sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Capítulo 81

Michelle Pov’s

Nada pior do que acordar na manhã do seu aniversário morrendo de frio. Minha sorte do dia é que amanhã será sábado, quer dizer que hoje provavelmente as meninas me levarão em algum lugar para comemorarmos.

Passou praticamente um mês e uma semana desde o aniversário do Bruno, eu não o vejo desde esse dia. Ele manda-me mensagem ás vezes, mas na maioria do tempo estamos em tempo contraditório, ou então ele dorme para descansar pela turnê. Ah, ele também me mandou uma única foto por mensagem, onde ele está usando o boné que dei a ele.

Jake saiu com uma menina, eles se conversam, e acho que mais uma vez eu sobrei. Tenho que dizer que não estou triste por não estar namorando, ou por ver casais felizes na rua e ficar triste porque não tenho alguém que me ame da mesma forma. Claro, sempre penso que seria melhor compartilhar do meu aniversário com um namorado, mas as coisas não são simples.

Levantei-me da cama e calcei minhas pantufas quentinhas. Tiritei de frio e por um momento pensei em voltar para minha cama quentinha e não ir trabalhar, mas eu preciso pagar minhas contas e aguentar chefes chatos e trabalhos que ninguém merece. Isso faz parte da vida, Michelle! Repeti a mim mesma. Me arrastei até o banheiro e entrei no banho de água fervente, que em contato da minha pele queimou por alguns segundos, ajeitei o registro e ela ficou um pouco mais amenizada. Lavei meus cabelos com o shampoo e condicionador que ali estavam, e esfreguei meu corpo com o sabonete de erva doce.

A pior parte é tirar o hobby e vestir algo. Parece que nada esquenta. Uma regra do frio: quanto mais roupas você veste, mais frio fica. Coloquei uma camisa de gola na cor preta, um suéter preto também e uma jaqueta bem grossa bege. Vesti minha calça jeans e coloquei duas meias – exagerada? Nenhum pouquinho – calcei minhas botas beges e peguei minha bolsa para sair.

Olhei-me no espelho quando chequei-me e vi que hoje estou ficando mais velha, um ano mais velha. Aniversários só são bem esperados quando somos crianças, porque depois eles veem pra te mostrar que você está ficando um ano mais próxima da sua velhice, um ano mais próximo da sua aposentadoria, um ano mais próxima das rugas e pés de galinha que lhe esperam. Tenho que pensar pelo lado positiva: eu estou viva pra viver isso.

Meu celular toca enquanto abro a porta de casa, uma mensagem a essa hora. Pego-o empolgada para ler.

“Hey minha cunhada, acha que eu me esqueceria do seu grande dia? Quero te desejar os parabéns e dizer que comprei um presente pra você, só entregarei mais tarde. Beijos, e FELIZ ANIVERSÁRIO”

A primeira pessoa a me desejar feliz aniversário eu pensei que seria minha tia, mas foi o Leo. Fiquei contente demais com a mensagem e caminhei silenciosamente até a estação de trem. Sentei-me num espaço pequeno que tinha no banco, onde um homem ocupava quase dois lugares. Coloquei meus fones de ouvido e selecionei a rádio onde Anne trabalha.

Bruno Pov’s

Acordei já cansado, não gosto quando acontece isso, significa que o dia já iniciou mal. Ou melhor, eu acho que meus dias não estão dos melhores. Eu sinto falta da Michelle, e estou admitindo isso a partir de domingo o qual sonhei que estávamos juntos novamente, sonhei com ela na cama comigo, eu a quero pra mim. Não consigo mais ficar com ninguém, mas fico na dúvida entre desistir ou não desistir dela.

-Que droga. – Reclamo das gargalhadas bem baixinho assim que entro.

-Chegou o senhor mau humor. – Diz James.

-Como se você fosse o poço do humor. – Disse sem vontade.

-Então, se está nesse mau humor, aposto que já sabe. – Ryan desperta minha curiosidade com poucas palavras.

-O que? – Perguntei e ninguém me respondeu. – O que eu deveria saber? Que por acaso não estou sabendo. – Disse agora um pouco mais irritado pelo silêncio deles.

-É que. – Phil pigarreou. – A Mich...

Ele nem completou e meus olhos já se arregalaram, pensando no pior de tudo. Eu posso até não querer pensar nessas coisas, mas algo em mim acorda quando fala no nome dela.

-O que tem ela? – Perguntei querendo saber logo.

-Ela não convidou você pro casamento? – Ryan pergunta. Idiotas, ela nem está namorando. Aff!

-Vão mentir para outro! – Ofereci o dedo do meio para eles.

-Vocês vão matar ele. – Ouço James dizer.

-Se você tivesse dado o valor quando tinha, poderia ser você no lugar da pessoa com quem ela vai se casar. – Diz autoritariamente Ryan. Quem é ele pra falar de relacionamento? Quem é ele pra dizer o que é certo a fazer?

-Vocês acham que eu sou burro, ou o quê? Eu falo com ela quase todos os dias. – Dou de ombros

-Ah, sei safadinho. – Dwayne faz uma cara muito engraçada na qual me obriguei a rir.

-Assim que a gente quer ver você, sorrindo. – Diz Phil.

-Ryan, preciso que venha aqui, por favor. – Ouço a voz do Rick chamando o Ryan e nem me viro para vê-lo. Os meninos foram se espalhando, até que sobrou eu e o Phil.

-Vocês tem que aprender a fazer brincadeiras com o mestre. – Dou um sorriso e depois o tiro do rosto lembrando que passarei outro aniversário dela, longe dela. Suspirei fundo.

-Teu coração dói, não é?

-Dói. – É ruim admitir quando quer transparecer dureza.

-Você ama aquela mulher, desde que ficou com ela a primeira vez. – Um arrepio sobe pelo meu corpo. Tocando nas partes mais sensíveis do meu emocional. Eu queria chorar, ou ao menos queria transparecer mais vulnerabilidade para talvez assim receber um conforto de alguém. Acho que o nome para isso é carência.

-Acho que eu gosto desde sempre. – Balancei a cabeça vindo lembranças lá do fundo, quando ainda morávamos no Havaí.

-Então porque não corre atrás? – Phil fala de uma maneira confortável. – Diz que ama ela, diz que quer ter ela.

-Eu não consigo. – O interrompi.

-Consegue. – Phil impõe. – Você é forte, já passou por tantas coisas e sempre levanta a cabeça para tudo.

-Mas agora é diferente. – Digo. – Ela me quer como amigo dela, e nada mais que isso, sinceramente eu penso em desistir. Estou à milhas de distância dela. – Bufo – Hoje ela está de aniversário. – Balanço a cabeça pensando no quanto idiota eu fui. Eu sempre a desdenhei, sempre estava nem ai, mas quando estava com ela, somente nós dois, eu queria que o momento sempre se prolongasse, e que ela ficasse muito tempo ali comigo.

-Mandou algo pra ela? – Pergunta Phil.

-Preparei desde semana passada. – Sorri orgulhoso pelo que fiz.

-E será que ela vai gostar? – Pergunta ele. Ok, bateu medo, mas creio que sim.

-Eu acho que sim, e se não gostar pelo menos vai ver que eu lembrei dela.

-Mas mesmo assim, ligue pra ela mais tarde. – Phil levanta e bate três vezes fraquinhas no meu ombro.

Sinceramente, eu quero desistir dela, por que de tanto que lutei para ter tudo que tenho hoje, eu quero pelo menos paz em algum relacionamento e não viver atrás de quem já disse que não quer mais nada comigo, mas por outro lado penso em como ela é importante pra mim, e parte de mim não quer desistir. E eu não vou desistir, custe o que for! Eu sou forte, eu sou teimoso. Eu talvez a ame.

Michelle Pov’s

Depois da homenagem bonitinha que recebi no serviço, com um balão escrito “felicidades Michelle”, e um café de quatro pessoas do meu departamento, eu finalmente sai daquele ninho de falsidade. E quando pego meu celular tem três mensagens.

1º mensagem – Tina

“Oi Michelle linda. Sei que hoje é seu aniversário pois anotei no meu celular e o calendário anunciou me fazendo acordar, ai estou mandando essa mensagem (ignore erros). Feliz aniversário linda, tudo de bom pra você porque todos nós sabemos que você merece tudo nessa vida de melhor. Parabéns e muitas felicidades” 

Comecei a rir com a mensagem linda dela, recostei-me na parede do trem e fui ver a próxima mensagem.

2º mensagem – Jake

“Iria passar na sua casa, mas tenho quase certeza que suas amigas irão fazer algo, então resolvi te encher o saco por aqui. Sabe que você é uma garota incrível, não é? Uma pessoa iluminada que imagina o mundo de uma forma contagiante. Hoje é seu dia, o fantasie da forma que queira-o futuramente, pois o terá. Feliz aniversário princesa.” 

Confesso que meus olhos estão marejados, sinto que se piscar caí um rio por eles inundando tudo aqui. Abri a terceira mensagem na expectativa que fosse alguém muito especial, e na verdade são quatro pessoas especiais.

“HEEEEY. Feliz aniversário pequena Lilo. Parabéns a ti nesse grande dia. Sonhe com o impossível, conquiste o mundo e torne-os reais. Amamos você! Lylas <3” 

As pessoas da estação deveriam estar me achando doida por estar chorando e rindo ao mesmo tempo. Levei meu celular sobre meu peito e comecei a sorrir tão feliz. A estação cheia, fecho meus olhos e o que mais peço no momento é que me dê uma única chance de ver meus pais. Meu sonho impossível que nunca se tornará realidade. A dor de perder duas pessoas que amamos tanto é tão grande que não tem como esquecer. Guardei meu celular e entrei no trem assim que ele parou na estação.

++++

-Gatinhaaaaaa. – Ouço meu irmão gritar assim que abro a porta de casa.

-Olha a aniversariante. – Diz Blair sorrindo trajada de uma calça jeans, botas de salto alto e um belo casaco cinza.

-Oi gente. – Digo assustada quando vi que minha tia estava com um vestido de lã sobre uma legging e uma bota rasteira. Theo estava encostado na mesa, com um casaco que faz parte de um blazer, uma camisa polo e uma calça jeans. Calçava tênis em seus pés.

-Venha me dar um abraço minha pequena. – Minha tia abre os braços e me conforta em um abraço tão forte que não dá vontade de sair mais. Suas mãos acariciaram minhas costas e deram dois tapinhas. – Felicidades minha filha, muito juízo nessa cabeça. – Ela afaga minha cabeça.

-Hey, quem é a irmã mais linda que existe? – Theo abre os braços e corre. Atiro minha bolsa no chão e ele envolve minha cintura com seus braços fortes e me pega no colo. Nos abraços e ele me girou. – Parabéns anã, eu te amo, viu!

Ai meus olhos que encheram de lágrimas quando ele falou isso.

-Obrigada, gente! Eu amo vocês.

-Parabéns. – Disse Blair timidamente vindo na minha direção. Abracei ela fortemente.

-Obrigada. – Agradeci.

-Muitos parabéns? – Pergunta minha tia.

-Na verdade, não muitos. – Torci os lábios, mas logo sorri amarelamente. – Melhor poucos sinceros do que muitos falsos. – Relaxei os ombros.

-A Anne ligou dizendo que é para estar pronta pra quando ela chegar. – Theo avisa.

-Ah, ela irá nos levar em um restaurante para comemorar seu aniversário. –Completa tia.

-Ok, mais alguma coisa? – Pergunto juntando minha bolsa do chão.

-Não tinha algo pra ela? – Blair passa a mão na cabeça.

-Ah, chegou algo pra você. – Minha tia aponta para uma caixa, na qual Theo vai pegar correndo.

-Ela não está muito pesada, consegue levar? – Pergunta ele assim que me entrega.

-Consigo sim, obrigada. – Agradeci a ele e me posicionei para subir ao quarto. – quem mandou isso? – Pergunto.

-Não diz na caixa, o homem que entregou só mandou entregar diretamente a você. – Theo dá de ombros.

-Ok, vou me arrumar e já desço.

-Tudo bem.

Larguei minha bolsa sobre a cama, e com cuidado pus a caixa. Fiquei pensando em abri-la agora, mas antes decidi tomar meu banho. Fui para o banho quentinha, onde nem tinha vontade de sair, mas a curiosidade falava tão alto, que eu tive que ir.

Vesti meu hobby e sentei-me na cama ao lado da minha caixa e desatei o laço vermelho que tinha sobre ela. As fitas caíram para os lados opostos e eu retirei sua tampa. Havia primeiro uma carta escrita em punho. (Se quiser escutar essa música, depois dê pause nela se for ler as outras, e logo retorne com essa)

“Oi. 
Estamos longe dessa vez, mas não deixamos de estar perto. Sinto como se eu estivesse aí, e sempre que acordo sinto como se você estivesse aqui comigo. Não sei como começa uma carta então desculpa se eu me sair mal e espero que entenda minha letra. 
Hoje é o dia que completa 28 a jóia mais linda que já vi. Uma mulher de ouro, que enfrenta tudo e todos de cabeça erguida, que apesar do que passou, não se deixou abater tão fácil. Eu tenho orgulho de ser seu melhor amigo. Sei que erramos, mas eu não quero falar disso agora. Bom, eu tenho que desejar a você um ótimo dia, aproveite com todos aí, saía, dance, se divirta. Sonhe bem alto, sonhe com o possível e com o impossível, porque no final é nós que sabemos o que pode ser considerado impossível e nós mesmos podemos mudar. Quero que sempre você tenha saúde, sempre tenha paz, e amor a gente sempre tem, mas o que eu mais desejo a você é amor! Parabéns Michelle, por esse dia tão especial, queria poder lhe dar um abraço, mas espero que essas singelas lembranças façam com que cubra a minha ausência aí. 
Dentro do envelope abaixo dessa carta há uma foto, quero que você coloque seu nome atrás dela ao lado do meu e a enquadre. Depois a um cd, ele contém apenas duas músicas nas quais gravei especialmente para você. E por último meu presente de coração! Aproveite e feliz aniversário. 
/Peter – Bruno”

Eu não tinha mais lágrimas nos olhos, eu tinha olhos em rios de lágrimas. A carta chegou a molhar de tanto que elas rolavam. Eu jurei que ele tinha esquecido, e agora ele me faz uma surpresa dessas, com uma carta linda assim. Coloquei a carta ao meu lado e peguei o envelope com a foto. 


Nós dois, pequenos! Eu não lembrava dessa foto de maneira alguma, não conseguia pensar no momento em que ela foi batida. O nosso sorriso. Aí meu Deus. Virei a foto e ali tinha seu nome, coloquei-a sobre a carta virada e depois colocarei meu nome e enquadrarei lindamente. 

Peguei o cd em mãos. Eu não tenho aparelho de som no meu quarto, mas tem meu notebook. Levantei para pega-lo e junto peguei uma caneta. Enquanto ligava ele, peguei a foto e pus meu nome atrás dela. Olhei para minha cômoda com um só porta retrato que tinha uma foto minha e do Theo. Tirei a foto e pus a minha e a do Bruno. Coloquei o cd em meu notebook e a música começou a tocar na hora.

A primeira música é intitulada como “Captivated”. Diz que é cover da Lady Gaga, de quem é originalmente a música. (Se quiser clique aqui para escutá-la e ler a letra)

Escutei do inicio até o fim e sorri grata com a música, mas ele não pode ser cativado por mim, porque por mais que isso seja lindo, ele é somente meu amigo!

A segunda música é “Amelia” a qual já havíamos escutado juntos. Essa música é linda mesmo, ele sabe que eu amo ela. (Seu quiser clique aqui para escutá-la e ler a letra)

Sorri com o cd, realmente ficou lindo e sua voz contribuí para tudo, pois não há música ruim com a sua melodia, com seu timbre, sua ronquidão, seu ajuste de fazer a música ficar perfeitamente perfeita!

E por último o presente. Ele está numa caixinha de couro, ela é comprida e não é fininha – por um momento até achei que fosse um colar -, peguei-a em mãos e antes de abrir balancei perto dos meus ouvidos, mas nada resolvido, só ouvi um barulhinho de nada. Abri-a e quando comecei a ler não acreditei no que vi.

Levei a mão na boca e fiquei fitando o papel, lendo inacreditada com aquilo. Ele havia me dado passagens para o Havaí. Sete dias lá, ida e volta. Tirei a passagem de dentro da caixa e havia um pequeno bilhete.

Só não chore. Você ficará na casa das minhas irmãs! Preste atenção na data dela!

Olhei novamente com as lágrimas rolando nos olhos. A data é para agosto do ano que vem, claro, para depois do casamento da Zoe, porque agora nem tem como fazer essa viagem, já não tenho mais direito a férias, somente ano que vem. Ele pensou em tudo, mas que esperto. Abracei a caixinha com as passagens e por um longo tempo fiquei assim, emocionada.

Ouvi a voz da Anne, mas ela não chegou sozinha, acho que Leo estava com ela. Guardei minhas passagens junto com os papeis mais importantes pra mim, junto também com a carta e o cd. A foto estava ali no porta retrato então peguei-a a minha e do Theo que tirei dali e guardei com as minhas outras fotos. Corri para a frente do meu guarda roupa e fiquei pensando no que vestir.

Meu celular começa a tocar. Na tela pisca um número e um ddd que eu não conheço. Deito na cama e o atendo.

-Alô. – Digo tentando escutar algo do outro lado da linha.

-PARABÉNS. – ouço muitas vozes, claro que conhecidas. Os meninos da banda. Sorri feito boba.

-Obrigadaaaaa. – Disse animada.

-Feliz aniversário linda! – Grita Kam.

-Não chama ela de linda, rapaz. – Phil fala e ouço um barulho.

-Hey não bate em mim, eu não tenho nada a ver. – não consegui identificar de quem era aquela voz.

-Feliz aniversário pequena. – Ouço Phil falar e as vozes diminuem.

-Obrigada. – Meu sorriso era tão bobo por esse gesto tão singelo.

-Hey pequena, recebeu meu presente? – Bruno! Eu reconheço essa voz em qualquer lugar. 


-Bruno... – Fiquei tão sem palavras que quando lembrei do presente comecei a chorar.

-Não chora, por favor. – Pede ele, e eu soluço. – Quero ver esse sorriso lindo no rosto.

-Obrigada pelo presente, você não sabe o quanto me fez feliz, voltar lá é importante pra mim.

-Eu sei que é. – Diz ele baixinho.

-Você também é importante pra mim. – Digo passando a costas da minha mão no meu rosto. – quase um irmão.

-A-ah. – Ele pareceu desconfortável quando eu falei irmão. Pigarreou e retornou com sua fala. – Feliz aniversário pequena, sabe que eu sempre desejei o melhor pra você! Quero que seja feliz.

-Obrigada. – Disse entre um sorriso bobo.

-Eu tenho que desligar, mas foi bom falar com você. – Ele respira fundo. – Aproveita seu dia aí, e feliz aniversário princesa.

-Obrigada Bruno, boa turnê! – Digo incompleta.

  • Hey, capítulo tá bem grandão, né? Pois é! u.u próximo segunda feira! Gente, eu preciso agradecer a anônima que me mandou a foto, obrigada você foi demais, isso complementou o presente que ele deu a ela *u*

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Capítulo 80

Alvos. Eu pensava neles! Naquele momento que ela falava e eu prestava atenção em cada detalhe dela, sua boca para mim era um alvo. A vontade incontrolável de pular sobre ela, ter novamente meus lábios nos seus, aqueles olhos que expressam tudo que ela sentia, seus cabelos bem cuidados, suas mãos com toques delicados. Até sua voz eu desejava pra mim, das poucas vezes que valorizei o que realmente tinha ao meu lado.

Phil e Urbana disseram que eu poderia estar apaixonado ou amando ela. Amar eu não sei, creio que não, mas apaixonado eu tenho quase certeza que sim. Nunca senti essa mesma magia por outra mulher, nenhuma me fez gostar de observa-la e me perder em pensamentos. Ela é tão linda.

Tão linda pra mim!

Michelle Pov's

Começo a achar que o Bruno está doente, ou chapado. Enquanto conversávamos ele olhava pra mim e dava uns sorrisos, parecia que estava em outro plano, não sei explicar. Tomamos café preto enquanto conversávamos, mas depois o Bruno agiu normalmente. Esse homem é louco!

Caminhei até a sala devagar para ver os meninos, Bruno veio atrás de mim, pé por pé também. Liam estava quase se acordando, os outros dormindo, mas para a nossa surpresa Nyah acordou e correu para nós com uma carinha de triste.

-Que foi meu anjinho? - Perguntei me abaixando para abraça-lo.

-Ta tudo bem? - Pergunta Bruno fazendo a mesma coisa que eu.

-Sonhei com a bó. - Ele fez beicinho.

-Bó seria vó? - Perguntei ao Bruno e ele ri descontraindo.

-É. - Ele abraça Nyah fortemente. - O tio também sente falta dela com nós. - Bruno beija a cabeça de Nyah e levanta com ele no colo.

Ajeitei-me e levantei também. Fiquei olhando ele confortar o pequeno, ele se dá tão bem com crianças, que se ele não fosse tão idiota como é, ele seria um ótimo pai, mas não sei que pessoa confiaria nele para ser pai dos filhos, só se eles fossem separados, porque o que eu aprendi é que o Bruno não é pessoa de uma mulher só. Balancei a cabeça de um lado para o outro, quanto menos eu pensar nele dessa forma - como homem e não como amigo - mais vai doer pra mim.


-Tia, quero brincar. - Liam me assusta. Não pensei que ele estava acordado. Virei de frente pra ele.

-E vamos brincar de que? - Pergunto pra ele passando a mão na sua cabeça.

-Não sei. - Ele torce os lábios, como pareceu com o Eric agora.

-Querem acordar os outros e brincarmos de pique esconde? - Bruno dá a ideia.

-Isso! - Responde Liam. - Mas vocês vão brincar com nós? - Pergunta ele fazendo uma carinha de dó. Olhei para o Bruno e ele me olhou, sorri pra ele e assenti.

-Sim, vamos. - Responde ele.

Acordamos os outros meninos, um mais preguiçoso que o outro, mas logo que falamos que íamos brincar, tudo ficou mais fácil e eles voltaram a ativa de uma hora para a outra. Bruno pegou água para Jaimo e Zyah, todos foram no banheiro e tiramos na sorte quem iria iniciar a contagem. Bruno perdeu, ou fingiu que perdeu.

Corri para me esconder, entrei no quarto dos hóspedes e me toquei para baixo da cama. É, eu não sou mais tão criança e nem tão pequena para isso, me senti apertada ali. Vi os pés dos meninos correndo silenciosamente atrás de um lugar para se esconder e logo ouço a voz do Bruno dizendo que estava indo nos encontrar. Jaimo perdido se escondeu rapidamente atrás da porta do quarto de hóspedes ofegante. Observei os pés do Bruno passando pelo corredor e logo entrando no quarto. Quando ele olhou que não tinha ninguém, rapidamente Jaimo correu por ele e bateu seu nome. Logo que ouvi Bruno entrar em alguma porta, sai de baixo da cama e fui para trás da porta. Senti que ele passou rapidamente pelo corredor e falou algo para o Jaimo esperar sentado no sofá. Corri para onde ele contou e bati meu nome. Bruno me olhou de longe e semicerrou seus olhos, comecei a rir.

Sentei-me ao lado de Jaimo e o peguei no colo. Ficamos brincando com as mãozinhas e Bruno chegou com a dupla dinâmica, Nyah e Zyah, que estavam na cozinha, e logo Liam veio se batendo dizendo que estava salvo. O próximo a contar é Zyah, que se escorou na parede.

Procurei um lugar para me esconder, não queria ir para o quarto novamente, e foi ai que vi a porta da dispensa. Meu Deus! Entrei nela e quase bati em um balde, que consequentemente bateu em uma vassoura, cuidei para não fazer barulho, e ouvi Zyah gritando dizendo que já vinha procurar e a porta da dispensa se abre.

Isso é tão nostálgico! Oh, meu Deus.


"Abri uma porta que eu pensei ser o banheiro, mas era a dispensa. Me ajeitei num pequeno espaço. Ouço uma respiração ofegante perto da porta e a abre, dei de cara com o Bruno.



-Tem espaço pra mais um? – Ele pergunta ja entrando.

-Aham. – Concordei me ajeitando bem apertada para trás.


Ficamos cara a cara, bem próximos, as respirações bem juntas e se confundindo. Seus olhos percorriam meu rosto, e sua boca entreaberta respirando por ela também, vinha um hálito mentolado com Whisky. Alguém abriu a porta. Como desconfiei, Anne.


-Achei os dois. – Ela fala bem alto para o Ryan. – E atrapalhei também. – Ela diz baixinho e tentando fechar a porta, mas Bruno põe a mão na frente e não deixa ela fechar."

-Não tem espaço pra nós dois aqui. - Falei baixinho tentando me ajeitar. 

-Ta me chamando de gordo? 

-Mas não é? - Pergunto e ele oferece gentilmente seu dedo médio, começo a rir em silêncio. 

Não ouvimos mais nenhum barulho, mas ficamos no pleno silêncio. Bruno ficou de frente pra mim como da outra vez que tivemos aqui numa brincadeira parecida, ai meu Deus. Seus olhos ficaram encarando os meus e eu tentei desviar o olhar dele tantas e tantas vezes. Pigarreei baixinho e ele olha para o teto como se estivesse pensando em algo além dali. 

A porta abre e ouço uma gargalhada. 

Bruno Pov's 

Eu não pensei que ela estivesse escondida na dispensa. Isso me lembrou aquela vez em que a recém tínhamos nos visto novamente, ela estava completamente deslumbrante, assim como hoje, que mesmo sem maquiagem, cabelo preso, ela continua linda. 

Ficamos cara a cara ali dentro e eu não conseguia disfarçar meus olhos vidrados no seus e observando seu rosto. Sua pele tão limpa e tão linda. Como ela consegue ser assim?  Tentei parar de pensar nisso, olhei para o teto. 

-Bruno, pensa em outra coisa, pensa em coelhos, coelhos são legais, mas não pensa nela. Eu não posso me apaixonar por quem não está apaixonada por mim. Tenho que parar com essas coisas! - Pensei comigo mesmo, minha mente dizia. 

-Brunão, olha esse rosto rapaz, esse cabelo... sente a respiração dela perto da sua e aproveita! - Algo gritava dentro de mim. 

Legal, agora tô parecendo um desenho animado, aqueles que ficam com um anjinho e um diabinho dizendo o que pode fazer e o que não pode, aí que beleza de vida! Suspirei fundo e a porta se abriu atrás de nós. 

Michelle Pov's 

-Volto mais tarde! - Diz Pres tentando fechar a porta. 

-Não, nós já estávamos indo. - Digo tentando passar pelo Bruno. Ele exita, mas logo dá espaço pra mim. - Não pense em nada bobo, senhora Hernandez! - Ordeno a Pres que começa a rir. 

-Eu? Não pensei nada, ora. - Diz ela rindo e indo em direção a sala. - Eles estavam na dispensa. - Avisa ela a Jaime. 

-O que? Vocês voltaram? - Ai que pergunta mais indiscreta essa da Jaime. Revirei os olhos e junto eu acho que o estômago se revirou. 

-Não, não! - Falei em desdém. 

-Deveriam. - Grita Pres. 

-Vá a merda vocês duas. - Bruno se pronuncia saindo do armário, opa, dispensa. 

-Olha, ele ficou bravo porque você atrapalhou eles. - Jaime disse a Pres. 

-Nós não estávamos fazendo nada, aliás, cadê os meninos? - Pergunto. 

-Estão na cozinha com a Tahiti. - Pres responde. 

-Ah, ela veio? Vou vê-la. - Digo indo em direção da cozinha. 

Fiquei pensando que eu e o Bruno não ficamos muito tempo na dispensa juntos, como deu tempo dos meninos não nos acharem, e quem nos pegar lá ser a Pres? Balancei a cabeça para afastar esses pensamentos tão toscos de mim. Corri na direção da Tahiti que estava de costas pra mim e Liam riu de mim. Abracei-a por trás e tapei seus olhos. 

-Essas mãozinhas pequenas e magras só poderiam ser da Michelle. - Diz ela estragando minha brincadeira. 

-Acertou, mãe. - Diz Zyah.

-Ah, não quero mais brincar assim, vocês me entregam. - Fiz beicinho para eles e os quatro riram. 

Abracei Tahiti, mas dessa vez normal. Rimos sobre alguma coisa que os meninos falaram e fomos para a sala com as duas meninas. Perguntei porque a Tiara não apareceu, Pres disse que ela era boba, e Jaime disse que ela estava ocupada com algumas coisas. Bruno não apareceu por ali um bom tempo, até as meninas decidirem ir embora e eu olhar o horário. Quinze para as sete. Fui até o quarto dos hóspedes e peguei minha bolsa, coloquei-a sobre o sofá. Bruno saiu do quarto para se despedir das meninas e das crianças, eu dei tchau e fui na lavanderia pegar minha roupa. 

-Vou levar você. - Anuncia ele. - Só espera eu tomar um banho rápido? - Sua manha na voz estava bem legal, mas não sei o motivo. 

-Tudo bem. 

Fiquei na sala olhando para a televisão, zero animação. Esperei Bruno vir, e isso não demorou muito.

-Vamos? - Pergunta ele com as chaves na mão.

-Vamos. - Respondi pegando minha bolsa. - Quem limpou a casa hoje? - Perguntei estranhando a casa tão limpa depois da festa de ontem.

-De manhã a Meredith esteve aqui. - Ele falou fechando a porta e trancando-a. - Ela limpou e foi embora.

-Você que faz a festa e ela que limpa, que sem vergonha. - Comentei entre risos.

-A pior parte é quando nós estávamos juntos ela achou uma camisinha bem na ponta da lixeira, ela esperou eu chegar em casa pra tirar ela de lá, Meredith é uma figura. - Ele comenta. Desnecessário meter nossa antiga "relação" no meio, ainda me sinto desconfortável quanto a isso. - Desculpa comentar isso. - Ele acrescenta, comecei a rir do que ele falou anteriormente.

-Ela deve ser bem divertida! - Comento sentando-me no banco do carro.

-Vou ligar a rádio, posso? - Pergunta ele e eu não respondo, mas por um momento de distração, fiquei pensando em alguma outra coisa com o olhar fixo no painel do carro. - Michelle?

-Hã, oi? - Pergunto avoada.

-O rádio, posso ligar?

-Ah, com certeza.

Porque esse clima está assim? Eu só consigo pensar em mim, e nele. Só consigo ver aquela cena da dispensa e ontem a noite na piscina, não era nada pra ser assim, e nada disso era pra ter acontecido. Eu não quero nenhuma aproximação dele comigo. Não quero eu errando novamente em me apaixonar pelo mesmo homem no qual fez-me chorar. Essa angústia me deixa louca, não sei o que é pior.

Gostei de ter passado esse final de semana com ele, principalmente porque vamos nos ver muito pouco agora em relação a sua turnê, e eu querendo ou não vou sentir saudades do meu amigo. Mas esse final de semana me levou a uma certeza, que eu já teria que ter a muito tempo: eu não gosto mais dele, e qualquer aproximação que eu tenha além dessa amizade que temos, pode me destruir.
Que confusão de pensamentos.

Bruno Pov's


Estávamos no carro, somente eu e ela. Antes de sairmos da dispensa eu tive uma vontade tão grande de segura-la e beija-la com vontade, que demorei a sair la de dentro, mas quando por brincadeira Jaime perguntou se nós tínhamos voltado e ela disse que não, com uma voz desdenhada, perdi minhas estribeiras e sai dali. Fui para o quarto, sentei-me na cama e fiquei pensando no que eu fiz para merecer isso!

Eu não quero gostar de alguém que não gosta de mim. Na verdade eu nem sei se quero gostar de alguém, ou se já estou gostando. Sou novo nessa coisa de gostar.

O clima estava tão estranho, ela estava calada. Troquei a rádio que no momento tocava algum rock, e passei para a outra, que tocava alguma música mais romântica. Essa acabou, mas outra romântica começa. Não sei exatamente o nome dela, só sei que fiquei desconfortável já no primeiro parágrafo da música. (Dê play aqui e escute até o final)


Face to face and heart to heart
(Cara a cara e coração a coração)


We're so close yet so far apart
(Nós estamos tão perto mas tão longe)


I close my eyes, I look away
(Eu fecho meus olhos, eu olho pra longe)


That's just because I'm not okay
(Isso é só porque eu não estou bem)

Tudo bem, essa música tem o porque de desconfortável, porque ela é exatamente o que está acontecendo. A próxima fala dela que tem mais haver com nossa situação. Michelle se vira meio que para o lado da janela, e bufa como se não quisesse ouvir a música, mas eu gostei e irei continuar ouvindo-a.

But I hold on
(Mas eu persisto)

I stay strong
(Me mantenho forte)

Wondering if we still belong
(Imaginando se ainda nos pertencemos)

É isso. Nós ainda nos pertencemos. Ok, eu não sei como, só sei que eu preciso tentar para saber, mas ela não quer nada e se eu ir com sede ao pote, ela irá recuar e eu irei estragar tudo como eu sempre faço - porque eu acho que é isso que sei fazer melhor. 

Parei o carro no sinal e observei-a. 

Michelle Pov's

Não que a música fosse chata, ou que eu não quisesse escuta-la, mas é que essa letra me deixa completamente desconfortável em relação a situação que estamos agora. Fiquei olhando para a grande Los Angeles pela janela, cansada de estar ali e tentando me concentrar na minha cama para dormir. Mas o problema é que quando paramos no sinal eu senti o Bruno me olhar, eu não estou louca. 

Will we ever say the words we're feeling
(Nós iremos um dia dizer as palavras que estamos sentindo)

Reach down underneath and tear down all the walls
(Alcançar o fundo e derrubar todas as paredes)

Will we ever have a happy ending
(Iremos nós ter um final feliz)

Or will we forever only be pretending ?
(Ou iremos pra sempre ficar só fingindo?)

Will we a-a-a-always a-a-a-always a-a-a-always be pretending ?
(Iremos s-s-s-sempre, s-s-s-sempre, s-s-s-sempre ficar fingindo?)

Ai, mas que droga de música. Fiquei incomodada sim, fiquei pensando, mal, sei lá. É um sentimento caracterizado pelo "sei lá" mesmo! Dei graças a Deus quando ela acabou, mas como se não bastasse isso, fiquei com ela na cabeça, somente a melodia, pois a letra ainda não havia pego.

Bruno estacionou na frente de casa, e depois daquela música o nosso trajeto foi sem nenhuma palavra. Um absoluto silêncio, e até foi melhor assim pra mim. Quando fui abrir a porta do carro ele deixou trancada. Olhei para ele com praticamente um ponto de interrogação no rosto. 

-A porta. - Digo. 

-Eu sei que ela está fechada. - Bruno se ajeita no banco quase de lado, de frente para mim. 

-Bru, amanhã eu tenho que trabalhar, preciso dormir. - Torci os lábios na esperança de que ele as destrancasse. 

-Eu sei que você precisa, mas antes eu quero agradecer. - Seu suspiro foi tão fundo. - Obrigada por passar o final de semana comigo, por festejar meu aniversário ao meu lado. Você sabe que fora a minha família você é uma das pessoas mais importantes pra mim, sem querer desvalorizar os meninos da banda. Você é especial demais pra isso, e eu não quero perder isso! - Fiquei sem fala, como se algo passasse na minha garganta e entalasse entre ela. Não tinha o que eu responder. Senti que eu poderia chorar a qualquer momento. 


-Bruno, ok... - Eu iria continuar, mas ele não deixou colocando sua mão. 

-Me dê sua mão. - Com receio entreguei minha mão a ele. - Deus sabe como eu queria voltar e fazer você não chorar o que chorou por mim, e sei perfeitamente que agora somos só amigos, mas eu farei o impossível para um dia tentar reconquistar você de volta. 

Puxei minha mão e olhei em seus olhos. Perdi um ano da minha vida praticamente correndo atrás dele, chorando, feito boba, feito criança. Não mais! 

-Não tente Bru, sabe que eu gosto de você como amigo e nada mais. Não me faça perder a sua amizade, ela é preciosa pra mim. - Eu sou forte, eu não chorarei por ele, não agora, não na frente dele. Estufei o peito e só aí que percebi a cara de decepção que ele fez. - Eu preciso entrar! - Anunciei.

-Ok. - Ele destrancou a porta e quando eu abri, olhei para ele novamente. 

Dei um beijo estalado em sua bochecha e bati levemente no seu ombro. 


-A pessoa certa pra você chegará no tempo certo, você saberá quem ela é. Eu desejo toda a felicidade do mundo pra você, meu melhor amigo! 

Não foi fácil falar isso, eu digo que ele é meu melhor amigo, mas lá no fundo ainda sinto algo por ele, bem no fundo é claro. Passamos alguns tempos legais, coisas divertidas, como até a viagem que fizemos para Praga, mas isso foi um erro, e eu aprendi a não voltar e persistir no mesmo erro de sempre. E é isso que irei fazer, não persistir. O que acabou, acabou. 

Bruno Pov's 

Uma bomba explodiu em minhas mãos. Aquele beijo no rosto e aquelas palavras me deixaram desarmado, ela não gosta mais de mim com toda a certeza. Eu tenho que desistir como ela mesmo disse, mas não faz feitio do Peter Hernandez desistir de algo tão fácil. Sei que vai demorar, mas eu vou tentar conseguir ela de volta pra mim. 


    • Oi bonitas, apareci duas vezes seguidas, ontem e hoje! Que mamata hein? :p Próximo capítulo na sexta feira \õ comentem e me digam o que acharam <3 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Capítulo 79

Caminhei até a frente do estúdio e espionei entre as janelas, ele estava vazio e escuro, não tinha probabilidade de ter alguém lá dentro. Me lembro que Bruno parece muito orgulhoso quando me mostrou seus prêmios, e eu fico contente por ele. Ouço passos apressados e rapidamente viro em direção de onde estão vindo.

-Espiando, que feio! - Grita Bruno parando de caminhar tão rápido.

-Desculpa, é que não tinha nada pra fazer... - Tentei explicar o que não tinha explicação.

-Entendi. - Bruno fica próximo de mim, uns 5 passos. - Porque não pega um copo e vai lá dançar?

-Desculpa, mas não vou me sentir a vontade, estou praticamente isolada! - Balancei os ombros e ele riu.

-Está assim porque quer.

-As meninas não vão vir? - Pergunto.

-Elas vieram durante o dia, comemos todos juntos, e depois foram embora.

-Elas perderam uma festa? Estão doentes?

Sua risada me contagia de forma inebriante.

-Não, mas tem os meninos que não devem ficar sozinhos, ai elas optaram por não vir mesmo! - Bruno respira fundo. Havia algo ali, uma tristeza, uma coisa que eu não sei explicar.

-Quer conversar? - Pergunto.

-É sempre bom. - Responde ele.

Caminhamos em direção da piscina. Ele prontamente tirou seus tênis e sentou-se na beirada molhando seus pés, fiz a mesma coisa tirando meu sapato e sentando ao seu lado. Ele ficou encarando a água da piscina, que estava gelada demais, e assim ficamos uns 3 minutos em pleno silêncio.

-O que houve? - Pergunto quebrando o silêncio.

-Uma angústia no peito. - Bruno coloca sua mão sobre o lado esquerdo do peito.

-Sabe o porque disso? - Pergunto.

-Não sei... - Ele fica olhando para os lados e encara a água novamente. - Na verdade eu sei.

-É porque? - Já tinha um palpite em mente.

-Saudades da minha mãe. - Seu suspiro foi tão profundo que me fez aspirar o ar e solta-lo novamente bem rápido.

-É difícil, eu entendo. Tenho que conviver com isso quase todos os dias, e é triste da mesma forma. A cada dia que passa, ás vezes eu penso que posso abrir a porta de um quarto e ela está la, dormindo ao lado do meu pai. - Digo olhando para o mesmo lugar que ele.

-É muito estranho, porque eu trocaria tudo o que eu tenho para te-la de volta.

-Todos nós trocaríamos.

-Eu não consigo ser forte o suficiente para não pensar nela vinte e quatro horas, eu penso nela a cada instante, muitas vezes é quando fico sozinho, e quando fico triste é pior.

-E quando a gente ta assim, não há nada que nos conforta, não é mesmo? - Torço os lábios.

-Na verdade há, a música, e... - Sua voz falha e ele fica em silêncio novamente, tenho medo de não saber o que falar pra ele.

-Não precisa continuar se não quiser. - Coloco a mão sobre o seu ombro e ele olha nos meus olhos. Esses olhos castanhos são tão chamativos, passam uma sensação que não há como explicar.

-É que o que eu vou falar você pode encarar de outra forma, mas eu estou falando diferente. As duas coisas que me acalmam é a música, e você! - Fiquei chocada olhando para ele, mas ele não se perdeu em sua fala e continuou. - Você é minha melhor amiga, há anos, temos uma história juntos, e foi ai que você sempre sou e como me acalmar e me deixar melhor. - Fiquei com lágrima nos olhos. Meu melhor amigo falando essas coisas pra mim.

-Nunca pensei que eu fosse tão importante pra você! - Digo, nunca imaginei mesmo, porque eu não largaria de mão uma pessoa importante pra mim e nem a magoaria. Para Michelle, essa conversa intervem a sua amizade e não as besteiras que rolou.

-Mas você é, minha amiga e meu porto. - Ele ri. - Que piegas que isso ficou.

-Mas foi bonitinho. - Disse entre risos.

-AVALANCHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE. - Ouço um grito, mas não consigo identificar de quem é, e quando olho para trás não dá mais tempo.

Fecho os olhos e sinto o gelo que a água está, minha roupa molhando todinha e a plena sorte que meu celular está na minha bolsa dentro de casa.

Abro os olhos embaixo da água e Bruno está ali também, vou até a superfície e vejo Kam e Ryan rindo como bobocas ali na frente.

-Obrigada seus infelizes. - Bruno falou sério, diria que praticamente xingando.

-Ih, senhor mal humor assim não dá. - Toco água no seu rosto e ele tenta se esquivar.

A água veio na minha direção, fechei os olhos e passei a mão no meu rosto. Olhei fulminantemente para Bruno e começamos a guerrinha de água, os meninos ali fora começaram a apostar quem iria ganhar de quem. Bruno virou-se e eu pulei em suas costas, ele grita pra mim sair dali, e fala que vai me pegar, começo a rir e tentar afoga-lo com a mão na sua cabeça. Ele foi mais rápido que eu e com uma mão segurou a minha perna e a outra prendeu a sua respiração e se tocou pra trás. Obviamente eu me afoguei, mas logo que cheguei a superficie e comecei a tossir, sinto suas mão nas minhas canelas e ele me puxa para baixo novamente, mas agora eu tapei o nariz. Olhei para ele e com minhas mãos fui tentando baixar o vestido que a água tinha levantado. Droga!

-Bruno, eu vou te matar. - Reclamei passando a mão no rosto assim que me apoiei na borda.

-Ih, deu ruim hei negão. - Kam diz.

-Fracote! - Ele mexe comigo, olhei para ele soltando meu olhar mais fulminante - ou tentando - e nadei atrás dele.

Fiquei tentando pega-lo e só dei uma folguinha quando tirei minha jaqueta jeans e ele tirou a camisa.

-Bruno sem camisa, que milagre. - Ryan mexe com ele.

-Tapa o nariz! - Ordeno e com as mãos apoiadas em seus ombros, me apoio neles e levo Bruno para de baixo da água.

Ficamos na luta constante de quem iria afogar quem, até minha respiração não aguentar mais e eu tive que me escorar na borda da piscina. Bruno gritou dizendo que eu era fraca, virei-me para contradizer e afoga-lo, mas ele mergulhou e me pegou na cacunda.

-Bruno me solta! - Grito batendo nos seus braços com dificuldade.

-Se você não se segurar vai cair. - Ele diz rindo de mim.

-O que? Ouvi dizer briguinha na água? - Kam começou a rir e se atira na piscina.


Logo já estava uma boa quantidade de pessoas na piscina, e por consequência Bruno me largou um pouquinho de mão para dar atenção aos outros convidados. Não, longe de mim reclamar disso, mas eu não queria me sentir novamente excluída. Saí com dificuldade da piscina, e quando me agachei para pegar meu casaquinho encharcado, senti duas mãos nas minhas costas me empurrando novamente para a piscina. Bati o braço no braço de alguém, pedi desculpas e coloquei o dedo do meio para o Ryan, o autor do meu empurrão.


Aquela piscina do nada já estava uma loucura, as pessoas pararam de sentir frio do nada e começaram a se esquentar na própria piscina. Eu saí do meio do pessoal e agora meu corpo tremia de frio, minhas pernas tremulas e meus pelos imperceptíveis dos braços estavam arrepiados. Eu sentia frio, até meu queixo tremia. Entrei dentro da casa do Bruno e vi no relógio digital da cozinha a hora. Quinze para as três!

-Hey, ta com frio? - Pergunta um cara que eu não conheço, seus cabelos castanhos claros e sua barba da mesma cor.

-Um pouco. - Falei abraçando-me.

-Vou falar com o Bruno pra te dar algo pra se cobrir, assim vai pegar uma gripe!

-Não precisa, eu já vou embora.

-Já volto!

Insistente é essa pessoa. Sentei-me com cuidado no banco de mármore da cozinha e me apoiei no balcão.

-Que história é essa que já vai embora? - Ouço a voz do Bruno se aproximar.

-É... tô cansada, segunda trabalho e estou toda molhada.

-Não, fica aqui, você dorme no quarto dos hospedes e acho que tenho alguma roupa pra te emprestar. Quer dormir já?

-Bruno, não! - Disse. - Não é necessário, eu posso ir embora agora, não vou incomodar.

-Vamos lá, vou ver uma roupa. - Ele me puxa pelo pulso. - Onde está sua bolsa?

-No quarto, acho que no seu, não sei foi o Phil que guardou. - Respondi.

A música tocava ali dentro, mas quase todas as pessoas estavam lá fora. Quase inverno e todos dentro da piscina. Eu ainda tiritava de frio, e Bruno me carregava para seu quarto, ele também estava com frio pelo que deu para perceber. Olhei suas costas, sua pele, acho que ele anda malhando ou algo assim, seu corpo está mais definido do que antes. A porta do seu quarto abre e parece que minha mente se abriu junto, lembranças, é tão estranho voltar aqui. Paralisei na porta e ali fiquei.

-Entra. - Ordena ele.

Entrei pé por pé e evitei olhar para qualquer canto que me lembrasse de nós.

-Estranho estar aqui?

Não esperava por essa pergunta dele, ou que seja afirmação, por que realmente é estranho estar ali novamente ao lado dele, naquele quarto! Tentei não pensar nisso e na minha cabeça fiquei pensando no que exatamente responder. 

-Até que não é tanto! - Mais fácil eu falar que não é difícil do que mostrar que no fundo aquele lugar ainda balança minhas estruturas. 

-Pois é. Bom, acho que não tem nada seu aqui, se importaria de usar um calção e uma camisa? 

-Não, claro que não. - Respondi. 

Ele entrou no seu closet e enquanto eu fiquei encarando a parede ali, ás vezes olhava com o canto dos olhos para a cama, com medo de me fazer ter uma recaída grande e acabar perdendo as estribeiras. Fechei os olhos e abaixei a cabeça, é mais produtivo do que me matar de qualquer forma. 

"-Bruno... Me puxa. – supliquei pra ele. 

-Nessas horas você precisa chamar quem? 



-Ninguém Bruno, só preciso que tu me puxe para cima da cama. – Resmunguei. 

-Mas você tem que chamar um super herói. 

-Vai a merda. – Resmunguei rindo da atitude dele. 

-Eu puxo você... –Ele afrouxou sua mão me dando mais medo de cair. – Mas só se me chamar de batman. 

-Tá bom, me puxa batman. 

-Não... – Ele revira os olhos. – Diz assim “Bruno, você é o meu batman”. 

-Bruno, eu não vou dizer isso, agora me ajuda. – Supliquei tentando pegar com minhas mãos o colchão mas ele as mordeu. – Cachorro. – Resmunguei. 

-Chama, ou vai cair... 

-Bruno, meu batman, você é o meu batman, me salva. – Interpretei e ele gargalha. 

-Viu, como eu sou um super herói. – Ele se vangloria. 

-Mas não é o batman. – Disse me recuperando, já em cima da cama. 

-Eu posso ser quem eu quiser. – Ele senta na cama. 

-Tá bom, Peter Sonhador, agora vamos ir tomar café. 

-Dá pra comer outra coisa? – Ele pergunta me escorando para trás, com a cabeça no travesseiro."

Droga de mente que insiste em lembrar, persiste em pensar nessas besteiras, coisas que já passaram, que por mim não voltariam mais! Coisas que foram boas, mas que agora só me deixam pior, e que se elas não tivessem acontecido eu não estaria mal assim. Ouvi os passos do Bruno e um barulho, acho que ele bateu algo lá dentro. Abri meus olhos e levantei a cabeça pouco a pouco, o ruim disso tudo é que eu sou romântica, eu me entreguei fácil e deixei-me levar pelo atrativo, pelo "amor" que eu acreditava existir. 

Droga de sentimentos a flor da pele, droga de pensamentos idiotas! Abracei-me no meu corpo, e tiritei de frio. 

-Se seca com essa toalha. - Ele entrega-me uma toalha vermelha. - E depois veste essa roupa, mas assim, eu não tenho roupas íntimas pra você, se não se importar em usar um cueca, eu posso te dar uma. 

-Eu prefiro por uma cueca do que esse calção enorme. - Peguei o calção de basquete que ele me entregou, Bruno riu e tirou da minha mão. 

-Pensei que iria querer algo confortável. - Ele torce os lábios. - Vou ver uma pra você, nova né?

-Com certeza. - Respondi com represa e ele ri. 

-Calma, eu sou limpinho, não tenho nenhuma pereba. - Ele saí com o calção e me deixa rindo ali. - Quer tomar um banho, depois eu dou a cueca ali pra você. 

-Tudo bem. 

Vou calmamente pro banheiro dele. Sim, por dentro eu estou tremendo, sei lá, uma sensação de que tudo poderá voltar se eu fraquejar, mas eu sei que eu não quero isso, eu não quero fraquejar, eu não quero deixar-me ceder por um amor que não vale apena - se é que um dia foi amor. Pensei em tudo isso enquanto a água quentinha do chuveiro a gás caia sobre meu corpo. Escutei a porta se abrir.

-Estou deixando a cueca aqui em cima, ela está nova. Vou lá fora com os outros convidados e bem, você sabe onde fica as coisas da casa, se quiser um lanche, ou escolher um quarto para dormir. Fique a vontade. - Acho que ele não esperou eu responder, porque quando abri a boca para falar ele fechou a porta como se estivesse com pressa.

-Obrigada Bruno! - Se pelo menos ele estiver ouvindo vai ver que não sou má agradecida.

O banho estava tão bom que nem vontade de sair dali eu tinha. Ouvi um barulho no quarto enquanto me secava, mas logo ouvi o barulho da porta do quarto, acho que ele deve ter entrado e já saiu. Vesti a sua cueca nova, azul marinha e fiquei mal por ficar sem sutiã, mas eu acho meus peitos pequenos então não fica tão horrível como se eu os tivesse grandes. Coloquei a camisa dele, uma preta com simbolo da Adidas! Me olhei no espelho e enrolei a toalha no cabelo.

Preciso dormir, esse dia está acumulando muita coisa na minha cabeça, muita ideia maluca!

Fui para o quarto de hospedes, mas antes peguei sorrateiramente minha bolsa. Peguei meu celular e primeiramente avisei a Anne.

"Amor, eu fiquei aqui na casa do Bruno, me derrubaram na piscina e agora estou um sapo de molhada, amanhã pela manhã já estou ai, beijos" 

Mandei e assim que larguei meu celular meus olhos pesaram e virei para o lado.

Não sei nem dizer qual a sensação que acordei, mas era estranha. Ouvi barulhos na casa e risadas de crianças, havia alguém ali. Virei-me para o lado no intuito de dormir, mas assim que fechei os olhos ouvi a gargalhada do Bruno com algo e a voz da Jaime dizendo para os meninos pararem de correr pela casa. Peguei meu celular e a hora que marcava era vinte para uma da tarde! Dormi demais? Capaz.

Levantei-me e quando olhei para a cadeira do quarto ali estava um vestido florido, não sei de quem era, mas o bilhete acima dizia para eu colocar ele. Vesti-o, não ficou perfeitamente, ficou um pouco grande nas alças dele. Coloquei as pantufas que ontem peguei do Bruno e saí do quarto. Fui no banheiro lavei meu rosto e fiz minha higiene matinal.

-Eu vi a tia Michelle. - Ouço a voz do Liam, sorri para o espelho em imaginar que os fofinhos estavam aqui.

Sai do banheiro na espera que algum aparecesse correndo ali, mas eles correram para outro lado. Andei até a cozinha e vi Jaime, Bruno e Pres sentados na mesa que estava com café.

-Bom dia. - Digo dando um sorriso torto, de quem a recém acordou mesmo.

-Que carinha de sono. - Diz Pres e levanta-se de onde estava sentada. - Como é bom te ver, mas sinto em avisar que não é mais manhã, e sim tarde. - Ela ri e me abraça forte.

-Droga, perdi o almoço então. - Falei provocando riso neles.

-E você dormindo, e as crianças fazendo barulho, é bom que assim você ajuda o Bruno a cuidar delas. - Jaime coloca a língua e me dá um abraço.

-Eu ajudar? - Perguntei e olhei para Bruno que assentia com a cabeça. - Tudo bem, mas a primeira pessoinha que me incomodar vai ser tocada na piscinaaaaaa. - Falei sentindo a presença dos meninos na minha volta. Me abaixei para dar um abraço neles. - Ta faltando um aqui, hein. - Digo olhando para os quatro com uma cara de espertinhos.

-Marley não ta aqui, tia. - Disse Zyah.

-Mas que espertinho, acho que ele fugiu de mim. E vocês, aprontando o que? - Perguntei para eles e Nyah começou a rir. - Ai ai ai hein, estão pondo a casa do tio de cabeça pra baixo?

Eles começaram a rir e saíram correndo. Sentei-me na mesa e Bruno estava sorrindo como bobo, mas logo parou e levantou-se. Pres e ele colocaram café pra mim, sempre perguntando o que eu queria a mais. O vestido era de Pres, Bruno havia pedido-o para mim alegando o que aconteceu a noite n a piscina. Tomei meu café e as meninas se despediram dizendo que precisavam ir. Mandei um beijo para Tahiti e Tiara que não estavam ali.

-Me ajuda a cuidar deles? Mais tarde eu levo você em casa. - Comenta Bruno tirando o silêncio.

-Tudo bem. - Dei um sorriso pra ele. - Porque eles ficaram com você? - Perguntei puxando assunto.

Bruno torceu os lábios. - As meninas irão a um desfile de moda, e Eric quer passar um tempo com a mulher dele.

-Ah bom. - Não tinha o que comentar. Os meninos correram do lado de fora, no jardim, e Liam ficou na beira da piscina. Corri para tirar eles de lá. - Cuidado meninos, vocês podem cair. - Digo.

-Liam ter cócegas, como o tio Eric. - Jaimo começou a rir.

-Eu não tenho. - Liam se emburra cruzando os braços.

-Tia, você também tem cócegas? - Pergunta Nyah.

-Eu? - Perguntei e ele assentiu. - Eu nã....

Comecei a rir desesperadamente quando Liam começou a fazer cócegas na minha barriga. Deitei-me na grama e todos eles começaram com suas mãozinhas pequenas percorrer meu corpo no intuito de me fazer rir, e estava conseguindo até demais, nem ar praticamente eu tinha.

Fiz a reviravolta e comecei a percorrer atrás deles, colocando todos para se fazer cócegas, enquanto eu era esquecida pelas cócegas e vista como refúgio de protegimento para o outro não ser atingido. Comecei a rir freneticamente deles, tão lindos.

Bruno Pov's 

(Escutem essa música até o final do capítulo <3)
Gostei da minha festa, mais que nunca! Quando convidei Mich para dormir aqui e ela aceitou os meninos fizeram piadinhas diversas, com o sempre fazem. Phil até falou pra mim que não queria que eu entrasse no quarto dela e eu também não sou louco de fazer isso.

Na manhã Pres me ligou dizendo que iria levar os meninos para a minha casa, claro que deixei, é sempre bom ver meus pequenos. Logo que ela iria desligar, lembrei da Mich, pedi que ela trouxesse alguma roupa para ela e agora ela que fez piadinhas sobre isso, dizendo que nós tínhamos dormido juntos, que eu havia abusado sexualmente dela, o que nada é verdade - infelizmente.

Eles chegaram e fizeram a festa, como sempre fazem. Recebi abraços apertados dos quatro, e foi tão bom receber aqueles carinhos. Já havia passado do meio dia quando Michelle chegou na cozinha, deu oi para as meninas e falou com meus sobrinhos, eles ficam felizes com ela. Fiquei abismado olhando para eles falando com ela, e o jeito dela. Sorri feito bobo, babando meus pequenos, e quando ela sentou-se a mesa eu fechei meu rosto e peguei as coisas para ela tomar café. O porque eu tirei o sorriso do rosto? Nem eu sei!

Conversamos um pouco e Michelle correu para o pátio, por um momento me assustei, pensei que algo grave tivesse acontecido - levei um mini ataque cárdia. Graças a Deus não era nada tão importante assim. Fiquei observando ela de longe com os meninos, eles começaram a fazer cócegas nela e ela ria sem parar. Mich deu a volta neles e fez eles mesmos se enxerem de cócegas. Não sei se eu estava radiante por eles estarem felizes, por ela estar sorrindo, ou por tudo isso.

Mais tarde fomos comer, pedi pizza para nós. Na verdade queria levar os meninos em algum drive thru, mas Michelle achou melhor não. Não que eu tenha obedecido ela, mas quando um não quer, dois não brigam. Pedimos uma pizza bem grande que aconteceu algo inédito: ela sobrou! Nunca sobra pizza aqui em casa, normalmente vamos empurrando com a barriga e comemos.

Em algum momento da tarde, Nyah se aquietou e pediu pra dormir. Eu o pus no meu quarto, arrumei a cama para cuidar para ele não cair e o coloquei ali. Quando voltei Mich falava alguma coisa para Liam, Zyah e Jaimo, que estavam tranquilos deitados no sofá. Fiquei observando de longe, não queria estragar o momento, só aí que percebi que ela estava contando algum conto de fadas pra eles. Fiquei encantado com a forma dela contar e a forma que eles se acalmaram rapidamente.


-O gato estava radiante com o êxito do seu plano e, correndo à frente da carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores...

Encantando com o conto do gato de botas. O jeito que ela falava encantava até a mim, mero adulto que já havia escutado essa história tantas e tantas vezes. Escorei-me na parede e sorri com a cena. Ela se daria tão bem como mãe de um bebê, seus filhos teriam tanta sorte... seus filhos que poderiam ser meus também, nós poderíamos juntos chamar de nossos filhos com orgulho, mas eu sempre tenho que fazer algo, eu sempre tenho que estragar, e dessa vez eu acho que deixei uma grande chance escapar das minhas mãos.

Michelle é o tipo de mulher que qualquer homem queria ter, eu já tinha pensado nisso, mas agora quando eu penso nisso novamente eu fico mal, sinto meu peito se apertando numa dor incontrolável, e enquanto estou aqui pensando nisso, penso num segundo plano que minha única vontade é ir ali e beijá-la fortemente, abraça-la e pedir desculpas por tudo que fiz pra ela.

-Nem vi que estava ai. - Diz ela chegando na minha frente. Como eu não vi ela sair dali, meu Deus?


-Ah, estava vendo meus sobrinhos, sinto tanta falta deles. - Torço os lábios, se eu dissesse que estava pensando nela poderia assusta-la, e quem sabe ela levaria para outro lado e eu iria estragar tudo outra vez.

-Eu imagino como deve ser, ficar longe das pessoas que ama e se cansar com os shows, um em cada cidade diferente em cada dia diferente. - Ela faz uma carinha tão linda, tão compreensiva.

-É, bem isso mesmo. - Digo caminhando em direção da cozinha.

-Posso deixar eles dormindo na sala? - Pergunta ela parada no mesmo lugar, virei-me.

-Se tirarmos eles de lá agora, eles irão acordar. - Dei de ombros.

-Tudo bem, só tenho medo que eles possam cair.

-Ta brincando, eles estão num sono tranquilo, não iram se mexer muito!

Fomos para a cozinha, sentamos na mesa e ela puxou o assunto da turnê. Eu deveria estar parecendo desinteressado pra ela, mas na verdade estava observando seu jeito de falar, sua boca como se mexe, seu sorrisinho bobo ás vezes, o modo com que ela mexe as mãos gesticulando algo. Tudo isso está tão precioso pra mim.


  • Desculpeeeeem pela demora, please! E né que nosso príncipe ganhou outro Grammy, fiquei tão feliz por ele <3 E todos sabem que eu não sou bressica, então nem vou dizer sobre o resto ndisaidosa 
  • Temos a presença ilustre da Julha <3 que leu o capítulo antes de todas vocês e indicou a música, porque sim, estou do lado dela nesse exato momento! Babem! nidsanbdisao 
  • Amei os comentários do capítulo passado. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Capítulo 78

Por milagre divino o serviço foi bom hoje, sem nenhum grito, sem nenhuma repreensão, mas mesmo assim quero sair dali. Arrumei minhas coisas e desci da minha sala, dei tchau para a menina que eu sempre me esqueço o nome – é a saudades da Tina -, e saio do prédio.

Passei no café e peguei um descafeinado pingado. Tomei sozinha sentada na mesa, pensando que amanhã será o aniversário do Bruno e eu preciso alguma roupa. Não quero ir de calça jeans, mas também meus vestidos são todos cavados, mais para o verão. Estamos no outono, então nada melhor que uma roupa nova para ir... Aí meu bolso.

Bom, eu não posso ficar economizando cada centavo e não comprar nada para mim, preciso ter esse gostinho também. Mas quando lembro das contas para pagar, penso em não comprar nem esse café que estou tomando.

Minha tia falou que agora não é só eu e a Anne para pagar as coisas, tem o Theo e ela também que estão pagando, mas a gente precisa dar a parte do dinheiro que o Leo nos emprestou para a casa.É nessas horas que eu penso que ser rica poderia ser legal demais.

Paguei meu café e saí dali decidida a ir ao shopping comprar uma peça nova de roupa, preciso de auto estima!

++++

-Então quer dizer que ele está namorando? – Pergunta Anne dobrando meu vestido novamente.

-Não, ele conheceu essa menina e levou ela pra passear, algo assim. – Respondo secando meus cabelos.

-Então perdeu o bofe.

-Não perdi, porque eu nunca tive, somente eu não quis e ele partiu para outra! – Respondi.

-Jake é muito novinho pra você. Você merece um homem! – Ela levanta. – Claro, esse homem não é o Bruno!

-Quem falou no Bruno? – Acho chato essa mania de tudo ela colocar o nome do Bruno no meio.

-Eu estou falando, porque sei que verá ele hoje. – Ela se escora na parede e suspira fundo. – Desculpa eu sempre me meter assim, mas não quero que você fique sofrendo por ele.

-Mas eu não sofro mais por ele, eu já desisti, não há o que me faça pensar em voltar com ele, somos amigos assim como nunca deveríamos ter passado disso! – Falei sentando na cama com a toalha em mãos. – Tô cansada, não sei o que farei lá! – Torci os lábios e ela riu.

-Você vai lá e vai mostrar que é amiga dele! – Anne vai se aproximando de mim. – Todos sabem que eu não gosto dele, e que implico com essa volta de vocês se falando, mas se isso te faz feliz, isso é o que importa.

-Obrigada! – Digo pegando a sua mão.

-Agora eu vou tomar meu banho, porque a noite é longa. – Ela saí correndo assim que me dá um beijo na testa.

Anne vai sair com Leo, vão para uma festa do emprego dele, e depois vão passar a noite em um motel, ou algo assim. Coloquei meu vestido novo, que deslizou sobre meu corpo pelo creme que havia passado antes. Passei a escova pelos meus cabelos e os deixei soltos mesmo. Peguei minha meia calça e levantei meu vestido para coloca-la, simplesmente porque esqueci de colocar antes do vestido.

Sentei na cadeira e passei uma maquiagem, nada de mais e nem tão chique. Um blush muito de leve, um batom, e meus olhos carregados de rímel. Peguei minhas jóias, e novamente vi o anel que ele me deu, pensei em coloca-lo, mas não quero me matar assim. Passou-se pouco tempo depois que terminamos, e eu estou me recuperando rápido demais e não quero deixar isso escapar. Peguei meu colar e meu conjunto de pulseiras douradas combinando com o colar também.

Tirei minha jaquetinha jeans do guarda roupa e vestia sobre minha roupa. Olhei-me no espelho e a única coisa que faltava em mim era mesmo o sapato. Havia pedido emprestado um sapatinho preto da Anne, ele é mais confortável, e combina mais com meu look confortável. 


++++

-Obrigada por vir. – Ele sorriu quando fechou a porta assim que eu entrei.

-De nada, tem bastante gente né! – Comentei olhando para o resto da casa.

-Sim, tem algumas pessoas... – Ele fala sem jeito e coloca a mão no bolso, meio sem jeito. – Vamos indo. – Ele aponta para frente.

-Claro.

Foi passando o tempo, cumprimentei todos ali, quer dizer, algumas pessoas nem olharam na minha cara, uma mulher ficou me olhando e quando ela viu que eu a vi me observando, ela sorriu pra mim, mas não foi um sorriso falso.

Teve parabéns, teve bolo, teve até musiquinha para ele. Brindamos em nome dele e tiramos fotos. Tirei uma foto com ele sozinha, ele segurou na minha cintura e sorriu abertamente para a foto, no inicio fiquei com vergonha, deslocada, confesso que pensativa, mas depois entrei no clima das fotos. 


++++

Não me senti a vontade ali, não é a mesma coisa. Voltamos a nos falar há pouco tempo e cá estou eu no aniversário dele. Senti-me isolada, ou até um pouco abalada por ter muitas pessoas ali. Claro, ninguém pulou da piscina, mas eles estavam fazendo um jogo com bebida que eu não entendi muito bem, mas enfim, quem perde, eles tocam na piscina.

As músicas que tocava eram antigas, músicas do tempo que morava no Havaí, algumas que eu nem era nascida, mas meus pais escutavam quando eu era pequena.

-Quer alguma coisa? – Pergunta Phil sentando ao meu lado.

-Não, obrigada. – Dou um sorriso deslocado para ele.

-Se sente deslocada, não é? - Phil é impressionante, ele capta o que estamos sentindo. Nem sei o que dizer.

-Fico aqui pensando no que vim fazer aqui! - Respiro fundo.

-Vocês estão voltando a se falar, mas não esquece que tem uma vida toda atrás disso tudo, longos anos... - Ele sempre sabe o que dizer. - Olha, eu sei que deve ser estranho, mas hoje é aniversário dele e por mais que vocês tenham suas desavenças, ele gosta de você e você dele. - Olho diretamente para ele. - Como amigos. - Completa Phil.

-Eu não me sinto mal por ele, porque não sinto mais nada por ele, me sinto mau porque estou entediada. - Reviro os olhos.

Tinha algumas pessoas que eu nunca vi na vida, devem ser amigas dele e amigos, mas a casa estava razoavelmente cheia, acho que umas trinta pessoas.

-Pessoal, quero propor uma coisa para todos solteiros. - Phil levanta e grita, todos olham pra ele e quando eu olho para as pessoas, Bruno estava olhando pra mim, mas desvia o olhar para o Phil quando vi que percebi. - Quem topa "7 minutos no paraíso"?

Foi muitos "gostei da ideia" ou "eu topo". Comecei a rir das pessoas e olhei para o Phil.

-Só você pra inventar esse tipo de coisa.

-Você vai jogar porque estava no tédio e agora irá sair. - Ele puxa meu braço para que eu levantasse.

-Não sei não. - Balanço a cabeça vendo uma rodinha de mais ou menos dez pessoas se formar.

Caminhamos em direção dela e eu me sentei com cuidado no chão para não pagar nenhum mico.

-Gente, preciso que cooperem. - Phil ordena. - Todos que vão jogar estão aqui? - Pergunta ele.

- Chegou o principal. - Grita Ryan, quando me viro para vê-lo, ao seu lado senta-se Bruno também, ai minha nossa.

-Ok...Se dividam, mulheres num circulo e homens em outro. - Phil diz.

-Eu vou no das mulheres. - Brinca Kam, todos obviamente riram.

-É por sexo e não orientação sexual. - Dwayne grita ao lado da sua namorada observando o jogo.

-Ok, agora vamos fazer o seguinte, precisamos de uma venda e uma garrafa. – Prontamente uma pessoa que eu nunca tinha visto alcançou uma venda pra ele, era um lenço que ela tinha no pescoço na cor preta, e então Dwayne deu uma garrafa de cerveja que estava vazia. – Agora preciso que uma mulher e um homem tirem par ou impar. – Assim foi feito, os homens ganharam. – Perfeito, mulheres vocês ficam com a venda, e comecem por ordem horária.

-Então eu começo. – Levanta a mão uma menina de cabelos loiros com cara de sem-sal.

-Isso. – Phil dá um sorriso, ele estava gostando da brincadeira, assim como a maioria ali. – Agora os meninos giram a garrafa e em quem a garrafa cair é quem irá para os sete minutos com ela no quarto. Comecem o jogo.

Olhei para as meninas que apreensivamente olhavam para a garrafa que girava. Na ordem delas eu serei a quarta pessoa a ser vendada. A garrafa parou no Ryan, que riu de uma forma muito louca. Ryan conduziu ela para o quarto e a porta foi trancada.

Eu sabia mais ou menos como é a brincadeira. Depois que eles voltaram a venda foi passada para os meninos e a garrafa para nós. A venda estava em um cara que eu nunca vi. A garrafa foi girada e quando ela começou a fraquejar quando chegou na minha frente me deu um frio na barriga, mas por sorte – ou não -, foi para a menina do lado.

Assim foi indo a brincadeira até chegar na minha vez de por a venda. Fiquei com medo, confesso. Ouvi Phil dizer que a garrafa foi girada, e eu com aquela venda sem poder ver nada fiquei aflita. O mais pleno silêncio se fez e só consegui ouvir um “iiih, deu ruim”... Não pode ser o que eu estou pensando. 


Senti a mão fofa e que eu não poderia esquecer nunca segurando a minha e me puxando para levantar. Apertei meus olhos, não quero passar sete minutos trancada com ele em um quarto... Não é “um quarto”, é um dos quartos que nós já ficamos, isso é péssimo pra minha recuperação e minha auto estima, mas prometi a mim mesma que irei sair do jogo assim que sair do quarto.

Seus dedos seguraram firme a minha mão e os meus relaxaram, não segurei na sua mão deixei que ele apenas segurasse na minha. Entramos no quarto e ele me guiou até a cama. Gelei!

-Não irei fazer nada com você, não se preocupa. – Avisa ele.

-Tudo bem. – Dou um sorriso, um alivio no meu corpo que estava tenso ainda.

-O que podemos fazer em sete minutos? – Ele ri gostosamente. Aí, que saudades dessa risada...

-Não sei, eu estou vendada e não posso fazer nada. – Ergui as mãos e ele riu novamente.

-Que tal uma música... Pode ser? – Assenti positivamente. – Conhece Faithfully?

-Acho que não... não estou lembrada.

-Vou cantar uma que eu acho bem legal então, tudo bem?

-Tudo! (Se quiser escutar o instante desse trecho clique aqui e inicie no tempo 0:54 até 1:17)
And I need you now tonight, and I need you more than ever

(E eu preciso de você essa noite, e eu preciso de você mais do que nunca)

And if you only hold me tight, we'll be holding on

(E se você simplesmente me abraçar forte, nós ficaremos abraçados)

Forever

(para sempre)

And we'll only be making it right 'cause we'll never be wrong together

(E estaremos somente fazendo o certo porque nunca estaremos errados)

We can take it to the end of the line

(Juntos nós poderemos levar isso até o limite)

Engoli a seco, eu adoro essa música, um clássico, mas justo essa parte ele tinha que cantar? Respirei fundo.

-Adoro essa música...

-É, eu sei. – Ele me interrompe.

-Mas acho que não quero cantar ela hoje! – Continuei o que estava falando.

-Ok, tenho uma outra, acho que essa você conhece, ela é mais recente...

-Pode cantar. – Dou permissão a ele e coço a área da minha bochecha que coça por causa da venda. (Comece no momento 1:22 até 1:51)

Oh - once in your life you find someone

(Oh -uma vez na vida você encontra alguém)

Who will turn your world around

(que vira a sua vida de ponta cabeça)

Bring you up when you're feelin' down

(que te anima quando você está mal)

Now nothin' could change what you mean to me

(Agora nada poderia mudar o que você significa pra mim)

Oh there's lots that I could say

(Há muita coisa a dizer)

But just hold me now

(Mas apenas me abrace agora)

Ele estava me pegando por pontos fracos, mas que droga. O que ele estava querendo, me fazer chorar?

-Bryan, ótima escolha, mas essa música não é tão nova assim. – Comecei a rir para distorcer o clima.

-Eu não ia cantar essa, mas se quiser que eu cante...

-Claro que quero, assim possamos fazer algo para matar o tempo. – Dei um sorriso e ele se cala por alguns segundos. Se eu pudesse ver diria que ele está pensando em algo e engolindo a saliva.

Batuquei meus dedos nas pernas e esperei ele começar a cantar. (Dê play na música a partir daqui e só pare no final)

I'm not a perfect person

(Eu não sou uma pessoa perfeita)

There's many things I wish I didn't do

(Há muitas coisas que eu gostaria de não ter feito)

But I continue learning

(Mas eu continuo aprendendo)

I never meant to do those things to you

(Eu nunca quis fazer aquelas coisas com você)

And so, I have to say before I go

(E então eu tenho que dizer antes de ir)

That I just want you to know

(Que eu apenas quero que você saiba)

I've found out a reason for me

(Eu encontrei uma razão para mim)

To change who I used to be

(Para mudar quem eu costumava ser)

A reason to start over new

(Uma razão para começar de novo)

And the reason is you

(E a razão é você)

Ele parou de cantar, ficamos no mais pleno silêncio, tirando a batucada que estava lá fora. Rezei pra que alguém abrisse a porta e eu não precisasse falar nada, mas eu precisava falar algo... Se essas músicas quiseram passar a mensagem que eu interpretei, ele está enganado, por mais bonito que isso seja, e que nossa história tenha sido má concluída, eu não voltarei atrás na ideia de que nós não somos mais um casal e nem seremos.

-Bruno... – Dei uma pausa e respirei fundo.

-Fui idiota fazendo isso? Desculpa.

-Na verdade pode ser bonito para qualquer outra menina, mas não tenta isso comigo, nós somos amigos. – Tateei minha mão em busca da sua. – E é isso que seremos sempre!

A dor de falar isso para ele está mais amena do que era antes, agora não sinto-me tão mal como antes, acho que o tempo está me fazendo bem e também não me sinto mal por ter voltado a falar com ele como amigos, isso eu acho que até me ajudou um pouco na recuperação... O que eu estou falando hein, quero chorar agora pensando na música.

Ouço um barulho.

-Vamos, nosso tempo acabou. – Bruno fala com a voz tão distante, parece que ele iria chorar...? Não, ele não choraria, tenho que parar de ver coisa onde não tem! Ele pega na minha mão e eu me levanto para sairmos.

-Pode tirar minha venda, por favor? – Pedi e ele riu.

-Só um minutinho! – Ele larga minha mão e faz alguma coisa antes de passar os braços por mim e desamarrar a venda que impossibilitava minha vista. Vi seus olhos e seu sorriso. Me aproximei dele e beijei de leve seu rosto e o abracei fortemente. – Obrigada por ser meu amigo. – Senti uma energia boa quando ele abraçou-me fortemente, mas por um momento vi que não estava sentindo a mesma coisa que sentia antes. Senti um friozinho na barriga e aquela vontade de dizer que ele é um grande amigo, mas acho que isso é carinho. Não estou sentindo nada demais, nem mais aquele aperto no coração quando falei com ele a primeira vez depois que terminamos.


  • Por mais que tenha tido pouco comentário, eu postei ele enorme, né? Mas talvez o de sexta seja bem pequeno (meu normal de capítulo é 7 à 8 páginas de word e o de sexta talvez terá 4) É que eu estou de baba de duas garotinhas e não tenho quase tempo pra escrever, mas é só até esse final de semana que cuidarei delas! 
  • O que acharam do Bruno? Será que ele ta arrependido assim pra estar cantando essas músicas pra ela? E essa nova Michelle, mais segura de si, está legal? *-* Preciso da opinião de vocês...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Capítulo 77

No meio da noite acordei apavorada. Corri para o banheiro e vomitei tudo o que comi. Olhei-me no espelho, aparência pálida, olheiras profundas. Minha pele gélida como numa manhã de inverno. Só o que faltava eu ficar mal.


Desci correndo as escadas e preparei um chá bem quentinho. Fiquei observando a noite pela janela enquanto o chá estava sendo preparado. A noite estava estrelada, significa que amanhã será um dia bem ensolarado! Lembrei-me o motivo do alívio da consciência, eu voltei a falar com o Bruno. Sinto-me mais leve por isso, mas não liberta... Eu deveria me sentir liberta dele?

A chaleira apitou, peguei o sache de chá de erva doce e coloquei na minha xícara. Sem açúcar, adicionei a água e peguei uma colher. Fui para o quarto cuidando os passos fortes no chão para não fazer barulho, não quero acordar ninguém. Minhas pernas bambearam antes de eu entrar no quarto e por momentos pensei que não iria aguentar. Segurei-me com a mão esquerda na parede e firmei a xícara na minha mão.

Arrastei-me fraca até a cama e senti uma dor forte no meu estômago, larguei a xícara na mesinha e respirei fundo. Peguei-a novamente e tomei um gole do chá. Estava bom, então fui tomando pouquinho por pouquinho até esvaziar a xícara. Larguei-a na mesinha e apoiei meus braços pelos cotovelos nos meus joelhos e repousei minha cabeça em minhas mãos.

Um barulho se fez no meu estômago antes de eu deitar, senti todo o chá voltando para minha boca. Pus a mão sobre ela e corri para o banheiro com medo que não chegasse a tempo! Regurgitei novamente tudo, mas dessa vez vomitei junto o líquido gástrico, ele é nojento e horrível de azedo. 


-Era só o que me faltava. - Disse passando a boca sobre a costa da minha mão.

Será que isso é... não! Isso não é, menstruei semana passada, e já faz quase um mês, sempre nos protegíamos. Isso não é. Deve ser estômago, gastrite, algo assim. Escovei meus dentes e passei água no rosto. Eu ainda continuava pálida e gélida, minha pele parecia porcelana. Voltei para o quarto, deitei com calma e me virei para o lado para ver se pegava no sono.

++++

-Ah, ficou terrível, odiei! – Anne bufa assim que pega o vestido.

-Você nem experimentou. – Revirei os olhos em reprovação.

-Mas vai ficar feio porque eu estou gorda, estou uma baleia.

-Vai a merda, porque se setenta por cento das mulheres do mundo tivessem seu corpo, elas estariam felizes da vida! - Zoe fala, finalmente.

-Ah, eu não falo mais nada. – Deixei assim.

Inicio de Outubro, primeiro experimento do vestido de noiva e dos nossos de madrinha. Antes passamos na casa de decoração para acertar com a moça direitinho, e no dia do casamento ninguém de nós precisará se preocupar em arrumar as coisas, a mulher se comprometeu que tudo será arrumado pela sua equipe. Contratamos até DJ para animar a festa e é claro, o que seria do casamento de um dos integrantes da banda se a banda não tocasse? Pois é, os meninos irão tocar.

Passou um mês que eu voltei a falar com o Bruno - e quanto aquele dia que passei mal, era uma maldita infecção estomacal, tive que tomar soro no dia, e ainda passei três dias tomando antibióticos e comendo sopinhas, só não reclamei porque ninguém deixava eu fazer nada, e eu é claro que gostei disso. Voltando ao ao Bruno, claro não nos falamos todos os dias, nem mandamos mensagens carinhosas um para o outro, mas eu fico realmente sem aquele peso na consciência. É bom voltar a falar com ele. Falando nisso preciso comprar um presente de aniversário pra ele, sua festa irá ser no final de semana, bem no dia do seu aniversário, e eu fui convidada.

Pensei sinceramente em não ir, mas eu falei com o Jake – nós estamos com uma amizade bem forte, e eu destaquei para ele que não teremos nada mais que isso. Eu não sinto tesão algum por ele, e também não o vejo como homem para namorar -, ele disse que é bom eu ir, para mostrar que eu não estou magoada e nem estou afim mais dele. Concordei em partes.

As meninas odiaram o fato que eu voltei a falar com o Bruno, bom, pelo menos no inicio. Agora Zoe está gostando, ela disse que isso fará bem pra mim e ajudará a esquece-lo mais facilmente. Blair disse que não pode falar muita coisa, mas que está feliz por eu estar feliz. Já a Anne... Ela odeia o Bruno, disse mil e uma coisas e já deixou de aviso prévio que não quer ele próximo a ela no casamento, sem ser na hora do altar, é óbvio.

E eu? Como eu me sinto? Feliz. Na verdade eu saí num final de semana – fiquei longe das bebidas, ok? -, me diverti muito e fiquei com um cara. Nada sério, apenas ficamos, nem trocamos número de telefone. Dele só sei que o nome era John e sua idade 28.

-Michelle? Tá me ouvindo? – Grita Anne dentro da loja.

-Hã? Tô! – Respondi balançando a cabeça.

-Então pode entregar o vestido pra vendedora, por favor. – Anne começa a rir do meu transe.

-Idiota. – Falei pra ela e esticando a mão com o vestido para a vendedora.

-Ficou bom, moça? – Pergunta ela.

-Ótimo, amei! – Respondi.

-Ok, então vamos marcar a próxima visita aqui. – Uma outra vendedora chama-nos para o balcão.

Elas ficaram combinando o dia. Ficou para janeiro. Bom, o vestido caiu bem em mim depois que elas ajustaram mais largo, mas nunca se sabe, depois de festas de fim de ano, como vamos ficar, então é bom fazer outra prova.

-Olha, eu não queria estragar prazeres, mas porque você vai na festa dele? – Estávamos andando pela rua, acabamos de sair da boutique.

-O que? Pra que esse assunto agora? Do nada... – Fiquei confusa.

-Sério, eu não entendo o porque.

-Anne, eu sou amiga dele desde que nasci, nós temos uma história juntos, seja boa ou não. Não irei perder isso porque eu tentei ficar com ele e eu que me apaixonei.

-Isso é verdade, quem se apaixonou foi você, mas ele foi cachorro! – Anne rebate.

-Ele é cachorro. – Zoe dá de ombros fazendo o comentário.

-Obrigada por me apoiarem nas minhas decisões. Amigos que eu saiba, não julgam! – Hormônios a flor da pele.

-Eu não quero mais falar sobre isso. Mich, você é grandinha, sabe o que faz. Anne, vá cuidar do seu namorado e deixa a Michelle. – Santa pacificadora Zoe.

Acho que não falamos mais nada sobre esse assunto. Eu não fico braba por falarem no Bruno – não mais – eu fico brava é porque Anne implica com ele porque ele não faz nada certo, mas ela já errou muito nessa vida. Não estou defendendo o Bruno, mas eu sou justa. Não julgo ninguém para não ser julgada, ai vem a Anne julgando ele, mas esquecendo que também pode ser julgada por muitos motivos.

Talvez eu esteja fazendo tempestade em copo de água, mas não gosto de ficar falando nesse assunto.

Meus sentimentos/pensamentos ainda estão um caos total, que droga.

Bruno Pov’s

“-Desculpa por confundir amizade com amor, acho que nunca te amei, sempre pensei que fosse algo real, mas acho que era a amizade gritando mais alto! Eu tenho a culpa por isso, e se eu não tivesse feito essa confusão talvez nós nem tivéssemos passado por isso que estamos passando.”

Isso não saia da minha cabeça. Vê-la dizendo que nunca me amou e que errou apenas... isso machuca, caí como facas no meu peito. Eu me sentia amado, e sempre me sentia feliz quando eu me lembrava que havia uma pessoa no mundo que me ama. E agora? Tirando minha família e meus fãs - que eu considero uma família -, eu não tenho ninguém.

++++

Passei o final de semana com as minhas irmãs, eu precisava de colo e tirando a Michelle, as únicas que me acalmavam eram elas.

Pres disse que isso é dor de amor, comecei a rir, não amo ela! Posso ter me apaixonado, ou ainda estar apaixonado, mas amar eu não amo.

++++

-Encomendei todas as bebidas que pediu. – Ryan chega na maior folga se tocando sobre o sofá.

-Beleza, essa festa tem que ser muito boa! – Disse animado com o fato de fazer uma festa para meu aniversário.

-Ah, chegaram cartas. – Ryan levantou-se e deu uma corridinha até a cozinha. – Tem das suas fãs, tem uma que eu não sei de quem é, e as que são suas contas eu já as peguei para paga-las amanhã mesmo.

-Carta de fãs... como elas descobrem meu endereço? - Perguntei em voz alto o que era para ser uma pergunta interior.

-Agradece a Deus por ter apenas três cartas. - Ryan sentou-se novamente no sofá. - Quando começará os ensaios para o casamento?

-Vão ser um por mês. Então sempre que viermos uma vez para Los Angeles, será naquele dia! - Respondi largando as cartas sobre meu colo.

-E a Michelle?

-O que tem ela? - Pergunto me fazendo de desentendido.

-Ainda estão se falando?

-Claro... ás vezes.

Quisera eu falar com ela todos os dias, mas não quero assusta-la e nem parecer grudento demais. Se bem que já passei dois dias seguidos sonhando com ela. Um dos sonhos, o primeiro, foi estranho. Nós estávamos conversando no Havaí, e os seus pais nos chamavam para a ceia de natal, mas o curioso é que eles estavam como antes de morrerem e nós já éramos adultos assim. E o segundo sonho foi bom, ela sorria deitada na cama, ao meu lado. Eu tenho medo do que esses sonhos com ela possam significar. Como minhas irmãs disseram há um mês atrás, sobre eu estar amando ela, o Phil falou a mesma coisa. Phil quase sempre tem razão nas sábias palavras, e eu tenho medo que isso possa se profetizar. Eu não quero amar e não ser amado. Enfim, Phil me mostrou uma música no seu tablet, o nome é The Reason. Decorei a letra de tantas vezes que q escutei. A música é tão viciante e a letra tão real. Ele falou que a letra é perfeitamente minha para a Michelle...Eu não sei mais no que pensar. Daqui a alguns dias será meu aniversário e ela irá vir na festa. Não quero que ela se sinta excluída e nem perdida ali, quero que ela se divirta comigo no meu aniversário. 


Entrei no quarto, sentei na cama e li as três cartas. Minhas fãs tem um sentimento tão puro por mim, e eu tenho medo de iludi-las, engana-las ou decepciona-las, porque elas são minha vida, meu trabalho é minha vida. Na hora me veio na cabeça aquelas fãs que pediram para que eu voltasse com a Michelle. Dobrei as cartas novamente, não tenho como responde-las, e as guardei na minha gaveta especialmente para papéis valiosos para mim! Falando nelas, entrei no twitter e dei um oi geral, saí e deitei na cama. Fiquei esperando o sono vir olhando para as paredes brancas... Minhas paredes tão vazias, preciso de fotos, quadros nelas! Irei providenciar.

  • Levaram um susto pensando que ela tava grávida né? :p ndsandoisa mas não :p
  • O capítulo não está pequeno, mas também os comentários não foram muitos, mas enfim isso não tem nada a ver! Está desse tamanho porque esse final de semana foi corrido demais e eu não pude escrever nada :\ Sorry, quarta feira tem mais :D