- Eu sou um amor né? dnisaondosa' postando dois dias seguidos, isso porque vocês me deixaram feliz com os comentários, e número de comentários que cresceu! E como eu disse, quanto mais, mais recompensa. <3 Espero que gostem e comentem!
Já estamos no sábado. Eu não dormi quase nada a noite,
não sei porque, mas fiquei virando a noite toda, peguei até meu iPod para
escutar algumas músicas, mas não consegui dormir. Eram cinco da manhã a ultima
vez que olhei o relógio, ai sim peguei no sono, mas como se não bastasse, me
acordei ás dez da manhã.
Como Anne ainda estava dormindo, eu dei mais um tempo
na minha cama, olhando para o nada e levantei. Peguei os nossos esmaltes, fui
para o sofá e liguei a televisão. Escolhi um tom nude, tanto para os pés quanto
para as mãos. As fiz e por incrível que pareça, hoje quem acordou tarde foi a
Anne. Meu celular tocou, alguma mensagem. Peguei ele com muito cuidado para não
borrar as unhas, e vi a mensagem.
“Bom dia. Bom, vocês não precisam se preocupar pois o
Ryan, junto com o Dre irá ir buscar vocês. Ah, outra coisa, tragam biquíni,
amanhã com certeza as meninas irão arrastar vocês para a piscina. Beijos”
Sorri com a mensagem mas esperei um pouco para
responder, ai escrevi.
“Oi Bruno, então vamos esperar o Ry vir nos buscar (:
Ah, e pode deixar que nós levaremos.”
Larguei o celular e ouço o barulho da descarga do
banheiro, e um barulho de passos largos e pesados. Aparece na sala, Anne, com o
rosto inchado do sono, seus olhos quase fechados. A calça do pijama estava
torta para o lado, e um pedaço da camisa para dentro das calças.
-Está uma princesa. – Ironizei e ela gentilmente põe o
dedo do meio para mim.
-Acho que peguei alguma doença de ti, to morrendo de
sono. – Ela se senta em uma cadeira da mesa.
-Trocamos de personalidade, pois eu acordei bem cedo.
– O normal era ela acordar cedo e eu tarde.
-Não me fala isso. – Ela revira os olhos.
-Nossa, é tão ruim assim, ser eu? – Perguntei e ela
ri.
-Não que seja ruim, mas também que não seja bom. – Ela
fala e meu rosto se contorce em uma careta estranha. – Sei lá, to dormindo. –
Ela escora a cabeça na mesa.
-Ah, o Bruno avisou que o Ry vai vir nos buscar. –
Falei e ela ergue a cabeça rapidinho. – E também é pra levarmos biquini. –
Falei observando minhas unhas.
-Festa na piscina? – Ela pergunta de má vontade.
-Não, é que ele disse que as meninas provavelmente
irão nos arrastar para a piscina. – Falei e ela riu.
-Meu corpo ta horrível para colocar biquini. – Ela
bufa.
-Sim, está horrível demais, com qualquer roupa. –
Revirei os olhos. – Aliás, acho que você nem deve sair de casa, de tão feia e
estranha que ta. – Revirei os olhos mais uma vez, ironizando tudo o que falei e
ela ri.
-Sério. – Ela diz entre risos.
-Também to falando sério. – Falei e ela arqueia a
sobrancelha. – Você é linda, não sei porque essas manias de se por pra baixo. –
Verdade, não sei pra que ela tinha isso. Eu sou algumas vezes mais feia que
ela, na verdade me sinto o smigol ao lado dela, e nem por isso fico me
pondo para baixo.
-Eu estava pensando ontem a noite, que da próxima vez
temos que ir ao starbucks... Afinal, estamos em Los Angeles. – Ela
balança as mãos me fazendo rir.
-Verdade, temos que ir mesmo. – Concordei.
Passamos a tarde de molho. Tarde de meninas, rimos
demais também com um programa, que pelo jeito só passava aos sábados. Ela fez
as unhas dela, e fomos ver nossas roupas. Porque é tão difícil assim ser
mulher? Homem somente pega uma calça, uma camisa, cueca, meias, e um sapato e
pronto, está lindo, já nós não, nós temos que cuidar cada passo, detalhe por
detalhe. Eu e Anne, como estavamos indecisas, decidimos eu escolher a roupa que
ela irá usar, e ela escolhe a minha. Confio no gosto dela, e sei que irá
escolher uma bela roupa, já eu escolher pra ela, não confio tanto.
Acho que eu escolhi uma roupa no mínimo bonitinha, já
que tenho um gosto meio estranho para roupas, mas todo o caso, coloquei a roupa
sobre a cama dela e fui até meu quarto, onde ela estava escolhendo a minha
roupa.
-Posso? – Gesticulei minha entrada e ela barrou-me com
a mão.
-Invente um penteado pra mim, pois irei inventar um
look completo para você. – Ela diz fechando a porta na minha cara, fiquei
olhando para a porta por alguns segundos.
-Educação é bom. – Reclamei voltando para o seu
quarto, que era do lado do meu.
-Então comece a usa-la. – Ela reclama e eu esbravejo.
Claro que isso é só apenas uma brincadeira.
Arrumei toda a roupa dela, montei-a sobre a cama,
imaginando ela dentro da roupa, e para o meu gosto, estava muito linda!
Procurei nos sapatos algo para combinar, mas apenas achei um meia pata preto,
esse mesmo que ela irá usar. Maquiagem resolvi que ela colocaria algum tom mais
claro, tanto na boca quanto nos lábios. Ouvi as batidas na porta.
-Seu look está pronto, agora vá para o banho, e depois
seque o cabelo fazendo uma escova neles. – Olha que divertido, ela do outro
lado da porta me dando ordens.
-Okay, depois do meu banho é a sua vez. Não molhe os
cabelos, maquiagem é apenas tons claros com uma fina camada de delineador. –
Falei e abri a porta. – Te amo. – Passei por ela e fui para o meu banho. Minha
toalha já estava lá.
Sai do banho quentinho, que eu não queria sair, mas
tive. Sequei meus cabelos primeiro com a toalha. Fui para o quarto e passei
creme hidrante pelo corpo e logo depois um creme que passo nos pés para
deixa-los bem macios. Fechei a janela por completo e parei em frente a cama
observando a roupa que ela me deixará. Comecei a rir, mas ela acertou, a roupa
estava linda. Coloquei minhas roupas intimas e uma meia calça fininha cor de
pele. Fiz uma escova no meu cabelo e olhei para o celular, tinha uma mensagem.
“Pensei em amanhã
pegarmos uma praia. Que tal?”
Leonel. Olhei a mensagem mas não respondi, já tinha
planos para amanhã. Cobri meu rosto com uma leve camada de base liquida quase
transparente, e conclui minha maquiagem. Vesti minha roupa, um calção que tinha
a muito tempo e quase nunca usava, ele é meio social, e também acho que fica
estranho em mim, ou ficava. Dei uma olhada no espelho, e até que não estava
nada mal. Ainda de sutiã, abri minha sacola da Channel e coloquei meu biquini,
um pijama fininho com estampa de uma bonequinha, coloquei também uma muda de
roupa para amanhã. Dentro da minha bolsa, pus as demais coisas que á mim eram
necessárias. Coloquei a blusa de seda vermelha e os sapatos que ela escolheu
para mim.
-Estou pronta. – Gritei do corredor com minhas coisas
nas mãos. Fui para a sala e deixei as coisas sobre o sofá.
-Amei a roupa que escolheu pra mim. – Anne aparece
vestida, e né que eu acertei? Ficou lindo nela, a combinação da saia, com a
blusa e o meia pata. A maquiagem também estava linda.- Ai meu Deus, está uma
gata. – Ela abre os braços, é parecia mesmo que eu estava impressionando.
-Você também. – Falei e ela deu um gritinho em
comemoração.
-Precisamos de uma foto. – Ela procura o celular na
sua bolsa. – Vem cá. – Ela me chama para o quarto dela. Tiramos a foto.
Ela postou no instagram com legenda. “Jantar
de reencontro, prevejo sucesso. #LA”. Comecei a rir quando ela me mostrou.
-Que horas o Ryan disse que estaria aqui? – Ela
pergunta olhando para o seu celular.
-Umas sete e meia. – Falei enquanto verificava as
coisas em minha bolsa.
-Então ele está uns cinco minutos atrasado. – Ela diz
me mostrando a tela do celular que marcava sete e trinta e cinco.
-Vou ligar para o Bruno. – Peguei meu celular e
procurei o contato dele e completei a chamada.
-Alô. – Ele diz com uma voz suave. Eu não tinha falado
com ele por telefone, quer dizer, depois que nos vimos, nosso unico contato foi
mensagem, suspirei fundo antes de responder. Porque eu fiz isso?
-Oi Bruno, é a Michelle. – Avisei quem era.
-É, eu meio que sei, tenho seu telefone e tal. – Ele
fala ainda suavemente. É claro anta ignorante, é obvio que ele sabe quem é. –
Vocês já estão vindo?
-Sobre isso mesmo que queremos falar, o Ryan não
chegou aqui ainda. – Falei pegando minha sacola e minha bolsa.
-Ah, vou ligar pra ele e já retorno. – Nem falei mais
nada, apenas desliguei.
-E ai? – Pergunta Anne.
-Ele vai me avisar agora. – Falei e meu celular avisa
mensagem.
“Ele já está lá embaixo.
Beijo”
-Ah sim, ele está lá embaixo nos esperando. – Revirei
os olhos relendo a mensagem.
-Então vamos descer. – Ela pega a bolsa dela, e sua
sacola com as roupas.
Descemos com as nossas coisas para a frente do prédio,
e como Bruno disse, lá estava o Ryan e o Dre.
-Boa noite rapazes. – Falei assim que vi os dois
parados em frente ao carro.
-Boa noite. – Anne disse e os dois olhavam
boquiabertos.
-Vocês, com todo o respeito, estão lindas. – Ryan
falou. Estamos lindas? Okay, ele nem olhou pra mim direito, não tirava os olhos
da Anne.
-Quero ir na frente. – Me pronunciei para ir sentada
na frente pois sabia que Ryan iria adorar ir o caminho todo ao lado da Anne.
-Ah, eu queria ir. – Anne fingi indignação, sei que
ela está gostando da ideia.
-Que pena, mas eu quero ir conversando com meu amigo
Dre. – Falei e ele riu.
-Isso mesmo. – Ele se engrandece e vai para a porta do
motorista.
Fomos percorrendo o caminho, acho que iria demorar. No
caminho todo, Dre veio conversando comigo, enquanto Ryan e Anne estavam no
maior papo. Dre é uma pessoa muito querida, ele falou pra mim que apesar de ser
segurança do Bruno e outras coisas, ele é fã da Lady Gaga. Eu morri rindo, pois
não imaginei um homem daquele tamanho – ele é enorme, um monstro das bombas e
forças – gritando pela Lady Gaga em algum show.
Ele foi parando o carro assim que entramos em um
grande condomínio ele se identificou e entramos. O condomínio fechado, mais
parecia uma cidade. Passamos por um caminho com algumas arvores e chegamos em
frente a casa dele. Os terrenos eram divididos através de estradas, e alguns
pilares. Não vou negar que a noite, se não fosse tão iluminado, pareceria um
cenário de filme de terror. Ele faz o contorno com o carro no grande arco que
tem bem em frente a casa. Fiquei olhando a enorme casa, de queixo caido, era
muito linda por fora, imagina por dentro.
-E isso que tem muito mais nos fundos. – Ouvi Ryan
falar para Anne, que assim como eu, estava boquiaberta.
-Isso é enorme. – Falei e os dois riram.
-Espera ver lá dentro. – Dre fala abrindo a porta do
carro. – Bom, estão entregues, eu só volto amanhã agora. – Ele sorri e eu saio
do carro.
-Ta brincando que não irá ficar? – Perguntei, triste
até, pois ele é uma boa companhia.
-Não vou poder, minha namorada está em casa. – Ele
torce os lábios. Bom, ele tem namorada, eu não, isso significa... Muita coisa!
-Okay, que pena. – Anne lamentou tentando parecer que
estava dentro da conversa, segurei meu riso.
-Pois é, dá próxima nós nos vemos. – Ele diz voltando
para o carro. – Tchau. – Fiquei observando ele arrancar com o carro com as
minhas coisas em mãos.
-Oh anta, vamos entrar. – Anne, querida, um amor, pede
com uma gentileza que só ela tem.
-Claro. – Desviei meus pensamentos e andei até os
dois. – Me chama de anta de novo e eu faço você engolir a grama. – Balbuciei
nervosamente em seu ouvido, ela ri.
-Okay. – Ela começa a rir mais ainda.
Ryan faz a frente, abrindo a porta da mansão. Aquilo
não dava pra ser chamado de casa, casa é normal, aquele local era enorme demais
para ser apenas uma casa.
-Bem vindos a nossa casa. – Ele abre os braços e vejo
um enorme cachorro vindo correndo na direção dele.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. – Gritei voltando
para a área externa.
-Que foi? – Ryan pergunta sem entender.
-Mich tem medo de cachorros, desde que um mordeu ela
na praça. – Anne explica com uma facilidade.
Eu não tem medo de cachorros, eu tenho pavor,
remórcio. Cachorro para mim somente daqueles pequenos, pois esses grandes me
dão medo. Uma vez, eu estava na praça com a Anne, lá no Brasil ainda, e sentei
num banco, quando um cachorro de rua me mordeu na perna. Não foi uma mordida
profunda, mas doeu e desde então, tenho pavor de cachorros grandes.
-Tira esse monstro de perto de mim. – Falei me
escorando em um dos pilares da casa, ele e Anne começaram a rir.
-Ele não morde, né Gege. – Ryan acaricia a cabeça
dele.
-Vai vendo, até ele arrancar a sua mão e comer toda a
carne, e depois roer o osso por muito tempo. – Falei olhando diretamente para o
cachorro.
-Credo! – Ryan reprova o que eu falei. – Ele é querido
ó. – Ele chega mais perto com o cachorro e me encurrala. Não tenho lados para
ir.
-Por favor Ryan, por favor. – Supliquei a ele que riu
mais uma vez.
-Tem como prender ele? – Pergunta Anne segurando
minhas coisas e as dela, ainda na porta.
-Eu vou fazer isso. – Ele fala indo pela lateral da
casa, não demorou muito e Phred estava na porta.
-Que grito foi esse? – A pergunta que eu estranharia
se não viesse.
-O Ryan colocou um monstro em cima de mim. –
Ofegantemente expliquei com as minhas palavras.
-Tinha um cachorro aqui, ela tem medo de cachorros.
Foi isso. – Anne pacientemente explicou.
-Ah, o Geronimo. – Ele da de ombros. –Entrem meninas.
– Ele diz pegando as coisas da Anne.
-Obrigada. – Ela agradece.
Entramos na casa, e meu Deus, se parecia enorme por
fora, eu estava enganada, era bem maior lá dentro. Um pequeno hall na entrada
nos recepcionou. Phred guiou-nos até a sala.
-Sentem-se aqui, Bruno já vai vir, ele está na cozinha
com o resto do pessoal. – Phred gentilmente da as costas para nós com nossas
coisas em mãos.
Tinha uma música de fundo, bem alegre até, eletrônica,
sentei-me num dos sofás que tinham em volta de uma lareira, a qual estava apagada.
-Essa casa é enorme. – Comentei baixinho com a Anne.
-Enorme é apelido, sinto nosso apartamento no chinelo.
– Ele comenta me fazendo rir.
-Ora ora, vê se não é as mulheres mais lindas do
Havaí. – Eric chega a sala, com uma mulher ao lado dele. Deve ser sua esposa.
-Deixa de ser bobo. – Falei rindo, levantei-me e
cumprimentei ele, e a mulher ao seu lado.
-Essa é minha esposa. – Ele diz sorridente.
-Prazer esposa, sou Michelle. – Falei ela riu.
-Meu nome é Cindia. – Ela da um beijo no
meu rosto. – Prazer.
Anne fez a mesma procedência com ela se apresentando.
-Vamos lá na cozinha. – Eric da a mão para a mulher
dele e segue em frente, fomos logo atrás.
Passamos por um corredor onde tinha mais uma porta em
forma de arco, onde era fechada por duas cortinas bordô e detalhes em dourado,
estavam abertas. (Escute essa música, porque sim. Wide Awake – Katy Perry).
Entramos na cozinha enorme, onde sentados na bancada estava Bruno e Dwayne, se
eu não me engano, e uma mulher próxima ao coctop (fogão de balcão) com
uma luva térmica nas mãos.
-Boa noite. – Alertei e Bruno nos olhou com um
sorriso.
-Boa noite, que bom que vieram. – Ele vem em nossa
direção e da um beijo no rosto de cada uma.
-Mich, Anne, esse é o Dwayne, que vocês já conheciam,
e a mulher dele Liss. – Nos apresentamos assim que Bruno falou quem era quem,
nos cumprimentamos, e eu e Anne fomos para próximo dela, puxar conversa.
Afinal, os homens estavam falando alguma coisa sobre algum show que iriam
fazer.
-O cheiro está bom. – Ryan chega junto com o Phred,
chamando a atenção de todos.
-Claro, minha mulher que está fazendo a comida. –
Dwayne se vangloria.
-Não leve a mal, mas a minha mulher também sabe fazer
uma comida dos deuses. – Eric se vangloria também e ela que estava ali junto de
nós mulheres, cora na mesma hora.
-Ah minha também, opa, me esqueci, não tenho uma
mulher. – Bruno revira os olhos.
-Não tem uma né, porque tem um monte. – Phred comenta
e os outros riem.
-O que vai fazer as minhas amigas de infância
pensarem, que eu sou um safado, sem vergonha? – Ele toma um gole da sua bebida,
que havia nos oferecido antes.
-Phil avisou que irá chegar daqui a pouco. – Eric
avisa desligando o celular.
-Então vamos esperar para servir a janta. – Liss se
pronuncia.
As meninas engataram numa conversa e eu comecei a me
lembrar do passado. Me lembrei de quando nós brincávamos nossa, a muito tempo!
Ryan era apaixonado pela Anne, que nunca deu bola pra ele, pois achava um
colega dela muito lindo, e era o sonho de consumo dela. Eric era o mais velho,
então pouco ficava com nós. Bruno era o garanhão da escola, como sempre cantou,
ele vivia em apresentações e coisas assim da escola, me lembro quando pequenino
imitava o Elvis. Ryan não sabendo pra onde atirar, uma vez tentou me conversar,
dizendo que me achava linda, eu apenas ria das bobagens que eles falavam, mas
nunca ficamos, nem eu, nem a Anne com o Ryan, nem ninguém, eramos apenas
amigos. Agora fiquei observando, ali estávamos nós, todos adultos, responsáveis
por seus atos, Bruno com 27 anos, eu com 26, beirando os 27. Era tudo muito
novo, mas ao mesmo tempo tão nostálgico.
-Cheguei. – Phil anuncia fazendo todos olharem para
ele. – E estranhei o fato do Gege não está na minha cola. – Ele faz uma careta
engraçada.
-Ah, verdade! Cade o Geronimo? – Pergunta Bruno
percorrendo os olhos pela casa.
-Pergunta pra Mich. – Ryan cruza os braços me olhando,
discretamente ponho o dedo do meio pra ele e ele ri.
-Cade ele? – Eric pergunta olhando para os lados
também.
-Eu o prendi. – Ryan diz. – A princesa ali estava com
medo dele. – Seus dedos apontam pra mim, perfeito, senti minhas bochechas
corarem.
-Ta brincando? – Bruno pergunta, senti que ele queria
rir.
-Não ta não, tinha que ver como ela tava, até gritou.
– Phred ajuda um pouco mais, pronto! Eu estava morrendo de vergonha.
-Foi você que gritou aquela hora então? – Dwayne
pergunta. Comecei a rir nervosamente.
-Foi eu sim. – Concordei e eles pegaram o embalo rindo
também.
-A comida vai ser servida rapazes, todos para a sala
de jantar. – Liss diz enquanto vai até o fogão.
Andei ao lado de Anne que logo foi raptada para o lado
do Ryan que estava conversando com ela e com a Cindia empolgante. Bruno
fica ao meu lado, passando um braço sobre meus ombros e com o outro segurando o
copo. Já falei que ele estava um gato? Com uma camisa branca sem estampa, e por
cima uma jaqueta de algum time de futebol americano, uma calça jeans e
converses.
-O Gege não morde. – Ele diz assim que passa o braço
sobre meus ombros.
-A é mesmo? Diz isso pra quem foi mordida por um. –
Falei ironicamente fazendo ele rir.
-Sério, ele é mansinho, como o dono. – Papo de
galanteador, eu morro e não vejo tudo.
-E o dono dele, vai cantar pra nós hoje? – Perguntei e
ele me encara pensativo. Ainda estávamos andando até a sala de jantar.
-Se quiser ele pode cantar. – Ele sorri.
-Que dia é hoje? – Perguntei me lembrando de algo.
-Vinte de outubro. Porque? – Ele arqueia levemente a
sobrancelha. Parei no corredor e automaticamente ele tirou seu braço, olhei pra
ele e o abracei.
-Feliz aniversário atrasado. – Falei próximo ao seu
ouvido.
-Que bom que lembrou, e obrigada. – Okay! Eu estava
quase duas semanas atrasada, mas pelo menos me lembrei. – Confesso que não
lembro o seu. – Ele diz assim que nos desvencilhamos.
-Oh! Que calúnia. – Disse levando a mão na boca como
se tivesse impressionada e abismada, ele ri timidamente e eu começo a rir. –
Dia dez... – Antes que eu continuasse ele me atrapalha.
-Claro, dez de novembro. – Ele sorri. – Do mesmo ano
que eu. – Ele põe um sorriso bem grande nos lábios. Os dentes dele ainda
continuam branquinhos e retinhos, como sempre foram.
-Isso! – Bati na palma da mão dele.
-O pessoas, a comida vai esfriar. – Liss avisa bem
espontaneamente.
-Ah claro! – Falei seguindo o caminho e ele fica
parado por um tempo, logo depois me seguindo.
A sala de jantar, assim como o resto, era linda. Uma
grande mesa de tampa de vidro temperado, com cadeiras em tom mogno, de uma
madeira cara. Dava para ver que as coisas que ali estavam naquela casa, os
móveis, eram bem chiques. A arquitetura da casa, uma completa beleza, mas se
fosse eu a arquiteta que tivesse planejando, faria diferente, colocaria do lado
de fora algo mais rústico. A conversa entre o jantar estava agradável, na ponta
da mesa estava o Bruno, logo para o lado estava eu, Anne, Ryan e Phred, na
outra ponta o Phil, e do outro lado, Liss, Dwayne, Eric e a Cindia. Ajudei as
meninas com os pratos e fomos para a cozinha dar uma geral.
Dividimos as tarefas enquanto os meninos estavam na
sala de estar. Logo que terminamos ali, fomos pra lá também.
-Se formou em que? – Pergunta Phred enquanto tomávamos um vinho, agora com a lareira acesa graças ao Phil.
-Eu? – Perguntei e ele assentiu. – Em arquitetura. –
Falei e ele sorrio.
-Inteligente. – Ryan debocha.
-Também te adoro querido. – Ironizei esticando a taça
para ele como se fossemos fazer um brinde.
-E você, Anne? – Pergunta novamente Phred.
-Me formei em direito. – Ela diz e Ry fica
boquiaberto.
-Então porque está na rádio? – Ele pergunta.
-Porque eu sempre trabalhei na radio, e como gosto
disso, resolvi não largar, eu me dou bem com isso. – Ela diz sorridente.
-Sim, mas e porque não tentou Comunicações na
faculdade? – Eric pergunta. Meu celular toca, me distanciei dele e pedi
licença.
-Alô. – Atendi o chamado do Leonel.
-Se não atendesse pensaria que está fugindo de mim. –
A voz dele faz causar-me um arrepio.
-Ah, me desculpe, mas tinha uma janta hoje e estava
ocupada de tarde, desculpa por não te responder a mensagem.
-Tudo bem, mas e amanhã, vamos á praia?
-Olha, acho que não irá dar. – Respondi.
-Porque? – A voz dele muda um pouco.
-Porque vou ter um reencontro com umas amigas minhas
de infância. – Falei e ele fica em silêncio por um breve tempo.
-Tudo bem então, deixa pra próxima, oportunidades não
faltarão. – Ele responde, mas senti chateação na sua voz.
-Não vai ficar chateado né? – Perguntei delicadamente.
-Não, está tudo bem. – Podia ver ele sorrindo.
-Então, me desculpa, mais tarde te mando uma mensagem,
beijos. – Foi quase como se eu estivesse desligando na cara dele, ele mandou
beijos e eu desliguei. Voltei para a
sala e dei de cara com o Bruno saindo pela porta.
-Opa, desculpa. – Ele diz animadamente.
-Foi nada moço. – Falei e ele riu passando por mim.
Sentei junto com eles na sala.
BRUNO POV’S
Assim que Michelle me deu aquele abraço, inalei o
perfume dela, senti um cheirinho tão bom. Liss avisou sobre a comida e ela foi
na minha frente, fiquei parado olhando o andar dela, aquele caminhar de mulher.
Era tão nostálgico tudo aquilo.
Jantamos e logo fomos, nós homens primeiro, para a
sala de estar. Phil ligou a lareira e logo elas chegaram. Começamos a beber vinho,
com a lareira acesa. Todos conversavam alegremente. Reparei em muitos olhares
do Ryan para Anne, vamos e viemos, Anne está muito linda, se eu não soubesse o
jeito que ela é, poderia jurar que ela tinha virado modelo, já que tinha tudo
para isso, sem contar o Miss Havai Mirim, que ela ganhou. O celular de alguém
toca, percebi que era o da Michelle, ela levanta e pede licença se retirando da
sala para ter privacidade.
-Terminou o vinho? – Pergunta Phil olhando para a
garrafa vazia.
-Tem mais na cozinha. – Comentei.
-Ta esperando o que pra pegar? – Ryan brinca e eu dou
o dedo do meio pra ele. Levantei e quando ia saindo pela porta escuto ela no
telefone, eu sei que é feio, mas peguei o final da conversa.
“-Porque vou ter um reencontro com umas amigas minhas
de infância. –Ela estava respondendo alguma pergunta.
-(...)
-Não vai ficar chateado né? – Ela pergunta com a voz
melosa.
-(...)
-Então, me desculpa, mais tarde te mando uma mensagem,
beijos. –Ela diz e desliga o telefone. Acho que era algum namorado."
Mas como? Ela disse que chegou a pouco tempo aqui, e
em tão pouco tempo já está namorando? Balancei a cabeça e me recompus para
pegar o vinho.
-Opa, desculpa. – Digo bem animado assim que esbarramos na porta.
-Foi nada moço. – Ela diz animada também e eu passo
sorrindo por ela.