segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Capítulo 38

Fui dormir feliz, acordei um pouquinho atrasada, mas ainda sim feliz demais. Só de pensar que é quarta feira eu já fico feliz. Coloquei uma maquiagem bem leve, e uma roupa confortável, já que hoje será mais um dia que ficarei vendo aqueles benditos projetos sobre o prédio dos japoneses.

++++

-Não quero sair de casa. – Grita Anne.

-Ninguém está obrigando você a ir conosco hoje a noite. – Disse procurando minha jaqueta no guarda roupa.

-Mas eu quero ir. – Reclama ela.

-Te decide. – Zoe bufa.

-Essa roupa está legal? – Anne aparece na porta do quarto. Ela vestia uma saia comprida e um cropped branco.

-Tá linda. – Disse. – Decidiu ir conosco? – Perguntei arqueando a sobrancelha levemente.

-Na verdade acho que vou sair pra tomar algo no pub com o Leo...

-Com o Leo? – Parecendo não acreditar no que Anne tinha falado, Zoe pergunta.

-É... o Leo. – Diz Anne normalmente.

-É só eu que estou estranhando ele querer ficar tão pertinho sempre de você? – Pergunta Zoe.

-Isso é, ele até parou de me ligar... – Comentei.

-Ele parou porque não gosta de ficar vendo você sofrer, e também, eu acho que ele já levou muitos foras seus, não é? – Anne faz uma cara tão autoritária, senti medo.

-Tudo bem então. – Rendo minhas mãos. – Minha roupa ficou legal? – Eu estava vestida simples. Apenas uma calça jeans, tênis, camisa do Jack Daniels, e uma jaqueta de couro por cima.

-Amei a camisa principalmente. – Palpita Zoe.

Anne saiu dali e foi terminar de se arrumar.

-O que deu nela? – Pergunta Zoe baixinho pra mim, enquanto passava lápis de olho.

-Vale a resposta “não sei”? – Perguntei e ela ri.

-Acho que vale, pois é a mesma coisa que eu digo. – Zoe verifica a maquiagem e passa batom levemente vermelho. – Será que ela e o Leo estão ficando? – Pergunta ela.

-Acho que não. – Disse pensativa.

Bom, na verdade eu não tinha pensado nisso antes, pode ser mesmo que a Anne e ele estejam ficando, ou se conhecendo melhor, já que naquela vez, na boate, ele pareceu por várias vezes com ciúmes dela. Na verdade eu nem sei o que está rolando com ela.

-E você e o Paul? – Perguntei.

-Ah, ele é legal, mas eu estou de olho em outra pessoa. – Ela sorri.

-Outra pessoa? Quem? – Curiosamente perguntei.

-Não fala nada pra ninguém. – Ela fala como se fossemos aquelas adolescentes que gostam de alguém em segredo. – Eu não sei o nome dele direito, mas ele é da banda do Bruno.

-Kam? – Perguntei diretamente.

-Como ele é? – Pergunta ela tentando lembrar.

-Moreno, bem gatinho, alto...

-Não, ele não é muito alto. Pouca coisa mais alta que você. – Ela compara.

-Não folga, não esquece que somos quase da mesma idade. – Disse e ela gargalha. – Não sei quem seria... – Voltei ao assunto.

-Vai falando os nomes dos quais você sabe...

-Dwayne, Phil, Kam, Phred...

-PHRED. – Ela diz em voz bem alta. – Ele mesmo.

-O Phred? – Perguntei e ela assenti. – Ele é um gatinho. – Comento pegando a jaqueta na mão.

-Pois é, eu também acho. – Ela sorri travessa.

-Quem vai buscar vocês? – Pergunta Anne, novamente chegando ao quarto.

-Vamos de metrô. – Respondi prontamente.

-O Leo ofereceu-se pra dar uma carona. – Diz ela dando um sorriso.

-Vamos com ele? – Pergunta Zoe diretamente pra mim.

-Não vejo problema algum. – Sorri.

Descemos do apartamento. A roupa da Zoe estava simples, assim como a minha. Anne foi na frente, ao lado do Leo, e nós duas atrás. Na rádio uma música tocava, e enquanto eles conversavam sobre coisas aleatórias, eu prestava atenção na letra. Ela dizia que não ia desistir tão facilmente, porque não sabe como vai ser viver sem o toque, o cheiro, do seu amado á quem se retrata.

-Conhece essa música? – Perguntei baixinho para Zoe.

-Conheço sim. – Ela diz assentindo ao mesmo tempo.

-Quem canta? – Curiosamente perguntei.

-Carrie Underwood. – Ela responde prontamente. – Eu acho linda, ela tocava em uma série.

-Ah... Tem ela no celular? – Perguntei.

-Acho que sim. – Ela abri a bolsa e procura seu celular. Ela fica fuçando no celular, passando por uma grande e diferenciada playlist até chegar na música. Dei um sorriso. – Tenho sim.

-Pode me passar?

Ela me passou a música. Eu amei, amei a letra, e a voz da mulher também é perfeita. Fui com a música grudada feito um carrapato na minha cabeça. Chegamos no condomínio onde o Bruno mora e nos despedimos de Anne e Leo. Entramos logo após o porteiro ligar para o Bruno e comunicar que estávamos lá. Quando fiz menção de bater na porta, ele a abre. Sorri pra ele envergonhada. Não tínhamos nos visto após aquele sonho que ele teve comigo.

-Boa noite. – Ela dá espaço para passarmos e cumprimenta Zoe com um beijo na bochecha, e eu também. – Ué, cadê a senhora estresse? – Ele se referiu a Anne.

-Se ela sonha que você chamou ela assim,considere-se um homem morto. – Disse e ele ri dando de ombros.

-Ela saiu com o Leo. – Responde Zoe.

-Espera... ela ta saindo com o Leo ? – Ela pergunta impressionado.

-É o que eu e a Zoe estamos tentando descobrir. – Disse e ele sorri.

-Vamos para a sala. Se quiserem largar as bolsas no quarto. – Ele aponta para o corredor dos quartos.

Eu e Zoe demos passos largos, largamos nossas bolsas sobre a cama de casal estendida com um lençol lilás, muito lindo e muito caro aparentemente. Chegamos na sala e fomos bem recepcionada pelos meninos, já bebendo, e conversando sobre vários assuntos.

-Mas cara, ela era muito gostosa, e os peitos dela... que peitos. – Ryan parece viajar no espaço pensando em alguma mulher.

-Respeita as meninas ali cara. – Diz Phred apontando para nós.

-Como se nós não tivéssemos peitos. – Zoe diz.

-Não... Como se nós não soubéssemos que vocês falam do corpo das mulheres e prestam atenção em tudo. – Corrigi o sentido do que eles estavam falando e Bruno da um sorriso de canto.

-Nós, homens, somos previsíveis assim? – Pergunta Phil.

-Nem todos, confesso que alguns é mais difícil de desvendar, mas a maioria é sim. – Respondi prontamente e ouço um “oooun”.

-Eu sou previsível? – Pergunta Bruno olhando para mim.

-Não, nenhum pouco! Você é bipolar. – Disse abertamente e os meninos fazem um coral de “aaah”.

-Vocês mulheres também. – Diz Kam.

-Mas nós somos mulheres, é típico do nosso gênero mudar de opinião. – Respondeu Zoe.

-Ih negão, acho que você nasceu no corpo errado. – Phil da um tapinha no ombro do Bruno que levou tudo a brincadeira. Que bom.

Me sentei ao lado de Phred, assim facilitando Zoe sentar ao meu lado. Estrategicamente levantei para pegar uma bebida, e Phil sentou-se ao lado de Zoe, assim deixando ela no meio dele e do Phred. Sorri com que vi, ele falou e olhou pra ela, parecendo admira-la. Também, quem não admiraria? Ela é linda, linda demais. Peguei uma taça de vinho tinto e sentei-me numa das poltronas. Bruno voltou da cozinha, rindo de algo que falava com o Kam.

-Não acham que no verão, podemos dar uma festa na piscina? – Pergunta Bruno servindo martini a um copo gordinho.

-Acho uma boa... mulheres de biquíni. – Ryan revira os olhos e morde os lábios.

-Ele só pensa em mulheres? – Perguntei baixinho como se estivesse fofocando com Dwayne.

-Imagina ver vocês de biquíni, que paraíso. – Diz Ryan. Toquei uma almofada nele e Bruno o olhou.

-As duas já tem dono. – Disse Phil e Bruno quase se engasga.

-Quem é meu dono? – Pergunta Zoe. – Até onde eu sei, sou solteira.

-Ah, nada impede que tenha pessoas afim de você por ai. - Ryan solta a indireta.

-Opa, quem é? –Perguntei.

-Tô curioso pra saber quem é os donos. – Comenta Bruno animadamente.

-Se faz de idiota. – Comenta Phil revirando os olhos.

-Ah, eu não sei de nada sobre quem está afim da Zoe. – Diz Ryan levantando as mãos.

-Eu não vou falar que o Phred pediu pra eu guardar segredo. – Disse John.

-JOHN. – Grita quase todos os meninos e Phred abaixa a cabeça, se finando de rir, e John coloca a mão na cabeça.

-Eu não falei nada. – Ele faz um fecho na boca.

-Gente. – Zoe só sabia rir, e agora eu também.

Afinal, todos acabaram caindo na gargalhada juntos. Bebemos mais um pouco, e conversamos, rimos. Noite estava animada, e perfeita.

-Pra ficar melhor, só falta jogarmos algo. – Bruno dá a ideia.

-Viciado. – Comentei baixinho.

-Depois eu te digo no que eu sou viciado. – Ele se aproxima do meu ouvido.

-Opa. – Comenta Phil que passava por nós. Sorte que ninguém estava prestando atenção em nós, mas não vou negar que subiu um arrepio em mim na hora que ele falou isso. Bruno me tira do controle.

-Vamos jogar aquele... – Kam parece fazer esforço para pensar o nome.

-Aquele qual? – Pergunta Phil.

-Que tem que perguntar o que quer, que gira a garrafa...

-Verdade ou consequência? – Zoe palpita.

-Isso, menina inteligente. – Ele atira um beijo no ar para Zoe. – Desculpa Phred. – Ele pede desculpas e atira um beijo pra ele.

-Por mim essa brincadeira está ótima. – Respondeu Bruno.

-Por mim também. – Phil deu de ombros.

Os meninos arredaram algumas coisas que estavam na nossa volta. Enquanto sentavamos em um circulo no chão, Kam foi pegar uma garrafa. Quando voltou, pos ela no meio, e Phil a girou.

-Ah, lembrando que eu não posso beijar ninguém. – Ele da um sorriso.

-Nem eu. – Diz Dwayne.

A garrafa foi girada, primeira pessoa a ser a vítima foi Ryan. Bruno perguntava pra ele, e obviamente ele escolheu verdade. Porém a regra foi dita “só pode uma verdade para cada jogador, e depois de três consequências, poderá uma nova verdade”. O Bruno perguntou, ele respondeu a pergunta e continuamos com o jogo. Agora foi a vez de Phil com Zoe. 

-Verdade ou consequência? – Pergunta ele.

-Consequência. – Responde ela.

-Oh menina corajosa. – Diz Kam e faz todos rirem.

-Deixa eu pensar... – Ele fica pensativo e alternando o olhar entre nós todos e as coisas a nossa volta. – Te desafio a dar um selinho da Mich. – Ele sorri. Sacana.

-Beijo lésbico, ADORO. – diz Ryan se preparando pra nos ver. 



Anne se aproximou de mim, e tranquilamente encostamos nossos lábios uma na outra. Não é um bicho de sete cabeças. Olhei para todos que nos olhavam curiosos. Ryan parecia ter tara com isso, fetiche, sei lá. A garrafa foi rodada mais uma vez, e agora era a vez de Zoe perguntar para o Kam. Ele escolheu verdade. A resposta veio dele, e a garrafa novamente girou, mas dessa vez demorou para parar. Eu e Phil. O olhei pensando em alguma “vingança”.

-Verdade ou consequência? – Perguntei á ele.

-Verdade.

-Pergunta fraquinha, mas vai lá... A Urbana realmente é seu amor? Ou já teve alguém que balançou seu coração além dela? – Perguntei e ele me olha diretamente.

-Ela foi a única mulher que conseguiu me conquistar inteiramente. Tudo nela me atrai. Então sim, ela é realmente meu amor. – Diz ele. Sorri com a resposta.

A garrafa girou, agora Bruno perguntava para o Phred. Obviamente, Phred com medo, disse que queria verdade. Bruno para encurrala-lo perguntou se ele estava afim da Zoe. Mas como a verdade tem que ser dita, para a brincadeira ter graça, ele disse que sim. Zoe ficou um pimentão, e eu feliz por ele estar afim dela, e ela estar afim dele. Bendita garrafa que girou, e agora, Bruno e Zoe. Bruno perguntava pra ela, e ela escolheu consequência.

-Você tem que se trancar no quarto com o Phred durante um minuto. – Bruno diz e ela fica boquiaberta.

-Vocês não prestam. – Ela diz entre risos.

Phred levantou se rindo e com muita vergonha. Ryan e Phil acompanharam eles até o quarto, enquanto nós esperávamos ali, sentados conversando. Ouvi um grito de Ryan e a gargalhada de Phil.

-Cara, eles se pegaram lá dentro. – Diz Phil quando correu a nossa direção.

-Passou um minuto já. – Disse Dwayne.

-Deixa eles lá aproveitando. – Bruno disse e eu o olhei.

-Vamos continuar? – Perguntei.

-Claro. – Diz Ryan. – A brincadeira tá rendendo.

Sentamos novamente e logo chegou Phred e Zoe, com sorrisos safadinhos no rosto. Olhamos para eles e rimos, mas depois agimos como se nada tivesse acontecido. Caiu agora uma consequência para o Phil, que era ligar para um fest food e dar em cima da atendente. Ele fez isso, e ficou muito hilário. Agora a garrafa foi girada, e caiu a pergunta para o Bruno, e quem a faria é o Phred.

-Vingança.- Phred disse e Bruno lançou um olhar matador. – Quero que você beije a Mich, mas beijo com pegada, aqui, na frente de todos. – Ele diz e Bruno respira fundo. Senti minhas bochechas corarem.

-Tem que ver se ela quer... – Bruno diz.

-Não tem não querer... – Phred diz convicto.

Levantei-me completamente envergonhada e fiquei esperando o Bruno se ajeitar. É estranho fazer isso com todo mundo te observando. Quando percebi Bruno estava com uma mão na minha cintura e outra na minha nuca. Posicionei minhas mãos envolvendo seu pescoço e nos beijamos. A língua dele estava apressada, ouvi alguns gritinhos bobos mais nem dei bola. O compasso do beijo estava equilibrado, e Bruno parecia ter sede de algo. Me apertando mais contra o seu corpo, nós viramos as cabeças para lados contrários, e sua mão desceu um pouco mais pela minha cintura. 



-Epa, vamos parar por aqui, era um beijo não um filme pornô. – Disse Phil e faz com que todos ríssemos. Sentei totalmente envergonhada e Bruno me olhou. Aquele olhar safado e penetrante, que fez eu me sentir como se estivesse nua. Ai meu Deus.

-O povo quer saber... Foi bom o beijo dele? – Perguntou Ryan pra mim.

-Não sei, quer experimentar? – Perguntei ironicamente e ele ri.

-Obrigada gatinha, mas hoje eu não quero bofe. – Ele faz uma voz de gay.

O jogo foi desandando, e cada vez mais nós riamos. Não teve mais nada demais como beijos, nem nada assim, apenas micos e muitas risadas. O estoque de bebida foi renovado, agora comecei a beber algo que nunca tinha bebido, porém, gostei. Algum motivo que eu não entendi, Phil se levanta.

-Pessoal, a reunião está ótima, mas eu vou indo para não deixar a Urbana preocupada. - Diz ele recebendo a atenção de todos.

-Que pena. - Lamentei. - Você faz nós darmos altas gargalhadas.

-Ah, obrigada, me senti um palhaço, mas obrigada mesmo assim. - ele ri largando o copo sobre a mesinha.

-Negão, vou pegar a tua carona. - Diz Dwayne todo atrapalhado.

Acabou que somente os dois quiseram ir embora. Enquanto todos ainda bebiam, eu me levantei para ir ao banheiro. Fiz minhas necessidades e quando saio, dou de cara com o Bruno. Tive um dejavu. Sorri pra ele e quando fiz menção de voltar, ele me pega pela mão.

-Me acompanha. - Diz ele roucamente.

-Mesmo se eu não quisesse você já está me puxando. - Sorri amarelo.

Saimos pela cozinha, entrando numa porta branca lateral. E logo vi que estavamos na garagem.

-O que viemos fazer aqui? - Perguntei e bati o olho naquele carro em que fomos para Santa Monica, ai que viajem maravilhosa.

-Eu trouxe você aqui pra falar do.sonho... - Lembra ele aquela noite em que me acordou e me fez ficar imaginando loucuras.

-Ah, é mesmo. Me conta. - Pedi curiosamente.

Bruno se apoia no capô do carro e me chama pra frente dele. Ficamos frente a frente, ele entrelaça suas mãos na minha cintura e fica encarando meu rosto de forma que o mesmo queime com uma certa timidez.

-Nós estávamos naquele apartamento antigo, e você estava bem alegre, pois havia acontecido algo de bom grado. Comíamos comida japonesa. - Ele olha nos meus olhos e eu me impressiono, comi algumas vezes comida japonesa, e amei. - Começamos a dançar Johnny Cash, e cantar também. Então o clima começou a esquentar, e você me tocou sobre o sofá. Tirando minha roupa e dizendo que ia me fazer muito feliz, foi ai então que usou essa boquinha sexy pra me dar muito prazer. - Ele dizia com a voz mais comum, e ao mesmo tempo mais instigante. Conforme ele ia lembrando, eu podia sentir o volume que se fazia no meio de suas pernas. Olhei para baixo e sorri envergonhada. - Começamos a nos despir totalmente e eu me sentei, com você se encaixando em mim perfeitamente. Cavalgou no meu colo, e me fez enxergar estrelas. Quando eu levantei e segurei você no meu colo, corri para o quarto, toquei você na cama, e comecei a dar o máximo de mim, até você chegar no ápice duas vezes quase consecutivas. - Arregalei os olhos e ele tira uma das suas mãos da minha cintura e coloca meu cabelo para trás da orelha gentilmente. Ele é o único que consegue ser safado, e ser romântico ao mesmo tempo.

-Que sonho. - Comento e percebo ainda mais o volume da sua calça quando me movimento rapidinho para trás.

-Agora imagina eu acordar assim? - Ele brinca. - Falando nisso, eu já estou me animando. - Bruno olha discretamente pra baixo.

-Já percebi. - Digo.

-O que vamos fazer a respeito? - Ele gruda nossos corpos e deixa meu rosto à centímetros do seu.

-O que pensou? - Perguntei.

-Pensei em aproveitarmos um pouquinho. - Ele cola sua boca na minha quando falou isso. Seu hálito invadindo a minha boca fez com que eu sentisse coisas bem exitantes.

-Aqui? - Perguntei me referindo ao local.

-Aqui e agora. - Sua mão passa pra minha bunda e a aperta com vontade.

Estou ciente de que não podemos demorar muito então comecei a beija-lo, enquanto ele tentava abrir a minha calça, quase que sem sucesso, mas logo conseguiu e a abaixou até os pés. Fiquei ainda coberta com a calcinha, que ele pos para o lado com facilidade e introduziu seus dedos em mim. Por pouco eu não o mordi. Senti um prazer enorme enquanto ele me instigava. Tentei abrir sua bermuda mas não consegui, então ele a abriu e abaixou até os pés também, junto com a cueca. Passei minha mão sobre seu membro bem ativo e voltei a beija-lo, dessa vez com mais instensidade. Num giro, pode-se dizer, surpreendente, Bruno me vira para o lado do capô e com a minha ajuda, eleva meu corpo para sentar no mesmo, o carro é claro que deu uma baixada, e ele se encaixa no meio das minhas pernas. Ajudei ele a tirar minha calcinha, e coloca-la junto da minha calça que estava nos meus pés, trancada pelo meu tênis que não tirei. Assim que senti apenas um pedacinho daquele membro invadindo-me, arqueei as costas e agarrei seu braço, agora eu estava me contorcendo de prazer. Bruno investia ora fortemente, outrora levemente. Fique com meus peitos cobertos, e minha jaqueta coberta, sobre a fina blusa que vestia, e Bruno também não tirou. Literalmente nós demos uma rapidinha, já que minutos depois, Bruno chegou onde queria chegar. Me joguei para trás e ele deu leve tapinhas na minha coxa.



-Já falei o quanto eu te acho gostosa? - Pergunta ele.

-Já falei o quanto eu adoro essa sua voz rouca e sexy? - Perguntei me ajeitando em pé.

-E quando essa voz fala coisas safadas no seu ouvido, gosta? - Ele chega baixinho no meu ouvido e pergunta, enquanto arrumava a roupa.

-Adoro. - Digo com um sorriso travesso.

  • Oi, to eu aqui no fim. Gente, eu vou postar o próximo na quarta - se eu estiver melhor, porque estou com suspeita de pontada (pneumonia) -, mas se tudo der certo, vou estar aqui na quarta \õ. Ah, amei os comentários do capítulo 37, e espero que esse renda comentários assim também! Muito perfeito, obrigada por lerem, e comentarem. <3 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Capítulo 37


Saí do banho e percebi que Anne já havia chego. Passei diretamente para o quarto, pus o pijama, enrolei meu cabelo na toalha e coloquei as roupas no cesto de roupa suja. Saí do quarto indo para a sala. Liguei a televisão e fiquei passando de canal em canal para ver o me interessava.

-Boa tarde moça. – Diz Anne enrolada em uma camisola do plutão.

-Boa tarde. – Respondi com um sorriso no rosto.

-Passou onde esse tempinho? – Ela senta-se ao meu lado.

-Eu vou te contar e vou receber 500 patadas na cara. – Revirei os olhos.

-Mich, eu sei que errei em fazer aquilo, em ter gritado com você, mandado ele ir embora, mas eu não aguento ver você sofrendo.

-Mas você tem que entender que eu amo ele. Anne, eu AMO ele. – Frisei a palavra “amo”.

-Eu sei... – Ela pareceu pensar em algo. – E eu errei, desculpa.

-Desculpada. – Disse.

-Mas então... – Ela se ajeita no sofá, cruzando as pernas. Peguei meu celular e desbloqueei só pra ver se tinha alguma mensagem. – Foi a onde com o Bruno?

-Fomos para Santa Monica. – Disse.

-Santa Monica? Eu não acredito que foi sem mim. – Ela pareceu decepcionada.

-Pensei que ia me xingar por eu ter ido com ele. – Revirei os olhos e ri, ela também.

-Não vou mais te xingar por isso, e nem vou me meter na sua vida Mich, eu só quero que você seja feliz, seja com quem você quiser. – Ela sorri.

-Obrigada por me entender.

-Mas e ai,como é lá?

-É perfeito! – Disse maravilhada. Senti meus olhos brilharem por lembrar de cada momento. – O parque é ótimo, o mar lindo, a areia muito limpinha.. Ah, é tudo maravilhoso! – Disse por fim.

-E ele, como foi?

-O Bruno? – Perguntei. Idiota eu, obviamente que é ele.

-Sim né. – Anne diz entre risos.

-Ele foi maravilhoso, um perfeito cavalheiro. – Viajei em pensamentos e voltei para falar. – Ele deu um urso pra mim, ficamos no carro.

-Ficaram no carro? – Ele se espanta.

-Sim, e ele me proporcionou uma transa perfeita. Assim como todas com ele.

-Poupe-me de detalhes sórdidos, mas me lembra quando eu for entrar nesse carro, não quero entrar. – Ela diz como se fosse algo nojento.

-Ai, como se você nunca tivesse feito. – Revirei os olhos.

-É, mas é diferente quando é os outros.

-Tudo bem.

-Mas continua...

-Ele foi romântico, não digo como se nós fossemos namorados, mas ele foi romântico sendo romântico. É difícil de explicar exatamente como foi, só sei que foi perfeito demais.

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Eu poderia passar horas falando como foi o tempinho que o Bruno me proporcionou sendo o Peter. Poderia falar sobre seu sorriso alternativo, sobre seus olhos apaixonantes, sobre sua boca que não tem igual, seu beijo que sempre deixa aquele gostinho de quero mais, e que a vida – minha vida – pode não fazer sentido sem tudo isso. Agora eu posso dizer que eu estou vivendo novamente, como eu não vivia tão intensamente á dez anos atrás. Ajudei um pouco a Anne a organizar a casa. Logo me deitei no meu quarto e peguei meu caderno, comecei a rabisca-lo, escrevendo coisas sem sentido, e então escutando músicas, peguei no sono.

Bruno Pov’s

Acordei assustado. Sonhei com algo muito estranho. Eram sete homens, todos com uma tatuagem na nuca, eles estavam cobertos somente com uma fina manta sobre suas partes intimas. Falavam coisas que eu não entendia, parecia um ritual, no meio deles tinha um livro, algo grande, e uma espécie de cálice. Me assustei e quase gritei, quando fiz um barulho eles me olharam e por longos segundos me encararam. Depois de eu ficar observando aquilo, e eles beberem do liquido grosso que tinha no cálice, eles se retiraram. Eu acordei e me senti estranho, não gostei desse sonho, acho que estou vendo coisas fictícias demais.

Meu celular tocou assim que eu sai do banho, atendi a ligação do Ryan.

-Fala cara. - Digo com a toalha tapando minha cintura enquanto procuro alguma roupa.

-Bruno, temos uma reunião com os produtores na semana que vem. - Diz ele.

-Mas já nós não tínhamos terminado os assuntos pendentes? - Perguntei arqueando a sobrancelha como se ele estivesse me vendo.

-Eu achava que sim, mas ele não quis me retratar sobre o que era. Só disse para ir eu, você e o Phil. - Disse ele. Peguei uma camisa cinza normal.

-Deve ser coisa da turnê. - Revirei os olhos.

-Nunca se sabe né.

-Ta, e que horas vai ser? - Perguntei agora me virando para pegar a bermuda.

-Nove horas da manhã, avisa o Phil.

-Tudo bem. - Respondi prontamente.

-Ah, a viajem para o Japão fica pra quarta que vem.

-Nossa semana corrida. - Apoiei o celular sobre meu ombro.

-É. - Diz ele. - E por onde andou no final de semana?

-Sabia que iria perguntar isso. - Revirei os olhos largando minhas roupas na cama

-Levou a Michelle a onde? - Ele pergunta tranquilamente.

-Como sabe que foi a Michelle? - Arqueei a sobrancelha.

-Eu sei que foi ela, por que nenhuma outra mulher você levaria pra passear.

-Pois então. - Respirei fundo e desdobrei a camisa para vesti-la. - Levei ela em Santa Monica. - Respondi.

-Mas que amor.

-Amor nada. - Rebati.

-Mas então quer dizer que está se apaixonando.

-Que isso negão, até parece que não me conhece. - Disse espantosamente.

-Ta, vou ficar quieto. - Ryan deu um riso.

-Engraçadinho. - Revirei os olhos. - Nos falamos mais tarde, porque agora eu vou me vestir.

Nos despedimos e eu me vesti. Cueca boxer azul marinho, bermuda jeans escura, tênis preto, e camisa cinza, o básico. Peguei as chaves do carro e fui na parte de trás da casa. Abri as coisas e dei uma conferida geral.

-Boa tarde senhor Bruno. - Disse Meredith entrando na sala de música.

-Boa tarde. - Respondi.

-O senhor vai sair?

-Vou sim. - Disse após passar a mão na guitarra verde que tenho paixão.

Sai de casa e peguei meu carro. Passei no starbucks, parei para algumas fãs, que sinceramente, se não fossem tão novinhas, e não desse cadeia, eu pegava.

Michelle Pov's

Acordei diversas vezes na madrugada. Fui ao banheiro, tomei água, senti calor, senti frio. Acho que pagarei alguma gripe. Acordei meio que contra vontade, relutante levantei. Pus uma calça jeans, sapatilha preta, camisa preta com detalhe na gola, e uma fitinha no cabelo, só pra não ficar tão normal assim. Peguei o metro, e quando desci passei na auto escola, remarquei as datas das aulas teóricas e voltei ao caminho do trabalho.

-Bom dia. - Disse quando passei pela Tina no corredor.

-Bom dia. - Animadamente ela diz, agora me seguindo até a sala. - Estava doida pra falar com você ontem, mas você não foi na festa.

-Ah, eu não estava aqui. - Respondi largando a bolsa no armário.

-Hm, onde foi? - Pergunta ela interessada, não vi mal em responder.

-Fui para Santa Monica. - Respondi.

-Eu sei que fica meio estranho eu te perguntar isso, mas, era você que estava envolvida naquela briga na Empire? - pergunta ela após um tempo caladas.

Eu não conseguia lembrar daquele dia sem lembrar das coisas que o Bruno fez e me disse, lembrar de tudo que passamos, e das verdades cuspidas na cara. Os tapas que eu dei nele... Respirei fundo e me ajeitei na cadeira pra responder.

-Era eu sim, infelizmente.

-Ouvi comentários diversos lá dentro.

-O que falavam? - Perguntei curiosa.

-Uns diziam que quem começou foi o Bruno, outros diziam que você começou o barraco, e outros colocaram a culpa no outro menino dizendo que ele agarrou você.

-Nossa, que povo mais intrigante e fofoqueiro. - Revirei os olhos.

-Pois é... Mas e o que foi?

-Foi assim, eu sou amiga do Leo, e estava dançando com ele, mas como você sabe eu fico com o Bruno. E quando o Bruno viu nós dançando, falou coisas pra nós, ai brigamos. - Não queria ter que lembrar disso. Não queria nem pensar nisso, quanto mais falar em voz alta.

-Nossa, que babado. - Tina fala como se fosse bom ver seus dois amigos brigando por você.

Dia cansativo. Trabalhei até mais do que sempre trabalho para adiantar o serviço sobre as plantas e outras coisas dos Chineses que tratamos na última reunião. Saí e passei no starbucks para comer algo. Tomei um café e recebi uma ligação do Leo. Ele disse que está bem, perguntei sobre seu rosto, e ele disse que os leves hematomas já tinham sumido, mas a raiva dele só aumentava. Quando eu falei sobre minha ida á Santa Monica, levei um xingo dos mais lindos. Mas eu mereço ouvir, eu mereço isso. O que as pessoas não entendem, é que mesmo eu sofrendo assim, será pior sem o Bruno, e eu estou tão envolvida com ele, que não me vejo sem ele, não vejo minha vida sem seus carinhos, sem seu beijo, sua voz, tudo nele. Bruno e eu somos incomparáveis, eu preciso dele, e ele disse que precisa de mim, porém não temos nada certo, não temos um destino. E se eu disser que vejo nós no futuro, vou estar mentindo, porque de tantas as vezes que ele frisou que não gosta de mim, não como futura alguma coisa dele. Peguei meu caminho pra casa, não digo cabisbaixa, porque eu não vou abaixar minha cabeça diante desses pensamentos, nem pra nada. Cabeça erguida sempre.

No meu mp4 tocava uma seleção de músicas que eu achava lindas. Então, cantarolando baixinho, fui ouvindo até percorrer todo o caminho de casa. Abri a porta e vejo Anne dormindo no sofá. Cheguei perto do seu ouvido silenciosamente. Quando enchi minha boca de ar e assoprei na sua orelha.

-Filha da... – Ela levanta assustada. Gargalhei alto.

-Delicia, atirada ai no sofá, não dá sopa assim neném, que eu estou ultimamente muito saidinha. – Disse divertidamente e ela gargalha.

-Saidinha? Até com mulheres? – Pergunta ela.

-Com mulheres, com homens, vem qualquer um. – Ela solta uma gargalhada estranha.

-Ainda não entendi uma coisa!

-O que?

-Porque diabos você me acordou? – Ela espreguiça.

-Porque se quiser ir dormir, vá dormir no quarto. – Disse vendo ela se levantar. – Recebeu minha mensagem?

-A que você disse que chegaria bem mais tarde? – Assenti positivamente. – Recebi.

Eu e Anne comemos alguma coisa, na verdade ela comeu praticamente sozinha, pois eu já tinha comido. Tomei um banho descansada e quando deu oito e meia resolvi ir dormir. Meus olhos já estavam se fechando, por dormir mal a noite.

Meu celular toca, desesperadamente tento abafar o som dele. Olho para quem estava me ligando. Bruno...

-Alô. – Respondi sonolenta.

-Te acordei? – Pergunta ele com uma voz rouca.

-Acordou... que horas são?

-Três e quarenta. – Responde ele.

-Posso saber o que houve? – Perguntei já pensando em algo pior.

-Você precisa me ajudar.

-O que houve? – Agora minha voz se preocupou.

-Tive um sonho...

-Ah, não acredito. – O interrompi.

-...nada católico com você. – Continua ele. Minha boca abriu-se mas ficou sem resposta. – Oi? – Ele chama a atenção.

-Ta me dizendo que você teve um sonho, nada católico comigo, do tipo... – Ta, eu sei o tipo, mas queria que ele me falasse.

-Tipo um sonho bem pornô. – Revirei os olhos. Desejo? Senti um arrepio vindo do meu ventre.

-E você me ligou pra dizer isso? – Perguntei incrédula, mas bem que eu gostei.

-É que eu precisava ouvir a sua voz, saber que roupa está usando...

-Bruno. – O repreendi com um riso abafado.

-Diz...que roupa está usando? – Pergunta ele. Comecei a rir.

-Estou com meu pijama.

-E como ele é?

-Bruno... ele é um short curto rosa, e uma camisa rosa também. – Respondi sentindo minhas bochechas corarem profundamente. Que vergonha.

-E roupa íntima? –Pergunta ele.

-Bruno, não, não vou responder isso. – Disse envergonhada ao extremo.

-Responde, por favor. – Aquela voz sexy, rouca.

-Calcinha preta, to sem sutiã. – Respondi. Meu Deus, minhas bochechas pareciam queimar em chamas vivas.

-O que eu faço agora? – Pergunta ele com a voz bem rouca, quase irreconhecível.

-Eu é que pergunto, me liga a noite, me acorda, me instiga, e eu que fico mal. – Dá onde eu tirei coragem pra responder isso? Definitivamente, eu fico muito mais safada quando estou com ele.

-Então quer dizer que eu deixei você com vontade....

-Claro né Bruno. – Revirei os olhos.

-Seria loucura eu ir até ai?

-A Anne nos mataria! – Respondi.

-Verdade... E você vir pra cá?

-Amanhã eu trabalho, e também essa hora o metrô demora demais. – Bem que ele poderia morar aqui do lado da minha casa mesmo.

-Que droga. – Ele reclama, ficamos alguns segundos sem falar nada. – Então, no final de semana, eu vou fazer uma reunião com os caras aqui em casa, vem você, a Anne e a Zoe.

-Ótima ideia. – Respondi. – Vai ser comemoração de que? – Perguntei curiosa.

-Na verdade de nada muito especial, na quarta nós vamos para o Japão!

-Japão... que chique! – Disse boquiaberta.


  • Ia postar amanhã, mas ao que tudo indica eu não vou ter tempo, então pra não deixar vocês sem até segunda feira, estou postando hoje. 
  • O número de comentários caiu pela metade, então se não estão gostando, me avisem que eu posso corrigir o que estiver errado. Enfim, se continuar assim vou começar a postar um á cada três dias. (Exemplo: Segunda posto, ai postarei novamente só na Quinta...)... mas só se continuar com pouco comentário. 
  • <3 Tomara que gostem. Beijos. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Capítulo 36

Nós chegamos em silêncio na praia, exceto por uma única frase que Bruno disse assim que estacionou “Nós já chegamos.”. Não entendi o motivo dele ter ficado assim, quer dizer, eu entendi. Ele não gostou que eu tenha falado com o Leo, só porque eles brigaram, mas a culpa disso não é minha – no fundo é, eu sei -, mas ninguém manda eles quererem resolver as coisas como cães e gatos, na briga. Já tínhamos ido ao banheiro no caminho e feito nossas higiene. 

Bruno Pov’s

Posso não saber o que deu em mim, mas minha felicidade foi pro espaço assim que eu escutei “Já, na verdade nos beijamos uma única vez”. Como ela pode ter beijado ele? Ela não é apaixonada por mim? Isso que eu não entendo, a cabeça das mulheres, tão complicadas, tão complexas. Fiquei calado o trecho todo, o trecho pequeno, que ainda faltava para chegarmos. Disse uma única frase e caminhamos para a praia. É, estava deserta, totalmente deserta. Apenas o dia nublado, o mar agitado, e a areia cor escura.

-Não foi uma boa ideia ter vindo pra essa praia, parece que aqui o tempo piorou. – Disse ela se abraçando para se proteger do frio. Eu fiquei com vontade de abraça-la para o frio passar e meu corpo esquenta-la, mas ela que peça ao Leonel.

-Quer voltar para a outra, ou ir pra casa? – Perguntei em tom normal.

-Você que sabe... – Odeio quando me respondem isso, mas também gosto porque assim eu fico no controle.

-No carro decidimos, aqui está frio. – Falei dando meia volta para caminhar até o carro.

Vi ela caminhando ao eu lado, com frio. E realmente o vento que estava vindo do mar estava horrível, uma brisa gelada. “Protejo do frio ou não?” fiquei me perguntando por algum tempo, acho que uns dois minutos. Cheguei ao lado dela, e passei meu braço pelo seu ombro. Minha mão alisou seu braço gelado. Olhei para suas pernas – que pernas, meu deus -, de shorts, e chegou a me dar frio. Apresamos o passo até o carro. Abri a porta pra ela e entrei na minha.

Michelle Pov’s

Eu falo que ele é indeciso, eu digo que ele é louco, completamente maluco. Ele pareceu ficar brabo comigo depois que falei com o Leonel no telefone, mas também quando estávamos retornando ao carro, ele me abraçou para amenizar o frio. O que eu faço com a loucura desse homem, meu Deus? Eu só posso esperar uma resposta divina, porque terrestre, nem Freud explica. Sentei no banco do carro. Coloquei meu casaquinho e fiquei olhando para frente. Voltei meu olhar para o banco de trás e segurei meu urso com toda a força.

-Vamos para onde? – Perguntou novamente.

-Vamos indo pelo caminho que viemos, aí se quisermos, nós passamos em Santa Monica novamente, se não, vamos para Los Angeles. – Disse tentando simplificar.

-Tudo bem. – Ele liga o carro e fica cuidando para dar a ré nele. Assim que arrancamos com o carro eu liguei o rádio.

A música que tocava do lifehouse me fez pensar tanta coisa. Bruno batucava a direção. Com o embalo do carro e a música tocando, nada melhor do que dormir. Fechei meus olhos me concentrando no sono. Sinto uma brusca freada. Abro os olhos e o carro está parado.

-Por que paramos aqui? - Perguntei olhando para a estrada sinistra, sem ninguém.

-Porque eu quis. - Ele diz, dei de ombros. Disserto ele quer ir ao 'banheiro'. Vejo a sombra dele levantando do banco, e abrindo a porta ao mesmo tempo. Continuei deitada repassando na minha cabeça a noite tão linda que passamos juntos. Senti um vento nas minhas costas e olhei pra trás, Bruno tinha aberto a porta do meu lado. Ficou me encarando com seus cabelos bagunçados.

-Vem aqui fora. - Pede ele.

Levantei cuidadosamente do carro e por pouco não bato minha cabeça no teto. Ele quase ri mas fica me olhando.

-O que foi? - Perguntei o encarando e arrumando meu shorts.

-Lembra quando nós eramos pequenos e que montávamos um na cacunda do outro? - Relembra ele meus momentos de nostalgia quanto a infância.

-Sim. - Respondi tirando o cabelo do meu rosto.

-Então, sobe na minha. - Diz ele ficando de costas pra mim.

-Não vai dar certo Bruno. - Reclamei.

-Confia em mim que vai. - Fiz ele. Eu tenho segurança nele.

Me preparei e saltei sobre suas costas, distribuindo minhas pernas uma para cada lado do seu corpo. Segurando firmemente e resmungando algo, ele corre um pouco comigo, desci três pequenos degraus e chegamos na beira do mar. Um pedaço da praia que parece ter sido esquecido um pouco por ser tão alojado. Tinha uns pássaros no chão, na areia bem dizer, olhei sorrindo pra tudo e com minha mão grudada no seu peito, respirei fundo e quase que imperceptivelmente, colei meu tronco mais com o dele.

Bruno solta minhas pernas como se fosse um pedido para que eu descesse. Assim fiz. Fiquei encarando o mar por um longo tempo.

-Isso significa o que? – Perguntei abrindo os braços sentindo o vento vindo do sul bater no meu peito e se esvairá para os lados.

-Significa que eu quero aproveitar com você. – Ele diz ao meu lado. Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas. Por um momento pensei que ele poderia dizer que quer namorar comigo, mas aterrizei minhas assas na Terra e balancei levemente a cabeça olhando para o mar novamente.

Bruno parou na minha frente, deixou nossos corpos bem colados. Colocou a palma da sua mão sobre meu rosto e aproximou o seu do meu. Nossas bocas entreabertas, e nossos olhares sincronizados, como se fosse um pedido para que prosseguíssemos com o futuro beijo. Olhares cruzados, e agora fechados. Minha boca se uniu com a dele, sentindo sua língua tão ardente por amor. Havia algo tão mágico naquele beijo, suas mãos na minha cintura, eu sentia como se o mundo estivesse girando ali na nossa volta, e nós ali, parados nos beijando. Pouco a pouco sua mão foi descendo e parou sobre a barra do meu short. Puxei ele, segurando seu pulso e andamos rapidamente para o carro. Eu sei que ele quer. E eu também quero. 

Abri a porta de trás e me joguei para o fundo, largando tudo o que tinha no banco de trás para o banco da frente enquanto ele ajustava o banco mais pra frente para dar espaço á nós. O pouco espaço que tínhamos fazia com que nossas respirações se confundissem. Os vidros fumes davam um toque mais “aventureiro” nisso. Seu corpo veio sobre o meu, e tirou o casaquinho que eu estava vestindo, no momento nem frio eu sentia mais. Passei meus dedos pelos seus cabelos dando uma trancada. Beijei sua boca com voracidade e distribui selinhos pelo seu rosto, enquanto ele travava uma luta com meu sutiã. Tirei ele junto com a blusa. Meus peitos denunciavam o extremo prazer que eu estava sentindo. Eu sei que é um mês somente sem sexo, porém, quanto mais eu transo com o Bruno, mais vontade dá. É tipo uma droga, vicia, e além de viciar consegue te deixar mais safada do que o normal. Ele passou a mão sobre meu peito e tirou sua camisa rapidamente.

A palma das suas mãos tentaram pegar meus peitos, e unir eles dois com muita pressa. Sua boca foi diretamente para eles, intercalando entre os dois. Não preciso nem comentar o jeito que eu me sentia. Na minhas pernas eu acho que descia uma cachoeira de tanto tesão e de tanto que eu estava esperando por isso. Passei minha mão nos seus cabelos novamente e ele geme baixinho.

-Gosta disso? – pergunta ele sugando meus peitos. Assenti positivamente e ele sorri grato. 
Sua mão percorreu minha barriga e chegou no botão da calça. Ele a desabotoou quase sem problema nenhum. Com o auxílio de uma das minhas mãos empurrei o shorts para baixo, e Bruno ainda sugava meus peitos que eu prevejo cheio de marcas mais tarde. Sua mão quente passou pela minha barriga, meu corpo se arrepiou por inteiro. Seu dedo me explorou mesmo por cima do tecido fino da minha calcinha branca, que deveria estar transparente. Agora, emplacando alguns limites, ele coloca a mão por dentro da calcinha, e me instiga com alguns movimentos. Minhas pernas começaram a tremer, e comecei a gemer alto. Meus olhos descompassados giravam procurando alguma explicação.

-E disso, gosta? – Pergunta ele se referindo ao que estava fazendo.

-Continua, por favor. – Pedi, quase implorei.

Me entreguei por completo aos sentidos que estavam se aflorando mais e mais naquela hora. Minhas pernas queriam tremer e eu as deixava livremente, Bruno parecia estar gostando da tortura que ele estava fazendo em mim. Foi quando apertei os olhos profundamente e senti meu colo se explodir num orgasmo, e ele não parou em nenhum momento de me acariciar. Minhas pernas que antes tremiam, agora além de tremer não estão obedecendo meus comandos, elas estão querendo se fechar sozinha, quase inexplicável.

-Isso foi impressionante. – Diz ele rente aos meus lábios, seu hálito me fez delirar.

-Eu preciso de ti agora, mais que tudo. – Disse dando uma leve puxada no seu cabelo.

Bruno se sentou e eu me ajeitei para tirar a calcinha, que como eu havia dito, estava encharcada. Bruno tirou a bermuda junto da boxer cinza e dali pulou aquele membro tão cobiçado, tão gostoso, e tão mordível. Passei a língua nos lábios para humidece-los e me pus novamente como eu estava.

-Senta. – Ele me ofereceu seu colo.

Sentei sobre ele e encaixei seu membro de forma que ele me penetrasse. Arqueei minhas costas e senti uma coisa inexplicável. Parece tão melhor, ou a mesma coisa, ou sei lá, quando você já chega no ápice antes mesmo de começar a transa. Suas mãos quentes passaram pela minha cintura e estacionaram ali, procurando uma forma de ficarem me elevando e abaixando sobre seu membro que eu não tinha comentado, estava pulsante.

O impacto de nossas peles se chocando uma contra a outra, e o fato de estarmos nos arriscando ser pegos pela polícia da frota estava deixando tudo mais gostoso. O suor que escorria pouco de nossos rostos, o cheiro do perfume que exalava do seu corpo quente, os vidros embaçados, e nossas respirações fortes com gemidos vindo de mim.

Estava cansando de ficar assim, quando Bruno me deitou e se pôs sobre mim. Seu desejo por mais era tão grande, que ele me invade sem nem pensar, e causou até um pouco de dor pela tamanha vontade. Dei um gemido alto e ele sorri gratificante.

-Você é o melhor que eu já tive. – Disse com dificuldade. Ele sorri safadamente, mas seus olhos expressam uma espécie de carinho?!

-Repete, por favor. – O suplica.

-Você é o melhor que eu já tive. – Repeti dessa vez com mais clareza.

Bruno parece ter renovado as energias assim que falei isso. De maneira rápida ele continua dando estocadas fortes, e dessa vez senti a mesma coisa que senti no inicio, minhas pernas começaram a tremer. Quando menos percebi, estávamos eu e ele num ritmo bem compassado, olhares penetrantes, enquanto nossos corpos correspondiam juntos ao desfrutar daquele prazer. Chegamos ao ápice juntos.

Sentei-me ao lado dele, ainda nus, ele colocou minha cabeça sobre seu peito e acariciou meu pescoço.

-Gosto do sexo com você. – Diz ele no meio do silêncio.

-Gosta? – Perguntei.

-Gosto.

-Porque? – Perguntei.

-Porque eu consigo fazer o que eu quiser, sem contar que eu não preciso me cuidar usando camisinha porque sei que em ti posso confiar e não irá me passar nenhuma doença.

Sorri diante da resposta.

-Além do mais, eu nunca vi você tomando remédio... como não fica grávida? – Pergunta ele estranhando a situação.

-Eu há anos uma coisinha chamada diu, ele impede que eu fique grávida. – Disse e ele me olhou.

-Porque usa isso?

-Porque eu tinha um ciclo menstrual muito estranho, e quando eu comecei a tomar anticoncepcional pra regular, eu engordei, daí tive que optar por esse modo. – Quando comecei a falar disso lembrei que esse ano mesmo vai fazer sete anos que eu tenho ele, preciso troca-lo.

-Ah. – Ele balbucia. – Não entendo nada disso. – Bruno se diverte.

-É complicado mesmo. – Digo.

Nos vestimos, e sinceramente, eu estava me sentindo nojenta demais. Sentei no banco e fiquei completamente desconfortável.

-Eu preciso de um banho. – Disse.

-Nós precisamos de um banho. – Ele tosse enquanto dirige.

-Quando começa a rotina novamente? – Perguntei.

-Ah, começa semana que vem, mais entrevistas, mais programas, mas dessa vez em Los Angeles. Até um photoshoot tenho. – Sua voz saiu empolgada.

+++++

A concepção do belo feito por mim engloba partes que eu até mesmo duvido. Belo pra mim és tudo o que é bonito visto aos nossos olhos. Se eu acho tal coisa feia, e outra pessoa acha-a bonita, então aquilo é belo para ela. Todos nós somos bonitos, todos nós somos importantes, pra uns mais do que para os outros, mas todos são acima do nada. Leio com frequência assuntos que me deixam triste, como separação e morte. No mundo que vivemos isso já se tornou clichê, mas não era pra ser assim. Eu não sei porque estou fazendo essa reflexão, encostada na janela do carro, esperando o Bruno voltar do estúdio onde ele passou para pegar alguns papeis. Vindo na direção do carro, vejo ele caminhar tranquilamente, como se nada mais importasse, e o tempo fosse apenas um detalhe.

-Vamos para casa enfim? – Perguntou ele entrando e fechando seu cinto sobre o peito.

-Claro. – Respondi saindo do transe se pensamentos.

-Quer ir pra minha casa, ou pra sua? – Pergunta ele arrancando o carro.

-Se não se importa, eu quero ir pra minha, tomar um banho e dormir na minha cama confortável. – Disse e ele ri.

-Minha casa tem chuveiro, e uma cama bem confortável, e tem eu, que é o mais importante. – Disse ele se vangloriando.

-Não tem vergonha nessa cara, não é mesmo? – Disse rindo e ele me olha.

-Nunca tive. – Deu de ombros.

Nesse ponto concordei. Bruno nunca teve vergonha na cara mesmo, sempre foi sincero ao extremo com seus sentimentos, nunca falou uma mentira que eu saiba. Lembro de quando pequenos, uma vez, deveríamos ter lá nossos dez anos, fomos á uma festa de criança. Lá a mulher gritou com um menino e o Bruno se intrometeu dizendo muitas verdades pra ela. Bruno sempre fez o estilo protetor. Daí veio o apelido havaiano que tinha de Príncipe Guerreiro. O carro foi passando rapidamente pelas ruas, até chegarmos na minha. Ele estacionou bem em frente.

-Quer subir? – Perguntei.

-Melhor não. – Disse ele com receio.

-A Anne deve estar no serviço ainda, e a Zoe não mora conosco. – Disse olhando para ele.

-Não vou arriscar, desculpa. – Ele torce os lábios.

-Tudo bem. Nos vemos outro dia então. – Fui pegando minhas coisas do banco de trás e meu urso.

-Amei a noite ontem, e o dia de hoje. Me fez esquecer os problemas. Obrigada. – Diz ele passando a mão sobre a minha coxa de forma carinhosa.

-Eu também gostei, de verdade. – Disse olhando nos seus olhos.

-Covardia se eu te pedisse um beijo? – Perguntou ele sem tirar os olhos dos meus.

-Nenhuma. – Dei de ombros.

Nossos rostos se aproximaram e ali saiu mais um beijo. Eu poderia ficar horas beijando a boca dele que sempre vou sentir como se fosse a primeira vez, sempre. Sorri e selamos com um selinho.

-Qualquer coisa me liga. –Diz ele assim que abri a porta.

-Pode deixar. – Atirei um beijo pra ele.

Subi as escadas num sonho. Parecia andar em nuvens, e o urso que estava segurando? Ele explicava muito bem o motivo da minha plena felicidade no momento. Entrei no apartamento, e como suspeitei, ninguém em casa. Larguei minhas coisas no quarto e coloquei meu telefone para carregar, peguei um pijama e fui para o banho.

  • Então, dois capítulos seguidos, tô boazinha demais! Graças a uma campanha no whatsapp que dizia "Posto hoje Dri" ou algo assim. Enfim, como postei hoje, o próximo é só sábado. E eu espero que tenham gostado desse capítulo, porque sinceramente eu gostei dele *-* Beijos totosas! Comentem. 
  • Falando em comentários, caiu pela metade o número de comentários, tô triste demais com isso :\ mas né, não tem como obrigar vocês a comentarem :\ Beijos <3 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Capítulo 35

-Eu não vou aqui, de jeito nenhum. – Disse me referindo a montanha russa enorme a nossa frente.

-Para de ser mulherzinha. – Ele reclama.

-É assim que eu nasci, mulher. – Disse.

-Mas então fingi que hoje é um homem, e vamos. – Ele quase implora pra mim.

-Okay, vamos, mas se eu sair vomitando tudo, você é que vai me ajudar. – Falei com a condição e ele gargalha.

-Okay.

Entramos na fila, que também andou rápida. Nem sei á quantos anos eu não vou em um parque de diversões. Nem nunca fui num tão grande assim. Parei sobre a passarela onde caminhávamos para sentar em lugares, mas apenas tinha um lugar vago ao lado de um senhor de idade, e outro ao lado de um cara, de uns trinta anos.

-Vai ao lado do velhinho. – Ele diz apontando para o lugar.

-Porque? – Perguntei sem entender.

-Só senta ao lado dele, e deixa que eu sento com o outro ali.

Quando fui me mover para sentar ao lado do senhor, ele se levantou.

-Senta aqui moça. – Ele diz saindo do lugar. – Vou deixar o lindo casal sentar um ao lado do outro. – Ele diz dando um sorriso mostrando seus dentes feitos de porcelana.

-Mas nós não... – Fui interrompida pelo Bruno.

-Obrigada senhor. – Ele sorri e faz sinal para que eu sentasse no canto.

-Isso tá errado, nós nos somos um casal. – Disse entre risos.

-Pra qualquer efeito, quando se trata de lugares, sim. – Ele diz e eu o olho, mas logo a montanha começa a andar.

Na primeira subida, repito subida, eu me segurei para não gritar. Eu estava com muito medo, só não mais porque o Bruno estava ao meu lado, e nessa questão ele sempre me passa segurança, parece que quando eu estou ele nada vai acontecer. Quando ela deu a primeira decida, ai sim, eu segurei fortemente na barra de ferro que tinha com uma mão, e com a outra eu segurei o colete que nos envolvia, e dei um berro que se difundiu nos demais berros que deram, e quanto ao Bruno, só ria. Em uma curva que ela deu, eu me inclinei para o lado e Bruno veio por cima de mim, assim pondo sua mão sobre a minha que ainda estava pairada sobre a barra de ferro. Fechei os olhos, e com meu coração na boca, senti a montanha parando. Que alegria. 


-Morreu? Perdeu um braço? Uma perna? A cabeça? – Ele brinca quando saímos do brinquedo.

-Acho que meus pulmões e meu coração ficaram lá. – Disse ofegante. – E vai a merda. – Dei um tapa no braço dele.

-Adora me bater né? Credo. – Ele coloca a mão sobre onde eu bati.

-É um prazer sem igual. – Disse e olhei para a frente. – Além do mais, você pede né. – Revirei os olhos e ele gargalha.

Seguimos para os próximos brinquedos, e para a minha alegria ele quis ir comigo no carrossel. Tá eu sei que é pra crianças, mas eu fiquei tão feliz em ver aquele carrossel que tive que pedir para ir. Meu final de semana “adolescente rebelde” está maravilhoso. No carrossel, Bruno sentou no cavalo preto ao meu lado, enquanto eu sentei em um elefantinho.

-Olha que ironia. – Bruno diz.

-O que? – Perguntei procurando do que ele falava.

-Um elefante montado em outro. – Ele diz. O fuzilei com os olhos e ele gargalha ao mesmo tempo que da um sorriso, algo impressionante.

Depois que saímos dali, eu tirei mais fotos do parque.

-Uma foto comigo, por favor, obrigada. – Ele se coloca ao meu lado.

Tiramos uma foto eu e ele, nada demais. Passamos pelo carrinho choque, onde ele ficou no carrinho de cor vermelha, e eu no amarelo, meio puxado para o dourado. Para o meu azar meu carrinho estava uma completa porcaria, ficou enguiçado no meio do negócio, e só consegui sair dali depois que o Bruno terminou suas gargalhada de me ver ali, e bateu no meu carro. Tentei bater no dele, mas não consegui.

Tiro ao alvo. Acertar patinhos de papelão. Adoro. Chegamos em frente, pegamos uma pequena fila, e fomos atirar. As armas foram entregues. Me lembrei de quando joguei paintball com umas amigas lá no Brasil, e então peguei a arma como lá foi instruído e atirei. Percebi um flash na direção do Bruno, que nem se incomodou com isso.Deve ser ruim ser famoso e á todo lugar ter um tirando fotos suas. Meu tiro, eu errei, mas o do Bruno, ele acertou.

-Eu quero o ursinho que é um panda. – Disse apontando para ele. Que seria o prêmio que ele acertou.

-Disse certo... queria. – Ele corta meu embalo.

-Não vai me dar o ursinho? – Perguntei arqueando minhas sobrancelhas.

-Não, quem ganhou fui eu, no entanto, o urso é meu. – Ele vira-se para o homem que espera ele comunicar o prêmio. Bem em frente tinha uma barraquinha com algodão doce, eu fui até lá. Pedi um e a mulher que estava fazendo me deu. Tirei o dinheiro do bolso do meu short e paguei-a. Assim que virei, Bruno estava com o panda em mãos.

-Olha o Eric. – Disse. Que piadinha mais idiota a minha, nossa.

-É. – Bruno diz, e deu uma risadinha.

-Quer? – Ofereci o algodão.

-Só posso pegar depois que você pegar seu urso das minhas mãos.

-Meu? – Perguntei.

-É, você pediu ele, não pediu? – Ele pergunta arregalando os olhos bem de leve.

-Bruno... – Estiquei a mão para pegar o urso e entreguei o algodão pra ele. – Obrigada. – Ele me deu um sorriso lindo. - Eis um problema. – Disse.

-Qual?

-Como eu vou comer agora? – Perguntei.

-Eu dou. – Ele tirou um pedaço do algodão e deu na minha boca. Fechei os olhos, quero sentir esse momento.

-Obrigada. – Disse baixinho.

Droga! Droga! Ele não quer que eu me apaixone por ele, não quer que eu o ame, mas faz isso? Agora me diz, tem como não se apaixonar por ele? Não, não tem. Fomos andando em frente e entramos na roda gigante. Uma “casinha” para cada “casal” ou seja, cade cabine para duas pessoas. Eu e Bruno entramos, coloquei o urso no meu colo e quando a roda parou quase no topo, ele ficou me olhando. Estava sorrindo de tão feliz. A roda subiu, e chegamos no topo onde ficamos parados um tempinho. Olhei para toda a extensão, mostrando a grande e colorida Los Angeles, e o vasto mar que cobria a costa da praia, batendo a areia, e o céu escuro da noite, somente iluminado pela Lua que estava linda.

-Conhece a história da lua e do sol? – Ele diz observando a mesma.

-Não. – Neguei com a cabeça também.

-O sol e a lua, antes mesmo do mundo se criar, ele eram um casal muito apaixonados, mas por consequência, quando Deus criou a terra, deu a eles o brilho, o do sol o dia, e o da lua a noite. Mas a lua vivia triste, foi ai que Deus colocou as estrelas pra ela, mas mesmo assim ás vezes ela fica tão triste, que minguá, e mal saí direito. Os antigos diziam que ela quando está cheia, é porque pensou no sol, e está feliz, dizem que a noite dos casais. – Sou sensível para histórias, e mau sabia eu que o Bruno tinha essa cultura, de saber essas histórias.

-Mas e o amor acabou assim? – Perguntei já com os olhos embargados.

-Não. – Ele nega e tira os olhos da linda lua cheia e me olha. – Ele criou o eclipse, assim possibilitando sempre eles se veem, mesmo com muito tempo de espera.

-Bruno Mars também é cultura. – Disse e ele sorri.

-Ah, eu gosto dessas historinhas. Culpa da Dona Bernie que me contava quase sempre.

-Uma rainha. – Disse dando um sorriso e olhando pro céu.

-Rainha, mãe, amiga... – Ele respira fundo, pisca pesadamente e abre os olhos novamente guiando eles para o céu. – Saudades né. – Ele diz pra si mesmo.

Uma vez me disseram que quando o amor é tanto nós transbordamos sorrisos, e quando a saudades é tanta, nós transbordamos em lágrimas. Bruno estava quase chorando, mas eu sei que daqui a pouco o “Bruno” se recupera, e volta aquele cara quase sem sentimentos que eu estou aprendendo a conviver, e que a cada dia é uma luta para não bater na cara dele e fazer ele voltar a ser aquele Peter de antigamente, aquele que ele sempre foi, aquele que ele é. A roda gigante desceu, deu mais uma volta e eu me mexi e segurei fortemente na perna do Bruno com medo de cair. Ele gargalhou, mas pelo menos saiu a expressão de saudades do rosto. Chegamos ao chão e eu abraçada com meu urso parecendo uma criança. Bruno chega ao meu lado para caminharmos.

-Promete que vai ser minha amiga, pra sempre? – Ele pergunta num tom mais alto por causa da gritaria das pessoas.

-Pra sempre. – Respondo. Pensei na verdade em perguntar o porque ele tocou nesse assunto, mas tenho medo de estragar alguma coisa. Não vou negar que a palavra “amiga” entrou no meu coração como uma adaga.

Caminhamos mais um pouco e fomos em alguns brinquedos que ainda não tínhamos ido.

-Vamos embora? – Perguntei. – Acho que já fomos em todos. – Disse olhando ao redor.

-Vamos sim, antes vamos comer algo. – Disse ele seguindo em frente e eu fui ao seu lado.

Paramos em um quiosque, ali dentro do parque mesmo, onde ele tirou muitas fotos com fãs e pessoas que apreciavam seu trabalho. Fiquei olhando para o nada enquanto isso. Os pedidos chegaram, o garçom os trouxe e Bruno ainda estava nas fotos. Olhei para o garçom e quase desmaiei com tanta beleza, ele só poderia ser modelo, ator, sei lá, de tão lindo. Cabelos loiros, olhos verdes expressivos, e boa carnuda, tão lindo. O olhei e ele sorriu pra mim.

-Opa, a comida chegou. – Bruno bate as mãos mas ele não olhava para a comida, olhava para eu e o garçom se encarando.

-É comida. – Disse virando pra frente, encarando a comida. O garçom se retira.

Falamos algumas coisas enquanto comíamos, e pouco a pouco o movimento do parque foi caindo. Saímos junto de algumas pessoas e andamos pelo píer. Descemos algumas escadas e fomos para a beira do mar novamente. Tirei meus sapatos e segurei-os juntos com meu urso. Eu estava tão feliz que meu sorriso não saia da minha boca por nada. Molhei meus pés na água gelada e dei um gritinho. Bruno também fez o mesmo. O papel que eu guardei de lembrança do parque voou, eu larguei minhas coisas na areia e tentei pega-lo, correndo e não consegui. Acabei tropeçando nos meus pés e caindo com o corpo de frente na areia.

-Ai que droga. – Disse levantando e me limpando.

Bruno não parou de rir nem por um segundo, e assim fomos até onde estava o carro.

-Fica aqui fora, preciso me trocar. – Disse abrindo a porta assim que ele desativa o alarme.

-Eu não, vou entrar. – Ele abre a porta também.

-Mas eu tenho que trocar de roupa, é rapidinho. – Disse.

-E daí? Não há nada ai que eu nunca tenha visto. – Minhas bochechas coraram.

-Bruno. – O repreendi com um riso e ele gargalha.

-É verdade. – Dá de ombros.

Sentei no banco e levantei minha blusa e me estiquei para pegar a minha mochila atrás. Só ai que fui ligar que meu sutiã era rosa, e meio velhinho até. Coloquei a camisa do pijama logo, e prendi meu cabelo num coque alto.

-É, deveria ter ficado no lado de fora. – Ele arranca o carro.

-Posso? – Perguntei com a mão no rádio e ele nem viu onde eu estava com a mão.

-Deve, que agora eu fiquei fora de mim. – Ele respira fundo.

-Bruno, eu estou falando de ligar o rádio. – Disse ainda com a mão no rádio, ele olha.

-Ah. – Ri um pouco. – Isso também pode.

-Idiota. – Digo ligando o rádio.

-Retiro meu urso de você. – Ele diz em birra.

-Como?

-Se não der um beijo na minha bochecha, dizendo que eu sou o batmam, você perde o urso, agora ele está em meu poder, sou o sequestrador. – Ele diz fazendo cara de mal. 


Me aproximei do seu rosto e dei um beijo na sua bochecha, logo escorando minha cabeça no seu ombro. Desejo a Deus, e peço como nunca pedi que ele transforme o Bruno no que ele sempre foi, e que eu possa chegar mais perto do seu coração e faze-lo se apaixonar por mim, assim como eu sou perdidamente por ele. Voltei ao meu banco normal e peguei meu celular, tinha uma mensagem da Anne.

“Tudo bem, eu te entendo, mas por favor, se cuida onde quer que esteja, eu e a Zoe amamos você.” 

Sorri com a mensagem e voltei a olhar pra frente. Bruno estacionou em um lugar cheio de carros. Um moço se aproximou de nós e falou algo com o Bruno que eu não prestei atenção.

-Onde estamos?

-Num estacionamento, mas na verdade é quase um acampamento de carros. – Diz ele.

-Isso significa que ... – Queria a continuação do que ele estava falando.

-Significa que muitas pessoas que param na estrada por estarem viajando a muito tempo e não tem dinheiro para hotel, dormem em seus carros aqui. – Ele diz dando um sorriso. – Dormir na rua é perigoso.

-Ah, adoro perigo. – Lamentei.

-Fica com um cavalo que você vai ter perigo e aventura. – Ele respira e ri. – Se é que entende do que eu estou falando.

-Entendi sim senhor Mars, mas eu não quero transar com um animal, obrigada. Zoofilia ainda é crime.

-Ainda é crime? – Ele pergunta espantado. – E agora? Eu transei com você. – Ele ficou boquiaberto.

-De qual animal está me chamando? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.

-Elefantinho. Que bonitinha. – Ele aperta minhas bochechas.

-Vai a merda Bruno. – Digo olhando para frente. – Você está mais pra elefante do que eu. – Disse emburrada.

-Mas se quer saber uma coisa. – Ele se aproxima de mim e fala no meu ouvido. – Esse crime eu cometeria muitas vezes, e depois dessas muitas vezes, muitas mais outras vezes. – Um arrepio percorreu minha espinha, foi até a ponta dos meus pés, e meus pelinhos quase invisíveis do braço revelaram meu arrepio.

É inevitável olhar pra ele e não ter vontade de abraça-lo, dizer que eu o amo, e pedir pra tudo ficar bem, mas eu o olho e tenho vontade de chorar, pensando por um lado, o que eu estou fazendo com a minha vida. Ultimamente estou vivendo por ele, com ele, e só por ele. Bruno me faz chorar, me faz pensar que a vida vale pouco, e que tudo não passa de fantasia, mas ao mesmo tempo ele me faz ver a realidade, me faz viajar com simples coisas ditas, me faz sorrir e rir, e me mostra um mundo fantástico que eu mesmo posso criar e fantasiar. Meus sentimentos confusos fazem com que eu o encare frente a frente.

-Eu te amo. – Queria ter dito isso, queria ter ouvido isso, porém a única coisas foi eu pensar nisso e pensar em como minha vida está uma completa bagunça.

-Vou ali pagar e já volto. – Ele diz quebrando um pouco do clima. Sorri pra ele e fiquei olhando ele indo.

Virei meu rosto para frente e cantarolei baixinho.

Could I forget the look that tells me that you want me?
(Eu conseguiria esquecer o seu olhar?)

And all the reasons that make loving you so easy
(E todas as razões que facilitam o seu amor?)

The kiss that always makes it hard to breathe
(O beijo que torna sempre tão difícil respirar?)

The way you know just what I mean
(A forma que sempre sabe o que eu quero dizer?)

No, I can't learn to live without
(Não, eu não consigo aprender a viver sem você)

Talvez seja isso, eu não consigo aprender a viver com ele, por isso me sinto tão segura ao lado dele, e mesmo nesses dez anos, eu nunca me entreguei de cabeça á ninguém, sempre pensei nas consequências e por mais pedidos de namoros que eu recebi – tá, não foram muitos -, eu nunca pude aceitar nenhum, porque? Porque meu coração está ligado com ele de alguma forma tão inexplicável, que ninguém um dia poderá explicar. Ninguém.

-Voltei. – Ele me tira dos pensamentos que eram dele, eu sorri e voltei a olhar pra frente. – Pensando na vida? – Pergunta ele. Claro que estou, minha vida é você. Ai que nojo, eu estou me tornando aquelas pessoas chatas apaixonadas. Para Michelle, para. Você é mais forte que tudo isso, respira.

Respirei fundo.

-É. – A única coisas que saiu da minha boca em forma de sussurro.

-Falou com as meninas?

-Mandei uma mensagem aquela hora, e elas me responderam. – Disse.

-Não perguntaram onde você estava?

-Não, eu avisei na mensagem que não falaria onde estava. – Disse e ele sorri.

-Nós deveríamos fazer isso mais vezes. – Contestou. – Estou amando essa noite.

Me diz, como não sorrir como uma boba? Como não ficar apaixonada? Não tem como, não existe como.

-Sempre que quiser. – Argumentei.

Ele sorri docemente.

Bruno diminuiu um pouco o volume do rádio e abaixou seu banco, eu fiz a mesma coisa. Peguei na minha mochila meu casaquinho e me tapei, ou pelo menos tentei me tapar. Confirmei a porta para ver se estava fechada direitinho. Elevei meus pés e encolhi minhas pernas para cima do banco e o olhei.

-Boa noite, Bru. – Sussurrei.

-Boa noite princesa. – Ele se curva, dá um beijo estalado na minha testa e no mesmo momento fecho meus olhos fortemente. 


Acho que peguei no sono rapidamente. Não sei explicar qual é a sensação de acordar e já estar na estrada, ao seu lado o Bruno dirigindo. Há tantos adjetivos para caracterizar esse momento, eu não sei nem por qual começar.

-Pra onde estamos indo? – Perguntei sonolenta.

-Acordou. – Ele comemora. – Estamos indo para uma praia, super bonita, e que quase ninguém vai.

-Mas hoje é segunda, praticamente ninguém vai a praia. – Revirei os olhos sentando-me na cadeira. Meu estômago se revirou, e fez um barulho estranho. – Acho que estou com fome. – Falei pondo a mão na barriga.

-Tem aquelas coisas que você comprou no posto ontem á noite. – Nem lembrava daquilo. Me estiquei rapidamente para trás tocando meu casaco perto da mochila e peguei a sacola com as coisas.

-Estamos a quanto tempo na estrada? – Perguntei abrindo o pacote de Pringles. – Ou melhor, que horas são? – Perguntei.

-São exatamente onze e três. – Responde prontamente. – E estamos a uns quinze minutos andando, porém já estamos chegando. – Ele olha pra mim e sorri.

-Os meninos ainda não te ligaram? – Perguntei e logo pus batatinhas na minha boca.

-Ligaram. – Ele olha pelo espelho retrovisor e volta a olhar pra frente. – O Phil ligou, ai falou várias coisas dizendo que eu não poderia sair sem avisar, porque todos ficaram preocupados, aí eu disse que estava em segurança e que precisava desse tempo para pensar. – Ele respira fundo. Meu celular toca assim que ele termina de falar. Olho no visor, era o Leo. Olhei para o Bruno e fiquei pensando.

-Não vai atender? – Pergunta ele.

-É o Leonel. – Disse sem saber o que fazer.

-Por mim pode atender. – Bruno dá de ombros com certa indiferença na sua voz.

-Bom dia. – Falei assim que atendi.

-Alô. – Leo diz e ri. – Bom dia, quer dizer.

-Bom humor? – Perguntei.

-Ótimo.

-Ué, ganhou dinheiro? – Perguntei entre risadas.

-Quase isso. – Ele respira fundo. – Acredita que além de eu descobrir que agora estou oficialmente separado no papel, cheguei no serviço e vi um contrato enorme na minha mesa perguntando se eu queria dirigir a próxima série da Warner. – Ele diz feliz que só ele.

-Leo! Sério isso? Caramba, que ótimo, parabéns. Você merece isso e muito mais. – Disse e Bruno fez uma cara de poucos amigos.

-Obrigada Mich, obrigada mesmo. – Ele parecia estar com um sorriso enorme no rosto. – Mas então, como está?

-Estou bem. – Respondi, e com o canto dos olhos vi o Bruno. – Ótima na verdade.

-Ui, que tanta felicidade. – Diz ele e ri. – Atrapalhei teu serviço?

-Na verdade hoje é festa do chefão, ai ninguém tinha que ir trabalhar. – Respondi.

-Aposto então que a dona preguiça estava dormindo.

-Acordei a uns minutinhos na verdade. – Me espreguicei.

-Que coisa feia. – Argumenta ele. – Bom, eu vou desligar então, deixar você fazer suas coisas. Só liguei pra compartilhar minha felicidade contigo. – Dei um sorriso.

-Obrigada Leo, e parabéns viu. – Disse.

-Obrigada, beijos.

-Beijos.

Desliguei o telefone e comi mais um pouquinho. Bruno estava com o rosto normal encarando o transito.

-Que felicidade... o que houve? – Pergunta curiosamente.

-Leo ganhou um contrato com a Warner para dirigir uma série. – Disse orgulhosa do meu amigo.

-Nossa, que legal. – Não vi empolgação nenhuma na sua voz.

-Eu sei que você e ele não estão nos melhores momentos, mas ele também é meu amigo, okay? – Só deixei de aviso prévio. Não quero ter que escutar picuinhas tanto da parte dele falando do Leo, e nem da parte do Leo falando dele.

-Tudo bem. – Responde ele secamente. – Vocês já ficaram?

-Bruno... – Repeti o nome dele.

-Já, não é? – Ele pergunta e da um sorriso amarelo. – Só por curiosidade.

-Já, na verdade nos beijamos uma única vez, à um tempo atrás. – Respondi e Bruno visivelmente revira os olhos e segura fortemente na direção.

  • Próximo capítulo, quinta feira <3 Gente, eu to amando os comentários, amando mesmo! Então continuem com eles se for possível. Vocês me deixam mais feliz a cada dia que tem um comentário, e sempre que eu vejo vocês falarem da Colorindo Los Angeles, e dessa fic, eu fico lisonjeada, faço isso por vocês! Beijos <3 

domingo, 22 de setembro de 2013

Capítulo 34

Abri a cortina por completo. O relógio marcava três e meia da tarde. Eu preciso sair sozinha. Preciso caminhar esvaziar a cabeça, pensar em outras coisas que não seja Bruno, casa, trabalho, amizade, e amor.

Abri meu guarda roupa e tirei dele minha camisa branca normal, meu short jeans. Tirei meu pijama dobrando ele e pondo sobre a cama. Coloquei a roupa e dei uma olhada nas minhas pernas para ver se preciso depila-las. Sentei na frente do espelho e escovei meu cabelo, olhando através do espelho, pensando em tanta coisa. Estalei meu pescoço por causa de uma tensão forte, e prendi meu cabelo com um rabo de cabelo. Dentro da minha bolsa procurei meu fone de ouvido, o separei junto do meu celular. Calcei meus tênis e fui para minha caminhada. Passei no banheiro, lavei meu rosto e fui para a porta.

-Onde vai? – Pergunta Anne indiferentemente.

-Caminhar. – Disse abrindo a porta e saindo.

Ouvi um murmurinho entre as duas assim que saí mas eu ignorei completamente. Desci as escadas quase numa corrida, passei rapidamente pela porta principal do prédio e saí pra rua. Respirar ar puro, tudo o que eu mais precisava. Por milagre eu não estava com a dor de cabeça da ressaca que sempre me ataca, mas em compensação tenho “dores de cabeças” piores para resolver. Coloquei meu fone na altura máxima e fiquei andando, percorrendo os quarteirões. As ruas movimentadas por ser final de semana, todos bem arrumados para sair.

Casais passeando com seus filhos, ou somente entre eles. Famílias saindo de suas casas e andando para os carros, e muitas estavam de trajes dignos para irem a praia. Parei abaixo de uma pereira bem grande e me escorei nela. Fiquei olhando o fluxo de pessoas passarem. Lembrei que andando mais um pouquinho eu chegaria no parque. Fiz isso, caminhando mais um pouco, eu cheguei no parque. 


Passei por um bando de garotos, que deveriam ter lá seus 17 anos, e ouvi um deles me chamar de “gostosa”, ignorei totalmente esse tipo de comentário. Peguei um picolé de um vendedor e sentei no banco para come-lo. Recebi uma mensagem. Assim que desbloqueei o celular, ele fica com a tela toda preta. Desligo ele e ligo novamente, assim que ele reinicia, vejo a mensagem.

“Santa Monica é um lugar tão lindo, e lá garanto que ficaríamos um pouco mais sozinhos, e teríamos liberdade de nossos pensamentos... Topa ir comigo hoje a noite e voltarmos amanhã a noite?”

Bruno com suas ideias malucas. Sorri com a mensagem e levantei do banco. Preciso pensar. Santa Monica, eu sei que é aqui do lado de LA, mas mesmo assim, eu acabei de voltar a falar com o Bruno, e ele disse que não sente nada por mim, tenho dúvidas quanto o que pode acontecer nessa viajem... Pode não acontecer nada também, e eu estar fantasiando tudo isso. Parei um pouquinho e pensei, voltei a andar e escrevi a mensagem.

“Me espera a onde para irmos? Não quero contar para ninguém que estou indo viajar.”

Não vou contar. Anne e Zoe, eu sei que elas querem meu bem, mas eu preciso me aventurar, eu preciso espairecer minhas ideias, pensar em coisas novas, e só eu e o Bruno nessa viajem pode ser um bom começo pra isso. Tá, eu tenho plena certeza, e conclusões que o que ele quer de mim é amizade, nada muito sério, mas eu preciso ir nessa viajem. Bom, falando bem a realidade, eu quero muito ficar um tempinho com ele, sozinhos. Fechei minha mão e vi o anel, sorri automaticamente e meu celular avisa que chegou mensagem.

“Não avisaremos ninguém, o único que irá saber onde estamos é o Phil. Preciso pensar fora dessa cidade louca. Te pego ás 20:00, na estação do trem. Vou estar no meu carro, o preto! Beijos.”

Bruno Pov’s

Depois que a Anne me expulsou do apartamento, eu desci tranquilamente. Meu celular tocou, eu parei para atendê-lo, mas não era a Mich, então nem me preocupei. No fundo só conseguia pensar no “eu te amo” que ela me disse. Tinha uma música, bem antiga, que fala o que mais ou menos estou sentindo, pena que não lembro o nome dela. Enfim, eu gosto da Michelle, muito, ela é interessante, é linda, é estilosa, cheirosa, gostosa, e aquele corpo, meu Deus, é de dar inveja a muitas mulheres. Mas eu não consigo me entregar pra ninguém, não depois do que eu passei, e mesmo sem querer, eu estou fazendo o mesmo com ela. Estou magoando ela, mas é impossível eu sentir algo além de amizade. Meus pensamentos estão confusos, embaralhados, talvez até meios estranhos, mas ela não pode esperar algo de mim, sendo que eu a vejo como amiga, porém não suportaria de jeito nenhum que ela me largasse, digo, ficar com outro cara, ou parar de ficar comigo... Isso não. A melhor coisa que pensei é aproveitar esse final de semana ao lado dela. Mandei uma mensagem e tive a maravilhosa ideia de leva-la para Santa Monica, mas só eu e ela... Não quero vê-la triste.

Michelle Pov’s 

Dei tantas voltas que quando olhei para o relógio, já tinha passado muito tempo. Precisava ir pra casa, me arrumar, e dar um jeito da Anne não ver minha mochila com roupas. Liguei o rádio e sintonizei na estação onde a Anne trabalha. Tocava, coincidentemente, a música do Bruno. Tem embalo de balada, é muito boa. Sorri só de pensar nele cantando. O caminho pra casa foi muito rápido, rápido até demais. Entrei e Anne estava rindo com a Zoe, elas pararam de rir assim que me viram.

-Que demora. – Anne diz como se nada tivesse acontecido antes.

-Pois é. – Comentei tirando meus fones de ouvido. Fui em direção da cozinha.

-Tem doce na geladeira. – Zoe diz.

-Muito obrigada, não quero. – Disse secamente abrindo a geladeira e vendo o doce, mas passei com olhos corridos e peguei uma garrafa de leite.

-Michelle, você está brava com nós? – Pergunta Anne.

-Não. – Disse servindo-me o leite.

-Então para de ficar com essa carranca na cara. – Zoe diz, muito divertidamente. Fui pra sala, dei um sorriso amarelo e fui para o quarto.

Fechei a porta, dessa vez com a chave para não ter problemas de invadirem, se é que me entendem. Abri meu guarda roupa e tirei minhas roupas que eu mais poderia usar lá, vão ser poucas na verdade. Peguei a roupa que irei usar hoje para ir e pus em cima da cama, peguei minha toalha. Fui em direção do banheiro.

-Vai tomar banho? – Perguntei.

-Vou... mas pode ir primeiro. – Anne dá a passagem pra mim, claro que eu não recusei.

Entrei pro banho imaginando como será essa “viajem” que está mais pra passeio. Sempre quis ir para Santa Monica, todo mundo diz que é legal, e que impossível é não gostar do local. Lavei meu cabelo, meu corpo, enxaguei meu corpo e sequei meu cabelo com a toalha mesmo. Sai pro meu quarto e Anne entrou no banho. Me arrumei rapidamente e sai do quarto para ver como faria para sair.

Voltei para o quarto, não sei o que vou fazer. Zoe está plantada na sala, vendo televisão. Zoe olhava para a televisão sem nem piscar. Eu, no entanto, escapei rapidamente, abri a porta e toquei minha mochila para fora e a fechei novamente disfarçando que fiz algum barulho, já que era provável que com o estrondo da minha mochila no chão do corredor, Zoe me olharia. Pensado e feito, ela me encarou com os olhos arregalados e um riso no rosto.

-Esse negócio é hilário. - Ela ria de algum programa inútil de televisão. -, acredita que o cara fez o outro comer alho com sal?!

-Nossa. - Dei uma risada sem graça. - Deve ser legal. - Disse com indiferença.

Zoe voltou seu olhar para a televisão e logo deu uma gargalhada bem alta que a fez suas bochechas subirem, e seus olhos se exprimirem. Aproveitei a seguinte situação e abri a porta do apartamento. Juntei minha mochila do chão e desci as escadas rapidamente.

-Oi. - Disse a uma moradora de cabelos estranhos que estava descendo as escadas.

A moradora me deu oi de volta. Olhei para o outro lado da rua e o carro do Bruno estava lá. Fui até ele e abri a porta, ergui meu rosto para ver se ninguém viu eu saindo. Não tinha ninguém.

-Não preciso dizer que estou me sentindo uma adolescente que está fugindo de casa, não é? - Disse assim que larguei a bolsa no banco de trás e me acomodei direito no banco em que estava e prendi o cinto.

-Então somos dois. - Ele dá uma risada tão gostosa que me contagia.

-Destino: Santa Monicaaaaaa. - Digo feliz assim que ele arranca o carro.

-Que felicidade. - Ele ri de mim.

-Ah, sabe que eu gosto de viajar. - Disse. - Ainda mais na tua companhia. - Pensei somente comigo.

Eu sei que é loucura, talvez até muita loucura. Principalmente depois de ontem, da discusão e tudo mais, porém sempre quando o Bruno pede algo pra mim, eu não sei como recusar. Eu aprendi a atender seus caprichos, fui brincar disso e agora não sei parar. É como se ele pudesse me controlar.

-Vamos escutar música? - Ele pergunta já com uma mão na direção e a outra no rádio.

-Com certeza. – Digo com um sorriso animado.

Estou me sentindo livre, bem dizer. Alguma música animadinha tocava na rádio, Bruno batucava com seus dedos na direção, e pelo canto dos olhos eu o observei por um tempinho. Como ele é tão lindo assim? Voltei meu olhar perdido para a janela do carro, a noite que já havia chego estava radiante, a lua estava imensa e linda, as estrelas brilhantes fazendo companhia a ela davam um toque tão extraordinário em tudo.

-Já estamos chegando. – Diz Bruno, o sorriso bem largo marcava as covinhas que eu tanto amava.

-Já? – Perguntei impressionada.

-Já. – responde ele se divertindo.

-Mas é mais perto que ir pro meu serviço. – Reclamei e ele da uma gargalhada alta.

-É que é uma estrada reta, e na verdade nem dá pra perceber quando estamos em Los Angeles, e quando chegamos á Santa Monica. – Ele diz.

-Nossa. – Digo. – A impressão do tempo parece que foi de cinco minutos. – Bufei.

-É, quase isso, deve dar uns 20 á 30 minutos. – Ele diz calmamente voltando a olhar para a direção. – Eu estava pensando, onde vamos dormir?

-Não sei.

-Podemos alugar um quarto no hotel, ou então dormirmos no carro mesmo.

-É, no carro dá pra recostar bem o banco. – Disse mexendo na peça onde o banco vai pra trás. – E ainda não gastamos. – Já deitada no banco eu disse.

-Mas dinheiro não é o problema.

-Fale por você que é o Bruno Mars. – Revirei os olhos. A realidade é que eu sou cheia de contas pra pagar, e coisas para planejar, ainda tem uma casa pra comprar que eu não sei dá onde vamos tirar o dinheiro em pouco tempo, já ele está cheio da grana. Essa é a parte boa de ser famoso.

-Mas eu vou pagar.

-E eu nunca que irei aceitar. – Ele sabe como eu sou cabeça dura. Fiquei olhando para o teto do carro, deitada, aproveitando. – Além do mais, esses bancos são confortáveis. – Disse me afofando mais.

-Isso é. – Ele ri de mim.

-Não ria, eu nunca dormi num carro. – Bufei quase ventando e ele gargalha alto.

-Então vamos dormir no carro. – Ele recosta em um posto de gasolina.

Enquanto ele colocava a gasolina, eu fui até a loja de conveniencias do próprio posto. Parei sobre a frente de uma fila enorme de coisas simples para se comer. Olhei para tudo atentamente e acabei pegando guloseimas. Peguei duas latinhas de refrigerante e fui ao caixa pagar. Assim que entrei no carro, Bruno olha para a sacola que eu estava em mãos.

-Depois o gordo sou eu, claro. – Ele revira os olhos.

-Eu não tenho isso daqui. – Disse apertando uma leve gordurinha na barriga dele.

-Deixa meus gordinhos. – Ele protege a barriga enquanto eu largava as coisas que comprei no banco de trás.

-Gordinhos? É o nome das suas dobrinhas? – Perguntei divertidamente.

-É. – Ele se emburra.

-Aí, ficou brabinho. – Disse entre risos.

Bruno só riu. A música ainda tocava, desse vez tocou uma mais lenta, mais romântica, o que fez eu ficar bem calada, e Bruno também. O engraçado é que mesmo com a música, eu conseguia distinguir sua respiração forte, o que fazia meu coração palpitar a milhão. De longe eu vi o píer de Santa Monica, o famoso píer, o que de certa forma me fez lembrar que eu não avisei as meninas, e nem vou avisar. Olhei para o celular diversas vezes, e a foto na tela de proteção, minha, da Anne, e da Zoe. Acho injusto elas ficarem procurando por mim. Mandei uma mensagem.

“Meninas, eu estou ótima,porém não passarei a noite em casa. Estou em segurança, e num lugar lindo, que um dia vamos vir juntas. Se cuidem, boa noite, beijos.”

-Digitando mensagem? O combinado era não avisar a ninguém. – Bruno disse assim que estacionou o carro.

-Só mandei dizendo que eu estou bem, e que estou num lugar lindo, com uma pessoa de segurança. – Disse e ele sorrio.

-Sou considerado seguro? – Pergunta ele pensando.

-Quando está sóbrio, sim. – Dei um sorriso e ele colocou o dedo do meio pra mim.

-Bom, chegamos. – Ele abre a porta do carro e se vira para sair.

-Espera. – Disse. - I wanna hold your hand. – Cantei empolgantemente a música dos beatles que tocava na rádio, fechei os olhos e comecei a cantar baixinho.

-Ainda ama essa música? – Pergunta ele entre alguns risos tão fofinhos.

-Amo, e vou sempre amar. Beatles é vida. – Disse e ele ri.

-Verdade, agora vamos lá Paul. – Ele fecha a porta. Eu abri a minha e sai.

-Prefiro o John. – Disse checando a porta. E ele aperta o alarme.

-Daqui a pouco te coloco como Ringo, e deu. – Ele diz e eu gargalho alto.

Fomos caminhando em linha reta, e cada vez mais perto do píer. Como esse lugar é maravilhoso, a roda gigante mais antiga da costa oeste, e uma das mais maravilhosas do mundo. Um belo cartão postal que se fez a margem daquele píer, com o vasto parque de diversões.

-Cedo demais para ir ao píer, e tarde demais para tomarmos um banho no mar. – Bruno foi indo em direção ao mar.

Fui andando em direção á ele. Estávamos na areia já. Tirei meu calçado e dei uma corridinha para alcançar ele. Bruno me viu de pés descalços e tirou seu tênis também. Eu contei alguma piadinha sobre chulé e ele riu. Fomos andando lado a lado, pela margem do belo mar que embargava a praia calma, e com poucas pessoas.

-Não gosto dos meus pés. – Bruno quebra o silêncio.

-Porque? – Perguntei.

-Sei lá. – Ele dá de ombros. – Que parte mais gosta em mim? – Ele pergunta.

-Seus olhos. – Digo rapidamente respondendo a sua pergunta. – E as bochechas, por causa das covinhas. – Disse e ele sorri mostrando as covinhas que eu acabará de citar. Sem dúvidas ele era todo lindo, e tudo nele eu gostava, desde seus cabelos bagunçados, até seus pés que ele não gostava por algum motivo.

-E de mim, qual parte mais gosta? – Perguntei e ele me analisa de cima a baixo.

-Sempre foi a bunda e as pernas. – Ele fica me encarando.

-Bruno! – O repreendi entre risos.

-Não estou mentindo. – Ele levanta as mãos como se estivesse se rendendo.

-Mas também não precisava ser assim, direto. – Disse, ainda rindo, impressionante o riso que saí de uma pessoa apaixonada, sempre bobo e por qualquer coisinha.

-Tudo bem... – Ele fica me analisando novamente, enquanto andávamos e eu tirava meus cabelos rebeldes do rosto. – Gosto do seu sorriso, sua boca. – Ele sorri.

-Que fofo. – Disse com um sorriso.

-Mas continuo gostando da sua bunda e das suas pernas. – Bruno indaga e eu dei um tapa no seu braço.

-Gosto das suas tatuagens também. – Disse do nada. Não foi bem do nada, foi porque na hora em que dei o tapa no seu braço vi sua tatuagem em homenagem a mãe dele.

-Eu amo elas. – Ele faz uma careta engraçada tentando olha-la.

E por algum motivo bobo também, eu sorri. Mas sabe, eu sempre fico assim perto dele, é um motivo bobo, e um sorriso enorme. Como também é impossível não reparar nos seus detalhes pequenos e importantes, como eu reparo em tudo nele. É como se ele sempre me completasse, tudo o que falta em mim, ou que eu gosto, é com ele que se preenchesse, mas sabe, é só com ele, e com mais ninguém. Me sinto bem ao lado dele, como nunca me senti depois da morte dos meus pais, e desde antes, quando éramos aqueles dois adolescentes inconsequentes.

O que mais me importava ali na hora, era nós dois. Eu não me arrependo de ter falado para o Bruno que eu o amava, mas me arrependo da forma que foi. Eu queria ter dito na hora certa. Mas quem disse que aquela não foi a hora certa? Algo grita na minha mente. (se quiser escutar a música :) )

-Let it be. – Disse sem nem pensar. Mas não foi em sentido da música, e sim no sentindo de deixar as coisas acontecerem.

-Whisper words of wisdom, Let it be – Completa Bruno. Olhei para ele dando um sorriso de canto e ele sorri abertamente.

Eu sei que aquele momento tinha tudo para nós falarmos eu te amo, e nos beijarmos. Opa, nós não, eu dizer que o amava, e eu o beijar. Mas há trilhões de coisas que me impeçam de fazer isso. Atitudes que não veem a minha mente e coisas desanexas na minha memória que me fazem esquecer e deixar o importante para o lado.

Bruno Pov’s

Não que eu quisesse, mas simplesmente não consigo pensar em outra coisa quando eu estou com ela.

Tá, eu não estou apaixonado, muito menos amo ela, mas há alguma coisa na sua mente, no seu olhar, na sua boca, na sua voz, que me faz acreditar que existe milhares de possibilidades, e um mundo todo meu lá fora. Como agora, eu andando com ela, a beira da praia, e a única coisa que eu tenho vontade é de estar com ela. O sorriso que ela dá, os passos pequenos e firmes, mas ao mesmo tempo ela parece que levita.

Ao som – pelo menos na minha cabeça – de Beatles, coisa da Michelle, me lembrar das músicas boas e que depois não saem da minha cabeça por muito tempo. Foi ai que ela cantou “let it be”, a música que eu estava cantando na minha cabeça. Balancei a minha cabeça levemente, encarei a areia, sorri e cantei um pedacinho. Voltamos ao silêncio.

-Acho que já podemos ir para o parque, daqui a pouco começa o movimento. – Digo olhando para o píer.

-Vamos então. – Ela responde com uma animação que contagia.

Michelle Pov’s

Chegamos na entrada do píer. Meu Deus, agora eu entendi o porque ele queria vir mais tarde, como isso enche. Pessoas para tudo quanto era lado, e a fila da entrada, um pouquinho grande, mas andava rapidamente. 

-Vou ficar cansada depois. – Disse só de olhar os brinquedos.

-Imagina se fosse pra Disney. – Ele brinca e me faz rir. De novo o bendito riso bobo.

-Se fosse na Disney eu surtava. – Falei e ele ri.

-Um dia vamos lá.

-É, depois que eu trabalhar mais quarenta anos para guardar dinheiro. – Bufei revirando os olhos.

-Que nada. – Ele ri.

Entramos no parque. Olhei para um brinquedo que me chamou a atenção, mas logo voltei meu olhar para o brinquedo do martelo. Aquele que aparece em muitos lugares e em televisão, que temos que bater com o martelo fortemente sobre um suporte de plástico e ver até aonde o indicador sobe. É claro que eu me ofereci pra jogar. Peguei o martelo e minha mão desceu um pouco pra baixo. Era pesado.

-Não sei se eu consigo, é pesado. – Reclamei.

-Eu consigo, sabe porque? – Perguntou o Bruno afirmando que ele conseguia.

-Porque você é homem, e tem mais força que eu. – Revirei os olhos e ele toma o martelo de mim batendo no negócio.

-Não, porque eu sou o batman. – Ele diz e me faz gargalhar alto. Ele conseguiu uma pontuação boa.

Passamos em frente de uma daquelas máquinas que tem bichinhos de pelúcia e ninguém nunca consegue pegar. Eu tentei me arriscar, mas como previsto, eu não consegui. Eu parecia uma boba ali, foi quando então abri o bolso do meu short que é preso por um botãozinho e tirei meu celular para postar uma foto no instagram, mas só tirei a foto, porque minha internet não quis pegar de jeito nenhum.

  • *--* Voltei ao normal, então contando um dia sim e outro não, próximo capítulo na terça feira *-* Gente, quero saber o que vocês estão achando e também o que querem ver mais *-* Lembrando que é os comentários de vocês que fazem a fic ir pra frente. 
  • Ah, um beijo no core de vocês lindas que sempre comentam, muito obrigada.