Capítulo 3

A festa estava agitada agora, diferente de quando iniciou.

-Se importa de marcarmos um almoço para lembrarmos dos velhos tempos? – Ele diz pegando o celular.

-Nossa, seria muito bom. – Comentei.

-Pode me passar seu número. – Ele me entrega o celular dele.

-Anoto aqui? – Perguntei.

-Sim. – Ele me falou a senha e eu desbloqueei. Olhei para a foto que estava na tela, uma bela paisagem havaiana. Coloquei meu número e salvei como “Michele, a velha amiga”. Mostrei a ele que riu como um bobo.

-Bruno, eu sinto muito sobre sua mãe, eu fiquei sabendo. – Cheguei mais perto dele.

-A tudo bem, ela sentia saudades suas. – Ele diz com um olhar de tantas saudades, mas eu precisava falar algo sobre isso, mostrar a ele que eu sempre estive ligada a nossa amizade, a mãe dele também sempre foi uma grande amiga da minha, elas eram grudadas.

-Serio? – Perguntei com um sorriso.

-Sim. – Ele afirma e sorri. – Não sabe quanto eu sofri quando você foi embora. – Ele faz como se tirasse suor da sua testa.

-Como sofreu? – Perguntei. Eu sei que ele não iria dizer que quase morreu de saudades até porque não é verdade.

-Eric e as meninas me enchiam o saco dizendo que eu tinha que correr atrás de você porque nós nos amávamos. – Ele ri e eu também. – Quanta bobagem. – Ele diz.

Eu não achava bobagem, até porque eu sempre gostei, porém tenho que respeitar a ideia que ele nunca gostou de mim, e nem gostará. Isso é o passado, foco no futuro Michele.

-Eu também sofri com isso, pode ter certeza. – Falei entre risos. – Nossa, que saudade das meninas, elas estão bem? – Perguntei.

-Estão ótimas. – Ele sorri.

-Saudades da Pres, minha companheira de irritar os outros. – Lembrei o quanto eu era grudada nela, eu , ela e a Anne, éramos inseparáveis.

-Vamos ir até lá. – Ele aponta para onde todos conversavam.

-Claro. – Concordei.

Fomos até lá e nos juntamos com eles. Estavam conversando algo sobre o Brasil, Anne falava empolgada sobre as coisas de lá. Logo o assunto foi trocado por beleza, já que eles elogiaram a beleza brasileira.

-Mas você, com todo o respeito, é muito linda, Bruno teve sorte. – Phred fala com um sorriso tão lindo.

-Eu nunca tive nada com o Bruno. – Comentei bem baixinho e meio envergonhada.

-De trouxa que ele é, porque se fosse comigo, não passaria batido. – Ele da a língua para o lado e eu sinto minhas bochechas corarem.

-Eu bem que tentei, mas não deu. – Ryan passa os ombros por cima de mim.

-Vamos trocar o assunto? – Bruno pareceu ficar meio preocupado e grilado com o assunto. Ele torceu os lábios como se estivesse com raiva?

-O que houve princesa, fugindo do assunto? – Ryan aperta as bochechas dele nos fazendo rir.

-Acho que alguém se incomodou com o assunto! – Comenta o homem moreno, acho que é Phil o nome dele.

Ryan estava bem diferente, não era mais aquele garoto magrinho, agora estavam um homem, alto e bem musculoso, com tatuagens e os cabelos grandes. Ele mudou bastante, o Eric também, está bem mais diferente. Bruno mudou um pouquinho depois que os meninos brincaram com ele, mas fiquei quieta, nem tentei conversar com ele.

-Com licença. – Pedi e me afastei para dar uma volta, era muita informação pra um dia só.

Peguei mais uma taça de champanhe e verifiquei meu celular que estava dentro da minha bolsinha, na mesa onde estavamos sentadas. Duas mensagens.

“Boa noite, espero que a festa esteja boa, aproveite ai. Ah, conversei com meu amigo, o da construtora, e ele quer marcar uma entrevista com você.”

Leonel, muito fofo da parte dele lembrar-se de mim.

“Que tolo eu, esqueci que você está na festa, nem deve estar com o celular, então uma boa noite e quando puder conversar e quiser me ligue. Beijos.”

Tive que rir das mensagens, sinceramente Leonel não é o cara que eu sempre imaginei para ter alguma coisa, algum relacionamento, porque até então ele me passou a imagem de homem safado, porém pode ser impressão minha. Passei o dedo pela tela e voltei a bloquear o aparelho, coloquei de volta na bolsa e fui até o banheiro. Fiquei me olhando no espelho durante vários minutos – pelo menos eu acho que foram minutos.

Nunca imaginei revê-lo aqui, ou melhor, não imaginei revê-lo nessa festa, achei que era bobagem e algo quase impossível. Me lembro de como eu era boba quando adolescente, eu gostava dele e vivia negando, dizendo que éramos somente amigos, bons amigos. Acho que no fundo ele sabia que eu gostava dele, porém como ele não gostava, ele ficava quieto para preservar a nossa amizade. Olhei geralmente e analisando minha roupa, me afastei um pouco e pude ver meu corpo completo, eu não estava tudo isso, mas até que a roupa era bonitinha.

-Pensei que tinha se perdido, não vi mais você. – Rose chega de surpresa no banheiro.

-É. – Falei olhando para a pia e logo para ela. – Reencontrei alguns amigos. – Sorri.

-Era amiga do Bruno Mars? – Ela pergunta, parece que estranhando.

-Sim sim, fui vizinha dele no Havai. – Ela sorriu.

-Ele é um homem bem talentoso. – Ela diz indo para frente do espelho.

-O que mais sabe sobre ele? – Perguntei querendo saber como ele era atualmente.

-Ah, um cara engraçado. – Ela tira o batom vermelho da bolsinha dela. – Legal, bem simpático, talentoso como eu havia dito. – Ela respira fundo e termina de passar. – Ta bom assim? – Ela pergunta ajeitando o vestido.

-Está ótimo. – Respondi dando um sorriso.

Voltamos para a pista de dança. Eu não sou dondoca, muito menos muito chique, por isso meus pés estavam latejando com aquele sapato, parecia que eu não tinha mais dedinhos dos pés, mas tenho que aguentar até o final. Cheguei no bolinho deles, que agora conversavam sobre música e festa, fiquei observando até um bocejo sair da minha boca.

-Acho que nós damos sono pra ela. – Phred super gentil põe a mão nas minhas costas.

-Não são vocês, é meu cansaço normal. – Falei e ele ri. – Sério, sou virada em sono. – Falei e Anne gargalha.

-Eu que o diga. – Ela diz sorrindo.

-Então você e o Bruno são gêmeos. – Kam diz sorrindo e olhando para o Bruno.

-Não reclamem do meu sono de beleza.

-Então para de dormir porque não está dando certo. – Ryan fala e todos gargalham alto.

-Vai a merda. – Bruno estava entre gargalhadas também. – Que tal combinarmos um jantar? – Ele da a ideia.

-Achei perfeita. – Anne já estava completamente se sentindo em casa.

-Bom, eu combino direitinho e entro em contato. – Bruno sorri de canto e me olha.

Não aguentava mais meus pés, queria ir embora, e lembrar que da próxima vez eu tenho que vir de tênis, apesar de que tênis e vestido não é uma ótima combinação e nem muito social para uma festa, porém, é confortável. Meus olhos também estavam pesando. Discretamente chego ao lado da Anne.

-Nós podemos ir embora, por favor? – Perguntei rente ao seu ouvido e ela ri sentindo cócegas.

-Claro. – Ela responde e sorri pra mim, logo cortando o assunto dos meninos. – Pessoal, estava tão bom, eu juro, mas nós precisamos ir. – Ela diz como se fosse responsável por mim. Oi, a mais velha sou eu.

-Ah porque? – Pergunta Ryan.

-Porque eu estou com os pés cansados demais, e meus olhos estão caindo de sono. – respondi numa naturalidade fazendo Phred e outro menino do qual não lembro o nome, rirem.

-Vocês estão de carro? – Pergunta Bruno tomando mais um gole da sua bebida.

-Não, estamos de táxi. – Anne responde.

-Bom, então eu faço questão que o Dre leve vocês com segurança. – Ele sorri.

-Bom, não sei acho melhor não incomodar o Dre, seja ele quem for. – Falei arqueando a sobrancelha e ele ri franzindo o cenho.

-Desculpem, Dre é o nosso segurança, barra motorista.

-Eu aceito. – Anne, mais cara de pau que ela não existe.

-Nós não precisamos incomodar o Dre. – Falei sarcasticamente entre um sorriso e ela ri.

-Garanto que ele não irá se importar. – Bruno responde.

-Pra vocês se sentirem seguras, eu vou junto. – Eric oferece-se.

-Ah, agora sim, tudo bem, podemos ir. – Falei. Minha intenção é que alguém fosse junto, afinal nós não conhecemos esse cara, e eu não sou do tipo de pessoa que confia em quem não conhece.

-Okay, eu também irei. – Ryan diz ajeitando seu cinto da calça, aparentemente estava frouxo.

-Vejo vocês no jantar. – Bruno larga o copo e vem nos dar um abraço.

-Esperarei. – Falou Anne enquanto olhava discretamente para o Kam.

-Eu te ligo. – Bruno fala no meu ouvido assim que me abraça.

-Vou esperar também. – Falei e nós rimos.

Partimos da festa diretamente para a van que estava a espera do Bruno e sua banda, porém Ryan falou para o homem, cujo creio que seja o Dre, que iriamos para a casa e ele nos levaria. Sentamos nos quatro primeiros bancos, eu ao lado de Anne e Ryan e Eric sentados um ao lado do outro. É dificil de imaginar que agora eu estava ali com eles, espera Theo saber disso, ele e o Ryan se falavam bastante, e me lembro muito bem pela paixão que ele tinha a irmã do Bruno, a Presley.

-Michelle, nem falou muito hoje, isso é estranho da sua parte. – Eric disse quebrando o silencio da minha parte.

-É que foi dificil de cair a ficha que nós nos revemos novamente. – Falei e Ryan riu.

-Verdade. – Ryan olhava fixamente para Anne, eu e Eric percebemos e começamos a rir discretamente. – Vocês estão maravilhosas demais. – Ele ainda olhava pra ela.

-Você está me paquerando senhor Ryan? – Anne arqueia a sobrancelha levemente e pergunta.

-Estou conseguindo? – Ryan pergunta, acho que eles esqueceram que não estão sozinhos.

-Não. – Ela responde e continua. – Mas quem sabe uma hora não é. – Ela da de ombros com um risinho que eu conhecia. Né que a safada também estava afim dele. Agora fiquei na dúvida, ela gostou dele ou do tal de Kam?

Nos despedimos deles e conversamos sobre a festa. Entramos em casa em silencio até então.

-Você viu que destino doido. – Anne se escora na porta fechando-a.

-Eu vi sim, muito louco. – Tirei os sapatos que estavam me matando.

-Ai, eu não sei quem é o mais lindo. – Ela fala, parecia que estava nas nuvens.

-Se não se importa, e eu sei que não se importa, vamos conversar amanhã? Eu só penso em dormir. – Falei indo em direção ao quarto. Bom, eu não penso só em dormir, penso também em que loucura encontrar o Bruno novamente, já vi que amanhã o dia será longo.

-Tudo bem, boa noite. – Ela diz e eu faço um “okay” com as mãos, entrando no meu quarto.

Não demorou muito para eu pegar no sono, até que foi rápido. Sinceramente, eu fiquei pensando nesses minutinhos que levei para dormir, em como será esse almoço ou jantar que ele irá dar para nós.

-Acorda piranha. – Anne joga um travesseiro em mim, enquanto falava com a boca repleta de pasta de dente.

-Piranha é a vó, deixa eu dormir. – Atirei o travesseiro nela novamente. Ela vai ao banheiro, cospe a pasta de dente, se recompõe e volta ao quarto para me infernizar.

-Pensei em pegarmos uma piscina hoje. – Ela diz se espreguiçando.

-Que horas são? – Pergunto dando a minima para o que ela falou.

-Uma e pouca. – Ela diz pegando meu celular. – Uma mensagem.

-Não olha que é feio. – Falei e como era previsível, não adiantou em nada falar.

-“Bom dia. Que tal segunda feira irmos jantar? Eu, você, sua prima e um amigo meu? Ps: não interprete como um encontro de casais (apesar de eu querer que fosse)” – Ela balbucia um “hm” e diz. – Leonel... É aquele bonitão do hotel não é? – Ela pergunta passando o dedo pela tela.

-É ele mesmo. – Respondi. – E ai, topa o jantar? – Perguntei para responder a ele.

-Podemos ir. – Ela me entrega o celular. – Como eu ia dizendo, o dia está tão bonito lá fora, que poderíamos sair, conhecer um pouco. Que tal um shopping?

-Shopping no domingo? – Perguntei a mim mesma. – Boa ideia, vamos. – Concordei, claro que antes pensei se tinha algo de melhor para fazer, mas não tinha então, resolvi ir.

-Okay, responde a mensagem para o seu futuro affair e depois toma um banho, eu já tomei o meu. – Ela diz e sai do quarto.

-Tudo bem. – Gritei para ela.

“Olá, desculpa não responder suas três ultimas mensagens. Enfim, podemos ir amanhã no jantar sim, e minha prima gostou da ideia de ter alguém para apresentar a ela, só não entendi se a pretensão é apresenta-lo a mim ou a ela? Beijos e boa tarde.”

Mandei a mensagem e me levantei. Abri o velho guarda roupas que tinha ali e procurei uma roupa. Deixei a porta do guarda roupa aberto e abri a janela do quarto para ver como estava o tempo lá fora, não estava nem muito quente, nem muito frio, uma temperatura razoável. Bom, eu ainda tinha economias na minha poupança, um pouco ainda da herança dos meus pais, e outro pouco era de quando eu trabalhava e não gastava. Hoje irei comprar alguma coisinha para eu usar. Escolhi a roupa: Uma calça jeans escura, uma blusa listrada, minha bolsa preta, minhas pulseiras inseparáveis que comprei quando fui a Angra dos Reis, minhas casuais ankles pretas também. Fui para o banho e me arrumei, deixando o cabelo como ele é normalmente, maquiagem de leve e lábios rosados. Fui até a pequena sala e sentei no sofá esperando a Anne, que logo aparece com um look de dar inveja. Ela sempre linda.

-Ual. – Falei olhando-a de cima a baixo.

-Hoje vamos conversar sobre ontem. – Ela me fala empolgada.

-Ah, claro. – Concordei. Falar sobre ontem só vem uma pessoa a minha cabeça, que por sinal hoje eu nem tinha pensado: Bruno!

Pegamos um táxi pois Anne não queria ir de metro até lá, logo chegamos ao shopping. Fomos para a praça de alimentação, e em um recinto de comidas saudáveis paramos, Anne e suas paranoias com comida quando está fora de casa. Pedimos o prato que eles denominam como “mais saudável” que contém um sanduíche natureba, um copo de suco natural, e petiscos como presunto e outras coisinhas no palito. Enquanto esperávamos, sentamos nas mesinhas. O shopping estava bem cheio até.

-Me conte, qual dos dois você está mais afim? – Perguntei para Anne que abriu a boca como se tivesse impressionada mais depois caiu na gargalhada.

-Estou entre uma disputa grande. – Ela brinca com a plaquinha com o número do nosso pedido. – Gostei do Kam, ele é um moreno lindo, alto, aqueles olhos, nossa. – Ela parecia que estava vendo ele ali. – Mas em compensação, o velho Ryan também está um pedaço de mal caminho. – Ela diz mordendo o lábio inferior.

-Cuidado pegadora, eles são amigos, não cause conflitos. – Falo procurando meu celular que acabará de dar o toque de mensagem.

-E você, quem achou bonito? – Fiz menção para responder porém ela põe a palma da mão na minha frente em pedido para que eu me calasse. – Deixa eu adivinhar, o Bruno? – Ela pergunta com uma cara de quem já sabia, comecei a rir.

-É, ele está lindo, tenho que admitir. – Dei de ombros desbloqueando o celular.

-Mich, você não me engana, gostava dele quando era pequena não é? – Ela pergunta me encarando.

-Gostava, mas eu gostava. – dei ênfase no final do gostava e ela ri.

-Tudo bem então. – Nossos pedidos chegam a mesa, e eu aproveito a distração para olhar a mensagem.

“Desculpa a demora para responder. Enfim, minha intenção é apresentar o amigo para a sua prima, portanto, sobra eu e você, mas como eu havia dito, não precisa ser um encontro de casais.”

Olhei a mensagem e comecei a rir.

“Tudo bem Leonel, nós podemos nos conhecer melhor. ;)”

Mandei a mensagem e comecei a comer e conversar com a Anne. Saimos da praça de alimentação, fomos ao banheiro e novamente eu escovei meus dentes. Voltamos a perambular pelo shopping, ele estava gradativamente cheio. Entramos em uma loja popular de roupas, olhamos algumas e saimos, logo fomos a uma de acessórios, onde a Anne-tarada-das-jóias comprou um lindo anel. Voltamos a loja popular das roupas e eu comprei um casaquinho cinza para usar sobre minha roupa. Meu celular toca, novamente uma mensagem. Resposta do Leonel, pensei.

“Oi, pensei em ligar para ver se não tinha me dado o número errado, mas acho que não. Boa tarde, ah eu já combinei o jantar (sim, vai ser jantar), vai ser na minha casa, no sábado, ás 20:00hrs, outra hora te mando o endereço. Avisa pra Anne que o meu amigo achou ela muito linda. A propósito, amei reencontrar vocês. Beijos, Bruno/Peter”

Sim, Bruno é o nome artístico e apelido de muitos anos e Peter o nome normal, ele pensou que eu não saberia quem era e por segurança pois os dois, conheço ele. Comecei a rir, e respondi.

“Oi Bruno, é a Michelle sim, não se preocupe. Pois bem, pode mandar o endereço quando se sentir a vontade, e nós vamos ir sim no jantar, até porque temos muitas coisas para por em dia. Ah, avisa ao Kam, que a Anne achou ele lindo. PS: se ela souber que eu falei isso, ela me mata. Beijos, Michelle.”

-Leonel novamente? – Ela pergunta.

-Não, agora foi o Bruno dizendo que o jantar será na casa dele, ás oito horas da noite, no sábado. – Falei e ela sorri de canto.

-Mensagens com o Bruninho então? – Ela pergunta maliciosamente.

-Somente mensagens inocentes. – Dei um sorriso não convincente.

++++++

Teria que me acostumar a passar a manhã e um pedaço da tarde sempre sozinha, ao não ser que eu arranje algum emprego de uma vez. Acordei assim que Anne saiu para fechar a porta, e voltei a dormir, mas agora acordei e não consegui mais dormir. Levantei, lavei meu rosto, fiz minhas higiene, e fui para a cozinha, servi numa pequena tigela um pouco de cereal e pus leite bem gelado nele, peguei uma colher e sentei no sofá, cruzei as pernas como índio  e liguei a televisão. Passei meus dedos por todos aqueles canais, até parar num de desenho animados.

Não sei por qual motivo lembrei que hoje será o jantar/encontro com o Leonel. Eu sei que ele é lindo, e tudo mais, mas tem algo nele que eu não consigo engolir, acho que ele tem cara de safado, de homem que não presta. Ta certo que ele é lindo e que isso atrai demais, porém tenho medo de ser somente mais uma sempre e acabar nunca me relacionando sério com alguém, mas como tia Savanna me disse, eu sou nova ainda, e tem muito chão pela frente, o negócio é aproveitar a vida.