleatório e quando saio no corredor ligo a luz dele. Vou andando para a cozinha um pouco com receio desse escuro, e procuro a agenda na terceira gaveta com os números de restaurantes, bares e lancherias.

    Disco a que me chama atenção: pizzaria italiana! Peço três sabores, havaiana, alicci e pepperoni. Junto dela vem um refrigerante, mas deve ter alguma bebida perdida pela geladeira. Abro-a e ali tem uma garrafa de cerveja aberta, isso tem a probabilidade de estar horrível. Fiz uma cara feia e decidi abrir um vinho. Acho que ele não ficará bravo por isso, pelo menos eu espero que não.

    Volto pro quarto e lembro do meu celular tocando anteriormente. Olho as ligações e lá estão três chamadas perdidas do Bruno. Eu sorri ao mesmo tempo que quis dar com a minha cara na parede por não atender antes. Mandei um torpedo para consulta do meu saldo e constatei que teria o suficiente para mandar dois ou três torpedos, então escrevi um para o Bruno.

    "Oi amor, desculpa não atender! Pode ligar agora? Beijos e estou com saudades <3"

    Larguei o celular sobre a cama e aproveitei para tirar minha roupa da mochila. Amanhã após o serviço irei vir pra cá e posar mais um dia aqui. Ouço o toque do celular e até bato o pé quando dou uma pequena corridinha.


    -Alô. - Digo. - Ai. - resmungo um pouco mais baixinho.

    -Oi. - Sua voz tão doce diz ao telefone, mas ela estava mais rouca do que de costume.

    -Tudo bem meu doce? - Falo numa melosidade que até eu tive nojo disso.

    -Tudo, fora a gripe que me pegou... e você? - E você? Sinto a frieza das palavras, mas engulo-as a seco.

    -Tudo... por acaso está bravo comigo?

    -É que você não me atendeu Michelle, já pensei bobagens!

    -Pensou que eu estava com outro? - Mudei meu tom de voz.

    -Não! Pensei que tinha acontecido algo com você.

    -Não, nada me aconteceu. Estava entrando na sua casa quando ligou, por isso não atendi. - Explico-me.

    -Na minha casa?

    -É, espero que não se importe, mas eu estou com saudades de você, do seu cheiro... queria muito participar um pouquinho disso tudo e então vim pra cá pra me sentir mais próxima. - Dou de ombros como se ele pudesse ver o que eu estava fazendo.

    -Ai Michelle, eu morro de saudades suas meu amor...- Ele tosse secamente. - Pensei muito em você todo esse tempo e queria poder ter ligado para você ontem.

    -Amor... obrigada mesmo assim, eu sei que você sabia da festa. - Dou risada e ele também, mas a dele é seguida de uma tosse.

    -Eu ajudei a Jaime planejar tudo, falei do que você gostava e pedi que ela comprasse o seu presente para mim, e mandei a carta pra ela por email.

    -Me senti muito especial, obrigada pelo presente perfeito! Vou esperar para usá-lo com você.

    -Não. Ele já tem data, se eu não me engano é para daqui há dois finais de semana, então leve alguém que você queira aproveitar mais tempo.

    -Mas eu queria com você... - Resmungo feito criança.

    -Eu também queria poder ir com você, mas outras vezes podemos ir, agora que eu não estou aí, aproveite com a família, com os amigos.

    -Já disse que eu te amo hoje? - Pergunto e ele ri.

    -Não e eu torço pra ouvir isso.

    -Então! Eu te amo muito. - Digo sem jeito.

    -Eu te amo. - Ele diz de volta e ouço a tosse dele um pouco mais afastada, como se ele tapasse o celular para eu não ouvir.

    -Amor, você foi no médico? Tá tomando algo pra isso? - Pergunto.

    -Estou tomando uns três xaropes, e uns dois comprimidos, mas mesmo assim acho que irei cancelar o show de hoje.

    -É melhor mesmo, preserva sua saúde primeiro!

    -E como estão as coisas por aí?

    -Maravilhosas. - Falo e me ajeito na cama sem colocar os pés pra cima. - Bruno, eu posso abrir uma garrafa de vinho? - Dou uma risada mais envergonhada impossível. - É que eu encomendei pizza e vou assistir Game Of Thrones...

    -Com certeza, pode pegar a que quiser. Tem um francês, de uma safra bem antiga, aquele eu acho que é o melhor.

    -Obrigada.

    -Ah, eu iria falar para me assistir na webcam ao invés de assistir  seriado.

    -Ver você no skype? - Dou um sorriso safado. - Não seria má ideia.

    -Aproveitar que hoje vou ficar aqui pelo hotel mesmo...e estou tão sozinho nesse quarto. Os caras ainda estão espalhados por aí.

    -Está insinuando para que nós...?

    -Uhum. - Ele resmunga.

    -Bruno... e se alguém ver... sei lá, que loucura! - Começo a rir de nervoso.

    -Ninguém vai ver, vai por mim! Eu tranco meu quarto e digo para não me atrapalharem, coloco uma música um pouco mais alta para não ouvirem nada caso eu acabe gemendo, e você está sozinha aí... vamos amor. - Como era possível eu estar vendo em minha mente ele com uma carinha de cachorro pidão falando isso? Minha bochecha queima de vergonha e sinto minhas maças do rosto pegarem fogo, posso apostar que estão vermelhas.

    -Bruno, sua mente é safada, maligna, e brilhante ao mesmo tempo. Como consegue? - Começo a rir mais ainda.

    -Então...?

    -E já disse sobre o seu poder de convencimento sobre mim?


    • Hey tchutchucas, tudo bem? Não postei segunda pois minha vó fez uma cirurgia cardíaca de um grande risco, e eu fiquei no hospital e nem sabia se ia ter cabeça pra escrever, mas GRAÇAS A DEUS, tudo saiu bem. Ah, coloquei os anônimos de volta nos comentários <3 Comentem se puderem e aproveitem! Até sexta. 

    sexta-feira, 13 de junho de 2014

    Capítulo 130

    Visitamos todos os cantos possíveis, e eu digo que esse dia vai entrar para um dos meus melhores dias da vida. Minha tia sorria pra mim e me fazia esquecer de todos que esqueceram do meu aniversário. Fala sério, quando que a Anne acharia que eu me sustentaria apenas com um feliz aniversário que ela me mandou através da minha tia? Nunca. Eu amo as pessoas, amo passar tempo com as pessoas que eu amo de verdade, principalmente na data de hoje.

    -Tira essa carinha do rosto! - Minha tia puxa minha bochecha levemente.

    -Por que todo mundo resolveu esquecer de mim? - Pergunto já sentindo meus olhos lacrimejarem, que bosta.

    -Ás vezes nossa cabeça faz nós pensarmos assim... não é legal ser esquecida, mas eu tenho certeza que isso também faz parte do seu pensamento "carência", não é? - Como ela pode me desvendar tão fácil?


    A abracei enquanto esperávamos algum táxi ali na frente. Eu não estou mais acostumada a pensar nos meus pais assim que dei minha despedida na minha ida ao Havaí meses atrás, eu não estava mais acostumada a ficar me mutilando com pensamentos "e se eles estivessem vivos?" "e se nada tivesse acontecido?". Mas agora eu preciso pensar, será que eles também esqueceriam?

    Pegamos um táxi e acho que de tanta raiva por terem esquecido de mim, mais a saudades, somado com a falta que todo mundo está me fazendo e meu simples esquecimento, eu adormeci no carro.

    Acordei com a minha tia batendo levemente no meu braço.

    -Acorda, chegamos. - Ela diz.

    -Ahm. - Balbucio sem entender nada e esfrego meus olhos, só depois lembro da minha maquiagem. - Onde é que nós estamos? - Pergunto franzindo os olhos.

    -Na frente da nossa casa. - Minha tia diz e eu saio do carro fechando a porta vendo o táxi se distanciar.

    -Ah. - Dou de ombros. - Theo não está em casa? - Observei tudo desligado na casa.

    -Ele vai dormir na casa da Blair hoje, mas ele tentou ligar pra você e como estava dormindo, disse pra ligar mais tarde. - Ela dá de ombros enquanto procura a chave na bolsa.

    -Entendi.

    A casa estava num silêncio só, é óbvio né Michelle Kern, você está sozinha, seu namorado do outro lado do mundo que provável que lá seja algum horário que ele não possa ligar. Aí que beleza essa vida. Minha tia abriu a porta e eu entrei, resmunguei algo e achei o interruptor.


    -FELIZ ANIVERSÁRIO. - Um coral grita pra mim. Eu me assusto, mas ao mesmo tempo dou um sorriso tão aberto. Minha família estava ali, Anne, minha tia que sabia de tudo provavelmente, meu irmão, minhas amigas, minhas cunhadas, Jake, até mesmo a Tina que eu não via à tempos.

    -Gente, isso é pra mim. - Não era pra ser nenhuma pergunta, muito menos sair em voz alta.

    -Qual é a única anta que está de aniversário hoje. - Anne diz no seu ótimo humor diário. - Brincadeira, eu amo você linda. - Ela corre para me dar um abraço e assim sou recepcionada por todos.

    Um abraço por vez, cada um dizendo algumas coisas bonitas e eu encantada com tudo. Quando estava abraçando Tina, a música começa a tocar. Não há festa sem música, escuto alguém dizer. Leo me abraçou fortemente e denunciou quem teve a ideia e quem fez todo o movimento.

    -Você, sua espertinha. - Abraço Jaime com toda vontade. - Obrigada por lembrar e fazer isso, minha primeira festa surpresa. - Digo sentindo o cheiro dos seus cabelos tão lindos e cheirosos.

    -Você é minha cunhada, a favorita. - Diz baixinho e ri. - Eu teria que fazer isso, conheço você desde bebê, peguei você no colo e não é todos os dias que completamos 29 anos.

    -Eu pensei que todos tinham esquecido e me abandonado. - Comento sentindo que eu iria chorar a qualquer momento.

    -Momentos felizes não são feitos para chorar, bebê! - Pres abraça-me de lado.

    -Vamos sorrir e viver cada dia, e aproveitar essa noite. Tem muita comida, bebida e música. - Tahiti, que eu já abracei, levanta o copo vermelho em sua mão e grita.

    -Obrigada meninas. - Falo. Eu nem tinha palavras na verdade, amei a surpresa e confesso que foram poucas vezes que eu me senti tão especial. - Tiara não está aqui?

    -Ela está no Havaí. - Jaime diz.

    -Ah. - Dou de ombros.

    Nem sei porque eu pergunto na realidade! Tiara não gosta de mim e eu simplesmente tenho que aceitar isso, na vida não se pode agradar a todos, nem sempre você vai ser bem recebido e bem amado. Eu só posso dizer que eu sou uma garota de sorte por ter tantas pessoas que me amam, que se importam comigo. E nessa noite eu só sinto falta de algo, alguém... Bruno!

    Eu estava radiante de alegria. Blair estava sorrindo ao lado de Theo, que conversava com ela e com Jake. Leo e Anne estavam carregando os copos e a cerveja para a sala. Tudo tinha sido modificado, os sofás estavam no canto para nós termos espaço para dançar. A nossa mesa estava enfeitada com uma toalha branca linda, e algumas flores, e no canto eu podia ver que estavam alguns presentes.

    De longe fiquei observando todos por alguns segundos. Quantos amigos eu tenho? Quanta gente me ama, quantas pessoas fariam isso por mim? Porque eu não acordo dando valor para tudo e para todos, afinal nós nunca sabemos o dia de amanhã. A partir de hoje eu vou começar a dar mais valor a todas as pequenas coisas, como eu fazia antes. Um pequeno gesto de carinho e amor, mostra a pessoa que ela pode ser grande e combater o mundo sozinha. Eu sinto como se nessa noite eu fosse invencível!

    -Hora do parabéns! - Diz Jaime bem alto.

    -Só não tem bolo. - Grita Zoe.

    -O bolo é grande? Porque são muitas velas para a nossa idosa. - Anne brinca fazendo todos rirem.

    -Obrigada, também amo vocês! - Retruco.

    Fomos todos nós para perto da mesa. Até as crianças estavam fervendo ali, Cindia estava com aquela barriga enorme e engatava uma conversa com Blair sobre gravidez, e Urbana deu-me um abraço e um beijo muito forte antes de cantarmos parabéns.


    Começamos a cantoria e como sempre, eu não sabia o que fazer, pra quem olhar, o que falar. É estranho estar no centro das atenções mesmo sendo o seu aniversário. Engatamos algumas músicas legais de aniversário, até Anne fazer a sua versão de "ah ha, uh hu, o Michelle eu vou comer o seu, bolo!". Me senti tão amada ali e especial.

    -Antes de cortar o bolo e distribuir os pedaços, vamos a entrega de presentes. - Presley diz e vira-se para Kealoha que lhe entrega um pacote. Ela vira-se novamente para mim e me entrega. - Feliz aniversário, e eu espero que você goste.

    Abri o pacote com uma bela calça jeans Calvin Klein, se eu gostei? Puft, eu amei! Assim foi cada um dando um presente, tinha mais roupas e cremes. Anne me deu uma linda corrente banhada a ouro que  estava escrito "believe". Ganhei um lindo vale compras em uma botique de Los Angeles, e Jaime me entregou o seu, um lindo vestido rosa fraco.

    -E agora, um dos mais especiais! - Ela diz. - Vou ler isso aqui e entregar o presente. Okay? - Pergunta ela.

    -Okay. - Assenti.

    -Eu não sei o que exatamente irei escrever aqui! As palavras não saem...Ok, larguei o papel à tarde, fiz meu show, me preparei para dormir, mas no meio da noite acordei com saudades de você. Agora estou aqui escrevendo isso! - Dou um sorriso bobo vendo sua irmã representando a carta para mim. - Vamos falar o quanto você me faz bem ou vamos começar lá do inicio? Todos sabem que eu fui um cafajeste, e que você merecia coisa melhor. Todos sabem que eu fiz você chorar, mas se soubesse o quanto eu me arrependo por isso. Você é uma das únicas pessoas que me faz querer morrer, mas ao mesmo tempo viver, e eu não sei o que seria de mim sem você aqui. Namorar comigo é difícil, eu sou um cara complicado, confesso, mas eu estou disposto a melhorar todo e qualquer defeito que eu tenha, estou disposto a me moldar, só pra ter você comigo. Eu queria ser a primeira pessoa a te desejar feliz aniversário, queria te acordar com um telefonema, e pela tarde, entrar em sua casa sem que você saiba, e deixar vários presentes e cartas sob sua cama. Por quê? Porque eu te amo e você é toda essa inspiração de minhas palavras sinceras que saem de meu coração. Você é a mulher que mudou meus dias e minha vida pra melhor. - Não aguentei as lágrimas que estava segurando e chorei pra valer!

    -O meu presente é uma coisa simples que eu queria poder usar com você. Não é nenhuma passagem para o Havaí que nem ano passado, mas espero que você adore assim como eu adorei dar isso pra você. - Jaime diz e suspira. Ela entrega-me um envelope e quando eu ia abrir, ela pediu que parasse. - Antes que abra, quero que saiba eu amo você muito, e use esse presente com alguém que você ame muito, alguém com quem gostaria de dividir esse momento. Talvez um dia nós vamos juntos novamente, mas agora é hora de aproveitar com outra pessoa também. Beijos, do seu Bruno/Peter!

    Ouço os aplausos pra ele, e assovios do Leo e do Theo. Abri o envelope e peguei os dois papéis maiores. Duas passagens para Nova York. Wow! O que ele está aprontando, hein? Peguei os outros dois papéis menores e ali estavam escrito "Broadway - O fantasma da ópera - Camarote alto".

    Chorei mais ainda, tão livremente.

    -Eu amo você , muito. - Disse baixinho levando os ingressos ao meu corpo e abraçando-os como se fosse ele.


    • Olha quem voltou! dusandisao mentira, nem fui embora, somente não postei quarta porque era meu aniversário. Enfim, aproveitem, espero que curtam e segunda eu volto! Beijos <3 <3